Saidera. Uma
paixão nacional
Justificativa:
Tão
antiga quanto a própria história das civilizações, a cerveja talvez
seja uma das invenções mais universais da humanidade e acredita-se,
tenha sido a primeira bebida alcoólica desenvolvida pelo homem. A
paixão milenar do homem por ela reflete-se nos milhões de litros
produzidos e consumidos anualmente em todo o mundo.
Uma
cerveja é qualquer uma das variedades de bebidas alcoólicas
produzidas pela fermentação de matéria com amido, derivada de
cereais ou de outras fontes vegetais.
Você já
imaginou um mundo sem cerveja?
Vários
cientistas acreditam que a civilização poderia simplesmente não
existir se o homem não tivesse inventado o pão e a cerveja. Foi a
descoberta da fermentação que incentivou o homem a abandonar a vida
nômade e se reunir em comunidades agrícolas. Pela primeira vez, era
possível comer e beber com prazer e, há 12 mil anos, isso foi um
avanço e tanto.
A
cerveja pode atuar de forma mais sutil como desopilante das pressões
do dia-a-dia e como combustível de comemorações.
E que
comemorações... As festas populares são freqüentemente regadas à
cerveja no Brasil: é ela que protagoniza a mesa quando amigos e
familiares se reúnem para assistir ao futebol (e tampouco falta nos
estádios); é a bebida indispensável nas festas familiares, de
aniversários a casamentos; e é praticamente a bebida oficial do
carnaval - a grande celebração pagã, em que é indispensável haver
uma boa dose de líquidos refrescantes e carburantes, funções que a
cerveja cumpre com prazer.
O papel
da cerveja, como companheira dos muitos carnavais, será então
homenageado no carnaval 2011, muito apropriadamente, pela
tradicional escola de samba, Acadêmicos do Dendê, com o enredo:
“Saideira: uma paixão nacional”.
Sinopse:
1º Setor: O mito e a mágica
Na
mitologia nórdica, as Valquírias eram virgens de grande beleza,
mensageiras de Odin, enviadas às batalhas para escolher quem
morreria e, portanto, quem seria recrutado para o exército
celestial. Nas reuniões importantes era tradição preparar imensas
quantidades de cerveja. No Valhalla, o grande salão de festas
celeste que é o paraíso nórdico, a função das Valquírias era servir
cerveja e hidromel aos guerreiros em todas as reuniões solenes, e o
fato de beberem juntos constituía um laço mágico não somente entre
os presentes, mas entre os deuses e os homens.
Para os
vikings, a maior felicidade de um herói era ser admitido no palácio
do deus Odin, onde poderia beber o licor de malte fermentado.
Um
poema sumério de 3.900 anos numa antiga placa de argila homenageando
a deusa Ninkasi, contém a mais antiga receita conhecida de cerveja.
Esta placa tem pictógrafos que representam a cevada, pão cozinhando,
pão desintegrado sendo posto na água, a massa sendo feita e então
uma bebida. Os Sumérios aperfeiçoaram este processo e são
reconhecidos como a primeira cultura civilizada a fabricar a
cerveja.
No
Egito, a cerveja ganhou status de bebida nacional, sua fabricação
ficava por conta das sacerdotisas dos templos.
Os
gregos, embora fossem um povo que habitualmente consumia vinho, já
faziam cerveja por volta de 700 a.C.
A
expansão definitiva da cerveja se deu com o Império Romano, que se
encarregou de levá-la para todos os cantos onde ainda não era
conhecida.
2º Setor: O “ouro líquido” entorna pela América
Na
Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja. Por
isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma cervejaria.
No
século X, o Rei Ludwig da Baviera decretou uma lei favorecendo aos
conventos a fabricação de cerveja, e estabeleceu cotas para
aristocratas de acordo com suas categorias hierárquicas. Os
beneditinos de Weihenstephan foram os primeiros a receber a
autorização profissional para fabricação e venda da cerveja, em 1040
d.C. Com isso, esta é a cervejaria mais antiga do mundo em
funcionamento, hoje conhecida como o Centro de Ensino da Tecnologia
de Cervejaria da Universidade Técnica de Munique.
