De Quatro em Quatro
eu chego lá
Sinopse:
Quatro
As significações simbólicas do quatro se ligam às do quadrado e da
cruz. Desde as épocas vizinhas da pré-história, o 4 foi utilizado
para significar o sólido, o tangível, o sensível. Sua relação com a
cruz fazia dele um símbolo incomparável de plenitude, de
universalidade, um símbolo totalizador. O cruzamento de um meridiano
e de um paralelo divide a Terra em quatro setores. Em todos os
continentes, chefes e reis são chamados: Senhores dos quatro
mares... dos quatro sóis... das quatro partes do mundo...etc.: o que
pode significar, ao mesmo tempo, a extensão da superfície de seu
poder e a totalidade desse poder sobre todos os atos de seus
súditos. Existem quatro pontos cardeais, quatro ventos, quatro pilares do
Universo, quatro fases da lua, quatro estações, quatro elementos,
quatro humores, quatro rios do Paraíso, quatro letras no nome de
Deus e no primeiro homem (Adão), quatro braços da cruz, quatro
Evangelistas etc. O quatro designa o primeiro quadrado e a década; a
tétrade pitagórica é produzida pela adição dos quatro primeiros
números (1+2+3+4). O quatro simboliza o terrestre, a totalidade do
criador e do revelado. Essa totalidade do criado é ao mesmo tempo a totalidade do
perecível. É singular que a mesma palavra shi signifique em japonês
quatro e morte. Por isso os japoneses evitam com cuidado pronunciar
essa palavra: substituem-na na vida cotidiana por Yo ou Yon.
Número sagrado no Veda, que é dividido em quatro partes (Hinos,
Sortilégios, Liturgias, Especulações). O homem também se compõe do
quadrado de quatro, 16 partes, segundo o Chandogya Ypanixades, assim
como a magia do Soma, que comporta 16 recitações; ou ainda como o
ensinamento sobre o Brama, que é distribuído em quatro partes
correspondentes aos quatro domínios do universo: as regiões do
espaço, os mundos, as luzes, os sentidos. Aquele que, sabendo assim,
conhece esta quarta parte do Brama, ou quatro das décimas sextas
partes, que são luz, este brilha neste mundo. Conquista mundos
luminosos quem, sabendo assim conhece a quarta parte do Brama, ou
quatro das décimas sextas partes, que são luz (VEDV,388). Quando ele
sabe as quartas partes do Brama, ou quatro vezes quatro décimas
sextas partes, o discípulo ou iniciado conhece toda a ciência do
mestre. O quatro se revela também aqui, com seus múltiplos e
divisores, o símbolo da totalidade. Na Bíblia, e especialmente no Apocalipse, este número sugere ainda a
idéia de universalidade: os quatro vivos constituem o conjunto dos
vivos no mundo da luz (têm constelação de olhos). Os quatro
cavaleiros trazem as quatro pragas principais. As quatro cores dos
cavalos correspondem às cores dos pontos cardeais e do dia, para
mostrar a universalidade da ação no espaço e no tempo: branco é o
leste e a autora; vermelho é o sul e o meio-dia o verde-mar, o oeste
e o crepúsculo; preto, o Norte e a noite. Os quatro anjos
destruidores de pé nos quatro cantos da terra; os quatro rios do
paraíso; as quatro muralhas da Jerusalém celeste que fazem face aos
quatro orientes: os quatro campos das dozes tribos de Israel
(Números, 2); os quatro emblemas das tribos, uma para cada grupo de
três, o leão, o homem, o touro, a águia, as quatro letras do nome
divino YHVH, cada uma correspondendo a um desses emblemas, segundo
uma tradição judaica: Y ao homem, H ao leão, V ao touro, o segundo H
à águia. Os quatro Evangelistas: Segundo São Irineu, não podia haver
nem mais, nem menos; e cada um dos emblemas das tribos de Israel foi
atribuído a cada um deles, numa conformidade bastante singular com
as características de seus Evangelhos: o leão a Marcos, o homem a
Mateus, o touro a Lucas, a águia a João. Esses animais por outro
lado, correspondem às quatro constelações cardeais da faixa
zodiacal: o Touro, o Leão, o Homem e a águia. Todos esses
quaternários exprimem uma totalidade. O Homem pré–histórico, e quem não andou de 4?
