FICHA TÉCNICA 1994

 

Carnavalesco     Sérgio Kautlmann e Armando Martins
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     ...............................................................
Diretor de Bateria     ...............................................................
Puxador de Samba Enredo     ..............................................................
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ...............................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................
Resp. Galeria de Velha Guarda     ................................................................

 

SINOPSE 1994

Quem é bom já nasce feito

Introdução:

          Explodindo de justo orgulho, descalçamos as sandálias da humildade, recordamos 44 anos de lutas e glórias, como bem diz o nosso hino, temos viva a lembrança de 11 campeonatos e pisamos, confiantes, a passarela do samba no Carnaval de 1994, com o enredo: Quem é bom já nasce feito

Sinopse:

          Por volta de 1930, o saudoso sambista J. B. SILVA, o popular SINHÔ, compôs um samba de partido-alto FALA MEU LOURO, dedicado à Bahia e oferecido ao Clube dos Democráticos. O Samba, de grande sucesso na época, possui a seguinte letra:

A Bahia não dá mais coco
Para botar na tapioca
Para fazer o bom mingau
Para embrulhar o carioca

Papagaio louro
Do bico dourado
Tu que falavas tanto
Qual a razão que vives calado

Não tenhas medo
Coco de respeito
Quem quer se fazer não pode
Quem é bom já nasce feito

          Agora, mais de sessenta anos depois, lembramos o adágio popular expresso no último verso deste samba, para, em nosso enredo, no desfile do carnaval de 1994, exaltarmos esse nosso privilegiado e abençoado Brasil. Predestinado desde o nascimento a um grande e promissor futuro os seus mais ilustres valores humanos, seus filhos diletos, que por seus dotes naturais e pelo aprimoramento de suas qualidades pessoais, levaram para além das fronteiras pátrias o valor e a supremacia dos brasileiros.

Nas Ciências

          Vem de longe a participação brasileira no progresso da humanidade, através da inteligência, da pesquisa, do trabalho incessante, da sensibilidade artística, do talento e da capacidade de seus melhores e mais proeminentes filhos.
          Desde os tempos do padre BARTOLOMEU DE GUSMÃO às asas gloriosas de SANTOS DUMONT, o pai da aviação, predestinava-se o Brasil ao surgimento de expoentes no cenário internacional dos grandes inventores, onde aparece ainda a figura do professor ABREU imortalizado na abreugrafia, tão amplamente divulgada e usada.
          O grande OSWALDO CRUZ, médico e sanitarista que erradicou a febre amarela; VITAL BRASIL, descobridor do soro antiofídico; CARLOS CHAGAS, descobridor da vacina contra o mal-de-chagas, emprestam notável colaboração à pesquisa mundial contra as doenças que afetam o ser humano.
          Não esqueçamos, ainda, o grande físico CÉSAR LATTES, inteligência brilhante a serviço da ciência.
          Finalmente, homenageamos o Dr. EURÍCLIDES DE JESUS ZERBINI, o primeiro homem a realizar um transplante de coração na América Latina, e o Dr. PITANGUI, cirurgião plástico de renome internacional.

Nos Esportes

          Nunca superado, PELÉ, o atleta do século, lidera inconteste a plêiade de estrelas brasileiras a comandar grandes esportistas no plantel internacional.
          Seguem-se valores de igual grandeza: GARRINCHA, o nosso MANÉ, a driblar com arte e elegância seus melhores adversários nos gramados dos campos de futebol.
          EDER JOFRE, o pugilista de estilo, pondo nos punhos a força de sua grande técnica.
          MARIA ESTHER BUENO, a presença da mulher brasileira entre as melhores tenistas do mundo, sagrando-se duas vezes campeã em Wimbledon.
          De pulo em pulo, ADEMAR FERREIRA DA SILVA pula mais longe e consegue duas medalhas de ouro olímpicas.
          Mais velozes entre os velozes, o bicampeão EMERSON FITTIPALDI e os tricampeões NELSON PIQUET e AYRTON SENNA desfilam vitoriosos nos autódromos internacionais a bandeira auriverde.
          Nas modalidades de lutas marciais ou de ataque-e-defesa, avultam as figuras sadias e jovens de AURÉLIO MIGUEL  e ROGÉRIO SAMPAIO, os melhores entre os melhores.
          E quando o esporte exige inteligência e concentração, nada mais belo que o xadrez do mestre MEQUINHO.
          São apenas alguns entre muitos.

