Aurora do Povo Brasileiro
-
Fóssil - Em
latim, Fóssim quer dizer: DESENTERRADO
-
Paleontologia
- Ciência que se ocupa dos ossos e organismos fossilizados.
-
Arqueologia
- Ciência que se ocupa de escavações para encontrar e estudar
a Cultura Material produzida pelo Homem do passado, como, por
exemplo, utensílios e construções. Escavando a terra e encontrando
os ossos, a Arqueologia os entrega à Paleontologia para identificação
e análise.
Introdução:
A
Constituição Brasileira considera os Sítios Arqueológicos e Pré-históricos
como Bens da União, assim como a Beija-Flor considera o Carnaval Carioca
como Bem Cultural da Nação.
Com o Enredo "AURORA DO POVO BRASILEIRO" para o Carnaval
de 1996, estamos em busca do Orgulho de nossos ancestrais, pois velhos,
de pelo menos 10 mil anos, nós começamos a desvendar e tomar consciência
de nossa identidade cultural milenar, deixando de considerar como
importantes apenas os séculos pós-chegada dos Europeus.
Éramos um grupo com conhecimentos vastos da terra e seus recursos.
Pertencíamos a um mundo dinâmico de tribos em grandes espaços geográficos;
e assim como não tivemos começo não teremos fim: com o avanço das
escavações, cada vez mais esta História irá se esticando para trás
(os vestígios evidenciam a presença humana no Brasil há 50 mil anos)
e para frente, na certeza de que o passado remoto nos servirá de orientação
para o avanço que empreendemos em direção ao futuro.
Sinopse:
O homem e o macaco são aparentados!
O "Elo Perdido", momento mágico da Evolução que dividiu
as espécies, é agora desvendado pelo Desfile das Escolas de Samba
do Rio de Janeiro: O ELO PERDIDO É O CARNAVAL!
Foi quando um Meio-Macaco-Meio-Homem folião resolveu fazer a festa
que deu-se o passo decisivo: O HOMEM É O ÚNICO ANIMAL QUE SABE SAMBAR!
A Beija-Flor leva para a Marquês de Sapucaí a PRÉ HISTÓRIA BRASILEIRA,
escavada na SERRA DA CAPIVARA, PIAUÍ, Parque Nacional tombado pela
UNESCO como Patrimônio Universal da Humanidade e que consideramos
ser o BERÇO ESPLÊNDIDO DESTE GIGANTE QUE SE CHAMA BRASIL.
O território pátrio já foi passarela de MAGNÍFICOS ANIMAIS que desfilaram
garbosos por entre luxuriante vegetação: há milhões de anos, os DINOSSAUROS
monstruosos e depois, há milhares de anos, a chamada MEGAFAUNA: mastodontes,
tigres dentes-de-sabre, ursos e preguiças de porte gigantesco.
As ITACOATIARAS não nos deixam mentir: ARTE RUPESTRE, paredes de PEDRA
PINTADA à mão pelos pais da Nação, documentando na natureza que A
POSSE DOS BRASILEIROS É MILENAR.
O FÓSSIL DA MULHER DA SERRA DA CAPIVARA, A MÃE DO BRASIL, ( índia
guerreira possivelmente ancestral da tribo dos Jês ) demonstra a "AURORA
DO POVO BRASILEIRO" e o triunfo da ARQUEOLOGIA VERDE-AMARELA,
que escava as entranhas do país e descobre os OSSOS DO BRASIL.
Conclusão:
O Homem veio do
macaco. Que veio de uma célula
aquática Num primitivo mundo chamado Pangéia. Pangéia veio das entranhas
do planeta Terra, Que veio da reunião de gases soltos Que sobraram
da explosão do Big-Bang. Ainda assim e sempre, Foi Deus Quem apertou
o primeiro botão!
