FICHA TÉCNICA 2013

De Luiza D’Oyá a Carmem Miranda. O que é que a baiana tem?

           "De Luiza D'Oyá a Carmem Miranda. O que é que a baiana tem?", narra a trajetória de um grande sucesso mundial, interpretado por Carmem Miranda e de autoria do compositor Dorival Caymmi.
           O que é que a baiana tem? nasceu de um encontro raro entre Dorival Caymmi, ainda um artista desconhecido com uma baiana muito especial, de nome Luiza Franquelina da Rocha ou Luiza d' Oyá, como era conhecida.
           Encantado com tal beleza e formosura, Caymmi foi ao seu encontro, acompanhado da própria Carmem Miranda e a abordou no Elevador Lacerda, local onde ela vendia seus acarajés, como muitas outras, no centro histórico de Salvador.
           De personalidade forte e austera, Luiza dava a sua indumentária de baiana um toque tão especial que desta abordagem nasceu um grande sucesso.

Quem era Luiza?

           Luiza Franquelina da Rocha, nascida em Cachoeiras no Recôncavo Baiano, bisneta de escravos, criada dentro da Roça dos Venturas, onde ali havia uma Casa de Candomblé da nação Jeje Mahi.
           Luiza era uma Gaiaku, nome dado as mulheres escolhidas para dar continuidade a nação Jeje , nação que defende os encantados, as forças espirituais africanas e aqueles que vê neste mundo paralelo, leis que regem a vida no planeta terra, reafirmando a tese que sem folha não tem vida.
           Nesta nação a DAN (COBRA) é a soberana, o que seria em outros ritos extremamente negativo, mas na nação de Jeje há um sentido extremamente positivo, pois nela se encontra o veneno e a cura, representada pela divindade Oxumare ou Bessen, e que tem também em suas representações o arco-iris.
           Luíza foi escolhida por Oyá ou Iansã, a santa guerreira, arquétipos de mulheres audaciosas e autoritárias, sábias e líderes. E assim era Luíza, com uma compreensão profunda sobre esta nação, uma mulher de beleza e inteligência rara e mais que uma baluarte, foi uma mestra pedagógica, do que podemos chamar em síntese , do candomblé.
           Real inspirada deste sucesso onde visão carnavalesca entre o real e imaginário, homenagearemos Luiza d' Oyá, Dorival Caymmi e Carmem Miranda que levou multidões ao delírio com seu glamour e interpretações e neste enredo explicaremos como nós temos na cultura afro, a ritualista e riqueza missigenada, pois guardamos em memória o ritmo do corpo e da alma.

Paula Vannier

Quando eu te vi, baiana
Confesso, me inspirei
Não sei explicar o que aconteceu
Olhei pro céu… resplandeceu.
Um arco-íris sagrado, borboletas voaram
Em Orô a Oxalá
Provei seu tempero arretado, e fiquei encantado
Por sua beleza, oi, Luiza D'Oyá

Arrôboboi Oxumarê! No reino de jêje vou me renascer
Arrôboboi Oxumarê! Sem folha não tem vida… Aprendi com seu ilê!

“O que é que a baiana tem?”
Tem graça como ninguém
“Alô… alô?” “teu feitiço me pegou”
“O tic-tac do meu coração”
Sou malandro, sou paixão
“Tem banana da terra”, “me dá, me dá”
“Serenata tropical”

Bando da lua a tocar, Carmem Miranda a cantar
Nosso encontro divinal
Sossego tem balangandãs (tem, tem, tem)
Tem magia e sedução… Que embala a multidão
Traz um charme especial, um sucesso mundial
Na voz do carnaval