FICHA TÉCNICA 2003

 

Carnavalesco      Cid Carvalho, Shangai, Fran-Sérgio, Ubiratan Silva e Laíla
Diretor de Carnaval     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Harmonia     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Evolução     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Bateria     Mestres Paulinho e Plínio
Puxador de Samba Enredo     Neguinho da Beija-Flor
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio de Souza (Claudinho) e Selma de Mattos Rocha (Selminha Sorriso)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Belo e Janailce Adjane Santiago
Resp. Comissão de Frente     Ghislaine Cavalcanti
Resp. Ala das Baianas     Hélio Borges
Resp. Ala das Crianças     Edson Bittencourt

 

SINOPSE 2003

O povo conta a sua história: "saco vazio não pára em pé". A mão que faz a guerra faz a paz.

Como estaríamos vivendo hoje se o primeiro homem, ao desobedecer ao Deus Criador não fosse expulso do paraíso?
Estaríamos nós, desfrutando da fartura dos Jardins do Éden?
Mas a ira do Senhor nos deu um mundo pecador como herança.
Cavaleiros em seus cavalos de fogo foram enviados dos céus para anunciar o Apocalipse.
A terra conheceu a fúria dos sinais do Cataclismo Celestial.
Multiplicaram-se as guerras.
A peste se espalhou implacável.
A morte tornou-se vulgar.
A fome assolou sem piedade a humanidade.
O mundo conhece o caos moral e espiritual.
O fim parece muito próximo.
É tempo das grandes navegações na Europa.
As nações se lançam ao mar.
Dessa maneira a luz superior que a tudo vê, soprou os ventos da justiça e da misericórdia empurrando as embarcações para uma terra nova e distante.
Suas árvores ofereciam frutos em quantidade.
De suas fontes honravam águas límpidas e cristalinas.
Ali não existiam nem ricos, nem pobres.
Apenas uma gente de alma pura e simples, porém feliz, vivendo em igualdade, fraternidade e liberdade.
Ah! Deus de piedade!
Destes ao homem uma nova chance, destes ao homem um verdadeiro paraíso terrestre.
Mas a ganância dos descobridores é cega e cruel.
Ignoram o colorido das aves.
A beleza rara das borboletas.
O perfume mágico das flores.
Apresentaram sem dó, nem piedade  aos nativos do Éden terrestre um inferno onde a dor, a fome e a escravidão eram senhoras absolutas, filha legítima da ganância.
Ah! Ganância...
Foi em teu nome que invadiram o continente negro.
Humilharam, escravizaram, desrespeitaram os Deuses Africanos.
Arrancaram à força de sua pátria mãe os povos negros.
Do negreiro pra senzala.
Maltrapilhos, miseráveis.
Na oferenda aos Orixás o lamento e as suplicas por liberdade e dignidade que ficaram na terra distante.
Definitivamente a ganância espalhou a fome e semeou revoltas pelos quatro cantos do planeta.
Na Europa o General Fome fez funcionar a guilhotina, degolou cabeças reais.
Fez o povo tornar a bastilha.
No Brasil, a criança nação, clamava por liberdade.  Batia forte um coração patriota no peito do povo.
De um povo sofrido e oprimido.
Um povo sem direitos.
Sem alternativa.
Mas é no meio do povo, na sua dor, que faz morada a esperança!
Esperança reluzente na figura de Zumbi guerreiro.
Em Palmares ardia a chama da igualdade entre todas as raças.
Nos sertões do país, lutando por justiça social e contra o poder opressor de sua época, surge um cabra da peste de nome Lampião.
A força mortal não foi capaz de apagar o sonho de ver a pátria e seus filhos livres do grande mártir Tiradentes.
Mas o tempo passou.
Quase nada mudou.
Somos a pátria das desigualdades.
Filhos do medo.
Da violência crescente.
Do desemprego desolador.
Da fome opressora.
Ah! Brasil continental.
De solo abençoado onde se plantando tudo dá.
Pareceres não saber que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidades e em direitos.
Sem distinção alguma de raça, cor, língua cor, religião, que devemos agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Que temos direitos à vida, a liberdade, a segurança.
Mas em meios a esta eterna luta contra a miséria observamos o nascimento de uma poderosa guerreira em uma das regiões mais carentes do nosso estado: a Baixada Fluminense.
Seus filhos simples e humildes ganharam uma grande defensora e porta voz revestida de muita garra; mas acima de tudo, de muito amor por seus soldados.
Seu grito de alerta denunciou em nome de gente oprimida.
Seus hinos por igualdade se fizeram ouvir pelos quatro cantos do planeta.
Defendeu o povo de rua, as meretrizes, os pedintes e os desocupados.
Na sua luta, por várias vezes, vestiu seus soldados de reis e rainhas.
Fez lata virar prata, lixo virar ouro.
Em seu nome voltou-se  a sorrir, a se ter orgulho.
Voltou-se a sonhar.
Ah! Beija-flor de Nilópolis, da Baixada sofrida.
Por quê o Brasil não fez de você o exemplo?
Devolvendo o cidadão o que lhe foi tirado.
Onde ficou a promessa de povo bem nutrido?
De um país desenvolvido?
Cadê o nosso direito à paz e moradia?
Chega, ninguém agüenta mais!
Chega de ganhar tão pouco, chega de sufoco, Senhores mandatários do Brasil.
Chega de covardia.
Nos sentimos como índios, primeiros habitantes do nosso Brasil.
Como eles somos vítimas da violência.
Sofremos as estocadas da ganância.
Somos alvos vulneráveis de uma selva de pedra implacável.
Prisioneiros das jaulas que ajudamos a criar.
Mas hoje queremos resgatar o ser humano e exaltar sua redenção.
Oferecemos um grande banquete para celebrar.
Das bandejas o amor transbordar.
Dos pratos de esperanças, a vida brotar.
Doses fartas de fraternidade para brindar.
Aqui, todos são iguais, convidados a participar.
Têm voz para reclamar.
É o momento do desabafo.
Do grito de alerta.
Do pedido de socorro, de cada um de nós.
Vítimas de um dia-a-dia que não hesita em nos fazer sofrer, e muitas vezes nos negar a esperança  para alma e o alimento para o corpo.
Mas Saco Vazio não Pára em Pé!!!

