Do calor do
carnaval, a Chatuba traz uma delícia glacial
Justificativa:
Rio de Janeiro, verão, carnaval e alegria mistura perfeita que
combina com o sabor carioca. Fazendo juz a esse clima, G.R.E.S.
Chatuba de Mesquita homenageia a iguaria que nos ajuda a refrescar
com sabor esse calor, trazendo para a Intendente Magalhães a
transformação de receitas e sabores em fantasias, adereços, alegoria
e samba-enredo. Com a história do sorvete a Escola mantém a tradição
de agremiação alegre e de comunidade. Vamos contar a viagem do
sorvete da sua origem: na China até nossos isopores nas praias,
passando pelo Império, Europa enfim todo o mundo.
Esperamos que nossos sabores agradem a todos.
É para deixar a platéia com água na boca!
Sinopse:
Na
Antiguidade, o sorvete era uma mistura de neve, suco de frutas e
mel, que através dos tempos vai se modificando e aperfeiçoando,
chegando aos nossos dias com as mais variadas formas e cores.
O consumo de frutas geladas ou acrescidas de gelo
é muito antigo, pois era um costume conhecido entre diferentes
povos, uma vez que documentos de época fazem menção ao costume de
armazenar a neve do inverno em potes de barro e enterrá-los em poços
profundos forrados com esteiras para serem usados no verão.
O primeiro relato sobre o sorvete data de mais de
três mil anos atrás, e tem sua origem no Oriente. Os chineses
costumavam preparar uma pasta de leite de arroz misturado à neve,
algo parecido com a atual raspadinha.
Na medicina oriental, o sorvete era considerado
um alimento perfeito, de elevado teor alimentar, possuidor de um
equilíbrio considerado básico para o bem-estar físico. Sendo o gelo
um elemento "Yin", e o ovo, a soja, o leite, o mel e o açúcar,
elementos "Yang", temos, assim, o equilíbrio de "Yin" e "Yang", tudo
em um só alimento.
Também há relatos de que Nero, o temido imperador
de Roma (54-68 d.C.), era um grande apreciador do sorvete. Dizem que
ele enviava escravos corredores até as montanhas em busca de gelo
para seus aperitivos de frutas e mel e quem não conseguisse fazer o
percurso sem que a neve derretesse era executado! Mas as receitas do
imperador nunca foram encontradas. Se a história é verdadeira? Vai
saber...
Entre fatos e lendas, alguns historiadores
acreditam que possa ter sido Alexandre o Grande (356-323 a.C.), rei
da Macedônia, o introdutor do sorvete na Europa. Outra corrente de
pesquisadores atribui o feito aos árabes, que teriam aperfeiçoado a
receita chinesa, ensinando aos europeus como ligar a neve aos demais
ingredientes.
No século XI, os árabes já haviam dedicado uma
seção inteira ao sorvete em um de seus fabulosos livros de
culinária. A palavra sorvete também é de origem árabe, vem de “xarab”,
que depois os turcos mudaram para “xorbet”.
No século 14, o veneziano Marco Polo voltou de
sua famosa viagem ao Oriente. Além de introduzir o macarrão na
Europa, Polo trouxe uma receita para fazer sorvetes de água, muito
parecidos com os atuais.
Em meados do século XVI, por ocasião do casamento
de Henrique I com a italiana Catarina de Médicis, o sorvete
conquista a Corte de Versalhes, pois o séqüito que acompanha a
princesa à França leva consigo a receita italiana, que se espalha
por outras cortes européias. No início eram produtos caros, e só se
tornaram acessíveis à maioria da população no fim do século, quando
passaram a ser fabricados e vendidos nos elegantes cafés
parisienses. As receitas vão se sofisticando: mousses congelados,
cremes gelados e sorvetes de frutas diversas.
Foi no século seguinte que o sorvete cruzou o
Atlântico até os Estados Unidos, levado pelo italiano Giovanni Bosio.
No início do século XIX, Filadélfia passou a ser conhecida como a
capital do sorvete do país, devido à grande quantidade produzida e
às famosas casas públicas de sorvete da cidade. Atualmente, os
Estados Unidos são o maior produtor e consumidor de sorvete do
mundo!
Durante a Segunda Guerra Mundial (1941-1945), o
sorvete já era tão popular, que fazia parte da lista de itens
essenciais para manter o ânimo das tropas americanas, como cigarros,
refrigerantes e chicletes. A fabricação de sorvete para civis tinha
sido reduzida, com o intuito de economizar leite e açúcar.
Como toda mania que se difunde pelo mundo afora,
o Brasil não poderia de maneira alguma ficar à parte dessa
movimentação internacional em torno da novidade que as bocas
européias e americanas saboreavam há tempos.
Foram os cariocas os primeiros brasileiros a
experimentar a delícia gelada que já fazia sucesso em boa parte do
mundo. No dia 23 de agosto de 1834, Lourenço Fallas inaugurava na
Corte dois estabelecimentos - um no Largo do Paço e outro na Rua do
Ouvidor - especialmente destinados à venda de gelados e sorvetes.
