FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Lino Sales, Alexandre Costa e Marcos Do Val
Diretor de Carnaval     Kleber Paiva
Diretor de Harmonia     José Bernardo de Santana
Diretor de Evolução     José Bernardo de Santana
Diretor de Bateria     Mestre Rogério do Amanhã
Puxador de Samba Enredo     Glório
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Márcio e Ana Beatriz
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Samuel e Thaísa
Resp. Comissão de Frente     Flávio Henrique
Resp. Ala das Baianas     Sebastiana da Silva
Resp. Ala das Crianças     Raquel Regina
Resp. Galeria de Velha Guarda     Dona Gersy

 

SINOPSE 2011
Do calor do carnaval, a Chatuba traz uma delícia glacial

Justificativa:

            Rio de Janeiro, verão, carnaval e alegria mistura perfeita que combina com o sabor carioca. Fazendo juz a esse clima, G.R.E.S. Chatuba de Mesquita homenageia a iguaria que nos ajuda a refrescar com sabor esse calor, trazendo para a Intendente Magalhães a transformação de receitas e sabores em fantasias, adereços, alegoria e samba-enredo. Com a história do sorvete a Escola mantém a tradição de agremiação alegre e de comunidade. Vamos contar a viagem do sorvete da sua origem: na China até nossos isopores nas praias, passando pelo Império, Europa enfim todo o mundo.
            Esperamos que nossos sabores agradem a todos.
            É para deixar a platéia com água na boca!

Sinopse:

            Na Antiguidade, o sorvete era uma mistura de neve, suco de frutas e mel, que através dos tempos vai se modificando e aperfeiçoando, chegando aos nossos dias com as mais variadas formas e cores.
            O consumo de frutas geladas ou acrescidas de gelo é muito antigo, pois era um costume conhecido entre diferentes povos, uma vez que documentos de época fazem menção ao costume de armazenar a neve do inverno em potes de barro e enterrá-los em poços profundos forrados com esteiras para serem usados no verão.
            O primeiro relato sobre o sorvete data de mais de três mil anos atrás, e tem sua origem no Oriente. Os chineses costumavam preparar uma pasta de leite de arroz misturado à neve, algo parecido com a atual raspadinha.
            Na medicina oriental, o sorvete era considerado um alimento perfeito, de elevado teor alimentar, possuidor de um equilíbrio considerado básico para o bem-estar físico. Sendo o gelo um elemento "Yin", e o ovo, a soja, o leite, o mel e o açúcar, elementos "Yang", temos, assim, o equilíbrio de "Yin" e "Yang", tudo em um só alimento.
            Também há relatos de que Nero, o temido imperador de Roma (54-68 d.C.), era um grande apreciador do sorvete. Dizem que ele enviava escravos corredores até as montanhas em busca de gelo para seus aperitivos de frutas e mel e quem não conseguisse fazer o percurso sem que a neve derretesse era executado! Mas as receitas do imperador nunca foram encontradas. Se a história é verdadeira? Vai saber...
            Entre fatos e lendas, alguns historiadores acreditam que possa ter sido Alexandre o Grande (356-323 a.C.), rei da Macedônia, o introdutor do sorvete na Europa. Outra corrente de pesquisadores atribui o feito aos árabes, que teriam aperfeiçoado a receita chinesa, ensinando aos europeus como ligar a neve aos demais ingredientes.
            No século XI, os árabes já haviam dedicado uma seção inteira ao sorvete em um de seus fabulosos livros de culinária. A palavra sorvete também é de origem árabe, vem de “xarab”, que depois os turcos mudaram para “xorbet”.
            No século 14, o veneziano Marco Polo voltou de sua famosa viagem ao Oriente. Além de introduzir o macarrão na Europa, Polo trouxe uma receita para fazer sorvetes de água, muito parecidos com os atuais.
            Em meados do século XVI, por ocasião do casamento de Henrique I com a italiana Catarina de Médicis, o sorvete conquista a Corte de Versalhes, pois o séqüito que acompanha a princesa à França leva consigo a receita italiana, que se espalha por outras cortes européias. No início eram produtos caros, e só se tornaram acessíveis à maioria da população no fim do século, quando passaram a ser fabricados e vendidos nos elegantes cafés parisienses. As receitas vão se sofisticando: mousses congelados, cremes gelados e sorvetes de frutas diversas.
            Foi no século seguinte que o sorvete cruzou o Atlântico até os Estados Unidos, levado pelo italiano Giovanni Bosio. No início do século XIX, Filadélfia passou a ser conhecida como a capital do sorvete do país, devido à grande quantidade produzida e às famosas casas públicas de sorvete da cidade. Atualmente, os Estados Unidos são o maior produtor e consumidor de sorvete do mundo!
            Durante a Segunda Guerra Mundial (1941-1945), o sorvete já era tão popular, que fazia parte da lista de itens essenciais para manter o ânimo das tropas americanas, como cigarros, refrigerantes e chicletes. A fabricação de sorvete para civis tinha sido reduzida, com o intuito de economizar leite e açúcar.
            Como toda mania que se difunde pelo mundo afora, o Brasil não poderia de maneira alguma ficar à parte dessa movimentação internacional em torno da novidade que as bocas européias e americanas saboreavam há tempos.
            Foram os cariocas os primeiros brasileiros a experimentar a delícia gelada que já fazia sucesso em boa parte do mundo. No dia 23 de agosto de 1834, Lourenço Fallas inaugurava na Corte dois estabelecimentos - um no Largo do Paço e outro na Rua do Ouvidor - especialmente destinados à venda de gelados e sorvetes. Para isso, importou de Boston (EUA), pelo navio americano Madagascar, 217 toneladas de gelo, que aqui foi conservado envolto em serragem e enterrado em grandes covas, mantendo-se por quatro a cinco meses. Não demorou muito para os sorvetes brasileiros ganharem um toque tropical, misturados à carambola, pitanga, jabuticaba, manga, caju e coco.
            Aqui no Brasil, o sorvete chegou a ser considerado o precursor do Movimento de Liberação da Mulher, pois, para saboreá-lo, a mulher praticou seu primeiro ato de rebeldia contra a estrutura social vigente, invadindo bares e confeitarias, lugares ocupados até então pelos  homens, reafirmando  pôr  uns tempos, o caráter "transgressor" do alimento. As damas da nobreza chegavam a brigar entre si (puxar o cabelo e sair na unha), porque uma roubava da outra o mestre sorveteiro. Pecado ou não, a verdade é que dentre os grandes apreciadores de sorvete no Brasil Imperial, nada mais nada menos, que o Imperador D. Pedro II e sua esposa, assíduos frequentadores da sorveteria de Antônio Francione, no Rio de Janeiro, sendo o sorvete de pitanga e preferido do monarca. No baile da Ilha Fiscal, o último do Império, uma iguaria servida como sobremesa foi o sorvete.
            No interior do Brasil, durante muito tempo, o sorvete foi ignorado. O sertanejo se recusava a tomá-lo por ser frio demais, suspeitando que desequilibrava o calor interno.
            O picolé foi inventado em 1905, na Itália, por um menino de 11 anos, que esqueceu no quintal um copo de refresco com uma colher dentro durante uma noite de inverno. E na manhã seguinte, ele notou que a bebida e a colher haviam congelado juntas.
            Quem diria que aquela pasta misturada com frutas e leite se transformaria num dos produtos mais consumidos no mundo todo? A variedade de sabores, cores e formatos é proporcional à reação das pessoas que a comem.
            A origem do sorvete causa polêmica, mas ele é unanimidade na hora em que a temperatura sobe, a primavera está apenas no começo e os termômetros já dizem que é tempo de vestir o menor número de roupas possível e de se refrescar quantas vezes por dia você puder.
            Dos simples picolés às bananas-splits e sundaes, o sorvete é sucesso em qualquer estação. Não há quem não adore! Todos nós somos doídos por sorvetes, uma das mais gostosas invenções da humanidade.

