Introdução:
O
Sol é o supremo controlador do tempo, e sobre seu curso o homem
regula o ritmo dos anos, dos dias, das horas.
Mas
se o relógio, esse maravilhoso engenho inventado pelo próprio homem
desaparecesse da face da terra, a civilização interromperia, por
certo, seu curso
1ª parte: A história
Muito
antes que o homem sentisse a necessidade de pautar e medir o ritmo
de seus dias, o sol se levantava e ia até o ocaso, assinalando no
quadrante do céu, as duas faces do tempo: o dia e a noite.
Foram,
provavelmente, os pastores patriarcais os primeiros a observar o
jogo de luzes e de sombra, como se o sol, em sua caminhada pelo
espaço, indicasse no terreno, com um pincel invisível, sua posição
no céu. Estas observações foram precursoras do primeiro relógio
de que os homens puderam dispor: a MERIDIANA (relógio de sol).
Parece
que os chineses já usavam a meridiana solar e que as antigas civilizações
egípcias e assiro-babilônia aperfeiçoaram o uso desse quadrante,
mas a documentação histórica atribui ao grego Anaximandro (anos
500 a.C.) a invenção de um relógio solar, concebido em bases realmente
científicas.
Por
mais elaborados que fossem, os relógios de Sol apresentavam uma
grande desvantagem: não podiam ser usados à noite ou a sombra. No
século XVI a.C. foi inventada a CLEPSIDRA (relógio de água), que
podia ser utilizado a qualquer hora. Nele a água pingava de vaso
para vaso, empregando 12 horas para transferir-se para o último.
Então surgiu o relógio de areia (Ampulheta), baseado no mesmo princípio:
encher ou esvaziar um recipiente a uma velocidade controlada. Nos
fins do século XVII surge o sinal do meio dia, no qual o canhão
disparava quando os raios solares concentravam-se no foco da lente
provocando a detonação.
O primeiro
relógio mecânico surgiu por volta do século XVIII de nossa era.
Acionado por um peso cadente (e não mais por água ou areia), ao
invés de indicar visualmente o tempo, esse instrumento tocava uma
nota num sino. Os primeiros relógios, numa determinada hora, avisavam
o sacristão, ou o vigia de uma comunidade a hora em que deveria
tocar o sino.
Todos
os relógios fabricados até cerca de 1475 eram acionados a peso e
se transportados, tinham que ser reajustados cuidadosamente.
Nesta
época inventou-se uma mola espiral para substituir o peso, o que
possibilitou a fabricação dos relógios portáteis e também dos relógios
de bolso. Os primeiros aparelhos movidos à mola eram apenas relógio
a peso modificado: ao invés de serem movidos por um peso que puxava
um fio ao redor do cilindro propulsor, possuíam um outro cilindro
(colocado abaixo do propulsor) munido de uma mola espiral que enrolava
o fio em volta dele. Ao contrário do peso, que possuía um movimento
absolutamente constante, a mola mestra não era uma fonte motora
suficientemente precisa, pois quando estirada ao máximo, sua força
era menor que no início do processo.
Para
resolver esse problema, os relojoeiros introduziram um dispositivo
conhecido como fuso, que fornecia a mola uma fonte motora realmente
constante. Outro grande avanço em matéria de precisão surgiu com
a invenção do relógio de pêndulo, cujo aperfeiçoamento procedeu-se
gradativamente até atingir a alta precisão. Em 1921 inventou-se
o relógio de pêndulo livre, que se constitui ainda hoje no mais
aperfeiçoado aparelho deste tipo.
2ª parte: A
hora certa
Com
o modernismo surgiram muitas espécies de relógios de vários modelos
e tamanho, sendo que alguns viraram monumentos, como o BIG BEN de
Londres, famoso pela arquitetura e por servir de referências aos
londrinos. Aqui no Brasil, exatamente no Rio de janeiro, temos o
relógio da estação D Pedro I (Central do Brasil) famoso por ter
um dos maiores quadrantes luminosos.
A eletricidade
encontrou naturalmente, e bem depressa, sua aplicação também no
relógio. A história atribui o mérito ao físico Hipp de Genebra,
aonde a indústria relojoeira já se vinha afirmando. O relógio elétrico
em sua forma mais comum é constituído de um regulador central, muito
preciso, que fecha a cada minuto um circuito elétrico, e sua maior
evolução foi à invenção do relógio de pilha seca, os relógios a
bateria substituíram com vantagem os modelos antigos movidos a peso
ou a mola. O mais preciso dos relógios a bateria é o de quartzo,
que consegue uma variação de apenas um segundo a cada trinta anos.
A cronometragem
cada vez mais exata obtida com os relógios mecânicos tornou evidente
dois fatos incômodos: um deles era que os dias variavam sua duração
através do ano; o outro, que o momento do pôr do sol variava conforme
a região, ocorrendo gradualmente mais cedo em direção leste e mais
tarde a oeste. O primeiro problema foi solucionado adotando‑se
as horas iguais mostradas pelos relógios. 0 segundo foi resolvido,
quando foi adotada a hora média de Greenwich na maior parte do mundo,
estabelecendo-se em comparação a ela, fusos horários para cada região.
Atualmente
os relógios são produzidos em grande quantidade por indústrias
do mundo todo, uma fábrica de despertadores chega a produzir
um relógio a cada minuto.
O relógio
passou a ser também um controlador do tempo, tudo gira em torno
das horas. No raiar de um novo dia começa o ritual dos despertadores
(relógio dotado de mecanismo para que soe em determinada hora),
com a missão de despertar as pessoas para os compromissos do dia.
Existem também os despertadores naturais, como por exemplo, os pássaros
e aves, que pontualmente acordam os habitantes de fazendas, sítios,
chácaras e etc. para suas tarefas diárias. O primeiro compromisso
do dia é o desjejum (café da manhã) e logo em seguida, todos saem
para trabalhar, com horário certo de expediente para ser cumprido;
enquanto isso as donas de casa correm contra o tempo para cumprir
as tarefas domésticas. Para as crianças não é diferente, o seu dia
é dividido entre o horário escolar e o das brincadeiras.
Ao meio
dia é chegada a hora sagrada, a hora do almoço, quando todos param
pelo menos por uma hora para se alimentar. À tarde continuam as
rotinas de compromissos, reuniões, encontros, consultas etc, tudo
com hora marcada. Mas nem só de compromissos vive o homem, existem
também as horas alegres, o lazer, porem controlados pelo tempo.
Com
a chegada da noite, não muda muito a escalada de compromissos, continua
o trabalho, a escola, a diversão, os encontros amorosos etc. Com
Todos mantendo o ritmo até chegar à hora do descanso, a hora de
dormir.
Jorge Mendes