FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Adriana Freitas e Marcos de Oliveira
Diretor de Carnaval     Comissão de Carnaval
Diretor de Harmonia     Halff
Diretor de Evolução     Halff
Diretor de Bateria     Mestres Claudinho e Henrique
Puxador de Samba Enredo     Fabrício
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Jeniffer e Wesler
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Juliany e Alex
Resp. Comissão de Frente     Helder Lúcio Lourenço
Resp. Ala das Baianas     Comissão de Carnaval
Resp. Ala das Crianças     Comissão de Carnaval
Resp. Galeria de Velha Guarda     Elizabeth Teixeira da Silva

 

SINOPSE 2011

Mãe Bahia, terra de encantos, crenças e magias...

Justificativa:

          Como falar do Brasil sem mencionar a Bahia?
          A Bahia é o berço da nossa história, herança africana, cultura e costumes.
Se somos ricos em crenças religiosas, agradecemos os escravos africanos vindos de diversas partes da África. Nossos ancestrais trouxeram e difundiram o culto aos orixás nas senzalas e posteriormente no Brasil. Os orixás foram criados por Olorum, Deus do universo. São encantados por representarem os elementos da natureza.
          O culto aos orixás é muito forte e presente na Bahia. Mas a mistura, a fusão da religião católica trazida pelos portugueses e dos cultos africanos, tornou a Bahia o seleiro das grandes festas religiosas. Mais conhecida como “Festas do Largo”
          Essas festas rendem homenagens aos santos e orixás. Como a festa do Divino, a festa de Iemanjá, a Lavagem do Bonfim, dentre outras.
          Sem dúvida nenhuma, o baiano é um povo encantado e de muita crença religiosa. Alegre, cheio de vida e história. Guerreiro, forte, vibrante. Sempre a cantar e dançar as suas origens. A Bahia transborda toda a sua alegria, encanto e fé, na magia e explosão do carnaval baiano.
          O carnaval da Bahia é inovador e conservador ao mesmo tempo. Inovador pela criação da “máquina de fazer alegria”. O trio elétrico. Conservador ao trazer para o carnaval, o ritmo dos batuques dos terreiros de candomblé e a pintura no corpo de origem africana.
          O carnaval baiano é a mistura de todas as culturas, crenças e costumes conseqüente da riqueza de sua história. Por todos esses motivos, descrevemos em setores a maravilhosa história de encantos, crenças e magias da “Mãe Bahia”.
          Berço da nossa história, terra de nossos ancestrais, da miscigenação de raças e credos.
          É com muita emoção, que o G.R.E.S. Acadêmicos da Abolição levará para a avenida no carnaval 2011, essa linda história de fé, magia e orgulho. Da terra de um povo alegre, mágico e encantado.

Sinopse:

“Nessa cidade todo mundo é d’oxum.
 Homem, menino, menina, mulher.
 Toda essa gente irradia a magia.
 Presente na água doce.
 Presente na água salgada e toda a cidade brilha.”

(Vevé Calazans / Gerônimo Santana)

          A Bahia é conhecida como Bahia de todos os santos e orixás. É a principal fonte histórica, berço da herança africana e das crenças religiosas.
          Sua principal cidade e também capital, é Salvador, antigamente chamada de Bahia. Também já recebeu alguns epítetos, como o de “Roma Negra”. Isso por ser considerada a cidade de maior população negra fora da África.

“São Salvador, Bahia de São Salvador.
 A terra do branco mulato.
 A terra do preto doutor.
“São Salvador, Bahia de São Salvador.”

(Dorival Caymmi)

