FICHA TÉCNICA 2004

 

Carnavalesco     Armando Martins e Agnaldo Corrêa
Diretor de Carnaval     Paulo Roberto
Diretor de Harmonia     Jackeline Nascimento
Diretor de Evolução     Sassá
Diretor de Bateria     Mestre Penha
Puxador de Samba Enredo     Gilmar e Júnior
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Mauro e Liliane
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Júnior e Priscila
Resp. Comissão de Frente     Marquinhos
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 2004

Bahia com H

Sinopse:

          1.500 - Do cesto da Gávea na primeira caravela vinda do horizonte sobre as águas clame límpidas ecoa um grilo de alegria - "Terra a vista".
          Esta nascendo para o mundo a nossa história, a nossa gente, a nossa terra. Historia de liberdade, gente que se mistura sem preconceitos, terra boa, terra preta, massapé.
          Na mistura do índio nativo, do branco colonizador, e do negro escravo predominam o mulato mestiço e o mameluco ou caboclo, bases da nossa raça.
          As primeiras mudas de cana-de-açúcar transformaram-se rapidamente em verdejantes canaviais, trazendo a prosperidade e a riqueza. O açúcar valia ouro, ouro que embarcava para a metrópole distante. Mas aqui ficavam as casas grandes das fazendas coloniais, as senzalas e as igrejas barrocas.
          Penetrando no sertão, o vaqueiro das caatingas áridas das criações sem cercas separadas apenas pêlos ribeiros, aumentava as boiadas, expandindo uma riqueza onde a pecuária era o ponto de ocupação humana na região.
          Em contra partida a seca fez nascer do vaqueiro sofrido o banditismo e o fanatismo religioso. Surgem o cangaceiro e o beato, frutos de uma época que já vai longe recordada apenas no folclore regional. Nasci grande e grande é o meu futuro.
          O rio São Francisco navegado pelas barcaças com suas carrancas exóticas na proa, trazendo na quilha escondido sob a linha d' água o signo de Salomão para afastar o "negro d água" - virador de canoas, o " Velho Chico" une minha gente num grande sentimento de nacionalidade.
          Minhas filhas mais autênticas revelam suas origens ancestrais das nações loiubá, Nagô, Jêge, Mina, Fula, Haussá ou ainda mulçumanas do Sudão na África. Nas fartas saias rodadas, de cores vivas e berrantes, suas anáguas engomadas e suas batas rendadas, seu clássico pano da costa, suas chinelas brancas, suas guias de contas, suas pulseiras coloridas e sua penca de balangandãs na cintura - todo o encanto da boa ferra, que nenhuma outra terra tem.
          Nossa cultura, nossas artes fortemente influenciadas por nossas origens mescladas , são ricas em tipos e costumes diversos.
          "Água de beber camarada, água de beber camará...", e logo aparece uma roda de capoeira, ao mesmo tempo luta e dança. Ao som do berimbau de beiço ou de barriga, marcado pelo caxixi, pelo agogô ou pelo adjá, os "mestres" formam os seus " discípulos" e se tornam famosos.
          Conservando suas origens religiosas, grande parte de nossa gente cultua em cerimônias tradicionais, nos terreiros de culto, suas entidades africanas, ao som de seus atabaques votivos. Mas invade também as ruas trazendo o sagrado para o profano no desfile de cadenciados afoxés cuja fama atravessa o pais todo.
          A culinária com seus pratos típicos, de forte sabor, constitui atração especial aos que nos visitam, quer pêlos pratos de resistência de forte influencia africana quer pela grande variedade de doces e guloseimas onde o azeite de dendê naqueles e o coco nestes últimos são os ingredientes obrigatórios.
          Mas não se iludam, a minha comida tem sabor todo especial quando e feita numa panela de barro. Para isso minhas feiras populares exibem uma diversificada cerâmica utilitária - moringas, porrões, alguidares, pratos e gamelas - ao lado de peças feitas para enfeitar, para olhar figuras de presépio, animais, brinquedos para crianças e jarros para plantas e flores.
          Frutas importadas que logo se aclimataram, ou nativas aqui encontradas, satisfazem o paladar dos mais exigentes, numa farta e exuberante variedade. Adoçamos o inundo com o nosso açúcar e agora o refinamos com o nosso cacau, participando das mesas mais finas e requintadas onde nosso chocolate tem lugar especial.
          Minhas riquezas naturais, algumas escondidas no subsolo, mostraram o caminho natural para o desenvolvimento., propiciando o surgimento de grandes parques industriais - o petróleo, o algodão e o fumo situam-se entre muitas outras.
          Minhas extensas costas marítimas, onde o pescado e abundante abastecem e aumentam nossa gente contribuindo ainda com a exportação para obtenção de divisas tão necessárias ao progresso.
          Por ter sido a primeira capital do país, com a autoridade emanada dessa liderança política, estive sempre alinhada com as tendências republicanas que culminaram com a proclamação de 15 de novembro de 1889 para a qual tiveram participação ativa os meus filhos mais ilustres e representativos. (Museu da Republica - RJ).
          De todos os deuses e santos, indígenas, portuguesa ou africana, cantada em verso e prosa, foi rainha da beleza universal.
          Orgulhe-se de mim. - Axé – Eu sou a sua " BAHIA COM H".

