FICHA TÉCNICA 2002

 

Carnavalesco      Cid Carvalho, Shangai, Fran-Sérgio, Ubiratan Silva, Nelson Ricardo, Vitor Santos e Laíla
Diretor de Carnaval     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Harmonia     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Evolução     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Bateria     Mestres Paulinho e Plínio
Puxador de Samba Enredo     Neguinho da Beija-Flor
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio de Souza (Claudinho) e Selma de Mattos Rocha (Selminha Sorriso)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Belo e Janailce Adjane Santiago
Resp. Comissão de Frente     Ghislaine Cavalcanti
Resp. Ala das Baianas     Hélio Borges
Resp. Ala das Crianças     Edson Bittencourt

 

SINOPSE 2002

O Brasil dá o ar da sua graça de Ícaro a Ruben Berta o ímpeto de voar...

               Ah! O que seria da humanidade se não fossem os pássaros com seus bailados cruzando os céus e lhe despertando a imaginação.
               Pobre humanidade. Jamais seria capaz de explicar a emoção que o alçar vôo causa dentro de cada um de nós ao sentirmos o solo correndo sob os nossos pés para depois ir se afastando, cedendo lugar ao macio flutuar em direção aos céus.
               Mas foi a busca dessa emoção que motivou tantos homens, lendários ou tornados lendários a irem em busca de seus sonhos, de seus ideais.
               Ah! Sonhos, sonhos...
               
De ir mais além e chegar próximo ao sol.
               De soltar a imaginação e confortavelmente sentado sobre tapetes flutuar e ir ao encontro de gênios saídos de lâmpadas e garrafas mágicas.
               Ou simplesmente cruzar o céu, vencendo a poderosa força da gravidade e pousar logo ali como faziam os pássaros com maestria.           
               
Ou sonhar mais alto, dando asas a imaginação, alcançar as estrelas, os planetas e colocar os pés na lua.
               Sonhemos então com uma viagem rumo à Grécia para um encontro com Dédalo e Ícaro.
               Ou então nos debrucemos nas palavras proféticas do precursor Leonardo da Vinci e suas criações voadoras.
               Dos visionários Santos Dumont, o grande Pai da Aviação Mundial, e Ruben Berta que, com o poder de prever o que iria acontecer adiante, apresentou um gigante chamado Brasil para todo o mundo através da aviação.
               Que imensa e eterna gratidão à todos os pioneiros na arte de voar, que com os pés no chão mas o pensamento nos céus, nos fizeram chegar nas alturas e alcançar a imensidão.
Mas como esquecer os pássaros.
               
Sim, os pássaros, no fundo... No fundo, os verdadeiros Pais da Aviação.
               Como esquecer da graciosidade do vôo de um Beija-Flor. Ah! Esse pequenino pássaro multicor que como fizeram outrora seus antepassados inspirou a nossa agremiação a adotar o seu próprio nome e emprestou suas asas para que ela, cruzando o céu, chegasse aos quatro cantos do mundo.
               No céu e para os céus!
               
Pois se pararmos para analisarmos que em várias religiões a idéia da morte nada mais é que uma grande viagem aos céus em direção a um paraíso que lá existe, poderíamos afirmar que na verdade poder voar é muito mais que sonhar ou viajar no sentido singular dessas palavras.
               Voar é poder estar, voar é poder se sentir mais perto do criador.
               Assim, sendo, não façamos da lua e das estrelas uma guerra de interesses obscuros.                Continuemos sim, usando-as como inspiração para nossas poesias, para nossa música, enfim, para todos os artistas espalhados pelo mundo. Que no lugar da dor da ganância, seus raios luminosos continuem embalando os eternos apaixonados.
               E já que os próprios anjos, à semelhança dos pássaros, ganharam asas para livremente viajarem entre o céu e a terra, que venha o infinito, por que o céu não é o limite!

