FICHA TÉCNICA 2007

 

Carnavalesco     Severo Luzardo Filho
Diretor de Carnaval     André Felipe
Diretor de Harmonia     Francisco de Assis (Baiano)
Diretor de Evolução     Francisco de Assis (Baiano)
Diretor de Bateria     Luis Fernando
Puxador de Samba Enredo     Ednaldo de Lima, Duda e Doum
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Guga e Nathália
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Hipati e Thuani
Resp. Comissão de Frente     Denise Acquarone
Resp. Ala das Baianas     Dona Sebastiana
Resp. Ala das Crianças     Anderson Honorato
Resp. Galeria da Velha Guarda     Ubiracira de Oliveira

 

SINOPSE 2007

Licença vamos pedir, pra nossa folia brincar,
quem quiser entrar na dança, se assim lhe agradar!

Introdução:

          "Era uma vez o desejo de criar roupas diferentes. Roupas únicas, cheias de histórias, impregnadas de sorrisos e abraços. Roupas que trouxessem notícias do Brasil e de sua gente. Roupas que representassem atos e datas. Que mostrassem  motivações religiosas ou apenas contassem fatos históricos que tenham marcado a vida e a memória do povo.
          Era uma vez o desejo de construir uma nação em permanente transformação, embalada por muita folia e festança. Uma nação que carregasse a alegria de brincar dos folguedos populares e a riqueza das cores tropicais.
          Muitas surpresas e expressividades culturais autênticas rolaram ao longo dessa busca, muitas lendas, muitas cantigas, muitas danças...
          Ao olhar o caminho trilhado pelos folguedos populares, percebe-se o cuidado de pequenas mãos curiosas ao confeccionar cada peça, cada detalhe, cada modelagem. Vê-se também a intensa pesquisa que permeou o processo de criação de gestos e ritmos de forma personalíssima e encantadora.
          Este enredo traz notícias dessas nossas folias pela cultura popular brasileira."

Sinopse:

Setor I -  Andanças pelos caminhos da fé

          Folguedos são festas populares de caráter lúdico que se realizam anualmente, em datas determinadas.
          Traduzem-se em representação, espetáculos, por vezes, em cortejo.
          Bailados coletivos que, junto com obedecerem a um tema dado tradicional e caracterizador, respeitam o princípio formal das suítes, isto é, obra musical constituída pela seriação de várias peças coreográficas.
          Portanto, unindo música, teatro e boa comida, os folguedos expressam um imaginário rico em passagens da vida cotidiana de um povo simples. 
          É, antes de tudo, uma oportunidade onde se dança e canta os costumes herdados da sabedoria de nossos ancestrais. Sábios ensinamentos de um tempo que o próprio tempo se encarregou de deixar para trás, mas que nossa memória nega-se de esquecer.
          Além disso, estas festividades tiveram um papel essencial na integração entre índios e portugueses e, mais tarde, com os negros e outros grupos étnicos, estabelecendo o que podemos chamar de união de laços culturais.
          Inseridas dentro de um contexto religioso, estas festas foram portanto, muito importantes nas relações entre diferentes povos que colonizaram o Brasil. Esta polifonia cultural está arraigada até hoje.
          Uma representação dramática, a Cavalhada, foi introduzida, sob autorização da Coroa, pelos jesuítas com o objetivo de catequizar os índios e escravos africanos, mostrando nisto o poder da fé cristã. Por todo o Brasil encontramos as Cavalhadas sendo representadas, em diferentes épocas.
          Há hoje em São Paulo duas modalidades de cavalhadas. Aquelas que reelaboram os relatos das lutas de Carlos Magno e os Pares de França contra os Mouros (lutas de Mouros e Cristãos) estruturando-se simbolicamente a rivalidade em dois campos que se opõem, nas investidas que cada grupo faz ao campo adversário e na oposição das cores:  azul para os Cristãos e vermelho a dos Mouros. O conflito é acirrado com mortes, raptos, prisões, embaixadas e resgates.
          As festas em honra dos Reis Magos, também foram instituídas no Brasil pelos missionários catequistas, que encontraram nas cores distintas que caracterizavam aquelas figuras da história do Nascimento de Jesus, um ponto para a conversão dos elementos indígenas e negros à fé cristã.
          O Rei Bronzeado para os caboclos, o Rei Negro para os negros importados da África e o Rei Branco como elemento de adoração dos portugueses.
          O Maracatu é um cortejo real de tradição afro-brasileira, que desfila, especialmente, pelas ruas do Recife por ocasião do carnaval. Ele se origina das antigas festas de coroação de reis negros, eleitos e nomeados de reis do Congo, a partir dos fins do século XVII.
          Como um cortejo em desfile, o maracatu, no seu todo, não possui dança própria. Apenas as baianas nos seus ordenados trejeitos e balanceios, evocam as danças dos xangôs, cerimônias religiosas afro-brasileiras do Nordeste. E os caboclos, com arcos e flechas, machados e lanças, ora de cócoras, pulando, apontando as armas, recordam os passos dos caboclinhos, folguedo popular de caracterização indígena.
          Estas festas ainda, nos fazem reviver mitos e nos trazem ao palco da vida atual, cenas da história de um povo, contadas sob um moderno ponto de vista. São realmente, as primeiras conquistas do povo brasileiro, que nelas se vê e se representa em papéis ativos.

