FICHA TÉCNICA 1989

 

Carnavalesco     José Felix
Diretor de Carnaval     Gustavo Diamante (Quiro)
Diretor de Harmonia     Marco Antônio Santos (Marquinho)
Diretor de Evolução     Arildes da Silva
Diretor de Bateria     Áureo Cordeiro Ramos (Mestre Áureo)
Puxador de Samba Enredo     Marcos Moran
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Jorge Bossa Nova e Glaucia
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Jorginho e Natalinha
Resp. Comissão de Frente     Roberto Costa e Jussara Pádua
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     José Carlos
Resp. Galeria de Velha Guarda     ................................................................

 

SINOPSE 1989

Stanislaw, uma história sem final

Desenvolvimento:

          Homenagem ao jornalista Sérgio Porto
          Sérgio Porto nasceu em Copacabana e viveu intensamente toda a agitação do bairro na sua época áurea. Nos anos 50 e 60 a fama do bairro atravessava fronteiras e suas praias, bares, bondes, mulheres e sua vibrante vida noturna, tão cantada em versos e prosas, foram o palco de sua vida. Boêmio famoso, capaz de ir a quatro, cinco lugares, percorrendo todo o bairro numa mesma noite, era na boite Sacha’s que encontrava seus amigos e a sociedade carioca.
          “Em sociedade tudo se sabe...”
          Profundo conhecedor da música, principalmente do jazz e da música popular brasileira (MPB), e grande observador da vida, Sérgio Porto trabalhou em rádio (Mayrink Veiga – Levertimentos, Miss Campeonato, De Boca pra fora); jornal (Diário Carioca criou o Stanislaw – e Última Hora – Certinhas do lalau, Fofocalizando e Preta Press); revista ( O Cruzeiro – As Mais Bem Despidas, Manchete e Fatos e Fotos); televisão (TV Rio, TV Excelsior, TV Globo, TV Record); cinema (As Cariocas); teatro ( TV pra crer, Quem comeu foi pai Adão, Pussy Pussy cats..., de Brecht à Stanislaw) e show (mesa de botequim, Stanislaw de Chico a Chico, Festival de Besteiras e Máquina de fazer doido). Criou o Stanislaw e toda a família Ponte Preta: tia Zulmira – “a veneranda macróbia, A ermitã da boca do mato”, foi a mais famosa; primo Altamirando – o Mirinho era um tremendo mau-caráter; Rosamundo – este nasceu no Encantado e era adistração em pessoa, Bonifácio, O Patriota – levantava cantando o Hino da Pátria e dormia em berço esplêndido; e o Doutor Data-Vênia, o burocrata.
          Para ironizar os políticos e outras personalidades, Stanislaw Ponte Preta criou o FEBEAPÁ; Festival de Besteiras que Assola o país. Crítico feroz do autoritarismo, numa época que a censura silenciava os opositores, Sérgio Porto usava humor pra trazer a público as besteiras que nossas “otoridades” falavam e faziam. Embora hoje exista uma total liberdade de expressão, mais do que nunca a presença de Lalau seria fundamental, pela sua visão crítica aliada ao bom humor que, somados, traduzem o genuíno espírito carioca.
          Mas, acima de tudo, Stanislaw era um profundo admirador da beleza da mulher. Paquerador de sucesso e entendedor de mulheres era conhecido como “Mulherólogo Lalau”. Gostava de mulher bonita e através dos jornais prestava sua homenagem àquelas que povoavam os sonhos inconfessáveis dos seus leitores, escolhendo periodicamente “As Certinhas do lalau”, cujo as fotos eram disputadas nas bancas de jornais.
          O momento mais alto da obra de Sérgio Porto foi, sem dúvida, o “Samba do Crioulo Doido”. Nele o autor fazia uma brincadeira com os compositores das Escolas de Samba, que todos os anos são obrigados a pesquisar a História do Brasil, para transformá-la em Sambas enredo. Dizia, que num certo ano, uma escola escolheu como enredo a “Atual Conjuntura”; pobre compositor, confuso e sem saber no que falar, endoidou e acabou misturando toda a História do nosso Brasil ...

