Saber
mais sobre os aspectos históricos do Rio de Janeiro, seus acontecimentos
marcantes, seu desenvolvimento e sua cultura, é entrar pela porta da
frente de uma cidade que pode ser considerada a sala de visitas do Brasil.
Empenhado
em transformar seus carnavais em verdadeiros projetos culturais, o G.R.E.S.
Acadêmicos de Santa Cruz, através do enredo "Rio - Conquistas
e Glórias de uma cidade de histórias", faz da Avenida Marquês
de Sapucaí o seu palco de manifestações históricas e artísticas, para
revelar fatos e grandes administrações que fizeram do Rio de Janeiro
uma cidade próspera, mundialmente conhecida, atraente e culturalmente
diversificada.
A fundação da cidade
Logo
após o Descobrimento do Brasil, várias expedições de reconhecimento
e exploração partiram de Portugal com destino à costa brasileira.
A
primeira dessas expedições, a armada de Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio,
passou pelo Rio de Janeiro em 1º de janeiro de 1502, atribuindo o atual
nome à região.
Nos
anos posteriores, além dos portugueses, a beleza do local atraiu a cobiça
de outros navegantes aventureiros.
Atravessando
mares, os franceses comandados por Nicolau Durand de Villegagon pretendiam
fundar no Rio de Janeiro a França Antártica.
Tornaram-se
os donos da terra até que Mem de Sá, governador geral do Brasil, deu
início aos combates para destruí-los. Na esquadra de Mem de Sá vinha
Estácio de Sá, cuja missão era povoar o Rio de Janeiro. Entretanto,
não obteve sucesso na sua primeira tentativa de povoamento, pois encontrou
a região dominada por franceses e rebeldes índios Tamoios. Foi em busca
de reforços e, no dia 1º de março de 1565, Estácio de Sá retornou, desembarcando
entre os morros Cara de Cão e Pão de Açucar, subjugando os invasores
franceses e os índios inimigos. Ali edificou uma cerca de proteção a
quem chamou de São Sebastião.
Deu-se,
assim, a primeira fundação da cidade.
Durante
longos meses, os homens de Estácio de Sá enfrentaram dificuldades provenientes
das chuvas abundantes, escassez de provisões e ataques inimigos constantes.
Transmitindo
coragem e confiança, Estácio de Sá não deixou que os ânimos esmorecessem.
Enquanto aguardava a volta de Mem de Sá, a quem tinha pedido auxílio,
trabalhava dia e noite em defesa da povoação.
Ao
regressar, doente, Mem de Sá designou a Estácio de Sá o comando do ataque
aos inimigos.
A
luta foi intensa e ocasionou a morte do jovem e bravo comandante.
O
ano de 1567 assistiu à derrota definitiva dos franceses e à rendição
dos nativos rebeldes.
Graças
ao heroísmo de Estácio de Sá e aos esforços dos primeiros moradores,
puderam ser assentados os fundamentos da nova Cidade de São Sebastião
do Rio de Janeiro, transferida, agora, para o Morro do Castelo.
A evolução
A
primeira função urbana exercida pela cidade do Rio de Janeiro foi a
de porto. Servindo de ponto de abastecimento, abrigo e base de operações
de defesa do litoral sul da colônia, se destacou pela comercialização
da produção açucareira
No
século XVIII, durante o ciclo-do-ouro, a cidade prosperou devido à grande
circulação de metais preciosos, produtos alimentícios importados da
Europa e tráfico de escravos, pelo porto do Rio de Janeiro.
Para
melhor administrar e fiscalizar a atividade portuária e a circulação
de mercadorias, o governo português transferiu para o Rio de Janeiro
a sede do governo geral da colônia, em 1763. Com isso, a cidade foi
beneficiada por várias obras: aterro da lagoa que ocupava o atual Largo
da Carioca, a construção do aqueduto dos Arcos e a instalação do cais
da atual Praça XV de novembro.
O
ciclo do ouro durou pouco; cedeu lugar à cultura do café, que impediu
o esvaziamento econômico do porto do Rio de Janeiro e permitiu que a
cidade conquistasse a posição de principal centro urbano do país.
Durante
o período colonial a cidade teve muitos governadores, tornando-se um
dos focos de irradiação do expansionismo brasileiro.
Por
todo o século XVIII recebeu quantidades maciças de escravos negros.
Daí o predomínio da população negra e de sua influência cultural na
cidade.
