Ary
Barroso, o Mister Samba
Ari nasceu em Ubá (Minas Gerais). Órfão aos seis anos, passou a ser criado pela avó D. Gabriela e por uma tia, D. Rita. Durante muito tempo tia Ritinha ensinou piano ao menino.
Foi caixeiro de loja. com dezessete anos e quarenta contos de réis, herdados de um tio, Ary resolveu mudar-se para o Rio.
Nessa cidade, matriculou-se na Faculdade de Direito e dedicou-se a gastar sua herança nos melhores restaurantes, com as melhores bebidas e envergando as roupas mais elegantes. Os 40 contos de réis duraram pouco e Ary teve que trabalhar. Fazia fundo musical para filmes mudos.
Bom pianista, logo surgiram outras oportunidades em várias orquestras de nomes.
Mas saltando de orquestra em orquestra, Ary viu-se, de repente, sem emprego. Foi contratado pelo maestro, de São Paulo, para uma temporada em Santos e Poços de Caldas.
De volta ao Rio de Janeiro, o teatro Recreio o contratou para musicar futuras revistas.
Em 1929, Ary compôs a marchinha "Dá nela" com a qual venceu um concurso de músicas carnavalescas. Com o prêmio de 5 contos de réis, Ary pagou algumas dívidas e casou-se. Mas com o dinheiro que ganhava compondo e tocando piano não permitiria uma vida familiar folgada, Ary arranjou uma nomeação para Juiz Municipal de Nova Resende.
Quinze dias depois voltava ao Rio, não nascera para a vida forense. Estava definitivamente ligado à música.
"Rádio" - O principal veículo de seus múltiplos talentos
Ingressou na Rádio Philips. A princípio simples pianista, logo se tornaria locutor (inclusive esportivo, humorista e animador).
Foi para a Rádio Cruzeiro do Sul, nessa emissora lançou em 1937 seu famosos programa de calouros, que continuou na Tupi que recebia o nome de Gongo.
Em 1939, Ary compôs "AQUARELA DO BRASIL". Foi inclusive fundo musical de desenho animado de “Walt Disney”. Alô amigos, cujo o personagem principal era o hoje famoso “Zé Carioca”.
Ary ganhou notoriedade internacional c viu-se chamado a Hollywood para musicar novos filmes. Entusiasmado com as músicas de Ary, Disney mais tarde incluiu "NO TABULEIRO DA BAIANA". E OS "QUINDINS DE IAIÁ" no desenho "VOCÊ JÁ FOI À BAHIA?
Entrou na vida política, para a Câmara, levou seu talento e, para a política a mesma paixão que irradiava partidas de futebol.
Em pouco tempo se fez o locutor mais popular do Brasil, personalidade apaixonada, instigante e extrovertido, Ary foi além de grande músico, locutor esportivo de rádio como há poucos, pois passava ao microfone sua vivacidade pessoal, irradiado e comentando jogos de futebol com ilhamado entusiasmo e intensa mordacidade.
Esteve sempre na linha de frente na luta pêlos direitos autorais. Era conselheiro da "SBAT" (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais). Juntamente como outros compositores sentiram a necessidade de criar uma entidade que cuidasse especificamente dos autores das musicas. Assim foi o primeiro Presidente.
Pelo trabalho que realizou em defesa do direito autoral, foi aclamado Presidente de Honra e Conselheiro Perpétuo dessa entidade (S.B.A. C.E.N.) fundada anos depois.
Autor de incontáveis sucessos:
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Risque meu nome de seu caderno
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Mulher vamos deixar de intimidade
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Os quindins de laia
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Na baixa do sapateiro
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Morena boca de ouro, que me fez sofrer
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Encontrei meu pedaço na avenida de camisa amarela
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Hoje sou folha morta
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No coração da baiana tem?
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Brasil, meu Brasil brasileiro, Terra de samba e pandeiro.
Em 9 de fevereiro de 1964 - domingo de carnaval - morreu Ary Barroso. a notícia se espalha rapidamente.
Por um momento os tambores se calam, a escola de samba império Serrano - que homenageava Ary Barroso — hesita em entrar na Avenida.
Mas o carnaval não deve parar.
Ary mesmo não gostaria que parasse. A "Império Serrano" exibe sua aquarela do Brasil, o samba enredo da Império exaltava as belezas e grandezas do país.
Ary o compositor mais conhecido em seu país e fora dele.
Continua sendo por grandes e famosos intérpretes, que reconhecem seu extraordinário talento.
Cid Franco
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