Apresentação:
Ordem do Desfile:
-
Comissão de Frente: O Elo Perdido
-
Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Claudina e Corumbella, as bizarras primitivas
criaturas
-
Bateria: O Homem de Lagoa Santa
Alegorias:
- Abre-Alas: Gigante pela própria natureza
- O Vale dos dinossauros brasileiros
- A cadeia evolutiva
- A Megafauna - Mamíferos gigantes do pleistoceno
- A Mulher da Serra da Capivara
- As Itacoatiaras - Pedras Pintadas
- Arqueologia verde-amarela (Os arqueólogos do Brasil)
- Piauí, berço esplêndido do Brasil
- Arqueologia do samba
Alegoria 1 (Abre-Alas): Gigante pela
própria natureza
O
planeta Terra se formou há 4,6 bilhões de anos atrás, como uma bola
gasosa inóspita e escaldante.
Quando
a atmosfera esfriou, o hidrogênio reagiu com outros gases tornando
iminente o surgimento da primeira forma de vida na água: a mais primitiva
das bactérias, nasceu há 3,8 bilhões de anos.
No Brasil,
foram encontradas bactérias fossilizadas com 2,7 bilhões de anos,
em Carajás, sul do Pará.
A crosta
terrestre emergiu do fundo do oceano há 450 milhões de anos e formou
um único e gigantesco aglomerado de terra denominado Pangéia.
O Solo
Pátrio Brasileiro era parte deste Supercontinente e 60% de nosso território
é constituído de rochas do Pré-Cambriano.
Alegoria 2: O vale dos dinossauros
brasileiros
Os
oceanos separaram Pangéia em dois Grandes Continentes, por volta de
200 milhões de anos atrás: a LAURÁSIA, ao norte e a GONDWANA, ao sul,
onde toda a América do Sul, incluindo o território Brasileiro, estavam
colados à África.
Era o
período Jurássico e o Vale dos Dinossauros Brasileiros, uma área de
750 quilômetros quadrados em Antenor Navarro e Souza, alto Sertão
da Paraíba, possui a maior trilha de pegadas de Dinossauros do mundo:
a trilha do Rio dos Peixes, com rastros em linha reta de 46 metros
de comprimento, com pegadas de meio metro de diâmetro deixadas possivelmente
por um Iguanodonte há 100 milhões de anos. Até agora já foram catalogados
rastros fossilizados de 195 animais de 50 tipos diferentes de dinossauros,
inclusive o maior animal terrestre que já existiu, o Titanossauros,
que podia atingir 25 metros de comprimento e pesar até 30 toneladas,
e era herbívoro e quadrúpede.
A América
do Sul teve como seu maior dinossauro carnívoro a terrível "Carolina",
primitivo parente do Tiranossauro Rex e que por aqui viveu há 90 milhões
de anos.
Nesta
época, enormes lagoas faziam do que é hoje o Sertão Nordestino, um
paraíso fecundo para os enormes répteis. (Dinossauro em Latim quer
dizer Lagarto Terrível).
Alegoria 3: A cadeia evolutiva
O
homem é um animal que indaga obsessivamente sua própria origem.
Quando,
como e onde começamos como espécie humana e, no nosso caso, quando,
como e onde começamos como o Povo do Brasil! A resposta para a primeira
pergunta vem sendo lentamente escavada no "Berço da Humanidade",
a África, e nos remete há 6 milhões de anos, quando o Mapa-Mundi já
estava dividido da forma como o vemos atualmente.
Já o caso
brasileiro, que tanto nos interessa, é digno de uma Alegoria Exclusiva,
mais à frente.
Alegoria 4: Mamíferos gigantes
Há
2,5 milhões de anos formou-se o Istmo de Panamá, e a América do Sul
deixou de ser uma ilha e por ele entraram e saíram do continente animais
até então isolados.
Este movimento
migratório ficou conhecido como O Grande Intercâmbio Americano.
