A rota dos mercadores
Objetivo:
Descrever a importância exercida na Rota dos Mercadores na evolução
através dos tempos.
Introdução:
Devido à importância da relação de troca no processo de
desenvolvimento do Homem, o principal objetivo deste enredo é
apresentar por uma perspectiva histórica, as etapas determinantes
que a Rota dos Mercadores contribuiu e contribuem de alguma forma no
seu desenvolvimento.
Procurou-se na medida do possível apresentar a Rota dos Mercadores
em ordem cronológica. Entretanto podem ocorrer situações em que esta
ordem fique sobreposta, mas este fato não prejudica a visualização e
desenvolvimento do enredo, uma vez que, mais importante é o
conteúdo.
Desenvolvimento:
Desde os primórdios da civilização, o Homem tem andado pelo mundo a
procura de encontra em outros lugares artigos para suprir as suas
mais diversas necessidades.
Em razão disto toma contato com outras culturas permitindo com isso
a sua evolução.
Nesta procura ele encontra civilizações que tiveram grande
importância para o seu desenvolvimento. Sendo como povos mercadores
ou como produtores de mercadorias para troca.
A princípio o processo de troca era feito de tal forma que não havia
nenhum bem intermediário como meio de pagamento e as trocas se
realizavam numa permuta de mercadoria por mercadoria. Como isso
dificultava imensamente as transações, principalmente devido a
dificuldade de equivalência dos bens trocados, passou-se a desdobrar
a troca pura e simples num trinômio de mercadoria – moeda –
mercadoria.
Como as necessidades de produtos não são supridas em único lugar,
sai o Homem, mercador, procurando de Mercado em Mercado pela Terra,
Mercadoria.
Nesta procura, tomando como de partida a Fenícia, que entre o século
XII a.C e fim do século VII a.C, em decorrência da situação
geográfica e das caravanas que chegavam a seus portos, acumulava uma
grande quantidade de produtos a serem comercializados, o Homem vai
encontrar neste povo, uma extraordinária habilidade para as técnicas
artesanais onde desenvolveram a elaboração de tinturas (púrpura)
através de molusco e a confecção de artigos de luxo como perfumes,
jóias, objetos de vidro e móveis.
Comercializavam não só por conta própria, como também a serviço de
outros povos, e é este povo que aventurando-se por todo Mediterrâneo
aperfeiçoa as técnicas de navegação, estabelece um sistema de
comércio internacional e difunde o alfabeto (com 22 símbolos),
simplificando a escrita até então já existente.
Continuando a sua busca ele chega a Pérsia onde encontra toda uma
vasta produção artística, seja na arquitetura, nos baixos e
altos-relevos; na estatuária, na tecelagem, onde encontramos os
tapetes e joalheria.
Toda esta produção artística persa é fruto da fusão das suas
próprias concepções estéticas com as dos povos com que eles entrarem
em contato.
Das diversas partes do continente africano o Homem encontra cereais,
açúcar, marfim, produtos exóticos e raros, tintura, ouro e escravos.
Na enigmática Índia ele busca os artigos de luxo, tecidos orientais,
objetos de marfim, jóias e as famosas especiarias: cravo, pimenta,
canela, noz-moscada, etc.
Tecidos finos, seda, porcelana e lapidação de pedras semipreciosas
eram encontradas na lendária China.
A comercialização da seda foi tão importante que a rota utilizada
pelos Mercadores era conhecida como a Rota da Seda, que era
protegida ao seu longo, contra as incursões nômades, garantindo com
isso o contato com a Ásia Central e daí com o Oriente.
No século XIII quando teve o grande desenvolvimento das cidades,
Veneza cria um grande império comercial explorando o Mediterrâneo.
Em decorrência disto consegue o monopólio da produção de espelhos,
utilizando na produção técnica vinda do Oriente.
Deste modo esta cidade torna-se grande centro de Mercado.
Com a descoberta do novo continente, as Américas, que é fruto da
necessidade de superar as crises que atingiram o século XIV e início
do século XV, o Homem chega em busca dos metais nobres e tinturas, e
trazem consigo a cana de açúcar e o fumo para nova terra.
Com o passar dos tempos, o mercado, lugar físico onde eram
realizadas as trocas, vai perdendo sua importância econômica.
Entretanto continua desempenhando papel fundamental no processo de
troca direta do Homem com o Homem.
Em razão disto vamos encontra pelo mundo lugares pitorescos, onde
permanece até hoje o romantismo dos antigos mercados. O contato
vendedor comprador, como o mercado das Pulgas, em Paris, o mercado
de Marrakech, no Marrocos, e, no Brasil vários mercados se
destacaram entre eles citamos o da Praça XV, no Rio de Janeiro,
Mercado Modelo em Salvador e Ver o Peso, em Belém do Pará.
Não podemos esquecer que as feiras livres existentes no Brasil, são
também exemplos de mercado.
O tempo aliado à evolução, muda a característica com relação a
procura de mercadorias, as especiarias e porcelanas vão dar lugar
aos produtos eletroeletrônicos e carros. Mas não muda a busca do
homem pelo Mercado, causando com isso um deslocamento no eixo
comercial.
O passar dos anos e o crescimento das cidades vai fazendo que o
espaço destinado aos mercados fique reduzido, isto obriga que os
grandes mercados se desfaçam e os mercadores passam a ocupar lojas
espalhadas pelas grandes cidades.
O Homem moderno na sua constante batalha contra o tempo recria na
figura dos SHOPPINGS CENTER, onde em um único espaço consegue
encontrar o que necessita.
É o eterno mercador em busca de uma nova rota para negociar a
Mercadoria.
Albeci Pereira |