Comissão de Carnaval 2002

Sinopse Completa

               Ah! O que seria da humanidade se não fossem os pássaros com seus bailados cruzando os céus e lhe despertando a imaginação. Pobre humanidade. Jamais seria capaz de explicar a emoção que o alçar vôo causa dentro de cada um de nós ao sentirmos o solo correndo sob os nossos pés para depois ir se afastando, cedendo lugar ao macio flutuar em direção aos céus. Mas foi a busca dessa emoção que motivou tantos homens, lendários ou tornados lendários a irem em busca de seus sonhos, de seus ideais. Ah! Sonhos, sonhos... De ir mais além e chegar próximo ao sol. De soltar a imaginação e confortavelmente sentado sobre tapetes flutuar e ir ao encontro de gênios saídos de lâmpadas e garrafas mágicas. Ou simplesmente cruzar o céu, vencendo a poderosa força da gravidade e pousar logo ali como faziam os pássaros com maestria. Ou sonhar mais alto, dando asas a imaginação, alcançar as estrelas, os planetas e colocar os pés na lua. Sonhemos então com uma viagem rumo à Grécia para um encontro com Dédalo e Ícaro. Ou então nos debrucemos nas palavras proféticas do precursor Leonardo da Vinci e suas criações voadoras. Dos visionários Santos Dumont, o grande Pai da Aviação Mundial, e Ruben Berta que, com o poder de prever o que iria acontecer adiante, apresentou um gigante chamado Brasil para todo o mundo através da aviação. Que imensa e eterna gratidão à todos os pioneiros na arte de voar, que com os pés no chão mas o pensamento nos céus, nos fizeram chegar nas alturas e alcançar a imensidão. Mas como esquecer os pássaros. Sim, os pássaros, no fundo... No fundo, os verdadeiros Pais da Aviação. Como esquecer da graciosidade do vôo de um Beija-Flor. Ah! Esse pequenino pássaro multicor que como fizeram outrora seus antepassados inspirou a nossa agremiação a adotar o seu próprio nome e emprestou suas asas para que ela, cruzando o céu, chegasse aos quatro cantos do mundo. No céu e para os céus! Pois se pararmos para analisarmos que em várias religiões a idéia da morte nada mais é que uma grande viagem aos céus em direção a um paraíso que lá existe, poderíamos afirmar que na verdade poder voar é muito mais que sonhar ou viajar no sentido singular dessas palavras. Voar é poder estar, voar é poder se sentir mais perto do criador.                Assim, sendo, não façamos da lua e das estrelas uma guerra de interesses obscuros. Continuemos sim, usando-as como inspiração para nossas poesias, para nossa música, enfim, para todos os artistas espalhados pelo mundo. Que no lugar da dor da ganância, seus raios luminosos continuem embalando os eternos apaixonados. E já que os próprios anjos, à semelhança dos pássaros, ganharam asas para livremente viajarem entre o céu e a terra, que venha o infinito, por que o céu não é o limite!

Comissão de Carnaval2002

1 - Os pássaros - O despertar da imaginação Humana
       

               Abrem-se as cortinas do Tempo... E a uma ordem do criador, separou-se o céu da terra...
               E fez-se a luz e as trevas...
               E criaram-se os seres vivos... Nesse momento o Criador fez habitar as águas... As terras... E tão feliz ficou, que em sua divina alegria criou os seres que habitaram os céus... Para as águas, criou uma infinidade de seres marinhos. Para as terras, os animais de pelo e couro, e coloriu com as plantas. Para usufruir tamanha beleza, criou o homem, sua imagem e semelhança.
               A cada uma das criações concedeu um dom. Mas uma recebeu um em especial que a transformou em um ser elegante e invejado. A essa criatura ele deu o dom de voar...
               De todos os animais sobre a terra, os pássaros logo despertaram a admiração do Homem, pois os dons dos outros animais não superavam os seus. Porém aquele animalzinho podia mais que ele, tinha graça e beleza... Podia voar...
               Cruzando os céus, flutuando sobre a terra ou sobre os mares com singular beleza, essas pequenas criaturas celestes jamais seriam capazes de imaginar que, o simples agitar de suas asas, seriam definitivos para uma das mais extraordinárias conquistas humanas.
               Conquista só alcançada graças ao talento de alguns ou a coragem e determinação de outros. Mas acima de tudo, de qualquer dúvida o homem, feito a imagem e semelhança do Criador Universal, só conseguiu voar quando se curvou ao simples e, porque não dizer, vôo de um passarinho.
               E se a idéia de superioridade nos conduz ao sentido de "estar por cima", temos então que nos curvar sim, aos pássaros e, se possível o fosse, com eterna gratidão dizer-lhes: - Muito Obrigado!