A Megafauna
(Tigre de Dente-de-Sabre, Mastodonte, Megatherium "preguiça gigante",
gliptodonte "tatu gigante", Ursos, Toxodonte "hipopótamus
brasileiro", Paleolhama, Macrauchenia) habitou o Brasil no período
geológico compreendido entre um milhão de anos e 10 mil anos, o período
das grandes glaciações, quando o Nordeste possuía um clima frio e
seco (há 12 mil anos a Caatinga Nordestina de hoje era mata formosa
com muitos rios e lagos). Os gigantescos ossos desses magníficos animais
foram encontrados em diversos sítios arqueológicos brasileiros. Para
se ter idéia, a carapaça de um tatu encontrada, tem o tamanho de um
fusca.
A maior
autoridade brasileira sobre Mamíferos Gigantes do Pleistoceno é o
Dr. Cástor Cartelle, da Universidade Federal de Minas Gerais e da
PUC - Belo Horizonte, a quem agradeço a inestimável ajuda para a concepção
desta parte do Enredo.
Alegoria 5: O fóssil da mulher da
Serra da Capivara
Um
esqueleto feminino, descoberto pela equipe da Arqueóloga Niéde Guidon,
na Toca do Antonião, no Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí,
tombado pela UNESCO, como Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade
foi, datado e analisado no Musée de LHomme, em Paris, com mais de
dez mil anos de idade, tornando-se assim os ossos humanos mais antigos
das Américas.
Ela morreu
soterrada quando um grande bloco de pedra caiu sobre um acampamento,
enquanto o grupo dormia em volta de uma fogueira. Há uma teoria de
que toda a Serra da Capivara era habitada por ancestrais dos Jês.
Por enquanto,
esta é a Aurora do Povo Brasileiro!
Serra da Capivara
Espremida
entre a Serra de Bom Jesus da Gurgéia, ao Norte, e o rio São Francisco,
ao Sul, tendo ainda limites com os Rios Piauí e Itaiuera, a Serra
da Capivara, localizada no Sudeste do Piauí, na Região de São Raimundo
Nonato, a mais de 700 Km de Teresina, é um impressionante monumento
natural com falésias de até 500 metros esculpidas nas rochas. De clima
árido e bastante isolada, foi conservada por milênios no tórrido Polígono
das Secas.
Foi aí
que a Missão Franco-Brasileira, chefiada por Niéde Guidon, pesquisando
a região desde o início dos anos 70, e que fundou o Museu do Homem
Americano em 86, encontrou vestígios de que a ocupação humana no território
brasileiro, se deu 41 mil anos antes da chegada de Colombo.
Niéde
é arqueóloga paulista e integrante da Escola de Altos Estudos em Ciências
Sociais de Paris, e é auxiliada por 35 profissionais interdisciplinares
(como, por exemplo, paleontólogos, geólogos, biólogos, ecólogos),
todos brasileiros ou franceses.
Todo material
arqueológico recolhido pelos cientistas na Serra da Capivara coloca
por terra as Teorias Norte-Americanas sobre o povoamento das Américas,
já que acreditava-se que o homem teria chegado ao continente há aproximadamente
25 mil anos após atravessar toda a Sibéria e cruzar o Estreito de
Behring, no Alaska, durante a última glaciação. A partir daí a primeira
colônia humana teria se fixado no Brasil somente há 15 mil anos, depois
de um longo e demorado processo de migração do Norte para o Sul. Até
então o Sítio Arqueológico mais antigo do Brasil era Lagoa Santa,
em Minas Gerais.
Vários
indícios levam os especialistas a sustentar a hipótese de uma corrente
migratória da Polinésia, para o norte do Brasil, em frágeis embarcações
através do Pacífico.
Segundo
criteriosos testes com o Carbono 14, realizados em 1983, no Centro
Nacional de Pesquisa Científica de Paris, a datação de alguns materiais,
localizados juntos a restos de fogueira, atingem 41 mil anos. Apesar
de parecer muito, o "Homem do Piauí" é considerado jovem
na árvore genealógica da evolução humana. Viviam em aldeias e acampavam
temporariamente nas cavernas, faziam fogo e sepultavam seus mortos,
eles mesmos fabricando suas ferramentas com a pedra lascada.
