FICHA TÉCNICA 1976

 

Carnavalesco     Jornalista Carlos Martins, Júlio Mattos e Aélson Trindade Nova
Diretor de Carnaval     João Severino, Acyr Pereira Alves e Rubens Amaro da Rocha
Diretor de Harmonia     Joel Toledo de Araujo (Xangô), Cosme Pereira dos Santos e Ivo dos Santos
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     Helio José Cardoso, Darcy Cardoso e Jorge Aguiar
Puxador de Samba Enredo     Dominguinhos do Estácio, Aroldo Santos, Leleco e Marly
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Neusa Fernandes e Berani de Aquino Gonçalves
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Sarly Silva e ???
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 1976

Arte Negra da legendária Bahia

          Quando da chegada dos tumbeiros carregados de africanos vindos por imposição dos poderosos para a nossa terra, não estávamos importando tão somente o material humano, mas, acima de tudo, toda a cultura inerente a essa gente.

Introdução:

          Uma homenagem à bravura, à coragem, à inteligência, à alegria e à arte do negro africano, é o que a Escola de Samba Unidos de São Carlos presta com este enredo – Arte Negra na legendária Bahia – fruto de um estudo vasto e complexo.
          Tanto quanto possível, não nos fixaremos neste ou naquele episódio. Queremos mostrar o todo, em quatro partes, assim divididas: “As Nações Africanas”, “A Legendária Bahia”, “A Arte Negra” e “Os Cultos e Tradições”.
          Nosso objetivo maior é exaltar tudo de bom que nos foi legado pelas nações africanas. Elas, que até então foram mostradas pelo lado mais sofrido, o da escravidão, O negro no chicote, no cativeiro, nos moinhos, nos porões.
          A chegada triunfante nos tumbeiros, sonhada por eles, todas as suas tribos ricamente vestidas, farão parte do primeiro ato.
          A Bahia, propriamente dita, será a segunda parte, em um quadro global do mercantilismo desenvolvido em alta escala nos mercados baianos.
          A Arte Negra, ocupará a terceira parte, onde será mostrado todo o trabalho da equipe encarregada do desenvolvimento deste tema e a supremacia dos sambistas do Estácio: arte na dança, nas fantasias de alas e destaques; nas alegorias; nas esculturas e na música.
          Finalmente, a quarta parte, numa homenagem justa à crença que o negro implantou e a Bahia difundiu: Cultos e Tradições, mostrando os Orixás e em realce, duas grandes festas: Yemanjá e Senhor do Bonfim.
          Assim, a Unidos de São Carlos apresenta o negro: sua face alegre e descontraída, sua potencialidade e sua arte.

Sinopse do Enredo:

          “Essa gente de cor chegou ao Brasil nos tempos da colonização e trouxe nos braços a força que realizou um gigantesco trabalho, aflorando nossas grandes riquezas agrícolas e minerais. E, no espírito, o poder de plantar em nossas terras a confiança em sua cultura milenar e mágica...”

Primeira Parte – As Nações Africanas

          Dos Séculos XVI a XVIII, da Guiné, de Angola, da Costa da Mina chegou à Bahia o maior número de escravos importados da África, de nações diversas: Haussás, Iorubás, Iolofás, Islamitas, Mandingas, Congos, Bantos, Achantis, Gegês, Tapas, Fulah’s, Grúcis, Caçanjis, Benguelas, Muxicongos e muitas outras que desapareceram sem deixar traços.
          Após viagens sofridas, mal acomodados, famintos, doentes, castigados, eram amontoados nos barcos (tumbeiros) de onde iam para a venda, misturados em suas originalidades e diferenças. Passavam a levar como nome de família aquela do seu país: Maria Nagô, João Congo, Francisco Ibo, Maria Ioruba, etc.