            O que propomos é mais que enredo, é acima de tudo um canto sincero e emocionado de gratidão às almas e instituição que sempre lutaram ao lado da massa, em favor dos menos favorecidos. É o próprio povo contando a sua história. Que o Senhor Deus nos abençoe atenda as nossas preces!
Amém.

Cid Carvalho, Shangai e Laíla (Pesquisa e texto)

Organograma de Desfile

Setor 1: Paraíso celestial

             A visão mais pura do paraíso é a terra do leite e do mel, onde as frutas aguardam nos pés para serem consumidas pelo homem livre, firmando assim o amor de Criador e criatura. Feito a sua imagem e semelhança, recebeu o homem do Pai Celestial, divina morada. Floresta concebida em luz, bordada em preciosas pedras, que adornaram o amor do Pai, e refletiu no mais puro cristal, o amor do filho.
             Mas nem a bela morada protegeu o homem, que picado pela senhora desobediência maculou a confiança divina, que o retirou do mágico recanto e lhe deixou um mundo pecador como herança.

Setor 2: Apocalipse - A Ira do Criador

             Em sete dias o Senhor criou o mundo, e destinou às suas criaturas um segundo da eternidade, e as observou no lento passar do tempo.
             E ao final dos tempos lançou o Senhor mão de quatro cavaleiros em seus cavalos de fogo e anunciou um grande cataclisma que chamou de Apocalipse separando dessa forma o joio do trigo, o bem do mal. Foram dias de escuridão, os cavaleiros apagaram o sol e a lua, terríveis pesadelos, gritos, pragas, o horror se abateu sobre o mundo.
             Os bons subiram aos céuas e os maus queimaram no fogo eterno, como prova inexorável de que Deus é o Senhor: O Criador para demonstrar sua ira e abrir os olhos dos descrentes, usou as labaredas dos confins da terra. O último grão de areia que caiu da ampulheta do tempo invadiu o coração do homem e aos que passaram pela fome, peste, guerra e morte, e nele confiaram.
             Depois da prova de fogo, o Senhor devolveu o paraíso a humanidade.