Há cerca de um milhão de anos, o homem deixou de ser um animal
quando passou a caminhar sobre os pés e ter inteligência para
fabricar rudimentares objetos de pedra. Os australopitecos, um grupo
que derivou dos primeiros hominídeos, não mais caminhou sobre quatro
patas. A grande característica que une os diversos tipos de homem primitivo
que deram origem ao homem moderno é o fato de terem sido seres
ambientais. Em cada ambiente, o homem primitivo criava um modo de
viver e uma tecnologia apropriada de região em que estava vivendo,
explorando os recursos naturais pra suprir suas necessidades. Dessa
forma colonizaram desertos, inventaram embarcações para conquistar
os mares, e dominaram montanhas. E foi isso que serviu de base para
as diversas culturas humanas, como as que conhecemos hoje em dia.
São quatro os elementos da natureza: Água-ar-fogo-terra
Para os gregos, bem como para a maioria das tradições, os elementos
são em número de quatro: a água, o ar, o fogo, a terra. Mas não são
de modo algum irredutíveis entre si; ao contrário, transformam-se
uns nos outros (Platão, Timeu). E até mesmo procedem uns dos outros,
com um rigor que alcança o dos raciocínios matemáticos. Por isso, no
Timeu a teoria desses elementos está ligada à das idéias e nos
Números, como também à da Participação, que está no cerne da
dialética platônica. Cada um desses elementos subdivide-se em
variedades, segundo as medidas da participação e das misturas. Assim
sendo, pode-se distinguir três espécies de fogo: a chama ardente, a
luz e os resíduos incandescentes da chama. Havia um quinto elemento
que se podia ligar tanto ao ar quanto ao fogo: o éter. A pirâmide tem quatro lados, a esfinge quatro patas.
No Egito são prodigiosas construções de pedra em forma de leão
deitado, com cabeça humana e olhar enigmático saindo da juba. A mais
famosa encontra-se no prolongamento da pirâmide de Quéfren, próxima
ao Templo do vale, nas cercanias das mastabas e das pirâmides de
Gizé, que deitam as suas sombras sobre a imensidão do deserto. A
Esfinge sempre guarda essas necrópoles gigantes; o seu rosto pintado
de vermelho contempla o único ponto no horizonte onde nasce o sol. É
a guardiã das entradas proibidas e das múmias reais; escuta o canto
dos planetas; à beira das eternidades, vela sobre tudo o que foi e
tudo o que será; vê correr, ao longe, os Nilos celestes e navegar as
barcas solares. São quatro as figuras estranhas que lembram os “Karibus” assírios,
que guardavam o Palácio da Babilônia. Na visão de Ezequiel, que remonta a aproximadamente 593 antes de
nossa era, observa-se já esta extraordinária simbologia... Discerni
como que quatro animais, cujo aspecto era o seguinte: tinham uma
forma humana: tinham cada um quatro faces e cada um quatro asas...