2 - A Mitologia - Das Asas de Ícaro à Magia Oriental

               O Primeiro símbolo do desejo humano de imitar os pássaros nos conduz à Mitologia Grega. O Sonho de voar envolveu, desde o início dos tempos, diferentes povos de culturas igualmente distintas, criando assim seus mitos.
               Assim na Ilha de Creta, na Grécia antiga, nos deparamos com Dédalo que com incrível inteligência construiu um labirinto onde se prendeu o Minotauro, incrível monstro com cabeça de touro. Minos, rei de Creta, sentindo-se ameaçado por tamanha inteligência, tira-lhe a liberdade e a de seu filho Ícaro fazendo-os prisioneiros da ilha. 
               O mesmo prazer que os pássaros que sobrevoavam Creta pareciam comemorar com gracioso bailado, inspirou Dédalo a construir, com cera e penas, asas para ele e seu filho. Alcançando pelo ar, através do vôo, a mesma sensação que desfrutavam aqueles pequenos seres alados, a liberdade.
               Entregando-se as delícias do vôo e embevecido com o feito de igualar-se aos pássaros, Ícaro nem percebe que se aproxima demais do Sol, sendo surpreendido pelo calor que derreteu suas asas e o atirou ao solo.
               Mas se Dédalo e Ícaro viajaram em busca de liberdade, imaginemos então uma viagem rumo ao Oriente, terra de encantos e magias peculiares.
               Não seria impossível então um encontro com seres mágicos usando calças bufantes e coletes coloridos e que, saídos de lâmpadas ou garrafas mágicas, estão sempre dispostos a realizarem desejos aparentemente irrealizáveis.
               E se, assustados, não identificarmos o que está flutuando sobre nossas cabeças, basta prestarmos mais atenção para logo chegarmos à conclusão de que se trata de um magnífico tapete com franjas que, voando entre majestosos palácios, imediatamente nos remete a estórias milenares.
               Como é impressionante a maneira que o sonho de elevar-se do chão nos faz viajar a recantos e situações que, talvez a nossa vã consciência, jamais fosse capaz de nos levar.
               E se desse modo buscamos a liberdade;
               Se procuramos a magia;
               Se desejamos alcançar o desconhecido;
               Isso só é possível se nos permitirmos criar asas, nos tornando, todos nós, seres alados na nossa própria imaginação.

 

3 - Leonardo da Vinci - O Renascimento Italiano

               Pairava sobre o Velho Continente uma nova Luz.
               Luz que se refletiu em todos os recantos e iluminou várias e privilegiadas cabeças daquela época.
               Estamos na Europa do século XV e sentimos a arte e a criatividade fervilhando em todas as direções.
               Profecias e realizações caminham lado a lado. É, sem dúvida, um momento especialmente mágico.
               No embalo de tantas conquistas, o maior dos desejos humanos tinha que se fazer presente.
               Voar, flutuar, tocar as nuvens. Como parecia impossível imitar os pássaros.
               Mas no rastro iluminado que banhou a Europa surge aquele que, adiantando-se em muitos séculos à sua frente, visualizou a invenção do avião, transformando em aurora as trevas da Itália de então. 
               Era a época do Renascimento que conquistava toda a Europa fazendo renascer dentro das pessoas o velho desejo humano de voar.
               O brilho desta época se ressalta pelo rompimento com o obscurantismo. Entra em cena o clássico e o erudito, nascem as escolas de arte, se aprofundam as ciências. O homem aumenta seus conhecimentos em mecânica, engenharia, ótica e perspectiva. Viaja corpo adentro evoluindo em medicina e anatomia, dando novamente um padrão estético as esculturas, pinturas, trajes e costumes. Viaja corpo afora, estuda a Terra e as estrelas, reconhece o sol como o centro do sistema e descobre novos planetas.
               Reluz também a estrela de Leonardo da Vinci. Sábio, cientista e artista que assombra o mundo com os seus projetos, pinturas e profecias. A mais fascinante de todas afirmava: "O grande pássaro voará pela primeira vez sobre o dorso do grande cisne, diante da estupefação da Terra e encherá toda a história com o seu renome".
               Estaria Da Vinci prevendo o vôo de Santos Dumont (o grande pássaro) sobre o seu 14-bis (o grande cisne)?
               A história diz que sim...

