Papel
- Das Origens à Folia - História, Arte e Magia
Justificativa
do Enredo:
O
G.R.E.S. Acadêmicos de Santa Cruz, reafirmando as suas características
de Escola preocupada e empenhada em divulgar cultura, personalidades
e acontecimentos registrados na História da Humanidade, vem, através
de seu enredo, apresentar uma das mais importantes invenções do homem
- O Papel.
Cruzando
mares e atravessando o tempo, o papel nunca deixou de acompanhar o
homem e ser por ele utilizado. Desde as suas origens tem sido de importância
fundamental no desenvolvimento cultural e industrial da Humanidade.
A
invenção do papel, segundo alguns historiadores, só é comparável à
invenção da roda.
Oriente
e Ocidente no Surgimento do Papel
Em
105 d.C., a China foi a pioneira na fabricação do papel feito com
fibras vegetais e trapos de seda, originando uma das maiores revoluções
tecnológicos da História da Humanidade.
Essa
mistura de vegetais e trapos era triturada e cozida, sendo depois
colocada para secar estendida em tramas de bambu. Processo esse que
serve de base para a fabricação do papel até os dias de hoje.
Entretanto,
esta arte se difundiu com lentidão, pois os chineses mantiveram Por
muito tempo o segredo desta técnica dentro de suas fronteiras.
Apesar
do cuidado, cerca de 600 anos depois de sua invenção, o segredo da
fabricação do papel foi revelado ao Japão.
Mais
ou menos na mesma época., os árabes aprisionaram alguns chineses,
trocando a liberdade deles pela revelação do processo de obtenção
do papel. Assim, rompeu-se o monopólio chinês e inicio a produção
de papel em Bagdá (795 d.C.,). A indústria floresceu na cidade até
o século XV, sendo inclusive exportado ao Ocidente.
Logo
a fabricação papeleira estendeu-se até a Europa, chegando à Espanha,
onde foi instalada a primeira fábrica, que passou a produzir papel
em maior escala.
No
século XVI, os holandeses inventaram uma máquina, conhecida como "Holandesa",
que permitia desintegrar tropas, transformando-os em fibras e, facilitando
assim, a produção do papel. Esta é a idéia básica das máquinas atuais.
Portugal
também já produzia o papel, visto que a Carta de Pero Vaz de Caminha
foi escrita em 1500.
No
Brasil, a primeira fábrica surgiu em 1810, com a chegada da família
real portuguesa.
Histórico do Enredo
As Origens do Papel - Antecedentes:
Antes
da invenção do papel, o homem se utiliza de diversos materiais para
se expressar através de desenhos e da escrita.
Os
esquimós utilizavam ossos de baleia e dentes de faca; os chineses
escreviam em conchas e em cascos de tartaruga.
A
matéria-prima mais famosa e próxima do papel, utilizada como base
para a escrita, foi o papiro.
Por
volta de 3000 ª C., às margens do Rio Nilo no Egito, o homem começou
a utilizar uma planta chamada "papiro" como suporte para
a sua comunicação.
Os
egípcios extraíam finas lascas do talo do papiro, esmagavam–nas, entrelaçavam-nas
e, após constituída a trama, banhavam–na com um óleo para torná-la
mais resistente. Essa fabricação foi uma das mais típicas atividades
dos antigos egípcios.
Os
papiros primavam pela consistência admirável e resistiram ao tempo.
Milhares de documentos egípcios chegaram até os nossos dias.
O
papiro pode ser considerado a forma mais rudimentar do papel.
O Papel da Cultura
O
fato que deu grande impulso à fabrica do papel foi, sem dúvida, a
invenção da imprensa, que gerou um grande ressurgimento intelectual,
incentivando às letras e às artes.
As
publicações literárias e informativas tornaram–se mais acessíveis.
O conhecimento científico e cultural expandiu–se pelo mundo através
do veículo chamado papel.
O
papel passou a ser parte integrante da vida do homem, identificando-o
e cercando–o durante o seu crescimento.
Ao
nascer, o homem recebe uma certidão para atesta-lhe a existência.
Durante todo o seu percurso pela face da Terra, imprescindíveis papéis
são anexados à vida humana: Carteira de Vacinação, Cadernos, Livros,
Boletim escolar, Carteira de Identidade, Título de Eleitor, Carteira
de Trabalho e muito outros.
Ainda
que inúmeros meios de comunicação tenham sido criado, o homem continua
mantendo contado com seus semelhantes por meio de cartas, telegramas,
postais e cartões.
Muito
cedo aprende–se a dar valor a um papel especial e raro: o perseguido
papel-moeda. Cobiçado e venerado, em torno dele o mundo gira.
Dobrando
e desdobrando faz surgir barquinhos, chapéus e toda a espécie de animais.
Colando
papéis coloridos, o homem faz voar seus sonhos. E, se entregando a
esses sonhos, busca a sorte nos bichos e nas cartas de baralho.
Maravilhado,
descobre que o papel é uma grande caixa de surpresas.
Dos Moinhos de Papel à Reciclagem
Até
o fim do século XVIII, a fabricação do papel era totalmente artesanal
. os moinhos eram oficinas primitivas e as folhas de papel eram feitas
uma a uma, em quantidade bastante reduzidas.
Por
volta de 1850, os países produtores passaram a utilizar matéria-prima
extraída das árvores.
A
técnica barateou o custo de fabricação. No entanto, a poluição do
ar resultante desse processo e a derrubada desenfreada das árvores
forçou a decretação de leis ambientais, visando o controle do desmatamento
e o reflorestamento obrigatório.
A
indústria papeleira do Brasil, consciente das suas responsabilidades
perante às gerações futuras, executa e incentiva inúmeros projetos
de reciclagem, no intuito de preservar as florestas e o meio-ambiente.
Hoje,
além da celulose, utiliza–se a cana-de-açúcar, o algodão, o linho
e outros vegetais na fabricação do papel.
Para
cada tonelada de papel reciclado poupa-se cerca de 20 árvores e muita
energia.
O Papel do Carnaval
Presente
em todos os momentos, nas mais diferentes situações, o papel não poderia
deixar de participar da folia do Carnaval.
Quando
os salões da cidade se enchem de foliões, confetes e serpentinas dão
colorido à animação.
Nos
antigos carnavais, nas batalhas de rua ou à beira-mar, passeavam diabinhos,
morcegos, pretos-velhos e caveiras, exibindo assustadoras de papel
machê. Aliás, estas últimas podendo representar o derradeiro papel
recebido pelo homem: a Certidão de Óbito.
Embora
o homem tenha alcançado enormes índices de desenvolvimento tecnológico
e cultural, ainda não conseguiu um substituto que desempenhe tantos
papéis, quanto o papel.
Resistindo
ao tempo, o papel provavelmente se tornará imortal.