Hoje,
o Parque nacional da Serra da Capivara é administrado pelo IBAMA (Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e tem
uma área de 130 mil hectares e abriga 260 sítios arqueológicos. Muita
coisa mudou desde que, em 1963, Niéde Guidon, então trabalhando no
Museu Paulista viu as primeiras fotos dos "Bordados nas Pedras",
trazidas pelo prefeito de São Raimundo Nonato.
A UNESCO
(Fundo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) transformou
o Parque Nacional da Serra da Capivara em Patrimônio Cultural e Natural
da Humanidade, já que o considera um dos mais importantes Sítios Arqueológicos
do Mundo, pela antiguidade de seus vestígios e sua extensão territorial
(vegetação típica da Caatinga, hoje habitada por cobras e calangos).
Há milênios andou por ali uma jovem mulher de baixa estatura, graciosa
e com pés de bom andarilho - A Mulher da Serra da Capivara é a Mãe
do Brasil.
Alegoria 6: As Itacoatiaras - Pedra
Pintada
Para
as tribos indígenas brasileiras, Itacoatiara significa pedra pintada,
pedra marcada, pedra escrita.
Os brasileiros
pré-históricos eram notáveis criadores no campo artístico, deixando
em tintas nas paredes de rochas e abrigos um eloquente testemunho
colorido de suas vidas diversificadas e complexas, daí a considerarmos
as Itacoatiaras autobiografias disponíveis dos primeiros brasileiros.
Foi por
volta de 30 mil anos atrás que a pintura rupestre foi inventada pelo
homem, manifestando-se ao mesmo tempo em vários pontos da terra (vale
lembrar que a agricultura surgiu há 10 mil anos e a cerâmica há 6
mil anos atrás, também em prática universal).
A Serra
da Capivara é constituída por 226 grutas pintadas com Arte Rupestre,
alguns painéis se estendendo por mais de 200 metros de rocha. As bases
para os desenhos pré-históricos são geralmente abrigos esculpidos
nas pedras como toldos, e abrangem mais de 900 km2 nos municípios
de São Raimundo Nonato, Caracol, Canto do Buriti e São João do Piauí.
As pinturas são representações de cenas de caça, guerra, alimentação,
partos, cultos e festas religiosas, figuras divinas e relações sexuais
a duas ou mais pessoas (aliás, o órgão sexual masculino é comumente
representado em tamanho desproporcional, de maneira gigantesca).
Tais pinturas
apresentam-se de traços rombudos, pois foram pintadas com o dedo ou
com gravetos, e as cores predominantes são o vermelho ocre (óxido
de ferro), o amarelo (dióxido de ferro), o preto (hematita) e o cinza
e o branco (argila), ainda hoje pigmentos comuns na região - corantes
minerais aquecidos.
Tomaremos
como exemplo a toca de Entrada do Pajaú, um abrigo com 20 metros,
ornamentado com 504 desenhos, notando-se 150 animais, a maioria veados
e emas e quase o triplo das figuras humanas - sem excluir algumas
em pleno ato sexual. Aí, o pênis é um dos órgãos mais identificáveis
nas pinturas, representado com exagero. Há cenas intrigantes como
a de um veado com um bebê na barriga e outra, que também ocorre em
outras grutas, em que seis pessoas dançam em torno de uma árvore.
Ao todo,
na Serra da Capivara, são mais de 9 mil figuras, classificadas em
diversos estilos (principalmente Antropomorfas, Zoomorfas e geométricas),
que revelam aspectos importantes da cultura do homem pré-histórico
brasileiro, de sua tecnologia bélica (apenas lanças e tacapes, nada
de arco e flecha), da fauna, clima e vegetação da época. Segundo Niéde
Guidon, tais pinturas podem ser divididas nas seguintes "Tradições":
-
Tradição Nordeste
- ( 17 mil anos ) Uso de vermelho, branco, preto e laranja, de
estilo muito formalizado em sua técnica, buscando mais apuração
que a simples necessidade de expressão.