Setor 3: Queda da Bastilha - A Revolução do Povo

             Os Estados Gerais começam seus trabalhos em Maio de 1789 no Palácio de Versalhes. Para garantir a vitória, a nobreza quer que a votação seja por classe. O Terceiro Estado exige votação por cabeça, pois tem 610 deputados, contra 270 da nobreza e 291 do clero, além da adesão de nobres influenciados pelo iluminismo e de parte do clero. A disposição de liquidar o absolutismo e realizar as reformas leva a bancada do Terceiro Estado a autoproclamar-se Assembléia nacional Constituinte, em junho de 1789. A população se envolver. Revoltas em Paris e no interior, causadas pelo aumento do preço do pão, culminam no dia 14 de julho com a tomada da Bastilha. Grande parte da nobreza emigra. Em 4 de Agosto de 1789 a Constituinte suprime o sistema feudal.
             A declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembléia Constituinte em 26 de Agosto de 1789, tem por base a declaração norte-americana: defende a propriedade privada como inciolável e sagrada, institui a igualdade jurídica e a liberdade pessoal. Em Setembro de 1791, fica pronta a Constituição. Ela institui a monarquia parlamentar com um poder real enfraquecido, proclama a igualdade civil, consfisca os bens da Igreja e proíbe greves e associações operárias. A unidade inicial contra os aristocratas dá lugar à complexa composição partidária. Os girondinos representam a alta burguesia; têm maioria e o apoio do rei; combatem a ascensão dos sans-culottes ( sem-calções, o povo ). Os jacobinos representam a pequena e média burguesia, são mais radicais e, libertados por Robespierra ( 1758 - 1794 ), buscam apoio popular. Os cordeliers, independentes, representantes do povo pobre, oscilam entre um lado e outro.

Setor 4: As Grandes Navegações

             Pelo Tratado de Tordesilhas, assinado entre a Espanha e Portugal antes da descoberta do Mundo Novo uma Linha Imaginária dividia as terras existentes entre as duas potências.
             É tempo de descobrimento, espanhóis e portugueses lançam-se ao mar. Países de pequena extensão de terra, Portugal e espanha, expandem seus territórios através da colonização e franca exploração das terras conquistadas, por seus intrépidos navegadores, navegar é preciso, viver não é preciso. Sob esse lema, protegidos por seus monarcas, e movidos pela ganância chegam os europeus ao novo continente. As colônias se multiplicam.
             Sucumbe ao Sabre e Arcabus a cultura das novas terras. Maldita ambição, em teu nome, destemidas criaturas cortaram as águas do grande mar, e numa estocada feriram as montanhas e o coração das florestas em busca de ouro e prata. Entraram em tamanho delírio com a riqueza encontrada que se banharam por assim dizer em ouro.

Setor 5: Brasil- O Paraíso Terrestre

             Avista-se, enfim, uma nova terra; o santuário onde os mortais poderiam reunir-se pela cultura e terem mais uma vez a chance de recomeçar.
             Deparam-se então com um imenso paraíso de raro esplendor, um novo país que se chamaria Brasil.
             Criaram-se as entradas e bandeiras, movimentos para interiorizar a pátria nossa, levando os olhos reais aos mais puros matais, que enriquecia mais e mais a coroa, mas tornava arredio o dono da terra, que vivia na mata e da floresta era o senhor.
             Mas era necessário povoar esta nação. Ora, pois pois, lançou-se mão do escravo... feriram sem dó a Mãe África... Jogados em negreiros, o povo, reis, rainhas, todos e qualquer um: velhos, mulheres, crianças e guerreiros atravessaram o grande mar. O africano aqui chegou, na fé de Oxalá.              Assim o Brasil Morenizou.