4 - O Brasil dá Asas ao Mundo

               Dominar somente a terra não parecia satisfazer o ego daqueles homens destemidos e sonhadores.
               O homem tinha o olhar direcionado para cima. Era necessário ganhar também os céus, deixando definitivamente para traz a sensação de ter os pés presos ao chão, de ser limitado.
               O mundo evoluía com uma rapidez impressionante e, em busca desse crescimento, muitos brasileiros embarcaram rumo à Europa.
               Era necessário beber na fonte desses conhecimentos enchendo, dessa maneira, suas almas com as novidades que o mundo oferecia. 
               O prazer de poder tocar, com a ponta dos dedos, o coração dos céus; de atingir o infinito e as estrelas; de ser capaz de conquistar, de ser livre, de voar, inebriava a humanidade.
               A fantástica luta travada com a força da gravidade ganha guerreiros igualmente fortes e fantásticos. Verdadeiramente podemos afirmar que entre esses guerreiros foi um brasileiro, mais precisamente no século XVIII, que com sucesso vence uma das maiores batalhas.
               Bartolomeu Lourenço de Gusmão, cognominado Padre Voador, maravilhou a Corte de D. João V, rei de Portugal, ao apresentar-lhes sua invenção.
               Não era apenas mais uma criação, mas para espanto de todos os presentes, tratava-se de um aparelho voador denominado "passarola" ou "balão de São João".
               A pequena chama que, aquecendo o ar do interior da esfera de papel, a fez elevar-se diante do rei, ganhando a altura da torre de Lisboa parecia ter, na sua simplicidade, o mesmo poder da chama que ardia dentro de cada sonhador daquela época, incentivando continuamente na busca de assemelhar-se aos pássaros.
               No final de 1800, Paris também reunia grande número de aeronautas, estudantes das mais variadas ciências, imbuídos em transformar o futuro em presente, o balonismo em moda, aumentando assim as possibilidades de vôo com um aparelho "mais-pesado-do-que-o-ar".
               E é na cidade Luz, em 1891, que aporta o brasileiro que seria conhecido mundialmente como o "Pai da Aviação".
               Alberto Santos Dumont, inventor, construtor e acima de tudo sonhador, domina os balões quando consegue lhes dar dirigibilidade. Ao mesmo tempo assombra a Europa ao realizar o primeiro vôo público em aparelho "mais-pesado-do-que-o-ar", o 14-bis, consolidando enfim, o sonho milenar da raça humana.
               "O 14-bis parecia-se com um ganso sem cauda e de longo pescoço". As características apontadas em um comentário da época lembram um cisne e não um ganso, o que nos remete novamente à profecia de Leonardo da Vinci.

5 - Ruben Berta - O Pássaro do Progresso

               Quando as coisas precisam acontecer parecem ganhar uma incrível força que não se consegue explicar.
               Aparentam ser manipuladas por mãos dotadas de poderes incalculáveis. Se para uns poderíamos chamá-la apenas de coincidência, para tantos outros a mais convincente explicação seria chamá-la de toque divino.
               Como nada é por acaso, em 1907, em Porto Alegre, extremo sul do Brasil, nascia praticamente junto com o avião, aquele que iria não só transformar a aviação no mais moderno meio de transporte nacional, mas em grande fator de utilidade pública.
               Ruben Berta, o "pássaro do progresso" brasileiro, envolveu-se com a aviação de maneira, pelo menos, curiosa.
               A atração pelo pioneirismo do empreendimento aliado ao velho desejo humano de poder voar, invadem o pensamento de Berta e o conduzem a aceitar o desafio de trabalhar na primeira companhia de aviação em implantação em Porto Alegre.
               Começava assim a saga daquele que, dotado com o poder de prever o que aconteceria adiante, viveria por, aproximadamente 40 anos, fazendo da sua vida uma entrega incondicional ao trabalho. Uma firme determinação de vencer, a qual misturava grandes doses de razão e emoção, temperadas com uma fé inabalável nos seus valores e princípios. Com uma sensibilidade incomparável soube, com maestria, levar civilização às populações extremamente atrasadas em relação as cidades litorâneas, fazendo-as em, alguns casos, conhecer o avião antes mesmo do que o automóvel.
               O Sul conhece o Sudeste, o Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O Brasil conhece enfim os "Brasis" que não conhecia.
               Voar... Viajar... Desbravar... Plantar... Dentro e fora do Brasil, tornou-se a sua aventura pessoal e acabou levando-o a todas as rotas e horizontes. Obra do tempo e do trabalho, transformando o desconhecido gaúcho em um respeitável cidadão do mundo.
               Convicções pessoais, embasadas em teorias sociais e mesmo em encíclicas papais, tiveram sua importância no desenvolvimento e implantação de um projeto que se caracterizava como novo e ousado.
               Ao pressentir ameaças próximas e intuir futuras, sobre tudo as de estatização, levou a aprovação pela assembléia de acionistas o projeto da Fundação dos Funcionários da companhia que, daí por diante, seria controladora e principalmente a dinamizadora da mesma.
               Sendo todos os empregados seus filiados, seriam os beneficiários dos lucros da companhia.
               Mas outra idéia força parece ter sido a grande mola propulsora:
               Acreditar nas pessoas e em suas potencialidades;
               Acreditar que elas podem aliar seus objetivos pessoais ao sucesso do empreendimento. Que podem ser convencidas, em especial, pelo exemplo de seus dirigentes; Que é através do esforço pessoal, da dedicação e do amor ao trabalho que os frutos virão, mas que são também o apoio, o reconhecimento desses esforços e a possibilidade de participação que as estimularão a aumentarem seus conhecimentos e a desenvolverem, em caráter permanente, o desejo de bem servir.
               Berta nos deixa então como legado a sua luta determinada em favor dos mais necessitados.
               Um grande exemplo que, se tivesse sido seguido por outras pessoas, provavelmente teriam nos levado a uma realidade diferente.
               Ao propor a divisão de lucros através da criação da Fundação, Ruben Berta automaticamente influi para que cada trabalhador possa também voar com confiança em busca de novos horizontes.
               O desemprego diminui e enfraquece o ser humano;
               A miséria, irmã do desemprego, nos arranca a esperança, nos arrastando para o caos social.
               O fim está próximo e se faz anunciar quando uma avalanche de insegurança nos faz prisioneiros de nossas próprias casas, apoiada no total descaso e incompetência de empresários e autoridades governamentais.
               O que Berta sempre almejou com o seu projeto ousado e renovador foi, acima de simplesmente montar uma companhia, criar condições para que o funcionário fazendo parte do todo, mesmo não sendo o dono, se sentisse como tal.
               As pessoas têm o direito de serem felizes em suas casas, nos seus empregos, felizes com o seu trabalho e consigo mesma.
               Essa é a direção que temos que seguir, essa é a missão que Berta nos deixou.
               De mãos dadas, ligados por uma fé constante, voemos juntos. Pois não têm poder que mude isso.