- Agreste - De técnica artística mais pobre, baseada apenas no vermelho.
- Tradição Geométrica - Desenhos enigmáticos.
Destacamos
ainda para estudo dos mais interessados as Itacoatiaras belíssimas
de Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso, sem esquecer jamais as famosas
pinturas de Sete Cidades, no mesmo Piauí.
Alegoria 7: Arqueologia
verde-amarela
No
Brasil, a Arqueologia não tem o caráter de Monumentalidade, pois nenhuma
das antigas populações do país tinha chegado ao estágio das edificações
permanentes (eles viviam da coleta de frutos, da caça, da pesca e
da horticultura em aldeias).
O pai
da Arqueologia Brasileira é o naturalista dinamarquês Peter Wilhelm
Lund (1801-1880) que desembarcou no Brasil em 1825 e fixou residência
em Lagoa Santa, Minas Gerais. Seus trabalhos alcançaram crescente
significação para a ciência, sendo hoje considerados marcos fundadores
para os respectivos campos de conhecimento da Arqueologia, Paleontologia
e Espeleologia (estudo das cavernas, sua gênese e evolução).
O trabalho
dos arqueólogos é inestimável, pois cada peça no quebra cabeça da
rota da migração do homem, é capaz de lançar um novo foco de luz no
passado do brasileiro, e cada lição nos apressa o passo na caminhada
para desvendar nossas origens. Quando isso acontecer, os arqueólogos
brasileiros terão colocado nossos ancestrais nos livros escolares
de 1o e 2o grau.
Nas pegadas
dos primeiros brasileiros, eles passam dias coletando pistas que estão
em baixo da terra ou pintadas nas rochas, já que ao se espalharem
pelo nosso território, os brasileiros pré-históricos foram deixando
as suas marcas: vestígios de aldeias, restos de alimentos, cacos de
cerâmica, fezes, ou deslumbrantes desenhos de homens e animais gravados
com tinta mineral em rochas. Os maiores aliados dos arqueólogos para
a descoberta de sítios são, em geral, os tratores de construções ou
a população que difunde histórias sobre as pinturas rupestres.
Para a
profissionalização de Arqueólogos no Brasil contamos com o curso de
Graduação das Faculdades Integradas Estácio de Sá, no Rio de Janeiro,
com 80 vagas por ano.
São estes
os principais Sítios Arqueológicos do Brasil, onde homens e mulheres
voltam no tempo para reconstruir a rota e o modo de vida dos homens
que há milênios chegaram ao que é hoje o Brasil: Serra da Capivara,
Piauí; Serra Geral, Mato Grosso Central, Bahia; Lagoa Santa, Minas
Gerais; Alice Boer, São Paulo; Paranapanema, Paraná; Marajó, Pará;
Sete Cidades, Piauí.
Além de
Niéde Guidón destacamos os nomes dos seguintes estudiosos brasileiros:
Maria Beltrão (Rio de Janeiro) e André Prous (Minas Gerais).
Alegoria 8: Piauí, berço do homem
brasileiro
As
serras e chapadas do Piauí guardam mistérios da humanidade, e os tesouros
arqueológicos escavados em suas terras reescrevem a história do Homem
nas Américas.
No Piauí
floresceu a mais antiga cultura de todo o grande bloco americano e
é preciso saber mais sobre ela e ultrapassar as certezas do século
XVI, quando sabe-se que o Piauí era habitado por Jês, Tapuias e Potiguazes.
O "Berço
do Brasil", o Piauí, samba na Marquês de Sapucaí com a Beija-Flor
no Carnaval 96.
