Amazonas, Verde que te
Quero Verde
Introdução:
Baseado em elementos
nacionais, tradicionais ou regionais, o enredo é o motivo, o tema
central de todo o desfile. A Escola de Samba, considerada como um
conjunto, interpretando e desenvolvendo o tema proposto, é o próprio
enredo.
Argumento:
“AMAZÔNIA, VERDE QUE TE
QUERO VERDE” é o enredo que o G.R.E.S. ACADÊMICOS DE SANTA CRUZ
apresenta para o Carnaval de 1981. Significa o protesto contra o
desmatamento que desponta como grave perigo para o equilíbrio ecológico.
Foi concebido e realizado pelo carnavalesco José Lima Galvão, que
procurou realçar os valores mais expressivos da Amazônia, para
justificar a importância do tema.
A
Amazônia que já foi chamada “Pulmão do Mundo” é a mais vasta floresta
equatorial existente. Com seus milhões de metros quadrados, suas matas,
rios, ilhas, clima, solo, oxigenação e etc., se coloca, a cada dia, como
assunto de interesse mundial, em razão da devassa desenfreada que nela
ocorre – “A derrubada da floresta Amazônica põe em perigo a maior
fábrica de oxigênio do mundo” – Glycon de Paiva.
Em
defesa do meio ambiente e das nossas riquezas naturais, o G.R.E.S.
ACADÊMICOS DE SANTA CRUZ entra na avenida, com muita garra, dando força
ao movimento ecológico e conclamando a participação do povo – “Delira o
povo neste feito colossal/Defendendo a Ecologia/Nós brincamos carnaval”
Sendo
a Amazônia muito vasta e rica em termos de riquezas naturais e
manifestações folclóricas, foi difícil a seleção representativa. Optamos
pelas coisas mais expressivas para retratá-la, em razão de economia e
tempo limitados. Para efeitos visuais, procuramos os elementos mais
característicos. Da fauna e flora apresentamos o que há de mais
exuberante como espetáculo: pássaros de beleza rara, com seu fantástico
colorido, atualmente em processo de extinção devido à caça. Peixes de
cores vibrantes, jacarés e tartarugas, outrora abundantes na região, são
também espécies ameaçadas de extermínio: são caçados, intensamente, para
utilização em diversas indústrias.
Na
Amazônia – fonte inesgotável de matérias-primas vegetais – é encontrado
o cacaueiro, ainda em estado nativo. É uma planta de altura mediana,
originária da América do Sul e Central. Das sementes torradas, faz-se o
chocolate e extrai-se uma gordura, a manteiga de cacau. O ciclo da
borracha levou ao abandono a lavoura de cacau, que foi transferida para
a Bahia, onde o cacaueiro já foi introduzido e se adaptara muito bem.
A
seringueira é uma planta brasileira, que ocorre na Amazônia, hoje
introduzida em outros países. É uma árvore grande que atinge cerca de 50
metros e 200 anos de idade. Dela é extraído o látex utilizado na
produção de borracha e derivados. Na época áurea da borracha, as classes
mais abastadas, do Amazonas e do Pará, desfrutavam de uma vida de fausto
e luxo, propiciado pelo comércio internacional do produto. Extensas
áreas da Amazônia, então desconhecidas e abandonadas, foram desbravadas
e aproveitadas economicamente em razão da exploração da borracha.
Para
retratar, com expressividade, o aspecto subjetivo do argumento
focalizamos lendas famosas, deixando de lado outras não menos
expressivas, porém de menor domínio público. Procuramos configurar o
real e o imaginário, com criatividade, sem deixar de ser fiel, em certos
aspectos ao que há de mais autêntico no tema.
Sobre
e sob a terra fecunda nascem plantas exuberantes, minerais preciosos,
correm e brotam águas caudalosas. O rio Amazonas – Rio Mar – é o
primeiro do mundo em volume de águas e o segundo em extensão. A primeira
descida ao rio foi feita por Francisco de Orellana que o batizou de Mar
Dulce , extasiado com sua amplidão. Entre as muitas características do
rio Amazonas, três merecem ser citadas: sua gigantesca malha de rios,
canais, lagos, igarapés: o desmoronamento de grandes blocos de
florestas, às suas margens chamadas de “Terras Caídas” e a “Pororoca”,
provocada pelo encontro das marés mais altas com a corrente fluvial.
Com
a marca dessa terra misteriosa e fascinante, surgem seus habitantes
nativos, suas lendas e tradições – “É lindo a seringueira contemplar? No
rio mar a tartaruga é atração? O índio, sua crença e tradição. É
fascinante a fauna admirar/”. E na beleza dessa paisagem destacamos as
lendárias Amazonas – mulheres guerreiras da antiguidade – que teriam às
margens do rio Negro. Essas índias pertenciam a tribos só de mulheres
que andavam armadas de arco e flecha, montadas a cavalos e com seios
desnudos. Os homens eram, por elas, caçados para a procriação sendo
mortos depois ou permanecendo na condição de escravos.
“E
neste canto, cheio de encanto/Ajuricaba é sublime recordar/Índio
lendário no folclore popular/”. Segundo a lenda Ajuricaba era um pássaro
que se transforma em belo e valente guerreiro para conquistar as
mulheres que, realmente, por ele se apaixonavam em razão de sua
formosura.
Motivo
do significado da palavra Ajuricaba (O mais forte, fortaleza).
José Lima Galvão
Roteiro:
Alegorias:
Alegoria 1: Deuses da
Floresta - Carro abre-alas
Alegoria 2: Pássaros - Carro
Alegoria 3: Cobras - Tripé
Alegoria 4: Peixes - Tripé
Alegoria 5: Borboleta - Tripé
Alegoria 6: Cacau e Seringueira - Carro
Alegoria 7: Ajuricaba - Tripé
Alegoria 8: As Amazonas - Carro
Alegoria 9: As Amazonas - Tripé
Alegoria 10: Árvores - Tripé
Alegoria 11: Baiana - Tripé |