FICHA TÉCNICA 2000

 

Carnavalesco      Cid Carvalho, Shangai, Fran-Sérgio, Ubiratan Silva e Nelson Ricardo
Diretor de Carnaval     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Harmonia     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Evolução     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Bateria     Mestres Paulinho e Plínio
Puxador de Samba Enredo     Neguinho da Beija-Flor
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio de Souza (Claudinho) e Selma de Mattos Rocha (Selminha Sorriso)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Carlos Augusto G da Silva (Carlos Augusto) e Janailce Adjane Santiago
Resp. Comissão de Frente     Ghislaine Cavalcanti
Resp. Ala das Baianas     Hélio Borges
Resp. Ala das Crianças     Edson Bittencourt

 

SINOPSE 2000

Brasil - Um coração que pulsa forte

"Pátria de Todos ou Terra de Ninguém?"

             Muito antes de 1500, nas altas esferas celestiais, viu-se que a velha Europa não havia compreendido as mensagens espirituais de paz e amor entre todos os homens sobre a terra. Era necessário ir em busca de continentes ignorados, onde espíritos jovens e simples aguardavam a semente de uma nova vida.
             Sob a intervenção sagrada, nasce a escola ( de Sagres) que possibilita os conhecimentos necessários para se transpor a imensidão dos perigosos e solitários oceanos que separavam esses dois mundos. Do velho, veio o português que, em busca de novos caminhos, é pego pelas calmarias dos ventos e com a força do sopro divino encontra o novo continente.
             Avista-se, enfim uma nova terra; o santuário onde os mortais poderiam reunir-se pela cultura e terem mais uma vez a chance de recomeçar. Deparam-se então com um imenso paraíso de igual esplendor, um novo país que se chamaria Brasil.
             Pronto, o lugar sagrado havia sido encontrado, mas isso não bastava para um novo recomeço, era necessário ainda um surgimento de uma nova raça. Mais uma vez a intervenção divina se fez presente, propiciando o encontro entre a civilização de pele clara e com o povo nativo de cor dourada nos corpos, que nestas terras estavam desde os mais remotos tempos defendendo a cultura das florestas, tem inicio a fusão das raças que mais tarde se completaria ao mesclar-se com os da pele negra como ébano trazidos da África distante, aqui seriam os olhos e os braços dos donos de minas, os pastores dos rebanhos, as bestas de carga, seriam os ombros, as costas e as pernas que fariam o país andar; o ventre que geraria imensa população mestiça e o seio que amamentaria os filhos dos senhores.
             Viriam ainda outros povos, de outras terras: corsários, aventureiros e e inconscientemente também contribuíram para a mistura de culturas e espíritos, transformando esta terra idealizada na Pátria de todos os povos.
             Fruto dessa miscigenação racial nasce o povo Brasileiro, os novos escolhidos incumbidos com a missão de compreender e repassar as mensagens divinas.
             Em uma determinada cidade, que mais tarde chamaria-se São Vicente e se tornaria o berço da democracia nas três Américas, um dos primeiros degredados alforria-se de Pátria e se investe de paixão por tão belo lugar. Ali, esta nova raça começa a organizar-se socialmente e a desenvolver-se até povoarem o vasto território.
             A incompreensão por parte dos primeiros escolhidos das palavras provindas do céu acaba por causar-lhes desentendimento entre si e, mais uma vez, influenciados pelos espíritos superiores, a realeza portuguesa, que já estava incomodada com degredado e pretendendo afastá-lo daquela terra, é conduzida até o novo mundo, aqui contribuem para edificação da Pátria nossa. Nasce então a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, para após sua reurbanização, passaria a colônia a ser o reino do Brasil, a sede da monarquia portuguesa. Um momento importante desta época á a chegada da missão artística francesa, preparando o Rio, através da arte, para os dourados anos da Bela Época que uniu a beleza incomparável da natureza da cidade com fascínio que a influência francesa trouxe para as suas ruas e salões.
             Tudo parecia estar propício para a propagação das mensagens sagradas, apenas um detalhe interrompeu o processo; éramos uma nova raça mas continuávamos a ser humanos, portanto éramos falhos e mais uma vez erramos. E pelos séculos afora o erro foi se acumulando através das gerações tomando proporções alarmantes, culminando nos caos atual.
             Estamos num campo de batalha, numa guerra espiritual contra nós mesmos, onde não há vencedores, existe apenas o ser humano. O mesmo, em todas as catástrofes: frágil, aflito e necessitado, e que, ainda assim, encontra forças para sorrir mesmo tendo sua dignidade ferida, um povo capaz de fazer festa mesmo quando tem seus direitos arrancados por mãos disfarçadas sob as máscaras de governantes.
             O que fizemos? Onde erramos? Porque transformamos a "Terra Prometida", a escolhida para ser a nova " Terra Santa" em uma Terra de Ninguém. Sem dono, sem leis, sem coração... um mundo desumano.
Bem! A única coisa que sabemos é que o caminho percorrido até então não era o correto. Devemos ultrapassar os obstáculos ocultos pela ignorância e adquirir as riquezas do conhecimento. Somos um povo de paz, devemos ir em busca de preservar a integridade do ser humano; não repetindo os mesmos erros, mas buscando em cada geração um indivíduo mais evoluído, mais perto da perfeição.
             A Beija Flor de Nilópolis está dando a sua contribuição, a missão de difundir as mensagens sagradas de paz, harmonia, humildade, fidelidade e amor. Mostrando assim que o Brasil não é apenas mais uma nação, é ainda, acima de tudo, uma terra de intenso calor humano, de uma gente que fala através de sentimentos, transformando este país em algo muito maior do que um vasto território limitado por fronteiras, num verdadeiro gigante pela própria natureza, dotado de um coração de uma terra mãe gentil; um coração que pulsa forte a cada dia, na certeza de seus filhos não fugirão da luta em busca de que esse mundo seja um lugar mais digno de se viver. Afinal esta raça foi preparada para ser os olhos, o pulmão, e o coração do corpo; a luz, a alegria e a força espiritual do planeta!

                                                             Desenvolvido por:

Laila, Cid Carvalho, Shangai, Fran Sérgio, Ubiratã Silva, Nelson Ricardo

 

SAMBA ENREDO                                                2000
Enredo     Brasil, um coração que pulsa forte. Pátria de todos ou terra de ninguém
Compositores     Igor Leal e Amendoim da Beija-Flor

Luz
Celestial que ilumina
Astros abrem a porta divinas
Guiando a navegação
Descobrindo esta nova nação
Semente de uma nova era
Paraíso de beleza natural
Índios guerreiros de pele dourada
E alma purificada
Habitavam este solo colossal
Corsários e aventureiros
Invadem o cruzeiro pela ambição
Lutaram e catequizaram
A pátria de todos os povos então

E o negro aqui chegou
E o seu canto de fé ecoou
Liberdade pra ser feliz
O braço forte que ergueu nosso país

Assim
São Vicente veio a encantar (Oba, oba)
Berço da democracia
Rio capital do meu Brasil
Brasil eu sonhei
Que o Senhor havia nos dado a mão
Que havia ordem, progresso e perdão
E um ser de luz a iluminar
E hoje eu canto
Ô pátria amada me envolvo em seu manto
Por essa terra sem dono, sem leis
Pra ver o sonho que sonhei

Me abrace amor com seu calor
Faz pulsar meu coração
Sou Beija-Flor e trago a paz
Nos olhos da geração