O santo
protetor dos cervejeiros chama-se "Gambrinus" (Rei de Flandres,
Holanda, Sec. XII). Ao que tudo indica, foi da palavra latina "bibere"
que se originou, em vários idiomas, os termos usados para designar
esta bebida, obtida através da fermentação de cereais.
No
continente europeu, onde hoje vivem os maiores consumidores mundiais
de cerveja, a bebida progrediu e mudou a história da humanidade.
Na
América, os incas já produziam bebidas fermentadas de milho muito
antes do descobrimento, um exemplo é a Chicha, Chica ou Chicara,
produzida até hoje no Peru e Bolívia.
Apesar
de nós, brasileiros, nos considerarmos com freqüência amantes
incomparáveis de cerveja, a tradição não reforça esse mito. O Brasil
entra tarde na história da bebida mais popular do mundo.
Antes
da chegada da família real, dom João decreta a abertura dos portos
às nações amigas, abolindo o monopólio comercial luso. A vida
econômica muda radicalmente. O comércio se diversifica com a
inundação de produtos estrangeiros e o príncipe toma medidas de
incentivo à indústria.
Com a
chegada de Maurício de Nassau ao Recife veio o mestre cervejeiro
Dirck Dicx e uma planta de cervejaria com os componentes para serem
montados. Foi essa a primeira cervejaria das Américas que se
instalou, em outubro de 1640.
"Cerveja
Marca Barbante" foi o nome dado às primeiras cervejas brasileiras
que, com sua fabricação rudimentar, tinham um grau tão alto de
fermentação que produziam enorme quantidade de gás carbônico,
criando grande pressão. A rolha era, então, amarrada com barbante
para impedir que saltasse da garrafa.
Hoje o
"Mestre Cervejeiro" conta com todos os recursos técnicos e
sanitários para a elaboração de um produto perfeito.
No
Brasil, o bar, o boteco e o botequim são considerados uma
instituição nacional. Lugares em que o sujeito brasileiro se
encontra para confraternizar. São lugares sem sobrenome, mas com
muita história. Onde não há cor, porque são coloridos por natureza.
Onde não existe nacionalidade, mas todos falam a mesma língua. Onde
não tem preconceito, religião ou profissão. Onde todos falam de tudo
e de todos. Onde se faz amizades e se paquera. Onde se encontra
cultura e cumplicidade. Onde a cerveja continua a ser uma excelente
companhia para muitas refeições e, além disso, passou ela própria a
ser utilizada na confecção de inúmeras iguarias.
Esta
rubrica, "A Cerveja na Cozinha", nos remete às receitas deliciosas
desses bares, botecos e botequins que utilizam a cerveja como um dos
ingredientes de seus quitutes maravilhosos.
No
Brasil criou-se o mito de que cerveja, para ser bem servida, deve
estar “estupidamente gelada”, a ponto de congelamento. Até se
entende o hábito: país tropical, calor, praias lindas... Mas há uma
perda significante do sabor e aroma da bebida, mas sempre o cliente
é quem manda. Se estiver gelada, o cliente fica.
3º Setor – Combustível da Ilusão
Paixão
Nacional. Basta ter uma rodinha de amigos, uma comemoração, uma
praia, um evento, um cabaré, um mercado, uma avenida e por que não
uma alegria qualquer, para que ela esteja lá no meio. Altiva
protagonista toda poderosa.
Tão
poderosa que aqui no Brasil “cerveja e religião” sempre andaram
juntas. Xangô é o Orixá da justiça, da retidão, do equilíbrio e
determinação. É o Orixá que controla todas as forças naturais por
intermédio dos astros, bebe cerveja preta e tem sua morada e o seu
altar na rocha. Ogum é o Senhor da guerra, indomável e imbatível
defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os que estão em
demanda. Sua bebida é a cerveja branca.
E por
existir tanta gente apaixonada pela bebida, aqui e lá fora,
inventaram um motivo para celebrá-la: a festa da cerveja.
A maior
e mais antiga, a Oktoberfest, em Munique, reúne atualmente cerca de
seis milhões de visitantes que entornam o caneco dias seguidos. Mas
vários outros países resolveram fazer a mesma coisa em casa.
