FICHA TÉCNICA 2006

 

Carnavalesco     Chico Spinosa
Diretor de Carnaval     Valter Lopes de Carvalho
Diretor de Harmonia     Reinaldo Fernandes da Costa (Roni)
Diretor de Evolução     Reinaldo Fernandes da Costa (Roni)
Diretor de Bateria     Lourival de Souza Serra (Mestre Louro)
Puxador de Samba Enredo     Clovis Pê
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Ubiraci Lima de Oliveira (Birinha) e Elaine Fernanda Bispo (Elaine)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Luiz Augusto e Denadir
Resp. Comissão de Frente     Paulo Mantuano
Resp. Ala das Baianas     Tia Ziláh Reis
Resp. Ala das Crianças     Maria Alice

 

SINOPSE 2006
Na folia com o Espírito Santo, o Espírito Santo caprichou

Sinopse:

          É chegado mais um carnaval e novamente entro na avenida com a minha irreverência de sempre. Quero levar ao meu povo um pouco mais de alegria em tempos tão complicados, de tanta turbulência política. Vou seguir numa viagem pelo meu querido Brasil. Passarei por terras ainda não manchadas por tanta sujeira humana, se é que eles são humanos. Nessa noite minha preocupação maior é com a folia e com essa gente sofrida e batalhadora que não merece tanta maldade.
          Ouço sons ecoarem, que vão me chamando. São tambores e casacas, um ritmo gostoso se misturando aos meus surdos e tamborins, unindo o sagrado e o profano. Esse encontro desperta nos homens uma sensação eufórica de gozo, de contemplação da vida. A alma explode em cores e contagia a todos. Estamos entrando num estado santo em plena folia. É o carnaval carioca invadindo as terras de índios canibais que mostram sua força através da cultura popular.
          Espírito Santo. Um lugar de diversidades. Um estado singular. Ali nossas almas são tomadas pelos espíritos " Goitacás" e " Botocudos" , terríveis canibais que comiam seus adversários. O carnaval, legítimo representante do antropofagismo cultural, devora culturas e delas monta seu espetáculo. O homem se devora em busca de conhecimento e sabedoria.
          A minha comunidade suburbana, agora aborígene, segue comigo com fome de saber. Vamos devorando as nações que formaram esse povo tão especial, são diversidades de raças que enriqueceram e deram origem ao homem capixaba, cheio de mistérios e pluralidade. Um povo que se mistura a beija-flores e orquídeas protegido pela força da padroeira Nossa Senhora da Penha.
Oh, Espírito Santo! Tu és naturalmente belo, sua mistura de lagoas e cachoeiras, mangues e dunas, montanhas e praias nos encantam. Estava nas montanhas e o frio congelava minha alma, precisei recorrer a vinho e polenta para me aquecer. Em quarenta minutos cheguei às praias e a visão do litoral me fez delirar. Sua geografia foi abençoada pelo Divino.
          Passeando por suas cidades fui conhecendo o folclore capixaba tão bom de se ouvir, de se ver e de sentir. Sua força é sua gente, que é quente e busca na raiz do passado suas origens. De geração em geração, assim o povo vai modelando as tradições do Espírito Santo.
          Na travessia do seu litoral avistei portos e vi produtos dessa terra sendo levados ao mundo. Não são mais piratas e corsários, mas sim o progresso que faz a economia prosperar em meio a guindastes e ferragens de gigantescos navios. Temos orgulho do nosso mármore e granito.
          Do barro, do amor, da sensibilidade. Assim é a origem do belo artesanato capixaba. Sua culinária é colorida com influências negra, branca e com uma pincelada de vermelho dos índios. Sua culinária tem "Espírito", e o sabor é "Santo". Dos manguezais sai o barro que nas mãos de artesãs se transforma em panelas de origem secular. Nelas preparam-se moquecas e diversos pratos apetitosos à base de frutos do mar.
          Em Vila Velha deparo-me com a força do chocolate. Tento devorá-lo, mas sua força é maior. Caio na sua fúria e deixo-me ser devorado por essa delícia marrom que se fixou nas terras capixabas aos pés da padroeira.
          O tambor, a casaca , o coração. Tudo isso bate mais forte no Espírito Santo. Ouço sons de lamentos em forma de canções. São verdadeiras orações louvando a São Benedito. Vejo um povo festeiro invadindo as ruas com as bandas de congo. Mascarados, fiéis, romeiros misturam-se ao povo e irmanados formam uma única corrente de fé.
          A alegria sagrada invade minha alma e peço a São Benedito que ilumine o caminho da minha comunidade suburbana tão sofrida. A festa de alma profana curva-se ao sagrado numa expressão de fé.
Na folia vamos desfilando com o Espírito Santo e manchando a passarela de forma multicor! Em busca de um "Santo Espírito" vamos deixar a folia levar nossa alma em busca de felicidade.
          Abram seus espíritos à inspiração e como verdadeiros canibais indígenas devorem esse estado santo que tanto tem a oferecer.

Chico Spinosa

 

SAMBA ENREDO                                                2006
Enredo     Na folia com o Espírito Santo: O Espírito Santo caprichou
Compositores     Josemar Manfredini, Mauro Speranza e Márcio do Swing

Vou te devorar
A tua história incorporar
Espírito Santo, guerreiro
Caprichosamente me levar
Profano canto suburbano
Se transforma em divinal
Linda e sagrada, terra capixaba,
Alma do meu Carnaval

E o sabor que traz o teu tempero
Se misturou com o povo estrangeiro

Quando ecoa o teu tambor
Lembro Pilares, meu divino amor

Enquanto aporta o turismo
Riqueza em pedra e flor, exportar
Arte modelada no barro
Encanta os olhos e o paladar
Montanha e mar...
Feito garoto me lambuzei
Senti a fé me renovar,
Na Caprichosos me tornei
Romeiro-folião
Faço um desfile em louvação
Ao santo espírito do samba
Tu és a inspiração

"Espírito Santo caprichou"
É chocolate na avenida
Numa serenata, Pilares canta
Feliz da vida