1º carro – “Abre-Alas”

          Os Acadêmicos de Santa Cruz traz no abre-alas o símbolo da agremiação, o Touro, combinado com algumas características do enredo “Stanislaw, uma história sem final”... Neste carro teremos a figura em escultura de Sérgio porto, vestido de toureiro, Sivuca Malta vestida de “espanhola”, Sueli representando a “Miss Campeonato” além da traseira do carro decorado conforme o desenho do calçadão de Copacabana, bairro onde Sérgio Porto nasceu e morou toda vida.

2º carro – “Personagens”

          O segundo carro do nosso enredo representa o jornalismo, profissão e vocação maior do nosso homenageado. Nele vem uma reprodução da verdadeira máquina de escrever que Sérgio porto usou, tendo em volta os principais personagens em escultura criados nestas teclas: “Tia Zulmira”, “a veneranda”; “Rosamundo”; o distraído; “Altamirando”, o cínico, e “Bonifácio”, o patriota, tudo isso rodeado por reproduções de peças de pergaminho contendo algumas das mais conhecidas frases do nosso poeta/jornalista. Como destaques: Maridalva Siqueira representando “Anos dourados”, Neuza como “a bailarina” e Margareth representando o “café-soçaite”.

3º carro – “FEBEAPÁ”

          Febeapá significa: Festival de besteiras que assola o país, título de dois livros de sucesso do nosso homenageado. Já naquela época o inesquecível Stanislaw criticava ferozmente, mas sempre com bom humor, as besteiras que nossas “otoridades” dizem e fazem. Esculturas de burro ironizam os políticos, e na parte traseira uma enorme reprodução do famoso diploma que Stanislaw condecorava os figurões da época. Como destaques: Gavião e Maria Creuza, representando “A Redentora”; Simone, representando “a feiticeira do Febeapá” e Sérgio Velloso representando “otoridade”.

4º carro – “Boite Sacha’s”

          Neste carnaval a santa Cruz traz de volta a casa noturna mais importante da noite carioca dos anos 60. A Boite Sacha’s era ponto de parada obrigatória da sociedade, e local que Sérgio Porto chamava de sua segunda casa.
          Neste carro que é reprodução fiel da famosa boite, inclusive com cerca de mil e duzentas lâmpadas, virão os amigos de Sérgio porto em clima de boêmia. Como destaques: Cecília Vianna representando “A Noite”; Zilda Pereira representando “Apoteose Noturna” e Jouse Fair representando o “Rei da Noite”.

5º carro – “As Certinhas do Lalau”

          Stanislaw adorava as mulheres e durante a sua vida homenageou a beleza da mulher carioca. Em sua coluna diária escolhia as mais lindas, chamando de “Certinhas do Lalau”. Neste carro quatro esculturas de mulheres representam a beleza feminina que Stanislaw tanto admirava. Como destaques: Luiza, Sandra, Jacira, Lucia Campos, Cininha, Valéria, Júlia e Carla representam “certinhas do Lalau” dos nossos dias.

6º carro – “Samba do Crioulo doido”

          O sexto carro da nossa agremiação representa este sucesso inesquecível de Sérgio Porto: “O Samba do Crioulo Doido”. Nesta canção o poeta homenageou com bom humor os compositores de escolas de Samba que todo o ano são obrigados a pesquisar detalhes da história do Brasil para compor suas obras.
          Como destaques: Alves, representando “Tiradentes”; Irene Batista, representando “Chica da Silva”; Antônio Cardoso, representando “Dom Pedro” e Helinho representando “J.K.”.

7º carro – “O Paraíso do Lalau”

          Os Acadêmicos de Santa Cruz encerra o seu desfile mostrando o nosso “Lalau” observando lá de cima o nosso Rio de Janeiro, representado na escultura da mulata na forma do pão de Açúcar, símbolo da nossa cidade. Como destaques: Jaciara, representando “Copacabana”; Marcos Vinícius, representando “Colóquio Marinho”, Lucília, “Praia e Sol”; Elizabeth, “Copacabana Boêmia” e Guinha, “Copacabana Noturna”.