Para isso, importou de Boston (EUA), pelo navio americano
Madagascar, 217 toneladas de gelo, que aqui foi conservado envolto
em serragem e enterrado em grandes covas, mantendo-se por quatro a
cinco meses. Não demorou muito para os sorvetes brasileiros ganharem
um toque tropical, misturados à carambola, pitanga, jabuticaba,
manga, caju e coco.
Aqui no Brasil, o sorvete chegou a ser
considerado o precursor do Movimento de Liberação da Mulher, pois,
para saboreá-lo, a mulher praticou seu primeiro ato de rebeldia
contra a estrutura social vigente, invadindo bares e confeitarias,
lugares ocupados até então pelos homens, reafirmando pôr uns
tempos, o caráter "transgressor" do alimento. As damas da nobreza
chegavam a brigar entre si (puxar o cabelo e sair na unha), porque
uma roubava da outra o mestre sorveteiro. Pecado ou não, a verdade é
que dentre os grandes apreciadores de sorvete no Brasil Imperial,
nada mais nada menos, que o Imperador D. Pedro II e sua esposa,
assíduos frequentadores da sorveteria de Antônio Francione, no Rio
de Janeiro, sendo o sorvete de pitanga e preferido do monarca. No
baile da Ilha Fiscal, o último do Império, uma iguaria servida como
sobremesa foi o sorvete.
No interior do Brasil, durante muito tempo, o
sorvete foi ignorado. O sertanejo se recusava a tomá-lo por ser frio
demais, suspeitando que desequilibrava o calor interno.
O picolé foi inventado em 1905, na Itália, por um
menino de 11 anos, que esqueceu no quintal um copo de refresco com
uma colher dentro durante uma noite de inverno. E na manhã seguinte,
ele notou que a bebida e a colher haviam congelado juntas.
Quem diria que aquela pasta misturada com frutas
e leite se transformaria num dos produtos mais consumidos no mundo
todo? A variedade de sabores, cores e formatos é proporcional à
reação das pessoas que a comem.
A origem do sorvete causa polêmica, mas ele é
unanimidade na hora em que a temperatura sobe, a primavera está
apenas no começo e os termômetros já dizem que é tempo de vestir o
menor número de roupas possível e de se refrescar quantas vezes por
dia você puder.
Dos simples picolés às bananas-splits e sundaes,
o sorvete é sucesso em qualquer estação. Não há quem não adore!
Todos nós somos doídos por sorvetes, uma das mais gostosas invenções
da humanidade.
Alexandre Costa,
Lino Salles e Marcus Do Val
Bibliografia:
-
LIDDELL,
Caroline, WEIR, Robin. Ice: the definitive guide. U.S.A.
-
ANDRADE, Carlos
Drummond de. O sorvete.Rio de Janeiro: Ática.
-
PASSMORE, Jacki.
O livro dos sorvetes. São Paulo: Manole, 1995. Ed. 1.
-
SECCO, Patrícia
E. Kimi e a história do sorvete. Fundação Victor Civita/
Kibon
Roteiro do desfile:
Nº |
Nome da
Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável
pela ala |
1º Setor: Oriente: do gelo veio o sorvete |
1 |
A descoberta
do século |
Comissão de
frente |
|
Flávio |
2 |
Pinguim |
Ala verde |
|
Soneir |
3 |
Amor glacial |
Primeiro
casal |
|
Sandra |
4 |
Bolhas de ar
e cristais de gelo |
Ala mais
Mesquita |
|
Elisângela |
5 |
“Xarab” o
sorvete no Oriente |
Ala dos
amigos |
|
Gláucio |
2º Setor: Atravessou fronteiras e a Europa conquistou |
6 |
A jóia
Européia conquista a corte de Versalhes |
Ala dos
nobres |
|
Jussara |
3º Setor: A Terra do Tio Sam o sorvete encantou |
7 |
Na Terra do
Tio Sam |
Ala do
colibri |
|
Devanir |
8 |
Samba +
sorvete = Milk shake |
Ala dos
seguranças |
|
Jorge Ce que
Sabe |
4º Setor: É tropical o seu sabor |
9 |
Cubos de
gelo |
Bateria |
|
Mestre
Rogério |
10 |
Delícia
gelada |
Passistas |
|
Vanessa |
11 |
O Imperador
e Rainha apreciadores da iguaria |
Segundo
casal |
|
Luis Marcelo |
12 |
O calor
carioca |
Ala das
baianinhas |
|
Neuza |
13 |
Sabores
tropicais |
Ala da
gelada |
|
Nilsete |
14 |
Yes! Nós
temos sorvete |
Ala das
baianas |
|
Sebastiana |
15 |
Mestre
sorveteiro |
Ala das
crianças |
|
Raquel |
16 |
Sorvetes S.
A. |
Ala 100% |
|
Paulo Mendes |
17 |
Picolé! Quem
é que não quer? |
Ala do PQD |
|
Marlon |
18 |
Senhores do
frio |
Ala da velha
guarda |
|
Gersy |
19 |
O sorvete dá
samba |
Ala dos
compositores |
|
Grillo |
|