Setor 6: Heróis Nacionais - Guerreiros Saídos do Povo

Zumbi dos Palmares

             Estendendo-se de meados do século XVI aos fins do XIX, a escravidão, nas Américas, de africanos e descendentes foi um dos episódios mais dolorosos da História da Humanidade. Mas a toda crueldade, que despovoou a África e vitimou milhões de seus melhores filhos, opôs-se um modelo de resistência admirável: os quilombos.
             Mas de todos os quilombos amerucanos sem dúvida, o mais importante foi à confederação de Palmares nascida por volta de 1590, quando escravos de um engenho pernambucano, depois de uma rebelião sangrenta, refugia-se na Serra da barriga, atual Alagoas, e lá criam as bases de um incômodo "Estado Livre" em pleno Brasil Colonial.
             Até a destruição do seu reduto principal, em 1694 ( cem anos depois ), Palmares foi de fato, um verdadeiro Estado autônomo encravado na capitania de Pernambuco: no auge de sua produtiva existência suas relações com as comunidades vizinhas chegaram a ter momentos de uma troca econômica rica e organizada. E essa autonomia, abalando a autoridade colonial, motivou uma repressão jamais vista.
             De 1596 a 1716, ano da destruição de seu último reduto, os palmarinos suportaram investidas de 66 expedições militares e atacaram 31 vezes. E em toda essa luta avulta a figura do grande líder Zumbi. Estrategista comparável aos grandes generais da História ocidental, como Ciro, Aníbal, Alexandre e Napoleão, Zumbi dos Palmares, morto à traição em 20 de Novembro de 1695, aos 40 anos de idade, é "ingresso na História", era afinal a redenção de um dos maiores heróis da Humanidade.

Inconfidência Mineira

             Revolta contra a dominação colonial, ocorrida no final do século XVIII na região de Minas Gerais. Na sua maioria, os inconfidentes são membros da elite mineira. Mas quem se destaca no movimento é o soldado do Regimento dos Dragões das Minas gerais Joaquim José da Silva Xavier, que entra para a história como principal líder popular da luta pela Independência do Brasil.
             Conhecido como Tiradentes, por ter sido dentista antes de entrar para o quartel, é um homem de muita determinação. Para alguns historiadores, trata-se apenas de um idealista, ingênuo, manipulado pela elite que comanda a Inconfidência. De todos os rebeldes condenados, é o único enforcado. A execução ocorre no Rio de janeiro em 21 de Abril de 1792. Seu corpo esquartejado e a cabeça é exposta no alto de um poste na praça central de Vila Rica.

Independência

             Fim do Estado de Colônia, mas ainda não um estado Independente. A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro transformou-se em foco de conflito. Estima-se que cerca de 10 mil pessoas deixaram Lisboa junto coma família real. A chegada da corte desencadeou um processo de desapropriação das melhores residências do Rio de Janeiro para alojar os nobres portugueses. Os donos das casas eram obrigados a cedê-las sem reclamar e, em troca, recebiam apenas um pagamento simbólico. Além disso, os nobres portugueses foram nomeados para os melhores cargos do serviço público em prejuízo dos funcionários brasileiros. A idéia de independência tornava-se cada vez mais intensa.
             Em 1820 políticos portigueses iniciavam uma rebelião que tinha como objetivo forçar o retorno de João VI a Portugal e recolonizar o brasil, que havia sido elevado à categoria de Reino Unido em 1825. A revolta dos portugueses, chamada de Revolução Liberal do Porto, deixou João VI numa situação difícil: se não retornasse a Portugal correria o risco de perder trono português; se abandonasse o Brasil correria o risco de perdê-lo para uma revolta nacional.
             Os políticos de Porto certamente desconheciam a agitação que predominaca no Brasil naquele momento. O rei, que vivia aqui desde 1808, sabia que a independência era irreversível; seu retorno a Lisboa representaria, sem dúvida, a autonomia do Estado brasileiro. João VI voltou para Portugal, onde reassumiu o trono, e deixou seu filho no Brasil, D. Pedro I, na função de príncipe regente.
             Têm início em Abril de 1821, as negociações para definir as bases em que se organizaria o Estado Brasileiro. Portugueses que eram favoráveis à autonomia do Brasil e representantes das camadas média e alta da sociedade brasileira participaram dessas negociações com o futuro imperador do Brasil. É importante informar que uma parte foi contra, chegando a haver uma tentativa de reação quando o brasil declarou sua independência.
             Finalmente em 1º. De Agosto, um decreto do regente declarava que as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil seriam consideradas inimigas. O rompimento com Portugal estava concretizado. No dia 6 de Agosto, foi assinado um manifesto dirigido "às nações amigas", anunciando a independência do Brasil, mas ressaltando que continuávamos um "reino irmão de Portugal".