A
vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro, em 1808, deu
novo impulso à cidade. Numerosos melhoramentos urbanos foram realizados,
como o calçamento de ruas, iluminação pública, abertura de armazéns
e casas de comércio.
Nascia
o progresso e germinava, através das iniciativas de D. João VI, a semente
da cultura.
Por
ordem do príncipe regente foram criados no Rio de Janeiro a primeira
agência bancária do Brasil, a primeira biblioteca pública ( a atual
Biblioteca Nacional), o Jardim Botânico, a Academia Militar e a Escola
Real de Ciências, Artes e Ofícios ( Academia Nacional de Belas Artes).
Nos trilhos do progresso
Depois
da Independência do Brasil, o progresso da cidade se acelerou, sob influência
de um novo elemento: a estrada de ferro, que possibilitou também a expansão
dos limites da cidade.
No
século XIX, a cidade teve um desenvolvimento surpreendente.
A
história da cidade - capital confundia-se com a história do país, pois
os principais acontecimentos políticos se passavam no Rio de Janeiro.
Os
cochos e diligências foram substituídos pelo bonde; os lampiões a gás
iluminavam as ruas, agora calçadas.
Começava
a ser desenhada a cultura carioca.
Com
a proibição do entrudo, surgiu o carnaval de rua.
O
desenvolvimento da imprensa e a instalação das primeiras linhas telefônicas
possibilitaram maior rapidez na divulgação das notícias e na transmissão
de conhecimentos.
O
período foi marcado por significativos acontecimentos políticos, sociais
e por mudanças nos costumes, acarretando a expansão do comércio e a
diversificação das opções de lazer.
A
instalação da primeira sala de cinema representou um grande passo na
cultura da cidade.
A
influência francesa dominava a vida carioca, que tinha como sonho de
consumo as mercadorias importadas de luxo.
A
bicicleta foi introduzida como alternativa de diversão.
O
crescimento da população fez com que a cidade se expandisse e, até as
áreas mais íngremes, até então desocupadas, passaram a ser povoadas,
dando origem às favelas.
A cidade se agiganta
Na
virada do século XIX / XX, o Rio de Janeiro se firmou no conceito universal
como uma das grandes cidades do mundo.
O
coração da nação pulsava no Rio, onde a política, a boemia e os intelectuais
tinham seu reduto.
As
ciências e os recursos tecnológicos faziam da cidade a vitrine moderna
do Brasil.
Grandes
vultos como Pereira Passos, Paulo de Frontin e Osvaldo Cruz deixaram
marcas na remodelação e saneamento da cidade e implantação de novos
hábitos de saúde.
O
Rio vivia intensamente a Belle Époque; as confeitarias se multiplicaram
e viraram pontos de encontros para o chá das cinco.
A
Batalha de Flores, uma apoteose à flora brasileira, cumpria o papel
de um evento de lazer e encantamento.
Mas
nada expressou melhor esta bela época carioca do que a construção da
Avenida Central, atual Av. Rio Branco, com suas dimensões revolucionárias.
Quando seus edifícios ficaram prontos, dentre eles o Teatro Municipal,
refletindo o máximo do bom gosto existente, o conceito de avenida se
completou e uma magnífica paisagem urbana passou a embelezar o Rio.
O
Rio de Janeiro tornou-se palco de esplêndidas virtudes e pólo aglutinador
dos modismos, das artes e das personalidades do mundo cultural e político.
A
cidade viveu intensamente a Era do Rádio e curvou-se diante da gigantesca
estátua do Redentor.
Sempre
promovendo a nacionalização do país, recebeu e acolheu de braços abertos
todos os brasileiros.
Mistura
de todas as culturas, é o sal do Brasil.
Toda
a riqueza folclórica e manifestações culturais são preservadas nesta
cidade, que incentiva e divulga todas as tradições regionais.
Hoje,
vivendo momentos de glória, de conquistas e com uma administração competente,
o Rio se orgulha de ser a capital da cultura nacional.
Aqui
nasceram e continuam nascendo grandes talentos das artes plásticas,
da literatura, da música, do teatro, do cinema e dos esportes.
A
cidade é um símbolo da vanguarda cultural.
O
Rio de Janeiro produz e reflete todos os progressos e vitórias da vida
brasileira.
Nesta
cidade se realizam todos os sonhos da nação.
Rosele Nicolau
Autora do Enredo