FICHA TÉCNICA 2010

 

Carnavalesco     Alexandre Louzada, Laíla, Ubiratan Silva e Fran Sérgio
Diretor de Carnaval     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Harmonia     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Evolução     Luiz Fernando do Carmo (Laíla)
Diretor de Bateria     Mestre Plínio de Morais e Rodney Ferreira
Puxador de Samba Enredo     Neguinho da Beija-Flor
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio de Souza (Claudinho) e Selma de Mattos Rocha (Selminha Sorriso)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     David Sabiá e Janailce Adjane Santiago
Terceiro Casal de M.S. e P. B.     Marcos Fernando e Fernanda Love
Quarto Casal de M.S. e P. B.     Vinícius Pessanha e Priscilinha de Cristal
Resp. Comissão de Frente     Ghislaine Cavalcanti
Resp. Ala das Baianas     Jorge Crispim (Pai Jorge)
Resp. Ala das Crianças     Selminha Sorriso e Hilton Castro
Resp. Galeria de Velha Guarda     Débora Rosa Santos Cruz Costa

 

SINOPSE 2010

Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade,
a capital da esperança

Justificativa:

          Tudo o que permeia a história de nossa jovem capital federal, nos remete ao sonho, ao místico, as coincidências e inspirações extraordinárias, e nela, abre-se um campo de suposições e até mesmo nos transporta ao imaginário.
          Brasília é um invento que transborda as pranchetas de seu traçado arquitetônico pois apesar de planejada, temos às vezes a impressão de que em parte ela é fruto do inconsciente e que rouba pra si, todo um universo de sonhos, mitos, lendas e fatos que convergiam para a vasta região do Planalto Central brasileiro, para compor sua pré-história.
          Brasília nos desafia e nos encanta à medida que nos afastamos de sua imagem de centro nervoso de nossa política governamental. Ela é sim, uma obra do homem, porém, ela é certamente o resultado de inspirações, uma obra de arte, desenhada em um quadrilátero, compondo a paisagem harmoniosamente no encontro de céu e terra, como se ela já existisse invisivelmente antes da sua construção.
          Ela é a multiface do Brasil e do mundo, o que lhe dá a mestiçagem da aparência de seu urbanismo e arquitetura, bem como os contornos físicos e culturais do seu povo. Brasília nos faz viajar constantemente, do imaginário extraterrestre à mitologia indígena; um pouco Maia, Asteca, Inca, Egípcia ou mesmo o que imaginamos ser divino celestial.
          Grandes nomes de nossa história, direta ou indiretamente, se conectam a ela. A idéia de se plantar a capital do Brasil no centro de seu território, nasce nos primórdios da colonização e desbravamento de nossa terra.
          De Marquês de Pombal a JK, passa por Tiradentes e os ideais da inconfidência, pela declaração de nossa independência e o batismo de seu nome, por José Bonifácio até os primeiros anos da então Jovem República Brasileira. Descreve uma trajetória de pioneirismo com a marcha para o oeste através da expedição de Louis Cruls, desencadeando mais tarde um grande êxodo de brasileiros desterrados, para a sua construção.
          No ano em que se comemora os seus 50 anos de vida, a capital de todos os brasileiros e patrimônio da humanidade, merece de todos nós, uma homenagem e a Beija-Flor de Nilópolis tem o orgulho de fazê-la. Por sua complexidade e importância para o Brasil e o mundo, por sua peculiar história, de imaginações, de visões e visionários, de desbravamento e pioneirismo, de coragem e triunfo da vontade política de um brasileiro e por ser ela, um monumento ao arrojo de nossa engenharia e arquitetura, Brasília, do Sonho à Realidade, empresta sua beleza para enfeitar o samba.

Sinopse:

