FICHA TÉCNICA 2005

 

Carnavalesco     Jorge Caribé
Diretor de Carnaval
    Comissão de Carnaval (Presidente da Comissão: Marquinho dos Toldos)
Diretor de Harmonia     Mazinho
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Mestre Capoeira e Mestre Pica-Pau
Puxador de Samba Enredo     Leonardo Bessa
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Diego e Alessandra
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Mauro e Viviane
Resp. Comissão de Frente     Alexandre e Xuxu
Resp. Ala das Baianas     Ilmar de Sá
Resp. Ala das Crianças     Almerinda

 

SINOPSE 2005

Quem vai querer?

          Esta é uma homenagem ao país onde tudo que se planta dá, vende, troca, lucra e negocia. Baseado nestes fatos, o Arranco vem mostrar o jogo do troca-troca, financia as idéias e os ideais e homenageia o mercado de valores humanos e emocionais, um verdadeiro caos o templo da exploração! Na verdade, quem tem dinheiro compra e quem não tem conta história.
          Assim vamos começar, chegou o carnaval. Festa da liberdade de expressão, onde tudo vale. E tempo de cantar, sorrir e sambar sem fronteiras para a alegria, o povo se fantasia e acreditam ser seus heróis no mais profundos sonhos. Como é carnaval, enfim, a grande mágica se faz esquecer o dia a dia duro e sem ilusão. Eis aí a grande liberdade, ser o que se quer, inverter as regras, trocar a posições entre homens e o poder, entre o vendedor e vendido. Mercador e mercadoria, explorador e explorado e assim criando a inversão da própria vida.
          É carnaval que hoje neste país de explorados onde tudo se vende por um punhado de dólares, tudo se inverta.
          Homens, animais, aves, crianças e flores são impunemente comercializados, ricos dominam os pobres. Homens explorando mulheres, psiquiatras aprisionam loucos industrializando a loucura, cartolas do futebol vendem os nossos craques, panteras modelos e mulatas são enlatadas por espertos empresários. Crianças são vendidas inteiras ou somente órgãos, tratores devastam as matas, onde até os índios foram os primeiros a serem comprados por quinquilharias pelos portugueses, agora eu digo:
          Vamos mudar! Dêem uma chance aos eternamente vendidos.O povo!
          Um grito do basta O pregoeiro anuncia que nas terras descobertas por Cabral, montem barracos e bancas de feiras ou hipermercados que vendam tudo o que puderem, mas que o povo seja rei. Num deboche a esta decadente tropical república!
          1° Quem vai querer? - Gritam os índios ao tomarem as caravelas, barganham com descobridores e colonizadores colares, espelhos, contas baratas e convidam esta gente bonita, que venham para a avenida brincar o carnaval. Ao longe, surge o canto livre de nossas aves e animais, que trocam de lugar e aprisionam caçadores em lindas gaiolas douradas, felizes flores vaidosas pregoam oferecendo homens cruéis por elas escolhidos atendendo ao grito da terra indignada contra a sua implacável destruição.
          2° Quem vai querer? - Hoje é nosso dia, gritam porcos. Patos, galos e perus nesta feira, vendo o poder da autoridade república, enfeitem Com colares e cartolas de frutas e legumes os governantes deste Brasil tropical. Que e comprem a peso ou em dúzias, os lotes desta nobreza decadente ou exagerada, que pipoqueiro, baleiros e Camelôs também se juntem nesta festa popular.
          3° Quem vai querer? – Gritam livres os loucos, prendam em grades os malucos psiquiatras e desumanas enfermeiras, que as crianças coloquem soníferos para as perversas babás, que juizes sejam condenados pelas erradas penas atribuídas aos falsos réus. Que os craques ludibriados "liquidem" os cartolas espertos que levam vantagem em tudo. Sim quem vai querer comprar de nossas mulatas exportadas, empresários desonestos, enlatados oferecidos em troca de grana etiquetados Made in Brazil? Elas gritam, caiam na folia, hoje é dia de graça, não tem cachê.
          Enfim minha gente. Vamos vender tudo, de banqueiro a granfino, juiz à cartola, de caçador a explorador. Vendam tudo o que puder até mesmo a preço de banana ou abacaxi, mas vendam antes que vendam o nosso carnaval!
          Surge o último – Quem vai querer? – Grito o pregoeiro.
          Responde o povo -Nós queremos, estamos vestidos de verde. Amarelo, azul e branco, acreditamos que podemos dar um jeito nessa grande bagunça.
          Este enredo não é mera coincidência e sim uma reedição do carnaval de 1989, mais 15 anos depois ganha uma nova roupagem e linguagem moderna, trazendo mercadorias atuais e novos vendedores, com o coração fervilhando. O Arranco arranca na avenida em busca de ser campeão.
          Na minha balança tem dois pesos e duas medidas, hoje sou vendedor de ilusão, a minha mercadoria é a falta enfeitada de alegria. Quem vai querer comprar a minha idéia, é barata, só não tenho troco. Comprem tudo o que puder.

Jorge Caribé

 

SAMBA ENREDO                                                2005
Enredo     Quem vai querer?
Compositores     Espanhol, Silvio Paulo e Jarbas da Cuíca
Chegou o carnaval
Sou liberdade nessa avenida
Meu canto é grande astral
Desmascarando a própria vida
Na dança me embalei
A contradança é a magia
E no avesso que criei, voce pode ser o rei
Dessa folia

Vem vem me querer
Eu acendi a luz da sedução
Quem quem vai querer
Ser mais um elo na corrente da ilusão?

A pedra não deixou matar a flor,
O índio conquistou a caravela
Ai, amor, amor!
Vem ser a dama da noite mais bela!...

O craque vende o cartola,
O réu condena o juiz,
A mulata deita e rola,
Na inversão do meu país

Enquanto há samba
A festa continua!!!...
- Canta meu povo
Que a avenida é sua