Inclusive o Brasil. Em 1984, era Blumenau (SC) que estreava sua
versão verde-e-amarela.
A
admiração por cerveja vai além da bebida. O ato de colecionar, que
sempre esteve presente no comportamento humano, revestindo-se para
alguns como uma forma de hobby e mania para outros, abraça tudo que
está em volta, copos, rótulos, garrafas, latas, tampinhas,
bolachas...
Com o
objetivo de diminuir os acidentes de trânsito causados por
motoristas embriagados, foi criada a nova Lei 11.705, que altera o
Código de Trânsito Brasileiro e proíbe o consumo de praticamente
qualquer quantidade de bebida alcoólica por condutores de veículos.
O consumo de bebidas alcoólicas é uma das principais causas de
acidentes automobilísticos no país, segundo estatística da Polícia
Rodoviária Federal, a nova "Lei seca" tem ajudado a diminuir os
índices alarmantes nas estatísticas brasileiras.
É comum
ouvir por aí que a paixão do brasileiro está em: cerveja, carnaval e
o futebol. Não necessariamente nessa ordem.
E a “saideira”,
tipicamente brasileira... Em uma rodinha de amigos no bar,
geralmente é a última cerveja que bebem antes de irem embora, e
muitas vezes, são muitas as “saideiras”...
Dupla
inseparável, carnaval e cerveja fazem a alegria desta grande festa.
A
cerveja “gelaaaaaada”, escolhida pelos brasileiros, fará do Carnaval
2011 a melhor festa popular do mundo.
Camarotes,
blocos carnavalescos, trios elétricos e ensaios e desfiles de
escolas de samba fazem parte do pacote de atividades que terá como
companheira inseparável, uma paixão nacional: a cerveja.
Severedo Luzardo e Marcio Puluker
Bibliografia:
Roteiro do desfile:
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável pela ala |
1º Setor: O mito e a mágica |
Comissão de frente:
Guerreiros do palácio de Odim
Na
mitologia nórdica as Valquírias eram virgens de grande beleza,
mensageiras de Odim, enviadas as batalhas para escolher quem morreria e
por tanto quem seria recrutado para o exército celestial. |
1° Casal de mestre-sala
e porta-bandeira: O hidromel
O
Hidromel é uma bebida de teor alcoólico e produzida pela fermentação, o
casal é protegido por seus guardiões. |
1° Tripé: As
gelerias
As
geleiras, conforme a Mitologia Nórdica, a mais elevada montanha em
Console de Baffin, Reino de Odim. |
01 |
Vikings |
Ala Saudade |
Para os vikings, a maior
felicidade de um herói era ser admitido no palácio do deus
Odin, onde poderia beber o licor de malte fermentado. |
Marcia Morena |
02 |
Sumérios |
Ala Ubiracy |
Os Sumérios aperfeiçoaram este
processo e são reconhecidos como a primeira cultura
civilizada a fabricar a cerveja. |
Macalé |
2º Setor: O “ouro líquido” entorna pela América |
03 |
Monges cervejeiros |
Ala Azul e Branco |
Na Idade Média, os conventos assumiram a fabricação da cerveja. Por
isso, todo monastério dispunha de um albergue e de uma
cervejaria. |
Rogério |
04 |
Colonização européia |
Ala da Alegria |
No continente europeu, onde hoje vivem os maiores consumidores mundiais
de cerveja, a bebida progrediu e mudou a história da
humanidade. |
Dona Bica |
05 |
Maurício de Nassau |
Ala dos Guerreiros |
Com a chegada de Maurício de Nassau ao Recife veio o mestre cervejeiro
Dirck Dicx e uma planta de cervejaria com os componentes
para serem montados. Foi essa a primeira cervejaria das
Américas que se instalou, em outubro de 1640. |
André |
06 |
Gambrinus |
Ala do Bem |
O santo protetor dos cervejeiros chama-se "Gambrinus" (Rei de Flandres,
Holanda, Sec. XII). Ao que tudo indica, foi da palavra