Setor II - A saga de um povo que brinca, ri e é feliz

          A manifestação dos Caboclinhos é uma representação do povo indígena e é, também, um dos mais antigos bailados populares do Brasil. Os caboclinhos preservam passos e danças nativas que se somaram às influências européias e negras.
          São grupos de homens e mulheres, com cocares de penas de ema, pavão e avestruz. São caboclos que evoluem nas ruas em duas filas, ao som dos estalidos secos das preacas - um objeto que reproduz o arco e a flecha e que emite um estalido quando percutido.
          Também dos indígenas, herdamos os Caiapós, Bugradas ou Caiapó. 
          São denominações de folguedos com temática indianista, calcada, sobretudo, na visão de um "índio idealizado".
          Da festa indígena, trago na força da lança a esperança de que existe um Deus entre nós. É o mito e a dança dos índios Caiapós.
          Atuam durante o ano todo nos diversos ciclos culturais, em especial no carnaval, e em festas dos santos padroeiros e de devoção popular, seguindo em cortejo pelas ruas das cidades, com paradas para dramatizações esquemáticas.
          Utilizando como base a música, a oralidade, as dança e o artesanato, vivenciamos experiências que favorecem o contato com a memória afetiva e a valorização da cultura regional popular.  Falamos de um brinquedo popular cantado e dançado, criando a possibilidade de ser inserido na apresentação de cortejos brincantes: o Pau-de-fitas.
          No Brasil, esta dança, é encontrada em vários estados, fazendo parte do repertório de grupos folclóricos de várias etnias. A apresentação desta dança é uma das mais bonitas do nosso folclore. Para o seu desenvolvimento é necessário um mastro com cerca de três metros de comprimento, encimado por um conjunto de largas fitas multicoloridas. Os dançadores, sempre em número par, seguram na extremidade de cada fita e, ao som de músicas características, giram em torno do mastro, revezando os pares de modo a compor trançados no próprio mastro, com variados e coloridos desenhos.
          Quem já viu sabe o que é: Congos ou Congadas. 
          São os folguedos populares no auto da fé. É a alma engalanada de um país inteiro, celeiro cultural do folclore brasileiro. Comumente aparecem na forma de préstitos (cortejos), os participantes cantando e dançando, em festas religiosas ou profanas, homenageando, de forma especial, São Benedito. Muitos destes folguedos cumprem também um papel auxiliar no catolicismo popular, ajudando tantos e tantos devotos a cumprir suas promessas. Sua instrumentação varia em cada região, havendo destaque para a percussão, sempre com muito peso estimulando muitos momentos de bailados vigorosos e manobras complicadas. Há congos de sainhas, com grande quantidade de caixas, com chapéus de fitas, com manejos de bastões e espadas (alguns grupos exibindo exemplares dos Exércitos dos tempos do Império e início da República).
          Em nome de Deus, andamos pelos caminhos da fé.  Essa fé que explica o sentido da vida e faz aceitar a morte. Sem perder o norte, apresentamos uma tradição fervorosa: a das festas religiosas dos Reisados. 
          Folias que,  ao lado de Ternos de Reis e Companhias de Pastores, são designativos de ranchos, grupos de pessoas que se deslocam acompanhando-se de cantos  instrumentos. São grupos que por devoção, por gosto ou função social peregrinam de casa em casa do dia de Natal até 6 de Janeiro. Em cantoria fazem uso de temas religiosos, da Profecia ao Nascimento de Jesus Menino, à Visita dos Reis Magos. Cumprem sempre, aproximadamente, os mesmos rituais de chegada e despedida, visitando os amigos e os devotos, atendendo pedidos, tirando promessas, (ajudando os devotos a cumprir suas promessas).