Alexandre Costa, Lino Salles e Marcus Do Val

Bibliografia:

  • LIDDELL, Caroline, WEIR, Robin. Ice: the definitive guide. U.S.A.

  • ANDRADE, Carlos Drummond de. O sorvete.Rio de Janeiro: Ática.

  • PASSMORE, Jacki. O livro dos sorvetes. São Paulo: Manole, 1995. Ed. 1.

  • SECCO, Patrícia E. Kimi e a história do sorvete. Fundação Victor Civita/ Kibon

Roteiro do desfile:

Nome da Fantasia Nome da ala Descrição Responsável pela ala
1º Setor: Oriente: do gelo veio o sorvete
1 A descoberta do século Comissão de frente   Flávio
2 Pinguim Ala verde   Soneir
3 Amor glacial Primeiro casal   Sandra
4 Bolhas de ar e cristais de gelo Ala mais Mesquita   Elisângela
5 “Xarab” o sorvete no Oriente Ala dos amigos   Gláucio
2º Setor: Atravessou fronteiras e a Europa conquistou
6 A jóia Européia conquista a corte de Versalhes Ala dos nobres   Jussara
3º Setor: A Terra do Tio Sam o sorvete encantou
7 Na Terra do Tio Sam Ala do colibri   Devanir
8 Samba + sorvete = Milk shake Ala dos seguranças   Jorge Ce que Sabe
4º Setor: É tropical o seu sabor
9 Cubos de gelo Bateria   Mestre Rogério
10 Delícia gelada Passistas   Vanessa
11 O Imperador e Rainha apreciadores da iguaria Segundo casal   Luis Marcelo
12 O calor carioca Ala das baianinhas   Neuza
13 Sabores tropicais Ala da gelada   Nilsete
14 Yes! Nós temos sorvete Ala das baianas   Sebastiana
15 Mestre sorveteiro Ala das crianças   Raquel
16 Sorvetes S. A. Ala 100%   Paulo Mendes
17 Picolé! Quem é que não quer? Ala do PQD   Marlon
18 Senhores do frio Ala da velha guarda   Gersy
19 O sorvete dá samba Ala dos compositores   Grillo

 

SAMBA ENREDO                                                2011

Enredo     Do calor do carnaval, a Chatuba traz uma delícia glacial
Compositores     Aguiar, Amilton Cordeiro, Diego Chocolate, Dimenor, Durval 59, Grillo, Jaquinho e Rogério do Amanhã
Na China onde tudo começou
Chatuba de Mesquita foi buscar
Essa história tem aroma e sabor
Que seduz o paladar
Surgiu no Oriente
A receita logo se espalhou
Atravessou o continente
A América aprovou
Com o passar do tempo
O sorvete se modificou

É bom na taça ou na casquinha
E no palito vale uma lambidinha
Sorvete é saúde, é energia
Para a criançada alegria

Foi Alexandre o grande quem fez a Europa conhecer
Arábia, Macedônia, na Roma Antiga
O sorvete era artesanal
Na corte de Versalhes, nos elegantes cafés
Fez delirar a realeza
Vem que está servida a sobremesa
No meu Rio pioneiro incentivou
Um movimento de convívio social
Agita a massa, reúne a nobreza
Sorvete com um toque tropical
Traz alegria pra essa festa genial

Hoje o calor do carnaval
Do meu Rio de Janeiro
Tem delícia glacial
Que encanta o mundo inteiro