FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Severo Luzardo e Marcio Pulukuer
Diretor de Carnaval     Jorge Ripper
Diretor de Harmonia     Marcos Luiz Albuquerque
Diretor de Evolução     Marcos Luiz Albuquerque
Diretor de Bateria     Mestre Sagui
Puxador de Samba Enredo     Edinaldo de Lima
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Jhonny e Tuane
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Paulo Henrique e Geisa
Resp. Comissão de Frente     Claudio Massena
Resp. Ala das Baianas     Fabinho
Resp. Ala das Crianças     Daise
Resp. Galeria de Velha Guarda     Sebastiana (Tiana)

 

SINOPSE 2011

Saidera. Uma paixão nacional

Justificativa:

          Tão antiga quanto a própria história das civilizações, a cerveja talvez seja uma das invenções mais universais da humanidade e acredita-se, tenha sido a primeira bebida alcoólica desenvolvida pelo homem. A paixão milenar do homem por ela reflete-se nos milhões de litros produzidos e consumidos anualmente em todo o mundo.
          Uma cerveja é qualquer uma das variedades de bebidas alcoólicas produzidas pela fermentação de matéria com amido, derivada de cereais ou de outras fontes vegetais.
          Você já imaginou um mundo sem cerveja?
          Vários cientistas acreditam que a civilização poderia simplesmente não existir se o homem não tivesse inventado o pão e a cerveja. Foi a descoberta da fermentação que incentivou o homem a abandonar a vida nômade e se reunir em comunidades agrícolas. Pela primeira vez, era possível comer e beber com prazer e, há 12 mil anos, isso foi um avanço e tanto.
          A cerveja pode atuar de forma mais sutil como desopilante das pressões do dia-a-dia e como combustível de comemorações.
          E que comemorações... As festas populares são freqüentemente regadas à cerveja no Brasil: é ela que protagoniza a mesa quando amigos e familiares se reúnem para assistir ao futebol (e tampouco falta nos estádios); é a bebida indispensável nas festas familiares, de aniversários a casamentos; e é praticamente a bebida oficial do carnaval - a grande celebração pagã, em que é indispensável haver uma boa dose de líquidos refrescantes e carburantes, funções que a cerveja cumpre com prazer.
          O papel da cerveja, como companheira dos muitos carnavais, será então homenageado no carnaval 2011, muito apropriadamente, pela tradicional escola de samba, Acadêmicos do Dendê, com o enredo: “Saideira: uma paixão nacional”.

Sinopse:

1º Setor: O mito e a mágica

          Na mitologia nórdica, as Valquírias eram virgens de grande beleza, mensageiras de Odin, enviadas às batalhas para escolher quem morreria e, portanto, quem seria recrutado para o exército celestial. Nas reuniões importantes era tradição preparar imensas quantidades de cerveja. No Valhalla, o grande salão de festas celeste que é o paraíso nórdico, a função das Valquírias era servir cerveja e hidromel aos guerreiros em todas as reuniões solenes, e o fato de beberem juntos constituía um laço mágico não somente entre os presentes, mas entre os deuses e os homens.
          Para os vikings, a maior felicidade de um herói era ser admitido no palácio do deus Odin, onde poderia beber o licor de malte fermentado.
          Um poema sumério de 3.900 anos numa antiga placa de argila homenageando a deusa Ninkasi, contém a mais antiga receita conhecida de cerveja. Esta placa tem pictógrafos que representam a cevada, pão cozinhando, pão desintegrado sendo posto na água, a massa sendo feita e então uma bebida. Os Sumérios aperfeiçoaram este processo e são reconhecidos como a primeira cultura civilizada a fabricar a cerveja.
          No Egito, a cerveja ganhou status de bebida nacional, sua fabricação ficava por conta das sacerdotisas dos templos.
          Os gregos, embora fossem um povo que habitualmente consumia vinho, já faziam cerveja por volta de 700 a.C.
          A expansão definitiva da cerveja se deu com o Império Romano, que se encarregou de levá-la para todos os cantos onde ainda não era conhecida.