Nas Artes

          Trazendo em seu alicerce racial a mistura de três raças com diferentes tendências artísticas e musicais, é natural que o brasileiro seja, desde o nascimento, um amante da música em suas mais variadas expressões. A extensão territorial, com regiões de diferentes aspectos étnicos e sociológicos, facilita ainda mais a variedade de ritmos e sons, propiciando, assim, o surgimento de inumeráveis valores musicais.
          DONGA, ao lado de PIXINGUINHA, já em 1922 estava divulgando a música brasileira em Paris, numa temporada de oito meses na Boate Sherazade, com o conjunto Os Oito Batutas; a soprano BIDU SAYÃO encantando sofisticadas platéias dos adeptos da música clássica e a internacional CARMEM MIRANDA, a divulgar a nossa música popular. Eles iniciam, com reais méritos, uma sequência  infindável de grandes artistas.
          Nas óperas O Guarani e O Escravo, de CARLOS GOMES e nas  Bachianas Brasileiras de VILLA LOBOS, o nacionalismo encontra sua mais alta expressão.
          Combinando lirismo e humor, registrando o cotidiano carioca em verdadeiros poemas cantados, grandes compositores populares como CARTOLA, ISMAEL SILVA, NOEL ROSA, ARI BARROSO e LAMARTINE BABO dominam a evolução musical do samba, nossa marca registrada.
          A eles vem juntar-se de outras regiões brasileiras LUIZ GONZAGA, a expressão do nordeste, DORIVAL CAYMMI, o cantor do mar baiano e LUPICÍNIO RODRIGUES, o poeta da boemia.
          Rica é a safra, variada a temática, onde aparecem TOM JOBIM, NELSON CAVAQUINHO, JOÃO GILBERTO, PAULINHO DA VIOLA, CHICO BUARQUE, MARTINHO DA VILA, CAETANO VELOSO, entre outros, imprimindo novos rumos à música brasileira.
          Cabe lembrar, ainda, a poesia mágica das sapatilhas da bailarina ANA BOTAFOGO, a flutuar nos cenários do balé internacional.
          Na pintura, o pincel e as cores de CÂNDIDO PORTINARI, VITOR MEIRELLES, PEDRO AMÉRICO, artistas entre tantos artistas plásticos; na escultura ANTONIO FRANCISCO LISBOA, o ALEIJADINHO, mestre do barroco brasileiro; na literatura os romances de MACHADO DE ASSIS, GRACILIANO RAMOS, ÉRICO VERÍSSIMO, JORGE AMADO e MONTEIRO LOBATO, publicados no mundo inteiro; na poesia, RAIMUNDO CORRÊA, OLAVO BILAC, CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE e o nosso querido VINÍCIUS DE MORAES, o poeta de Garota de Ipanema e do amor que seja eterno enquanto dure.
          Defendendo a força do direito contra o direito da força, RUI BARBOSA, o Águia de Haia, assombra o mundo inteiro com o poder da palavra, enquanto CASTRO ALVES, o poeta da abolição, abre o caminho certo, sacudindo as consciências quanto à discriminação racial que, infelizmente, ainda prevalece em nossos dias, em alguns lugares do plante.
          Para terminar, o arquiteto NIEMEYER e o paisagista BURLE MARX a melhorarem a própria natureza urbana.

Sérgio Kautlmann e Armando Martins

 

SAMBA ENREDO                                                1994
Enredo     Quem é bom já nasce feito
Compositores     Elcy, Dirceu, Charles e Fernando de Lima
Brasil gigante, pinta em aquarela 
Um futuro de raro esplendor 
Figuras que marcaram nossa história 
Em páginas de glória mostram seu valor 
Pitanguy traz a magia 
Com Zerbini a poesia meu coração encontrou 
Rei Pelé dribla a tristeza 
Dando um toque de beleza 
Nosso mundo deslumbrou

Num sonho assim vou viajar
Vem Mané com seu bailado
Faz o povo delirar

Ah! Que nostalgia 
Carmem Miranda me fez encontrar 
Já chegou o dia 
É Carnaval, é Lamartine, vou brincar 
Vê, Cartola as rosas vem me perfumar 
Pintores e poetas vão deixar 
As suas obras imortais 
"Quem é bom já nasce feito" 
Onze Carnavais, não esquecerei jamais

Pisa forte meu canário 
Com orgulho vem mostrar
Seu cantar