Armando Martins

Roteiro do Desfile:

  • Comissão de Frente: "Os índios" - Num ritual indígena, os primeiros habitantes recebem os colonizadores conduzindo-os ao paraíso.

1° Setor

  • Alegoria 1 (Abre Alas): "Bahia com H" - Representará a capital repleta de mistérios e encantos, com suas riquezas e sua gente.

  • Ala 1: Portugueses - São os colonizadores extasiados com a beleza paradisíaca da região.

  • Ala 2: Índios - O primeiro contato dos habitantes com o homem branco.

  • Ala 3: Beatos - A implantação do culto cristão entre os índios e escravos.

  • Ala 4: Maculelê - Tradicional dança praticada pêlos escravos de então.

  • Ala 5 (Baianas): Lavagem do Bonfim - As Jovens senhoras representam a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim.

  • 2° casal de mestre sala e porta bandeira – “A influência afro-brasileira na cultura baiana

2º Setor

  • Alegoria 2: “Bahia de todos os santos e de todas as culturas” - Representará a contribuição dos negros e índios, dos cultos religiosos e das culturas regionais.

  • Ala 6 (Crianças): Menino Passarinheiro  - Os jovens vendedores de pássaros.

  • Ala 7 (Passistas): As mariposas da noite - As damas da noite acompanham os malandros nas rodas de carteado.

  • Ala 8 (Bateria): Os Malandrinhos - Representarão os malandros das ruas de Salvador.

  • Ala 9: Africanos – Kunice - Homenagem a influência africana na formação das raças.

  • Ala 10: Cordel - A literatura de cordel retratada como grande tradição da Bahia.

  • Ala 11: Jangadeiro - A mão de obra pesqueira e o lindo ritual da pesca artesanal.

  • Ala 12: Cangaceiros - O homem pobre em defesa dos direitos de liberdade.

  • 1° casal de mestre sala e porta bandeira: "Nobreza Republicana" - Representarão os costumes da nobreza na constituição da república democrática.

Setor 3

  • Alegoria 3: “Bahia - orgulho da República" - Representará a transferência da capital para o Rio de Janeiro. A mãe zeloza oferece ao nobre filho, o desejo de liberdade.

  • Ala 13: Comunidade Sem Preconceito - A mistura das raças faz da Bahia um celeiro de igualdades sociais.

  • Ala 14: Filhos de Gandhi - Os filhos da terra fazem do afoxé seu canto de exaltação.

  • Ala 15: Capoeira - O jogo e a arte da malevolência das danças praticadas nas ruas e vielas.

  • Ala 16: Rumo a Nova Capital - A transição da capital para o Rio de janeiro influencia os costumes da região.

  • Ala 17: Bem vinda República - República que orgulha o seio de nossa terra.

  • Complementação do Desfile: compositores, departamento feminino, diretoria, convidados.

 

SAMBA ENREDO                                                2004
Enredo     Bahia com H
Compositores     Gegê, Zé Rodrigues, Jonas, Ruy Criança, Alexandre Paixão e Fernnadão
Terra à vista
Um grito forte ecoou
Na primeira caravela
A nossa história começou
Orgulho da beleza e da paz universal
Terra boa tudo que se planta dá
Sou Jêje, sou Nagô e Iorubá

Sou Bahia com h
Engoma que eu quero ver
Essa baiana rodar
Ela tem no tabuleiro
Acarajé e abará

Tem cacau, tem carnaúba
Seu petróleo a jorrar
Culinária com fartura
O dendê não vai faltar
D. Pedro l, ordenou
O nobre marquês aceitou
Transferiu pro Rio a capital
Cenário de beleza sem igual
República seus nobres filhos
Foram voz de decisão
Pra mudar nossa nação

Canários eu sou
E o meu canto é de fé
Vou ao berço do samba
Pra buscar meu axé