2º Setor: O “ouro líquido” entorna pela América

          Na Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja. Por isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma cervejaria.
          No século X, o Rei Ludwig da Baviera decretou uma lei favorecendo aos conventos a fabricação de cerveja, e estabeleceu cotas para aristocratas de acordo com suas categorias hierárquicas. Os beneditinos de Weihenstephan foram os primeiros a receber a autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040 d.C. Com isso, esta é a cervejaria mais antiga do mundo em funcionamento, hoje conhecida como o Centro de Ensino da Tecnologia de Cervejaria da Universidade Técnica de Munique.
          O santo protetor dos cervejeiros chama-se "Gambrinus" (Rei de Flandres, Holanda, Sec. XII). Ao que tudo indica, foi da palavra latina "bibere" que se originou, em vários idiomas, os termos usados para designar esta bebida, obtida através da fermentação de cereais.
          No continente europeu, onde hoje vivem os maiores consumidores mundiais de cerveja, a bebida progrediu e mudou a história da humanidade.
          Na América, os incas já produziam bebidas fermentadas de milho muito antes do descobrimento, um exemplo é a Chicha, Chica ou Chicara, produzida até hoje no Peru e Bolívia.
          Apesar de nós, brasileiros, nos considerarmos com freqüência amantes incomparáveis de cerveja, a tradição não reforça esse mito. O Brasil entra tarde na história da bebida mais popular do mundo.
          Antes da chegada da família real, dom João decreta a abertura dos portos às nações amigas, abolindo o monopólio comercial luso. A vida econômica muda radicalmente. O comércio se diversifica com a inundação de produtos estrangeiros e o príncipe toma medidas de incentivo à indústria.
          Com a chegada de Maurício de Nassau ao Recife veio o mestre cervejeiro Dirck Dicx e uma planta de cervejaria com os componentes para serem montados. Foi essa a primeira cervejaria das Américas que se instalou, em outubro de 1640.
          "Cerveja Marca Barbante" foi o nome dado às primeiras cervejas brasileiras que, com sua fabricação rudimentar, tinham um grau tão alto de fermentação que produziam enorme quantidade de gás carbônico, criando grande pressão. A rolha era, então, amarrada com barbante para impedir que saltasse da garrafa.
          Hoje o "Mestre Cervejeiro" conta com todos os recursos técnicos e sanitários para a elaboração de um produto perfeito.
          No Brasil, o bar, o boteco e o botequim são considerados uma instituição nacional. Lugares em que o sujeito brasileiro se encontra para confraternizar. São lugares sem sobrenome, mas com muita história. Onde não há cor, porque são coloridos por natureza. Onde não existe nacionalidade, mas todos falam a mesma língua. Onde não tem preconceito, religião ou profissão. Onde todos falam de tudo e de todos. Onde se faz amizades e se paquera. Onde se encontra cultura e cumplicidade. Onde a cerveja continua a ser uma excelente companhia para muitas refeições e, além disso, passou ela própria a ser utilizada na confecção de inúmeras iguarias.
          Esta rubrica, "A Cerveja na Cozinha", nos remete às receitas deliciosas desses bares, botecos e botequins que utilizam a cerveja como um dos ingredientes de seus quitutes maravilhosos.
          No Brasil criou-se o mito de que cerveja, para ser bem servida, deve estar “estupidamente gelada”, a ponto de congelamento. Até se entende o hábito: país tropical, calor, praias lindas... Mas há uma perda significante do sabor e aroma da bebida, mas sempre o cliente é quem manda. Se estiver gelada, o cliente fica.