José Félix

Roteiro:

  • Comissão de frente: Mulher brasileira

  • Abre-alas – Destaques
              Sivuca Malta – Fantasia: Espanhola
              Sueli – Fantasia: Miss Campeonato
              Edna – Fantasia: O Show

I parte – Copacabana

  • Praia, sol e pipas – Ala Juca e Nicolau

  • Copacabana – Ala do Aranha

  • Boêmios – Ala da Simpatia

  • Jornalistas – Ala dos artistas

  • Malandrinhos – Ala da Sueli-Cabuçu

II parte – A obra – Os personagens

  • 1ª alegoria – A imprensa
    Bailarina – Neusa – Destaque feminino
    Anos dourados – Maridalva Siqueira – destaque feminino
    Noite – Cecília S. Viana – Destaque feminino

  • Músicos de Jazz – Ala só falta você

  • MPB – Ala da Cecília

  • Altamirando – Ala Sente o peso

  • Rosamundo – Ala Rosamundo

  • 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira– Jorge Bossa Nova e Glaucia

  • Rainha de Bateria – Vera Benévolo

  • Personagens de Stanislaw – Bateria

III Parte – FEBEAPÁ

  • 2ª alegoria – FEBEAPÁ
              A redentora – Destaque feminino
              A redentora – Paulo César – Destaque masculino
              Feiticeira do febeapá – Maria Lúcia – Destaque feminino
              “Otoridade” – Destaque masculino

  • Tias Zulmiras – Alas das baianas

  • Besteiras – Ala da Ingá

  • Anos “60” – Ala avenida

  • “Otoridade” – Luiz Carlos – Destaque masculino

  • “Otoridades” – Ala metido a besta

  • A redentora – Ala da Ana Luiza e Elenice

  • Marajás e propinas – Ala do Celso

IV Parte – “As Certinhas do Lalau”

  • 3ª alegoria – Boite Sacha’s
              Apoteose noturna – Zilda Pereira – Destaque feminino
              Café Soçaite – Margareth – destaque feminino
              Rei da noite – Jhouse fair – Destaque masculino

  • Show noturno – Grupo Kizumba

  • Mulheres em exaltação – Grupo xodó

  • Bailarinas – ala das panteras

  • Grupo show – as dez amigas/Lidia

  • Grupo show – Ala Nicolau Darze

  • Teatro de revistas – Ala samba-show

  • 2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira – Jorginho e Natalinha

  • Copacabana infantil – ala das crianças

  • 4ª alegoria – As Certinhas do lalau
              A certinha do Lalau – destaque feminino
              A fototeca do Lalau – destaque feminino
              A fototeca do Lalau – destaque feminino
              A fototeca do Lalau – destaque feminino
              A fototeca do Lalau – destaque feminino
              A fototeca do Lalau – destaque feminino
              A fototeca do Lalau – destaque feminino
              A fototeca do Lalau – destaque feminino

V Parte: “Samba do Crioulo doido”

  • Índios – Ala Carlinhos e Celso

  • Escravos – Ala do Gavião

  • Damas da Noite – Ala Nicolau Darze

  • Tiradentes – Ala da Neusa

  • 5ª alegoria: Samba do Crioulo doido
              Tiradentes – Alves – Destaque masculino
              Xica da Silva – Irene batista – Destaque feminino
              D. Pedro – Antônio Cardoso – Destaque masculino
              J.K. – Helinho – Destaque masculino

  • Pajens da Xica da Silva – Ala Jorge Bigode

  • D. Pedro’s – Ala da boêmia

  • JK’s – Ala Inocentes

  • Crioulos doidos – Ala do Artur

  • 6ª alegoria: Paraíso do Lalau
              Copacabana – Jaciara Amaral – Destaque feminino
              Praia e Sol – Lucília – Destaque feminino
              Copacabana Boêmia – Graça – destaque feminino
              Colóquio Marinho – Marcus Vinicius – Destaque masculino
              Copacabana Noturna – Guinha – Destaque feminino

 

SAMBA ENREDO                                              1989
Enredo     Stanislaw, uma história sem final
Compositores     Nei, Daguinho, Edinho e Cuca
Exaltando a passarela
A Santa Cruz vem homenagear

Sérgio Porto
E suas obras imortais vamos cantar
É a saudade que ficou em seu lugar

Nasceu em Copacabana
Conheceu lindas mulheres
Todas elas conquistou
E nas muitas noites de orgia
Foi gozador e fez da vida poesia

Tia Zulmira
Stanislaw sempre exaltou
E fez do crioulo doido
Uma obra de valor

Senhor ministro vou lhe diplomar
Vais receber o "Febeapá"
Você falou, eu vou morrer de rir
Quem deve ao Brasil é o FMI

Quem não tem quiabo
Não oferece caruru
Disse assim o jornalista
No meio do sururu

É alegria, é simpatia, é carnaval
O poeta hoje conta uma história sem final