          A característica principal do reisado está no uso de muitos adereços, trajes com cores quentes e chapéus ricamente enfeitados com fitas coloridas e espelhinhos.
          Abrir os olhos, iluminar a inteligência com todos estes esplendores e maravilhas e deixar a alma enamorar-se, embevecer-se no encanto constante de surpreendentes revelações, de tão sublimes mistérios a ofertarem-se generosamente.
          Entre os bailados folclóricos da Amazônia podemos citar o das Pastorinhas. Esse é o único cujos componentes são em geral compostos por moças. Sua origem, com certeza, é portuguesa. Foi introduzida no Brasil no século XVI, pelos jesuítas, que para catequizarem os índios, elaboravam verdadeiras peças teatrais de representação do nascimento de Jesus. 
          Hoje, as Pastorinhas são acompanhadas de uma bandinha composta de violão, pandeiro, bombo e clarinete. As moças portam pandeiros primitivos, só com o arco enfeitado de rosas e fitas coloridas.
          As Pastorinhas também são conhecidas como "Filhas de Maria". 
          Nada no mundo a igualar em riqueza e variedade de temas à mercê de todas as inclinações, a seduzir todas as inspirações. 
          Este é o nosso Brasil! Celebrando a religiosidade. Exaltando das páginas da história, a fé e a esperança de um povo fiel e devoto, que crê num "Deus" infinito e santo. 
          Moçambiques ou maçambiques, são folguedos religiosos que homenageiam com suas músicas e suas danças seus santos padroeiros, sobretudo São Benedito e Nossa Senhora do Rosário. 
          Suas atuações caracterizam-se por manobras (evoluções) e manejos de bastões, por vezes complicados. Seu traço distintivo são os paiás, (carreiras de guizos) ou gungas (pequenos chocalhos de lata), atados aos tornozelos dos moçambiqueiros.
          A arte popular brasileira é espontânea, feita por homens e mulheres do povo que nunca freqüentaram escolas de arte, aprenderam com seus antepassados e vêem na arte, antes de mais nada, uma satisfação. Herança de geração em geração, a cultura popular sobrevive a movimentos artísticos e atravessa os séculos revelando o modo de viver de comunidades tradicionais, seus costumes, suas relações sociais, suas ligações com o sagrado e o profano.
          Folguedo existente no Brasil há 200 anos, o Ticumbi a cada ano apresenta um tema envolvido nos seus cânticos, bailados e evoluções nos seus passos coreográficos.
          No Ticumbi dois Reis negros lutam para ter o privilégio de realizar sozinho a festa de São Benedito, padroeiro dos negros do Brasil.  O rei Bamba é vencido pelo Rei Congo e por este é batizado, com toda a sua corte. Então todos dançam e cantam o Ticumbi.
          O Ticumbi tem um intuito nitidamente visível conversão e batismo de pagãos. 
          É folguedo pra cá, é folguedo pra lá, salve os festejos do Boi-Bumbá.
          O homem branco contou a história...os negros deram o ritmo com seus tambores... e os índios, residentes antigos da terra, trouxeram consigo a magia de sua dança. Como se vê o Boi-Bumbá é uma mistura de culturas, que uniram-se para criar um dos espetáculos mais belos desta terra.
          Mas, para nós, não existe nada de mais interessante, do que assistir ao desfile e exibição de um desses atordoantes "Bois-Bumbás", tão curiosos e tão admiravelmente descritos e estudados por vários escritores e etnólogos ilustres.
          No imenso mosaico que espelha a cultura do nosso povo, compreender e preservar as tradições é caminho para o fortalecimento de nossa identidade.
          E nos versos simples da antiga modinha, surge a grande magia do Bumba-meu-boi.

