Bahia de todos os deuses,
templo de tradição e fé!
Introdução:
O quê que a Bahia tem?
Tem encanto, tem magia, terra de feitiçaria, com tempero e alegria que a Bahia sempre dá!
Cozinha quente baiana que o peixe eu vou pescar, bota o barco em pescaria pra saudar Yemanjá.
Trago seu retrato baiana, na minha viola, o seu axé me consola e o Alaqueto vou cantar
Lendária Bahia, terra de todos os deuses, de tradição e de fé... Em suas águas faço a prece, sementes do amor que cresce pra saudar Oxumaré.
A mãe preta criou fama e faz nosso povo guerreiro, com Gêge, Angola e Ketu, nossa gente é mais bonita e no carnaval agita com saveiros em alto mar.
Aqui as ondas vão e vem trazendo preces e ladainhas, muita fé a tradição, história de um povo aguerrido que construiu nosso chão.
Axé mãe baiana, sua história é nossa lenda que da África fez brotar. Nossa gente brasileira com mãe preta se criou. Seus segredos vêm da arte, do samba e do candomblé e na lavagem do Bonfim, rezam pedindo axé.
Salve pelourinho de tantas tristezas e mistérios que encantam a multidão.
Hoje sou afro-brasileiro e neste samba trigueiro vou fazer minha oração.
Bahia, terra sagrada, de cultura universal, onde canta o violeiro e samba de terreiro de rodas de capoeira que fez nascer meu carnaval.
Canta Canários, canta, voa além do infinito e no canto mais bonito vem mostrar a tradição.
Eterna Bahia, templo de tradição e fé, hoje ao povo brasileiro na avenida ou no terreiro, eu rezo pedindo axé!
Sinopse:
Lendária Bahia. Onde tudo começou. Hoje o Canários faz de sua história o seu Porto Seguro. Foram nove naus e três caravelas cheias de histórias em busca da descoberta de nossos mistérios. A história da Bahia é a história do Brasil, este berço esplêndido, que trás em cada canto seu sincretismo religioso, de encantos e mistérios, que fazem da lendária Bahia a terra abençoada por todos os santos.
Cantada em verso e prosa por Ary Barroso, a Bahia é decididamente a "Terra da Felicidade" exaltada nos versos "Na baixa do Sapateiro". Por que será que a Bahia encanta tanta gente? Quem conhece a Bahia sabe o quê que a Bahia tem! Tem encanto, tem magia, tem belezas naturais! E a sua cultura e sua gente que é fruto da miscigenação do índio, do europeu e do africano fazem da nossa Bahia a "Terra da Felicidade".
A Bahia é tudo que falam dela e muito mais: é indígena, negra, branca, mulata, cafuza e mameluca. É ritmo, dança, e capoeira. É candomblé, é tempero, é fé e é tradição! Eita povo arretado, eita povo castigado, é do sol, do mar e do sertão.
Pensa que essa terra é só dos Orixás? Não meu nego, também é terra de cristão! E na lavagem do Bonfim, a Igreja e o Terreiro rezam uma só oração.
Dorival Caymmi já repetia em seus versos: " Você já foi a Bahia, nega? Não? Então vá, então vá, então vá..." Só conhecendo a Bahia, se conhece o povo de lá. A Bahia é pop, é reggae, é rock, é axé. Mas, sobretudo, a Bahia é terra de tradição e fé.
A Bahia apresenta seu tabuleiro pra quem quiser se servir: Tem orixás, patuás e babalorixás. Terra de cultos de todos os santos, da mãe preta, mãe baiana e da riqueza do imaginário popular. Tem rodas de samba, tem Puxada de mastro, ternos de Reis, bumba-meu-boi, zambiapunga, capoeira e afoxé. Tem uma cozinha, meu rei de apimentar o sangue quente no Vatapá, no Caruru e no Acarajé. A Bahia é plural e singular, é pura baianidade, pura africanidade pra saudar Yemanjá!
O Maculelê dá o ritmo, a capoeira o gingado e o " Lindro amor" faz a prece de Nossa Senhora da Purificação. Temos chegança ou marujada, temos congos ou congadas, temos tudo pra te agradar. E nos bailes pastoris, burrinhas, cabeçorras, ou caboclinhos encantam a criançada. E a Bahia se faz criança a cada carnaval que nasce. Pois baiano não nasce, estréia. Cada canto tem uma lenda, cada rito uma tradição e os Bacamarteiros, buscam seu tiro mais forte nos terreiros das fazendas, pra mostrar que baiano, é cabra macho e nasceu para lutar pela liberdade.
O samba faz esquecer a tristeza que o violeiro canta em verso e a cozinha tempera as sementes do amor que as baianas mexem no tacho.
Essa terra tem encantos que em retratos consola a saudade da Bahia cantada em toda viola. O afoxé é o deboche, o bailado é a capoeira e a terra é jardineira que faz o povo se encantar.
Lá vai o saveiro pelo mar. Lá vai o barquinho e a prece pra saudar Yemanjá!
Aqui Gil, Caetano, Gal, Bethânia e Mãe Canô fazem de cada sorriso um verso, de cada verso uma flor.
Esse trio elétrico que passa deixa toda a Bahia em estado de graça, pois atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu! E quem já morreu deixa um verso pra mostrar o encanto seu.
Deixa eu curtir o "Ylê", o sonho da liberdade! Deixa eu cantar meu verso, minha baianidade.
A Bahia é a estação primeira do Brasil, onde Jorge amado fez de uma idéia singela a nossa querida mestiça "Gabriela, cravo e Canela".
Aqui, mesmo quem é de fora se encanta. "Pierre Vergê fez do candomblé sua arte e sua crença.
Mas tá pensando que é só isso? Bahia é festa todo dia, é trabalho e luta pela libertação. A história da liberdade é do negro do Índio e do cristão, é do povo brasileiro que deixou nesse terreiro, muita fé e tradição.
Axé Bahia, o Pelourinho encanta e impressiona pela história de dor e sofrimento.
Na cidade alta ou cidade baixa, o sangue do povo é o mesmo. É quente que nem pimenta e pula que nem pipoca.
E hoje a nação Canariana vem exaltar em verso e prosa a alegria dessa gente, com lendas, fé e tradição, a história da Bahia, que construiu nossa terra, enalteceu nossa gente, valorizou nosso chão.
Agnaldo Corrêa