Suas faces estavam viradas para as quatro direções... Tinham uma
face de homem, e todos os quatro tinham uma face de leão à direita,
uma face de touro à esquerda... E uma face de águia. Os exegetas
vêem aí o símbolo da mobilidade, da ubiqüidade espirituais de Jeová,
que não está vinculado apenas ao templo de Jerusalém, mas assegura
sua presença a todos os seus fiéis, qualquer que seja a direção de
seu exílio. Os mesmo exegetas observam que essas figuras estranhas
da visão de Ezequiel lembram os Karibu Assírios (cujo nome
corresponde aos Querubins da arca, v. Êxodo, 25, 18), seres de
cabeça humana, corpo de leão, patas de touro e asas de águia, cujas
estátuas guardavam o palácio da Babilônia. A cruz tem quatro lados, é o símbolo da glória eterna e da primeira
missa no Brasil A cruz é um dos símbolos cuja presença é atestada desde a mais alta
Antiguidade: No Egito, na China, em Cnossos, Creta, onde se
encontrou uma cruz de mármore do século XV a. C. A cruz é o terceiro
dos quaro símbolos fundamentais, juntamente com o centro, o círculo
e o quadrado. Ela estabelece uma relação de suas duas linhas retas,
que coincide com o centro, ela abre o centro para o exterior;
inscreve-se no círculo, que divide em quatro segmentos; engendra o
quadrado e o triângulo, quando suas extremidades são ligadas por
quatro linhas retas. A simbologia mais complexa deriva dessas
singelas observações: foram elas que deram origem à linguagem mais
rica e mais universal. Como o quadrado, a cruz simboliza a terra;
mais exprime dela aspectos intermediários, dinâmicos e sutis. A
simbólica do quatro está ligada, em grande parte, à da cruz,
principalmente ao fato de que ela designa um certo jogo de relações
no interior do quatro e do quadrado. A cruz é o mais totalizante dos
símbolos. São quatro as estações do ano: primavera-verão-outono-inverno
As estações foram representadas de modo diverso nas artes: a
primavera, por um cordeiro, um cabrito, um arbusto, guirlandas de
flores; o verão por um dragão cuspindo fogo, um feixe de trigo, uma
foice; o outono, por uma lebre, parras, cornucópias de abundância
transbordantes de frutos; o inverno, por uma salamandra, um pato
selvagem, o fogo na lareira, etc.
Observação: Urso polar e neve.
A primavera é considerada a Hermes, o mensageiro dos deuses; o verão
a Apolo, o deus solar; o outono, a Dionísio, o deus do vinho; o
inverno, a Hefestos, o deus das artes do fogo e dos metais. A
sucessão das estações, assim como a das fases da lua, marca o ritmo
da vida, as etapas de um ciclo de desenvolvimento: nascimento,
formação, maturidade, declínio ciclo que se ajusta tanto aos seres
humanos quanto a suas sociedades e civilizações. Ilustra,
igualmente, o mito do eterno retorno. Simboliza a alternância
cíclica e os perpétuos reinícios. São quatro as fases da lua: cheia-minguante-nova-crescente
É em correlação com o simbolismo do Sol que se manifesta o da Lua.
Suas duas características mais fundamentais derivam, de um lado, de
a Lua ser privada de luz própria e não passar de um reflexo do Sol;
de outro lado, de a Lua atravessar fases diferentes e mudanças de
forma. É por isso que ela simboliza a dependência e o princípio
feminino (salvo exceção), assim como a periodicidade e a renovação.
Nessa dupla qualificação, ela é símbolo de transformação e
crescimento (crescente da Lua). A Lua é um símbolo dos ritmos biológicos: Astro que cresce, decresce
e desaparece, cuja vida depende da lei universal do vir-a-ser, do
nascimento e da morte... A Lua conhece uma história patética,
semelhante à do homem... Mas sua morte nunca é definitiva... Este
eterno retorno às suas formas iniciais, esta periodicidade sem fim
fazem com que a lua seja por excelência o astro dos ritmos da
vida... Ela controla todos os planos cósmicos regidos pela lei do
vir-a-ser cíclico: águas, chuva, vegetação, fertilidade...
São quatro os naipes do baralho Copa, Ouro, paus, Espada. O trevo da sorte tem quatro folhas.
Adágios Populares Tem gente que tem 4 olhos. Bêbado não faz 4.