3º Setor – Combustível da Ilusão

          Paixão Nacional. Basta ter uma rodinha de amigos, uma comemoração, uma praia, um evento, um cabaré, um mercado, uma avenida e por que não uma alegria qualquer, para que ela esteja lá no meio. Altiva protagonista toda poderosa.
          Tão poderosa que aqui no Brasil “cerveja e religião” sempre andaram juntas. Xangô é o Orixá da justiça, da retidão, do equilíbrio e determinação. É o Orixá que controla todas as forças naturais por intermédio dos astros, bebe cerveja preta e tem sua morada e o seu altar na rocha. Ogum é o Senhor da guerra, indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão em demanda. Sua bebida é a cerveja branca.
          E por existir tanta gente apaixonada pela bebida, aqui e lá fora, inventaram um motivo para celebrá-la: a festa da cerveja.
          A maior e mais antiga, a Oktoberfest, em Munique, reúne atualmente cerca de seis milhões de visitantes que entornam o caneco dias seguidos. Mas vários outros países resolveram fazer a mesma coisa em casa. Inclusive o Brasil. Em 1984, era Blumenau (SC) que estreava sua versão verde-e-amarela.
          A admiração por cerveja vai além da bebida. O ato de colecionar, que sempre esteve presente no comportamento humano, revestindo-se para alguns como uma forma de hobby e mania para outros, abraça tudo que está em volta, copos, rótulos, garrafas, latas, tampinhas, bolachas...
          Com o objetivo de diminuir os acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados, foi criada a nova Lei 11.705, que altera o Código de Trânsito Brasileiro e proíbe o consumo de praticamente qualquer quantidade de bebida alcoólica por condutores de veículos. O consumo de bebidas alcoólicas é uma das principais causas de acidentes automobilísticos no país, segundo estatística da Polícia Rodoviária Federal, a nova "Lei seca" tem ajudado a diminuir os índices alarmantes nas estatísticas brasileiras.
          É comum ouvir por aí que a paixão do brasileiro está em: cerveja, carnaval e o futebol. Não necessariamente nessa ordem.
          E a “saideira”, tipicamente brasileira... Em uma rodinha de amigos no bar, geralmente é a última cerveja que bebem antes de irem embora, e muitas vezes, são muitas as “saideiras”...
          Dupla inseparável, carnaval e cerveja fazem a alegria desta grande festa.
          A cerveja “gelaaaaaada”, escolhida pelos brasileiros, fará do Carnaval 2011 a melhor festa popular do mundo.
          Camarotes, blocos carnavalescos, trios elétricos e ensaios e desfiles de escolas de samba fazem parte do pacote de atividades que terá como companheira inseparável, uma paixão nacional: a cerveja.

Severedo Luzardo e Marcio Puluker

Bibliografia:

Roteiro do desfile:

Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela ala
1º Setor: O mito e a mágica

Comissão de frente: Guerreiros do palácio de Odim
          Na mitologia nórdica as Valquírias eram virgens de grande beleza, mensageiras de Odim, enviadas as batalhas para escolher quem morreria e por tanto quem seria recrutado para o exército celestial.

1° Casal de mestre-sala e porta-bandeira: O hidromel
          O Hidromel é uma bebida de teor alcoólico e produzida pela fermentação, o casal é protegido por seus guardiões.

1° Tripé: As gelerias
          As geleiras, conforme a Mitologia Nórdica, a mais elevada montanha em Console de Baffin, Reino de Odim.

01 Vikings Ala Saudade 

Para os vikings, a maior felicidade de um herói era ser admitido no palácio do deus Odin, onde poderia beber o licor de malte fermentado. Marcia Morena
02 Sumérios Ala Ubiracy Os Sumérios aperfeiçoaram este processo e são reconhecidos como a primeira cultura civilizada a fabricar a cerveja. Macalé
2º Setor: O “ouro líquido” entorna pela América
03 Monges cervejeiros Ala Azul e Branco Na Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja. Por isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma cervejaria. Rogério
04 Colonização européia Ala da Alegria No continente europeu, onde hoje vivem os maiores consumidores mundiais de cerveja, a bebida progrediu e mudou a história da humanidade. Dona Bica
05 Maurício de Nassau Ala dos Guerreiros Com a chegada de Maurício de Nassau ao Recife veio o mestre cervejeiro Dirck Dicx e uma planta de cervejaria com os componentes para serem montados. Foi essa a primeira cervejaria das Américas que se instalou, em outubro de 1640. André
06 Gambrinus Ala do Bem O santo protetor dos cervejeiros chama-se "Gambrinus" (Rei de Flandres, Holanda, Sec. XII). Ao que tudo indica, foi da palavra latina "bibere" que se originou, em vários idiomas, os termos usados para designar esta bebida, obtida através da fermentação de cereais. Alan
3º Setor – Combustível da Ilusão
07 Estupidamente gelada Ala do Chopp No Brasil criou-se o mito de que cerveja, para ser bem servida, deve estar “estupidamente gelada”. Nenem

2° Tripé: O Carnaval:
          A dupla inseparável, carnaval e cerveja fazem a alegria dessa grande festa.