          É difícil distinguir ao certo a origem dos orixás. Mas segundo as lendas africanas, Olorum, também conhecido como Olodumaré, criou o universo infinito, as estrelas, os planetas e toda a vida. Desta forma ele separou o que é material do imaterial. O imaterial seria habitado por seres sobrenaturais, as entidades. Aí residiam os antepassados e os orixás. Olorum criou os orixás cada um sendo representado, de forma material, pelos elementos. Seus principais representantes e elementos são: Oxalá. Simboliza a paz, é o pai maior na religião africana; Iansã. A Deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos raios; Iemanjá. Mãe sereia, senhora das águas salgadas; Oxum. Senhora das águas doces, Deusa do Ouro; Ogum. Está ligado ao mistério das árvores, é o Deus da guerra; Xangô. Orixá do raio e do trovão. Dono do fogo.
          O culto aos orixás é uma herança africana. O sistema de escravidão trouxe para o Brasil, crianças, adolescentes, mulheres e homens africanos. O tráfico estabeleceu desde os inícios da colonização portuguesa, até o século XIX. Os escravos vieram à força das mais diversas partes da África. A senzala serviu de caldeirão, onde se misturaram crenças, línguas e etnias africanas das mais diversas. Os negros escravos, desde a senzala, tiveram na religião o espaço da resistência. Até mesmo em pleno regime escravocrata, um modelo de culto foi-se delineando a partir de núcleos religiosos formados por negros libertos de origem nagô. Com o tempo, esse modelo definiu-se até tornar-se hegemônico e o culto aos orixás, espalhou-se pela Bahia e posteriormente para todo Brasil.
          A forma mais popular de expressar a dança e os cânticos que louvam os atributos maravilhosos dos orixás, é a capoeira. A “camuflagem” da capoeira escrava, em dança com intenção manhosa e maliciosa de iludir o feitor e o senhor, foi segredo da sua existência e permissão no meio da senzala. Tem origens e raízes africanas, mas foi criada no Brasil, no recôncavo baiano. Cercada de malandragem e brasilidade.

“...Oi rezando uma oração.
 Ele é homem corpo fechado.
 Oi não teme ferro de matar.
 Ogum é seu padrinho.
 Oi guerreiro no céu e guarda na lua...”

          A Bahia sempre foi mergulhada no sincretismo religioso, no misticismo. Uma das maiores dádivas do povo são a miscigenação de raças, culturas e religiões. As crenças religiosas africanas influenciaram nos festejos católicos nos séculos XVII e XVIII. Nas casas baianas, havia oratórios, onde os fiéis oravam , organizavam procissões e festas dedicadas aos santos católicos. Com o passar do tempo, da fusão da mistura de culturas e raças, realizavam festas em homenagem aos orixás também. Porque na Bahia é comum as pessoas freqüentarem as igrejas e os terreiros de candomblé ao mesmo tempo. Não é a toa que a Bahia está sempre em festa. Essas comemorações são conhecidas como “Ciclo das Festas do Largo”. São muitos festejos, danças, comidas, bebidas típicas e oferendas. Mas as comemorações mais importantes são: A festa de Iemanjá. Onde pescadores e fiéis com cortejo marítimo conduzem flores e inúmeros presentes para a rainha das águas; A Lavagem do Bonfim, sincretizado com Deus do panteão africano Oxalá, Senhor do Bonfim é o santo de maior devoção popular na Bahia; Temos também a Festa do Divino, com um fato muito interessante; Respeitando as tradições, em Salvador, três presos de bom comportamento são sorteados e soltos. Além da tradição, têm desfile de cavaleiros, barraquinhas e queima de fogos, como na festa de São João.
          As Festas do Largo atravessam o ano inteiro. Só terminam com a chegada do carnaval. Depois de tanto festejo, alegria e das bênçãos de todos esses santos, o carnaval começa com força total.
          Ah! O carnaval baiano. Não podia ser diferente. Um povo acostumado com tantas festas, não deixaria esse espetáculo de fora. Já diz o ditado: “ O baiano quando não está em festa, está ensaiando.” E assim a Bahia transforma as avenidas de Salvador num caldeirão de alegria e folia. Mas nem sempre foi assim. No princípio era apenas o som. Depois de Dodô e Osmar, o carnaval começou a contar com um novo personagem. O “trio elétrico.”
          Alguém imagina a maior festa popular da Bahia sem trio elétrico?
          O trio elétrico de hoje é descendente da Fóbica. Um calhambeque com dois alto falantes criados pelo mecânico de Osmar, em 1950. Desde então, o carnaval baiano é um dos mais conhecidos e badalados. Os trios elétricos cada vez maiores e bonitos, são as máquinas de fazerem alegria.
          Mas a evolução não veio só dos trios. As músicas, os estilos e as diferentes bandas e blocos também contribuíram para a grandeza e magia do carnaval baiano. A “Axé music” tomou conta do Brasil. Daniela Mercury, Morais Moreira e vários outros artistas, são discípulos de Dodô e Osmar e percussores da nova música e tendência baiana. A “Axé music” é a mistura de diferentes ritmos dos batuques africanos, reggae e da música brasileira. O “samba reggae”, é um desses ritmos difundido pelo Olodum, um dos mais famosos blocos da Bahia, através do seu criador, o maestro Neguinho do Samba. Outro representante da herança africana com um batuque semelhante aos do candomblé e com pinturas espalhadas pelo corpo como seu ancestrais, é a Timbalada. São inúmeros os blocos baianos com diversos ritmos e características. Mas o mais esperado, respeitado e diferente, são os Filhos de Ghandy. É um dos mais antigos, fundado em 1949. Sua grande característica é a mistura de vestes indianas com toque africano e batuque genuinamente do candomblé. Mas mesmo com toda tradição, não deixa de vir com seu trio elétrico e jogando água de cheiro.