O meu boi morreu
Que será do mim
Mando buscar outro maninha
Lá no Piauí

          É o folguedo mais característico do Piauí, como de muitos estados brasileiros. Este folguedo surgiu da colonização das terras do Piauí em fins do século XVIII, com as primeiras doações de sesmarias feitas pelo Governador do Pernambuco. 
          O certo é que o nosso Boi originou-se mesmo no Nordeste, uma região colonizada através das fazendas de gado, onde o boi era o centro da sobrevivência local. E o Piauí é o estado onde esse relacionamento tomou-se mais íntimo. Daí a brincadeira do "Boi" estar revestida do tanta popularidade, de tanta pompa e colorido. O boi, não é apenas um animal importante como outro qualquer, mas está revestido de uma profunda significação mítica. O Bumba-meu-boi, antes de ser uma dança, é uma representação dramática, é uma farsa. Seu enredo expressa toda uma realidade sócio-econômica e seu conteúdo musical, rítmico, coreográfico e indumentário constitui a marca do encontro de culturas diversas, que aqui entre nós se completaram e se adaptaram ante uma realidade ecológica típica.
          Pomba branca e mística, santidade que o povo purifica... Rogai por nós... Põe-te a voar, mostra a glória desse povo que vive a rezar:

O divino Espírito Santo, a tua casa visitai
Também se pediu ua esmola, prá seu dia festejá, ai ai
Deus vos salve a santa esmola, dada de bom coração
Se não fosse esse devoto, tava debaixo do chão, ai ai

          A devoção do divino Espírito Santo, chegou ao Brasil junto com os portugueses e o nome folia, acredita-se ter sido primitivamente, um motivo coreográfico que acabou incorporando-se aos festejos religiosos.