Observação: A mesa tem 4 pernas, a cadeira idem e o carro 4 rodas; segredo
é para 4 paredes. São quatro os cavaleiros do Apocalipse
E havendo o cordeiro ao aberto um dos selos olhei e ouvi um dos
quatro animais, que dizia como em voz de trovão: vem e vê.
E olheis e eis um cavalo branco e o que estava assentado sobre ele
tinha um arco: e foi lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso para
vencer. E, havendo aberto um segundo selo, eu vi o segundo animal, dizendo:
vem e vê. E saiu outro cavalo, vermelho: e ao que estava assentado sobre ele
foi dado que tirasse a paz da Terra, e que matasse uns aos outros; e
foi-lhe dada uma grande espada. E havendo aberto o terceiro selo ouvi dizer ao terceiro animal: vem
e vê. E olhei e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava
assentado tinha uma balança na mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais que dizia: uma medida de
trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e
não danifiquem o azeite e o vinho. E havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal que
dizia: Vem e vê; e olhei, e eis um cavalo amarelo e o que estava assentado
sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes
dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com
fome, e com peste, e com as feras da terra. Pra tudo se acabar na quarta-feira
Quarta-feira dia consagrado a “Iansã, senhora dos Raios, da
Tempestade, dos Relâmpagos e dos Trovões”.
Albeci Pereira e Ney Ayan
Roteiro de desfile:
Alegoria
1:
Carro da Pré-História -
A descoberta do homem através do 4. Alegoria
2:
Carro dos 4 elementos da Natureza -
Água, fogo, terra e ar Alegoria
3:
Carro do Egito -
Avenida das Esfinges e as pirâmides sagradas Alegoria
4:
Cassino -Os 4 naipes do baralho, a sorte do trevo de 4 folhas
Alegoria
5:
Primavera e Verão -
As duas estações Alegoria
6:
Outono e Inverno -
As duas estações Alegoria
7:
A Primeira Missa -
O símbolo mais totalitário de todos os símbolos (a cruz) Alegoria
8:
O Bar -
A irreverência popular onde o bêbado não faz o 4 Alegoria
9:
Cavalheiros do Apocalipse -
Os cavalheiros do apocalipse Alegoria
10:
Iansã -
Ritos africanos, a 4ª feira e as forças da natureza
-
Ala
01:
Australopitecos -
Homem macaco
-
Ala
02:
Homo Sapiens -
Homem que já sabia
-
Ala
03:
Água -
Elemento da natureza
-
Ala
04:
Fogo -
Elemento da natureza
-
Ala
05:
Terra -
Elemento da natureza
-
Ala
06:
Ar -
Elemento da natureza
-
Ala
07:
Esfinge -
Esfinge guardiã
-
Ala
08:
Faraó -
Egito
-
Ala
09:
Caribus -
Figuras estranhas
-
Ala
10:
Assirius -
Babilônia
-
Ala
11:
Bateria -
Naipes do baralho
-
Ala
12:
Trevo -
Crianças
-
Ala
13:
Naipes do baralho -
Baralho
-
Ala
14:
Primavera - Uma das estações
-
Ala
15:
Verão - Uma das estações
-
Ala
16:
Outono - Uma das estações
-
Ala
17:
Inverno - Uma das estações
-
Ala
18 (Baianas):
Primavera -
Ala das baianas
-
Ala
19:
Lua:
Fases da Lua
-
Ala
20:
Índios -
Assistem a 1ª missa
-
Ala
21:
Bêbado -
Bêbado não faz o 4
-
Ala
22:
Cavaleiros do apocalipse -
Paz e Guerra
-
Ala
23:
Cavaleiros do apocalipse -
Justiça e Morte
-
Ala
24: Iansã -
Iansã
-
Ala
25:
Guerreiros Iansã -
Guerreiros da Iansã
-
Ala
26:
Escravos Iansã -
Escravos da Iansã
-
Ala
27:
Bloco -
4ª feira de cinzas
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