Alegoria 9: Arqueologia do samba
A
relação passado e presente da humanidade proposta pela Arqueologia,
enredo que trabalhamos para este carnaval, me inspira homenagear a
relação passado e presente da Grande Nação do Samba - como um Carnavalesco
Folião Arqueólogo, que se debruça sobre a poeira das décadas e dá
graças à Deus pelos que "sacodem a poeira e estão sempre dando
a volta por cima".
Fico pensando
na gloriosa história do Carnaval, na qual meu pequeno tempo de Carnavalesco
se afunda e se perde. Daí tiro duas lições:
-
Que bom que de
uma festa que começou marginal e menos poderosa que muitas outras,
fez-se o "Maior Espetáculo da Terra". Que bom que a
Gente Bamba do Samba edificou uma maravilhosa galeria de Mitos,
que não "fossilirizarão" jamais porque morreram fazendo
o carnaval.
-
A velha guarda
se orgulha de seu poder e talento porque permite a contribuição
das novas gerações e desta forma não deixam o Samba morrer. Todos
os jovens renovam seu amor e respeito por todos os "velhos"
do samba, eternamente jovens na crença de que Carnaval é festa
para não rabugentos. Carnaval é agora e para sempre, foi ontem
respeitável e segue em frente, pois quando cada Escola entra na
Passarela do Samba, a mágica se dá.
Milton Cunha
Aos
Dinossáuricos Carnavalescos,
À
todas as Velhas-Guardas de todas as Escolas, e em especial à
Velha-Guarda da Beija-Flor que ao longo destes três anos só
tem me ensinado.
Bibliografia:
-
PEINTURES PRE HISTORIQUES DU BRÉSIL, Guidon, Niéde
-Hérissey - Évreux - 1911
-
ITACOATIARAS - UMA PRÉ HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL,Galdino, Luiz,Ed.
Rios - 1968
-
TEMPO PASSADO - MAMÍFEROS DO PLEISTOCENO,Cartelle, Cástor-Acesita -
Ed. Palco, 1994
-
A CRIAÇÃO DO MUNDO - MITOS E LENDAS,Ragache, Catherinne-Bertrand Ed.
- 1989
TEMPO PASSADO, TEMPO PRESENTE,Catálogo de Exposição - Palácio das Artes-1992
- Belo Horizonte
-
A VIDA SECRETA DOS ANIMAIS NA PRÉ-HISTÓRIA,Bertrand Ed. - 1979-
FROM SO SIMPLE A BEGINNING - THE BOOK OF EVOLUTION,Whitfield, Philip-Macmillan
Publish Company - New York - 1993
-
HUNTING DINOSAURS, Psihoyos, Louie-Random House - New York - 1994
-
A TERRA - ATLAS VISUAL,Ed. Ática - 1995-
-
LHOMME, SES ORIGINES, Facchinni, Fiorenzo
-
LHOMME, ORIGINE ER ÈVOLUTION,Castor - Flammarion - 1993
-
LES PREMIERS HOMMES - LES YEUX DE LA DÈCOUVERTURE,Gallimard - 1988
-
LA VIE DANS LA PREHISTORIE,klenar, Karel-Grund - 1991
-
LHOMME AVANT L'HOMME - LE SCENARIO DES ORIGINES,Thomas, Herbert Gallimard
- 1994
-
DICIONÁRIO DO ARTESANATO INDÍGENA,Ribeiro, Berta-USP - 1988 - Ed. Itatiaia
Ltda.
-
ARQUIVOS DO JORNAL DO BRASIL, JORNAL "O GLOBO", REVISTA "VEJA",
REVISTA "ISTO É", JORNAL "O ESTADO DE SÃO PAULO",
REVISTA "ÍCARO",
-
ENTREVISTAS COM A EQUIPE DE NIÉDE GUIDON - PIAUÍ
E COM O DR. CÀSTOR CARTELLE - MINAS GERAIS.
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