Setor III - Cortejo brincante das cores da vida

          A Folia do Divino, constitui-se de um grupo de pessoas que fazendo parte ou não de uma irmandade religiosa, sai de porta em porta, tanto no meio urbano quanto rural, levando à frente uma bandeira e através de louvações, solicitam contribuições para os festejos do dia votivo. Essa bandeira, acompanhada de um tambor, geralmente vermelha, tem ao centro uma pombinha branca de asas abertas, bordada ou aplicada, significando o Divino Espírito Santo.
          Desses espetáculos populares cuja ribalta é a praça pública, a rua, podemos dizer que um dos mais originais folguedos folclóricos é a Quadrilha.
          De passo marcado, cantando em louvação é brincadeira de quadrilha de São João.
          Ficando atrás apenas do Carnaval, em termos de comoção e mobilização do povo, as Festas Juninas são um dos mais fortes traços do folclore brasileiro. 
          Existem várias explicações para origem das festividades. Uma defende a teoria de que tribos pagãs comemoravam o solstício de verão no Hemisfério Norte, ocorrido em 22 ou 23 de junho, dançando ao redor de uma fogueira. Além disso, havia os preparativos para a colheita e as celebrações da fertilidade da terra. 
          Por outro lado, a herança portuguesa da nossa cultura atribui as festividades a três santos da Igreja Católica: Santo Antônio,  São João e  por São João ser o mais celebrado dos santos, as festas eram chamadas "joaninas",  dando origem ao nome "festas juninas". 
          A Quadrilha era inicialmente uma dança aristocrática de origem francesa, mas que apresentava influência de antigas danças folclóricas da Inglaterra. Veio para o Brasil pelas mãos dos mestres de orquestra de danças francesas.Assimilada por todo o país, a quadrilha passou a sofrer as influências regionais, daí surgindo muitas variantes.
          Bambelô é uma dança de roda, semelhante ao samba ou ao batuque cantado ou "Côco de roda". É mais dançado no Nordeste, especialmente nas praias do Rio Grande do Norte (Natal). Enquanto cantam e dançam, as figuras entram no circulo e animam o folguedo, movimentando-se com muita agilidade.
          Um dos mais tradicionais personagens do carnaval de rua mantém viva a cultura popular nesta época do ano. São os Clóvis, ou bate-bolas, foliões que saem fantasiados em grupos e adoram assustar a criançada. 
          Atenção, vizinhança! Os clóvis estão na rua. 
          Há décadas estes personagens mascarados e multicoloridos brincam o carnaval nas ruas da periferia do Rio. Assustar os pequenos faz parte da diversão. 
          Os primeiros grupos de clóvis surgiram em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Na década de 80, eles começaram a se organizar e passaram a gerar emprego para muita gente. 
          No século XIX, o clóvis era interpretado por pessoas que se vestiam com macacões coloridos e usavam máscaras. Saíam pelas ruas batendo bola nas pessoas e violentamente no chão, assustando principalmente as crianças distraídas. 
          Além de assustar crianças e até adultos, o bloco de clóvis resiste, principalmente nos subúrbios, como digno representante do carnaval de rua carioca. A fuzarca no Rio exerceu um papel centralizador para a formação da folia nacional.
          Como qualquer festa carnavalesca, a dos clóvis é uma celebração da liberdade, da alegria. Mas a rivalidade também é um ingrediente fundamental. 
          As roupas e adereços são os instrumentos dessa competição. Nos momentos que antecedem a saída à rua, os integrantes de todas as turmas gritam que têm a roupa "mais bonita!, a mais bonita!". 
O mundo da arte dos folguedos brasileiros é bastante complexo e dinâmico, ocorre em todas as partes do país e seus autores utilizam o material que têm à mão, próprio da região onde vivem. 
          Ao levar nossa platéia a prestar atenção ao estilo, cores, formas e  texturas de cada expressão típica de nosso país, faremos nossa gente perceber singularidades convivendo com traços muito semelhantes que, afinal, dão unidade à cultura brasileira. 
          Mas talvez o mais surpreendente seja a importância e vitalidade da festa, demonstrada pela grande quantidade de manifestações, pelo êxtase de quem participa dos desfiles, pelo empenho dos participantes em passar a tradição a crianças que mal sabem andar, e pelo orgulho de quem desenha a fantasia ao ver a criação vestida pelos amigos.
          Desvendar esse universo é descobrir o Brasil e o brasileiro.

Severo Luzardo Filho

 

SAMBA ENREDO                                                2007

Enredo

    Licença vamos pedir, pra nossa folia brincar, quem quiser entrar na dança, se assim lhe agradar!

Compositores

    Bruno Revelação, Aloísio Villar, Pedro Migão, Gilberto Lua, Maneco e Cadinho da Ilha

A minha estrela vai brilhar
Eu vou te emocionar
Muito prazer, eu sou Dendê
Seu moço, ouça essa prosa
Tem bailado e poesia
Pra cultura construir
Tem cavalhada, maracatu
Congo e congadas
Anarriê vem dançar, é São João
Amor vou conquistar seu coração

A saga de um povo que canta e é raiz
Tem caboclinho muito feliz
Hoje eu não quero saber de tristeza
Vou extravasar
Com a bateria arrepiar

Com os seus pandeiros
As pastorinhas vão passar (pra lá e pra cá)
Se o meu boi está morto
Outro vou mandar buscar
Hoje li no matutino
Tem folia do divino
O Clóvis, bate-bola pela rua
E o cortejo continua

Sou Dendê de azul e branco, eu sou
Quem quiser entrar na dança vem dançar
Licença vamos pedir pra nossa folia brincar
Aplausos que o show vai começar