6 - Portas e Janelas se Abrem para o Mundo

               Movido por seu eterno sonho, Berta o nosso destemido "Bandeirante do Ar", ao mesmo tempo em que lutou, com força e determinação em busca de transformar o cidadão brasileiro em um ser mais digno e respeitado, que abriu os olhos dessa criança nação para as belezas e riquezas que ela própria desconhecia, buscava também com um coração cheio de orgulho apresentar esse torrão abençoado a todos os cantos do mundo.
               Assim como se preocupou em atrelar ao sucesso, a classe trabalhadora, também sonhava Berta levar a bandeira do Brasil aos quatro cantos do mundo, e voando sobre dificuldades, sem se deixar abater, conquista primeiro o nosso próprio continente. Dessa maneira as Américas, uma a uma, país a país são atingidos pela flecha dos pampas.
               O Brasil começa então a ser apresentado ao mundo.
               A flecha corta o ar, sobre os oceanos, chegando à Europa, o Velho Continente, o continente da sabedoria.
               Em sua trajetória destemida alcança também a África, o continente negro.
               Conquistando por fim o Oriente Médio, recanto místico e mágico, estava o mundo dessa maneira ligado por uma ponte aérea, viabilizando em curto espaço de tempo, se trocar de cidade, de estado, de país e até mesmo de continentes.
               Podia de fato agora o homem brasileiro ser considerado cidadão do mundo. Estava o Brasil ligado ás nações mais avançadas do planeta.
               Nas asas do Ícaro moderno, nossos atletas chegaram às Olimpíadas.
               Essas mesmas asas nos trouxeram os maiores expoentes das artes e das ciências e aos representantes da política mundial foi possibilitada grande troca de experiências.
               O Brasil abraça também os maiores líderes religiosos sem qualquer discriminação.
Abrem-se as portas e janelas para as novidades da alta tecnologia, que chegam ao mesmo tempo em que são criadas no exterior. 
               Os produtos da produção brasileira alcançam os mercados internacionais, colocando-nos no hall dos países de ponta.
               Fazemos parte agora de um mundo que caminha de maneira acelerada em direção a globalização, apoiado no bater incansável das asas do progresso.