latina "bibere" que se originou, em vários idiomas, os
termos usados para designar esta bebida, obtida através da
fermentação de cereais. |
Alan |
3º Setor – Combustível da Ilusão |
07 |
Estupidamente gelada |
Ala do Chopp |
No Brasil criou-se o mito de que cerveja,
para ser bem servida, deve estar “estupidamente gelada”. |
Nenem |
2° Tripé:
O Carnaval:
A
dupla inseparável, carnaval e cerveja fazem a alegria dessa grande
festa. |
08 |
Carnaval de rua |
Passistas |
Camarotes, blocos
carnavalescos, trios elétricos e ensaios e desfiles de
escolas de samba fazem parte do pacote de atividades que
terá como companheira inseparável, uma paixão nacional: a
cerveja. |
Junior |
09 |
Cerveja na cozinha |
Bateria |
Esta rubrica, "A Cerveja na
Cozinha", nos remete às receitas deliciosas desses bares,
botecos e botequins que utilizam a cerveja como um dos
ingredientes de seus quitutes maravilhosos. |
Mestre Sagui |
10 |
Botecos nacionais |
Ala dos Malandros |
No Brasil, o bar, o boteco e o botequim são considerados uma instituição
nacional. Lugares em que o sujeito brasileiro se encontra
para confraternizar. São lugares sem sobrenome, mas com
muita história. |
Andréa |
1ª Alegoria: A
Boêmia
No
Brasil o bar, o boteco, o botequim são considerados uma Instituição
Nacional, lugares onde os brasileiros se encontram para confraternizar. |
11 |
Cerveja branca |
Baianas |
Ogum é o Senhor da guerra, indomável e
imbatível defensor da lei e da ordem, defende os fracos e os
que estão em demanda. Sua bebida é a cerveja branca. |
Sebastiana |
2° Casal de mestre-sala
e porta-bandeira: Xangô
Xangô
o orixá da justiça que tem o equilíbrio e a determinação e sua bebida é
a cerveja preta. |
12 |
Guerreiros de Xangô |
Ala Axé |
XANGO: É o Orixá que controla
todas as forças naturais por intermédio dos astros, bebe
cerveja preta e tem sua morada e o seu altar na rocha. |
Lindinha |
13 |
Ocktoberfest |
Crianças |
A maior e mais antiga, a
Oktoberfest, em Munique, reúne atualmente cerca de seis
milhões de visitantes que entornam o caneco dias seguidos.
Mas vários outros países resolveram fazer a mesma coisa em
casa. Inclusive o Brasil. Em 1984, era Blumenau (SC) que
estreava sua versão verde-e-amarela. |
Daise |
14 |
Saideira |
Ala do Vai Quem Quer ou Pode |
E a “saideira”, tipicamente brasileira... Em uma rodinha de amigos no
bar, geralmente é a última cerveja que bebem antes de irem
embora, e muitas vezes, são muitas as "saideiras”... |
Diná |
15 |
Boêmios tradicionais |
Velha Guarda |
E por existir tanta gente apaixonada pela bebida, encontramos nossos
boêmios tradicionais. |
Tiana |
16 |
Baluartes do samba |
Baluartes do samba |
Tradicionais personagens importantes das escolas de samba. |
Roberto Boi |
17 |
Colecionadores |
Compositores |
A admiração por cerveja vai além da bebida. O ato de colecionar, que
sempre esteve presente no comportamento humano,
revestindo-se para alguns como uma forma de hobby e mania
para outros, abraça tudo que está em volta, copos, rótulos,
garrafas, latas, tampinhas, bolachas... |
Andre Cabecinha |
18 |
Lei Seca |
Ala do Gelo |
O consumo de bebidas alcoólicas é uma das principais causas de acidentes
automobilísticos no país, segundo estatística da Polícia
Rodoviária Federal, a nova "Lei seca" tem ajudado a diminuir
os índices alarmantes nas estatísticas brasileiras. |
Arerê |
3° Tripé:
Lei Seca
Com
objetivo de diminuir os acidentes de trânsito foi criado a nova Lei
11.705 (Lei Seca): “Se dirigir não beba”. |
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