Proclamação da República

             Movimento político-militar que acaba com o Brasil imperial e instaura no país uma República federativa. A proclamação da República é feita pelo marechal Deodoro da Fonseca no dia 15 de Novembro de 1889, no Rio de Janeiro.
             O novo sistema de governo é inaugurado depois de uma campanha política que dura quase 20 anos. Os ideais republicanos são antigos no país, mas é apenas a partir de 1870 que opinião pública se mobiliza em torno deles. O esforço nacional em torno da Guerra do Paraguai ( 1865 - 1870 ) coloca em questão o regime federativo e a escravidão. Em dezembro de 1870, políticos, intelectuais e profissionais liberais lançam no Rio de Janeiro o Manifesto Republicano. Defendem um regime presidencialista, representativo e descentralizado. No ano seguinte, o governo sanciona a primeira lei contra a escravatura. Daí por diante, as campanhas republicanas e abolicionista caminham paralelas.

Lampião

             Virgulino Ferreira, Lampião, desafiou a seca e as caatigas do nordeste, para defender o povo abandonado. Enfrentou as volantes do governo, e com seu bando roubou os poderosos coronéis dos grandes latifundiários e dividiu com os descamisados cabras da peste.

Setor 7: O Brasil de Hoje - Caos Social

             Oh! Maldita ambição!
             Feristes o coração humano com as garras da maldade e destruição. Gerando incompreensão, semeaste orgulho, vaidade e ira, lançando o caos à nação.
             Nos sentimos como índios, os primeiros habitantes do nosso Brasil. Como eles, somos vítimas da violência, prisioneiros de jaulas que ajudamos a criar, sofremos as estocadas da ganância.              Reféns que somos do refolgo humano, que alimentamos com o abandono, descaso, humilhação. Criamos os filhos bastardos da cultura, da fome e da inanição... Com a desgraça alheia, se construiu fortunas e se escreveu o nome desta era de dor e desespero Vivemos sob o domínio das trevas, mergulhados em uma grande e avassaladora falência da sociedade.

Setor 8: O Banquete do Povo

             Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direito iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo; Considerando que o desconhecimentos e o desprezo dos direitos do homem conduziram a atos de barbárie que revoltam a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamado como a mais alta inspiração do Homem;
             Considerando que é essencial a proteção dos direitos do Homem através de um regime de direito, apra que o Homem não seja compelido, em supremo recurso, à revolta contra a tirania e a opressão;
             Considerando que é essencial encorajar o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações;
             Considerando que, na Carta, os povos das Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé, nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e no valor da pessoa, na igualdade de direitos dos homens e das mulheres e se declaram resolvidos a favorecer no progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla;
             Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com a Organização das Nações Unidas, o respeito universal e efetivo dos direitos do Homem e das liberdades fundamentais;
             Considerando que uma concepção comum destes direitos e liberdades é da mais alta importância para dar plena satisfação a tal compromisso;
             A Beija-Flor de Nilópolis convida o povo para seu grande banquete, em sua pomposa redenção final, a apoteose da liberdade, fraternidade e igualdade.

Cid Carvalho, Shangai e Laíla

SAMBA ENREDO                                                2003
Enredo     O povo conta a sua história: "saco vazio não pára em pé". A mão que faz a guerra faz a paz.
Compositores     Betinho, J.C.Coelho, Ribeirinho e Glyvaldo
Luz divina luz que me conduz
Clareia meu caminhar clareia
Nas veredas da verdade: cadê a felicidade?
Aportei, num santuário de ambição
Sou negreiro, naveguei
Por oceanos de ilusão
O povo na tomada da Bastilha
Revoltado com o Diabo
Que amassou o nosso pão

Grito forte dos Palmares... Zumbi
Herói da inconfidência... Tiradentes
Nas caatingas do Nordeste...Lampião
Todos lutaram contra a força da opressão

Nasce então
Poderosa guerreira
E desenvolve seu trabalho social
Cultura aos pobres, abrigou maltrapilhos
Fraternidade, de modo em geral
Brava gente sofrida, da Baixada
Soltando a voz no Planeta Carnaval
Eu quero: liberdade, dignidade e união
Fui lata, hoje sou prata
Lixo ouro da região
Chega de ganhar tão pouco
Tô no sufoco: vou desabafar
Pare com essa ganância, pois a tolerância:
Pode se acabar.....

Oh!!! Meu Brasil
Overdose de amor nos traz
Se espelha na família Beija-Flor
A mão que faz a guerra, faz a paz