“...Atrás do trio elétrico
 Só não vai quem já morreu
 Quem já botou pra rachar
 Aprendeu que é do lado
 Do lado de lá que é lado
 Que é lá do lado de lá...”

                              (Caetano Veloso)

          Atrás do trio elétrico, da história da Bahia e desse povo festeiro, mágico e de herança africana. Cheio de encantos e alegrias. Uma história rica, cheia de mistérios paixão e energia.
          “Mãe Bahia. Terra de encantos, crenças e magias.”
          Berço da nossa civilização, de todos os santos e orixás. O G.R.E.S. Acadêmicos da Abolição pede suas bênçãos para fazer um carnaval 2011, alegre e contagiante. Como sua terra e sua gente.

Adriana Freitas e Marcos Oliveira

Roteiro do desfile:

Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela ala
0 “Nessa cidade todo mundo é d’oxum” Comissão de Frente Oxum é senhora das águas e dona do ouro. Enfrenta pessoas poderosas e com sabedoria as acalma. Assim é o povo baiano. Reluzente, não tem medo de ninguém. Não faz distinção de cor nem posição social. Na Bahia todos são iguais. O rico, o pobre, o preto e o branco. Hélder

1° Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: “Roma Negra”
A cidade de salvador já foi chamada de vários nomes. Mas o mais interessante foi “Roma Negra”. Por ter a maior concentração de negros fora da África. Nosso 1º casal representará a herança africana presente na Bahia.

1 Olorum Abolição

Olorum, também conhecido como Olodumaré, é o criador do universo infinito. Criou os orixás cada com seus encantos. E são os orixás que fazem a comunicação entre o mundo material e o imaterial.

Maria
2 Batuque na Senzala Limão

Foi no caldeirão da senzala, nas misturas de crenças, etnias, línguas e religiões, para confundir e enganar os feitores e os senhores, que desenvolveu-se um modelo de culto aos orixás.

Carla

1ª Alegoria – “Encantos e Crenças baianas”
Nossa primeira alegoria representa o encanto de todos os orixás e as crenças e festejos religiosos que transformou a Bahia no seleiro de crenças e culturas . Representadas na Festa do Largo.

3 Capoeira Capoeira Os cânticos da capoeira louvam os atributos maravilhosos dos orixás. O sincretismo manhoso para evitar os preconceitos eclesiásticos, leva ao uso de nomes de santos e trechos de orações. Especialmente das ladainhas. Sidney
4 Lavagem do Bonfim Baianas Senhor do Bonfim tem sincretismo com Oxalá, é santo de maior devoção popular na Bahia. No cortejo, as baianas carregam flores e água perfumada para lavar as escadarias da igreja. Comissão de Carnaval

Andor – “ Oferenda a Iemanjá”
As oferendas a Iemanjá, são feitas em vários barcos por pescadores, com presentes e flores para a rainha das águas.