7 - A Terra é Azul - A Conquista do Espaço

               Muito tempo se passou desde a primeira tentativa do homem de voar. As simples e rústicas aeronaves que pouca segurança ofereciam, deram lugar a sofisticadas engenhocas.
               O homem realmente criou asas, alcançou as estrelas, os planetas, o sol, a lua e até novas galáxias.
               Solta-se finalmente as amarras do futuro.
               De um futuro que requer muito mais do que ficção e mitos, precisa de tecnologia avançada e moderna para que o homem nunca pare o processo de evolução, vencendo obstáculos e se superando cada vez mais, conquistando não só a atmosfera da Terra mas, chegando muito além, alcançar o infinito.
               A velocidade do avião se põe a prova, e voando mais alto que os pássaros o homem chega ao espaço...
               O futuro é presente, quando Yuri Gagarin completou a órbita em torno da Terra e reentrou com sucesso.
               Yuri Gagarin não era nenhum Apolo, nem tinha veia poética... Mas foi muito feliz na sua primeira e simples frase: "A Terra é Azul!...".
               Os astronautas Neil Armstrong e Edwin "Buzz" Aldrin caminharam na lua. 17 anos após, é construída a mais avançada Estação Espacial, a MIR, que significa Paz, tinha agora o homem, endereço e morada no espaço, os astronautas da MIR, ficaram em órbita por mais tempo que quaisquer outros.
               Os foguetes não tripulados foram projetados para investigar os limites do Sistema Solar, através deles o homem alcançou Netuno. Estes foguetes poderão enviar-nos dados que nos ajudem a compreender melhor as origens do Universo e a teoria do Big-Bang.
               E se o céu de hoje, cortado por pássaros de aço repletos de luz, é o maior símbolo da persistência do homem na busca de elevar-se do solo e ganhar as alturas, também nos faz voltar no tempo, para exaltarmos os pássaros.
               Sim, os pássaros, no fundo... No fundo, os verdadeiros Pais da Aviação. 
               Como esquecer da graciosidade do vôo de um Beija-Flor. Ah! Esse pequenino pássaro multicor que como fizeram outrora seus antepassados inspirou a nossa agremiação a adotar o seu próprio nome e emprestou suas asas para que ela, cruzando o céu, chegasse aos quatro cantos do mundo.
               E já que o céu não é o limite, seria o Disco voador uma "Beija-Flor Espacial"???

Organograma

Setor 01: Os Pássaros - O Despertar da Imaginação Humana
Setor 02: A Mitologia - Das Asas de Ícaro à Magia Oriental
Setor 03: Leonardo da Vinci - O Renascimento Italiano
Setor 04: O Brasil dá Asas ao Mundo
Setor 05: Ruben Berta - O Pássaro do Progresso
Setor 06: Portas e Janelas se Abrem para o Mundo
Setor 07: A Terra é Azul - A Conquista do Espaço

Bibliografia

  • Conselho Editorial - Fundação Ruben Berta, "de Homens e Ideais - Os Cinqüenta Anos da Fundação Ruben Berta", Prêmio Editorial Ltda, 1996.
  • Da Costa, Fernando Hipólito, "Santos-Dumont - História e Iconografia", Villa Rica Editoras Reunidas Ltda, 1990.
  • Varig, "VARIG - Uma Estrela Brasileira", Action Editora Ltda, 1997.
  • Tenan, Coriolano Luiz, "Aviação de Outrora - Memórias", Conselho Editorial INCAER / Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1995.
  • Santos Dumont, Alberto, "O Que Eu Vi, O Que Nós Veremos", Fundação Projeto Rondon - MINTER - Ministério da Aeronáutica", 1986.
  • Enciclopédia Barsa
  • Antoine de Saint - Exupéry, "O Pequeno Príncipe"

Pesquisa Virtual

 

SAMBA ENREDO                                                2002
Enredo     O Brasil dá o ar da sua graça de Ícaro a Ruben Berta o ímpeto de voar...
Compositores     Wilsinho Paz, Elcy, Gil das Flores e Alexandre Moraes, Igor Leal e Tom-Tom

Meu Beija-Flor espacial
Cruzou o espaço sideral
Fez do meu sonho
Realidade nesse Carnaval

Num toque divinal do Criador
Surgem passarinhos a bailar
Com elegância e beleza
Inspiração que fez o homem voar
Na mitologia construiu
Asas de cera para a liberdade
Rumo ao Oriente sobre tapetes
Conheceu estórias milenares
Reluz no renascimento a profecia
Que o grande cisne voaria
E o mundo se encantaria

Vai, vai balão
Leve o meu sonho pra imensidão
Sou brasileiro, pioneiro
Grande "pai da aviação"

Oh! Glória...

Glória a um gaúcho sonhador
Fez da moderna aviação
A integração nacional
No seu desejo profundo
Este cidadão do mundo
Lutou pela igualdade social
O homem avança no espaço sideral
Com a força do guerreiro
Alcança a lua
E clama pela paz universal