          Reluz meu samba como cristal brilhante, a refletir nesse instante, mais um sonho encantado, a emanar sua energia, como alvorada que anuncia o dia, resplandecendo o Planalto Central.
          Vai Beija-Flor aventureiro, abre as asas, abraça o cerrado brasileiro, traz Brasília em seu carnaval...
          Faz a anunciação da terra prometida, entressonhada e celestial, da divina visão de Dom Bosco, em sua viagem no espaço do tempo, nos paralelos do futuro virtual. E torna o mito Goyaz, uma verdade, uma história de amor para eternidade, de Paranoá, guerreiro, um lago de lágrimas, de Jaci, um luar de paixão, a espreitar, num olhar azulado, a bela índia alada, que jaz, por Tupã enfeitiçada, deitada pra sempre em seu chão.
          Emerge do passado a sua herança, do coração do Egito, coincidência, inspiração... Aketaton, gêmea ancestral do deserto, que se explanou em largos espaços abertos, em templos, "estelas", em reverência ao sol, abrindo-se, feito asas, norte e sul, qual vôo de íbis, ave sagrada, em seu vôo na imensidão.
          Que se abram suas páginas de história, de desbravamento e bravura, de onde em busca de riquezas se ergueram bandeiras, que rasgaram o seu coração, que ainda criança, pulsava invisível e sereno, entre as matas desse sertão.
          Mostre que sempre foste um sentimento, sonho e predestinação, por ser de fato o centro, deste imenso florão e que da colônia ao império, adormeces-te em ideais, como um ponto de vista de quem enxergou à frente, além da própria visão pois viste correr o tempo, entre tormentas, revoltas e insurreições e que da tempestade, sentiste os novos ventos, que ainda que tarde sopraram a liberdade e que após o brado forte e retumbante, o patriarca te batiza, de Brasília, afinal.
          Que da inquietude da República foste sempre um desejo, a ânsia de realizar, e foi assim disposta na carta magna, como um vislumbre, um definitivo olhar. Viste então a missão científica, em grande marcha para o Oeste desbravar, e a medida que ela avança, abrindo a terra agreste e mansa, veio então te visitar.
          Traçaram em seu planalto, um quadrilátero, entre as tortas árvores do cerrado, fauna e flora a se revelar e das entranhas do seu solo rubro, rochas cristalinas que apontam e despontam ao sol a brilhar, de suas veredas, um seio que esbanja ricos mananciais, desnuda o seu berço esplêndido e líquido, sul e norte a desaguar.
          Por fim um marco te fecunda a terra, como sêmen de pedra, que do alto da serra vigia teu sono derradeiro e sob o imenso céu a contemplar o cruzeiro faz seu ventre guardar ternamente, o alvorecer do novo tempo brasileiro.
          Mas eis que do horizonte faz luzir a modernidade como um raio intenso e verdadeiro e de minas sopra Venturis, varrendo os anos dourados, de esperança e prosperidade, e JK segue adiante, acordando enfim, o gigante, com seu ímpeto aventureiro.
          E um país se redescobre ao mirar-se no espelho do futuro, é o querer, a coragem, o poder e fazer... E uma caravana parte, épica, qual êxodo caboclo, epopéia de pioneiros, desterrados candangos, operários guerreiros, vários Brasis, num só Brasil que se juntam a construir e a crescer...
          De uma cruz esboçada em papel, ergue-se em aço uma cidade, elevando-se ao céu em silhueta de arrojo, um prodígio em traços simétricos, de volume e equilíbrio, abstrata e concreta, o contraste. Brasília nasce, num parto de vitória sobre as mentes conformistas e se faz triunfo de Juscelino, de Lúcio e Oscar, viva e ávida, pássaro dos sonhos, o próprio sonho querendo voar. E se mostrar assim, branca de luz de sol de abril, de tantas mentes, de tantos braços, tanto suor, tantas lágrimas, de tantos, de todos nós, do Brasil!
          Hoje, do sonho à realidade, ela brilha! E a cada alvorada, se reinventa e re-existe, virtual e jovem, eclética e mística, cidade criança e da esperança, a esquina do Brasil, babel de sotaques, mistura, um caldeirão cultural, alfabética e numérica, superlativa, absoluta, sintética, artística, letra e música. Bossa, nova, nossa, capital... Somos todos partes desse corpo, da nave-mãe de asas abertas em seu imenso abraço norte e sul, como ave que hoje voa em nosso mundo encantado, a terra do carnaval.
          Somos todos candangos a construir um sonhos, somos calangos irmãos sob o mesmo céu estrelado, somos você, Brasília, nas asas de um Beija-Flor que vêm te beijar agora, como se fosse flor, a flor do cerrado.

Alexandre Louzada, Fran Sérgio, Laíla e Ubiratan Silva

 

SAMBA ENREDO                                                2010
Enredo

    Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília: do sonho à realidade, a capital da esperança

Compositores     Picolé da Beija Flor, Serginho Sumaré, Samir Trindade, Serginho Aguiar, Dilson Marimba e André do Cavaco
Dádivas o criador concedeu
Fez brotar num sonho divinal o mais precioso cristal
Lágrimas, fascinante foi a ira de Tupã
Diz a lenda que o mito Goyás nasceu
O brilho em Jaci vem do olhar
Pra sempre refletido em suas águas
A força que fluiu desse amor é Paranoá... Paranoá
Óh! Deus sol em sua devoção
Ergueu-se no Egito fonte de inspiração
Pássaro sagrado voa no infinito azul
Abre as asas bordando o cerrado de norte a sul

Ah! Terra tão rica é o sertão
Rasga o coração da mata desbravador!
Finca a bandeira nesse chão
Pra desabrochar a linda flor


No coração do Brasil, o afã de quem viu um novo amanhã
Revolta, insurreições, coroas e brasões
Batismo num clamor de liberdade!
Segue a missão a caravana em jornada
Enfim a natureza em sua essência revelada
Firmando o desejo de realizar
A flor desabrochou nas mãos de Jk
A miscigenação se fez raiz
Com sangue e o suor deste país
Vem ver... A arte do mestre num traço um poema
Nossa capital vem ver ...
Legião de artistas, caldeirão cultural!
Orgulho, patrimônio mundial

Sou candango, calango e Beija-Flor!
Traçando o destino ainda criança
A luz da alvorada anuncia!
Brasília Capital da Esperança