5 Festa de Iemanjá Alegria É a maior manifestação religiosa pública do candomblé. São os pescadores e peixeiros que se reúnem para organizar a festa e homenagear a rainha do mar, no bairro do Rio Vermelho em Salvador. Iemanjá é a rainha d’água baiana. Nely
6 Dia de Reis Piedade Festa tradicional de origem portuguesa. Simboliza a visita dos Reis Magos ao menino Jesus. Sua maior comemoração é em Lapinha, interior de Salvador. Jane
7 Festa do Divino Amigos Esta festa é realizada em três cidades da Bahia. Salvador, onde a tradição da soltura de três presos é mantida. Em Andaraí, com desfile de cavaleiros e barraquinhas. E em Poções. Considerada a melhor dentre elas devido ao desfile de bandeiras. Igor
8 Viva São João Paz É a maior festa popular do nordeste brasileiro. Na Bahia se festeja em Poções, Senhor do Bonfim e outras cidades. É uma festa com muitas comidas típicas, fogueiras e fogos de artifícios. Rosa
9 No Ritmo do Olodum Bateria Criado em 1987, pelo maestro Neguinho do Samba, foi o idealizador e percussor do ”samba reggae”. É um dos blocos de maior sucesso na Bahia. Já tocou com diversos cantores internacionais e seu símbolo tem as cores da bandeira da Jamaica. Claudinho e Henrique
10 Timbalada Passistas Sua maior característica é a forte influência africana. Seja no batuque do candomblé, como nas pinturas feitas em seus corpos. Ivonete
2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: “Carnaval baiano”.
  O 2º casal vem representando a alegria e a magia do carnaval baiano. A disposição e resistência desse povo animado. Pois o “Bambu enverga mais não quebra”.
2ª Alegoria – “A Magia do povo baiano – O trio elétrico”
  Não existe nada melhor para representar essa alegoria do que o trio elétrico. Revolucionário e extravagante. É a peça fundamental do carnaval baiano. A criação de Dôdo e Osmar transformou e elevou a Bahia, um dos melhores e mais procurados carnaval do Brasil.
11 Atrás do Trio Elétrico Irajá  “Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu”.
São vários os blocos que vendem abadás para os foliões os seguirem durante horas nos circuitos baianos.
Sueli
12 Filhos de Ghandy Amizade Mais esperado e respeitado da Bahia, os “filhos de Ghandy”, foi criado em 1949. Carrega milhares de seguidores com suas águas de cheiro, perfumando as ruas de Salvador. Sempre com turbante e muitos colares. Respeitam a tradição de suas cores (azul e branco) e as vestes de origem indiana. Solange
13 Meninos do Pelourinho Crianças Os blocos baianos realizam vários ensaios no Pelourinho. As crianças estão sempre presentes na subida e descidas de suas ladeiras. Elas dançam, cantam e aprendem a preservar as suas raízes. É o futuro da Bahia de olho no passado. Comissão de Carnaval
14 Musicalidade Baiana Compositores É visível a influência dos grandes compositores baianos na música brasileira. De Dorival Caymmi e Moraes Moreira a Carlinhos Brown. Todos compositores talentosos, inspirados na beleza e magia da Bahia. Alexandre
15 Ogãs e Ekédes Velha Guarda Os batuques do candomblé influenciaram no ritmo do carnaval baiano. Alguns blocos são a extensão dos terreiros. Tanto nas batidas dos tambores como nas danças e canto.
A velha guarda representa o passado tão presente na Bahia, na figura dos ogâs e ekédes.
Bete Teixeira

 

SAMBA ENREDO                                                2011

Enredo     Mãe Bahia, terra de encantos, crenças e magias...
Compositores     Nalva Escafura, Lapisinho, J. Rabelo, Zequinha do Cavaco e Cezinha
Ecoou o tambor
Na terra da magia
A fé que irradia, de um povo feliz
Mistura de raças e religiões
Berço da cultura africana
Tem poesia na luz do luar
Salve a Bahia, força e energia
Com a benção dos orixás

Na lavagem do Bonfim, cheguei com fé
Bati cabeça me guiei, no candomblé
Benzi meu corpo, pra mergulhar
Nas águas de Iemanjá

É fascinação
A festa do divino contagia
O trio elétrico embala a folia
Vou, na batida do Olodum
Trazendo paz, amor e harmonia
Água de cheiro pra saudar Filhos de Ghandi
Até o raiar do dia

Meu samba vai brilhar
Na luz do meu pai Oxalá
De verde e branco eu vou
Pedir axé - proteção
Pro Acadêmicos da Abolição