FICHA TÉCNICA 2005

 

Carnavalesco
    Cid Carvalho, Shangai, Fran-Sérgio, Ubiratan Silva e Laíla
Diretor de Carnaval     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Harmonia     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Evolução     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Bateria     Mestres Paulinho e Plínio
Puxador de Samba Enredo     Neguinho da Beija-Flor
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio de Souza (Claudinho) e Selma de Mattos Rocha (Selminha Sorriso)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Carlos Augusto G da Silva (Carlos Augusto) e Janailce Adjane Santiago
Resp. Comissão de Frente     Ghislaine Cavalcanti
Resp. Ala das Baianas     Hélio Borges
Resp. Ala das Crianças     Edson Bittencourt

 

SINOPSE 2005

O vento corta as terras dos pampas. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito guarani. Sete Povos na fé e na dor... Sete missões de amor.

          Na infinidade dos céus, luziu a claridade da grande estrela.
          Era a anunciação da luz mensageira.
          A luz em forma de menino.
          A fonte que fez cintilar a igualdade entre as raças e juntou a mirra, o ouro e o incenso em louvor ao soberano do reino dos céus.
          E a luz se fez homem.
          O tempo passou. O império das trevas se fez anunciar e a noite se sobrepôs ao dia... Reinou a escuridão.
          O homem ergueu fabulosos templos e bordou com o mais rico metal. Mas, sem seguir os ensinamentos do Bom Pastor, afastou-se da caridade perfeita, a inspiração eclesiástica.
          Os cataclismos da inquisição pareciam jogar, definitivamente, por terra, os últimos vestígios dos herdeiros do Trono de Pedro.
          Numa Europa decadente, protesta o rebanho de uma igreja de controvérsias e, com a reforma de Lutero, a mais sólida instituição do mundo, oscila em suas próprias raízes seculares e, só não cai, porque o bafejo do Senhor ainda alimenta.
          Se fazia necessário substituir as almas dissidentes e arrebatar novas ovelhas para um rebanho disperso.
          Bem-aventurado sejas, Oh! Mundo Novo!
          Sinais de um novo tempo a se descortinar.
          As terras conhecidas estenderam-se para o ocidente desconhecido. E para lá seguiram os missionários da esperança cristã, que levavam a missão de restaurar a fé perdida e pregar por recantos insólitos os ensinamentos do Rio dos céus.
          Através dos princípios da Companhia de Jesus, Deus desceria novamente até os homens, envolvendo-os na paz de sua glória infinita.
          Sul da América do Sul, o vento corta as terras dos pampas e o índio guarani é o senhor do seu tempo; tempo que trouxe os padres jesuítas e que se encarregou de multiplicar o gado e "civilizar" o índio em nome do Criador.
          Ergueu-se ali, em território bravio, um verdadeiro império da opinião. Um Reino da fartura e do bem estar coletivo, que gerou Sete Missões de Amor.
          A fama das Missões, também chamadas cidades perfeitas ou o novo paraíso, cortou as terras dos pampas e despertou a insanidade do sertanista bandeirante, que surgiu sorrateiro, ávido pelo mesmo gado e pelo mesmo índio civilizado.
          Mas, aquelas terras tinham dono e da coragem do guerreiro manifestou-se a resistência: louvado seja. Sepé Tiarajú que, com a própria vida, defendeu as Missões e a nação Guarani.
          A ação missioneira que pretendemos mostrar não poderia, dessa maneira, decifrar-se unicamente na apreciação dos monumentos que se adivinharam nas fantásticas ruínas das Missões, nem nas estátuas ou na coleção de peças dessa origem recolhidas aos museus.
          Faltar-lhe-ia alguma coisa.
          E esse seria a própria alma que vitalizara esses mudos atestados de um mundo diferente em que palpitava a vida em gestos admiráveis de fé, em vibrações inspiradoras e fortes.
          E os gestos de fé e de amor para superar a dor, fizeram dos índios e dos jesuítas, imitadores do próprio Cristo crucificado.
          A paixão de Cristo parte foi de noites sem dormir, parte de dias sem descansar, e tais foram suas noites e seus dias.
          Cristo despido e eles despidos.
          Cristo sem comer e eles famintos.
          Cristo em tudo maltratado e eles maltratados em tudo.
          Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isso se compunha a imitação daqueles almas.
          Cabe hoje, a todos nós, tocados pelos ventos do passado e embalados pelos ventos do presente, preservarmos as brisas que estão por vir; Com a alma guarani, nos tornamos verdadeiros guerreiros, defensores da nossa cultura, carregando nos próprios ombros as pedras e tijolos que manterão firmes os alicerces das nossas raízes e erguer, com o suor da nossa memória, os templos indestrutíveis da nossa história.
          História de fé e dor;
          De lutas e batalhas sangrentas, mas acima de tudo, de infinita resistência.
          História de um povo, sobretudo forte e que se somando a tantos outros vindos de várias partes do mundo, fez triunfar no sul do nosso território, um Brasil de diversos sotaques, de variadas cores e múltiplos sabores.
          Ah! Brasil da arte de misturar.
          Benditos, somos nós, frutos do vosso ventre de glória eterna.
          E abençoado és teu solo, "em que se plantando tudo dá".

Laíla, Cid Carvalho, Fran-Sérgio, Shangai e Ubiratan Silva
Comissão de Carnaval

 

SAMBA ENREDO                                                2005
Enredo
    O vento corta as terras dos pampas. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito guarani. Sete Povos na fé e na dor... Sete missões de amor.
Compositores

    J.C. Coelho, Ribeirinha, Adilson China, Serginho Sumaré e Domingos P.S. Sidnei de Pilares, Zequinha do Cavaco, Wanderley Novidade, Jorginho Moreira, Paulinho Rocha e Walnei Rocha

Clareou...
Anunciando um novo dia
Clareou...
Abençoada Estrela Guia

Traz do céu a Luz Menino
Em mensagem do Divino
Unir as raças pelo amor fraternizar
A Companhia de Jesus
Restaura a fé e a paz faz semear
Os jesuítas vieram de além-mar
Com a força da fé catequizar... e civilizar

Na liberdade dos campos e aldeias
Em lua cheia, canta e dança o Guarani
Com Tubichá e o feitiço de Crué
Na "Yvy Maraey" Aiê... povo de fé

Surgiu
Nas mãos da redução a evolução
Oásis para a vida em comunhão
O paraíso

Santuário de riquezas naturais
Onde ergueram monumentos
Imensas Catedrais
Mas a ganância
Alimentada nos Palácios de Madri
Com o Tratado assinado
A traição estava ali

Oh, Pai, olhai por nós!
Ouvi a voz deste missioneiro
O vento cortando os Pampas
Bordando a esperança
Nesse Rincão Brasileiro

Em nome do Pai, do Filho
A Beija-Flor é Guarani
Sete Povos na fé e na dor
Sete Missões de amor