08 Carnaval de rua Passistas Camarotes, blocos carnavalescos, trios elétricos e ensaios e desfiles de escolas de samba fazem parte do pacote de atividades que terá como companheira inseparável, uma paixão nacional: a cerveja. Junior
09 Cerveja na cozinha Bateria  Esta rubrica, "A Cerveja na Cozinha", nos remete às receitas deliciosas desses bares, botecos e botequins que utilizam a cerveja como um dos ingredientes de seus quitutes maravilhosos. Mestre Sagui
10 Botecos nacionais Ala dos Malandros No Brasil, o bar, o boteco e o botequim são considerados uma instituição nacional. Lugares em que o sujeito brasileiro se encontra para confraternizar. São lugares sem sobrenome, mas com muita história. Andréa

1ª Alegoria: A Boêmia
          No Brasil o bar, o boteco, o botequim são considerados uma Instituição    Nacional, lugares onde os brasileiros se encontram para confraternizar.

11 Cerveja branca Baianas Ogum é o Senhor da guerra, indomável e imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão em demanda. Sua bebida é a cerveja branca. Sebastiana

2° Casal de mestre-sala e porta-bandeira: Xangô
          Xangô o orixá da justiça que tem o equilíbrio e a determinação e sua bebida é a cerveja preta.

12 Guerreiros de Xangô Ala Axé XANGO: É o Orixá que controla todas as forças naturais por intermédio dos astros, bebe cerveja preta e tem sua morada e o seu altar na rocha. Lindinha
13 Ocktoberfest Crianças A maior e mais antiga, a Oktoberfest, em Munique, reúne atualmente cerca de seis milhões de visitantes que entornam o caneco dias seguidos. Mas vários outros países resolveram fazer a mesma coisa em casa. Inclusive o Brasil. Em 1984, era Blumenau (SC) que estreava sua versão verde-e-amarela. Daise
14 Saideira Ala do Vai Quem Quer ou Pode E a “saideira”, tipicamente brasileira... Em uma rodinha de amigos no bar, geralmente é a última cerveja que bebem antes de irem embora, e muitas vezes, são muitas as "saideiras”... Diná
15 Boêmios tradicionais Velha Guarda E por existir tanta gente apaixonada pela bebida, encontramos nossos boêmios tradicionais. Tiana
16 Baluartes do samba Baluartes do samba Tradicionais personagens importantes das escolas de samba. Roberto Boi
17 Colecionadores Compositores A admiração por cerveja vai além da bebida. O ato de colecionar, que sempre esteve presente no comportamento humano, revestindo-se para alguns como uma forma de hobby e mania para outros, abraça tudo que está em volta, copos, rótulos, garrafas, latas, tampinhas, bolachas... Andre Cabecinha
18 Lei Seca Ala do Gelo O consumo de bebidas alcoólicas é uma das principais causas de acidentes automobilísticos no país, segundo estatística da Polícia Rodoviária Federal, a nova "Lei seca" tem ajudado a diminuir os índices alarmantes nas estatísticas brasileiras. Arerê

3° Tripé: Lei Seca
          Com objetivo de diminuir os acidentes de trânsito foi criado a nova Lei 11.705 (Lei Seca): “Se dirigir não beba”.

 

 

SAMBA ENREDO                                                2011
Enredo     Saidera. Uma paixão nacional
Compositores     Renan, Richard, Kinho PQD, Fafa Mau Mau, Marcelo WG
Vou contar...

Histórias de uma velha companheira
Servida no palácio de Odin
Trazida por belas mensageiras
Desenhada na argila a receita da bebida
Na Roma antiga teve sua expansão
Por um decreto do rei
Vem dos mosteiros a sua fabricação

Brindar... brindei!
Provei do ouro líquido, gostei
Andei nos bares, nos botecos, botequins
Um mestre cervejeiro me tornei

Festeiro, eu sou
Lembrei Munique em Blumenau
Tanto faz seja noite, seja dia
Tem gelada na cozinha, tem batuque no quintal
Na tristeza ou na alegria
Sou brasileiro, tenho fé, eu sou assim
Mas todo cuidado é pouco
Eu não sou louco, tem lei seca por aí

Eu sou, o rei da saideira
Do combustível que agita o carnaval
Sou Dendê, vou brincar a noite inteira
Cerveja paixão nacional