Abram alas meus tumbeiros
Aos sete portais da Bahia
É a Arte Negra que desfila
Com seus encantos e magia

          Durante três séculos, a herança africana manifestou-se largamente ao lado da herança portuguesa. Esta última, legou sua sociedade como sua civilização, enquanto a escravidão africana destruiu a sociedade daqueles grupos importados nos tumbeiros, permitindo que o negro, despojado de todo o seu “modus vivendi”, trouxesse consigo seus valores culturais.
          O negro debateu-se, tendo que se adaptar a uma sociedade que lhe foi imposta e da qual usufruiria apenas uma parte restrita. Não foi permitida a subsistência da estrutura social negra na nossa terra, indo sua gente ocupar a camada mais baixa de uma nova estratificação, onde o branco era o ápice e o mulato e o caboclo ficavam na faixa intermediária.
          A comunidade africana não teve meios de renascer de imediato no Brasil, entretanto, o próprio negro era a expressão autêntica do seu meio social. Com eles vieram seus costumes, crenças, danças e todo um manancial de cultura que, aos poucos, foram se incorporando à nossa formação.
          No princípio, entoavam cantos de lamentos evocando a terra distante, como se a tivessem perdido para sempre. À medida que o tempo foi passando o negro foi ganhando amor à sua nova terra. E foi participando, dando tudo de si e adquirindo conquistas e alegrias. Criaram irmandades e associações, organizaram folguedos, exteriorizaram sua arte e conseguiram o maior sonho, que era o de todos os brasileiros, a abolição da escravatura.
          Daí por diante, sua contribuição se fez sentir com mais ênfase em todos os setores da vida Nacional. E foi decisiva para a formação de nossa raça que, sem preconceitos, oferece ao mundo, o maior espetáculo popular da terra que é o nosso Carnaval.

PARTE II – Legendária Bahia

          “Bahia – terra das praias rendilhadas de beleza. Das 365 igrejas monumentais. Dos milhares de turistas que procuram conhecer o berço da nossa cultura, a primeira capital do Brasil. Bahia, terra de riquezas: petróleo, cacau, fumo e coco. Bahia de todos os santos e de todos os orixás. Bahia, onde não é preciso fechar os olhos para sonhar, o mais lindo sonho é a realidade que a Boa-Terra oferece aos olhos de quem ama a beleza, o progresso e o Brasil. Bahia – legendária... Bahia”.

          A presença do negro africano ainda hoje é marcante e a ela é atribuída à grandeza da terra que tantos vultos deixou na história, como, Rui Barbosa, Castro Alves e outros, autores de obras culturais de exaltação ao valor negro, na arte, na música, na dança, na religião, na culinária, no artesanato, em suma, na formação cultural do Brasil.
          Sem fixar seus pontos turísticos, é a Bahia famosa, de ponta a ponta, quer pelo sertão ou pelas plagas banhadas pelo São Francisco, o importante é dizer, que “em cada espaço baiano existe um palmo africano”.
          Bahia, das velhas baianas vendedoras de quitutes, do abará e do acarajé; das capoeiras, do samba de roda, do candomblé. Bahia dos mercados famosos, como o Sete Portais, Mercado Modelo, São Joaquim, Água de Menino, onde fica o cais dos saveiros que transportam verduras, peixes e mariscos. Dos vendedores de frutas e de animais. É o mundo das baianas com seus manauês e seus beijus, seus torsos de seda e seus panos nas costas.

Da sua terra trouxeram a saudade
A capoeira, o berimbau
Os enfeites coloridos
O pilão e a colher de pau

          Os batuques estão em todos os lugares e em todas as horas. Nas praias, nos mercados, nas festas, nas ruas. E assim, como os grandes eventos são anualmente comemorados, os quadros de origens africanas são relembrados dentro do rigoroso ritual, como por exemplo, a capoeira.
          A capoeira da Angola é um folguedo inventado pelos negros que é realizada acompanhada de uma pequena orquestra composta de instrumentos como o berimbau, ganzá, agogô e pandeiro. Mestre Pastinha possuía a mais famosa delas, a Academia de Capoeira de Angola.
          Um outro quadro conservado – o da pesca do xaréu. O pescador da Bahia se basta e ao seu pequeno mundo colorido. O famoso quadro da puxada da rede, verdadeiro ritual, obedece a princípios rigorosos e é o ponto culminante de um trabalho de meses, durante os quais dezenas de famílias teceram a enorme rede do xaréu.
          Mas outras razões existem para que a Bahia ocupe esse lugar de relevo na história Nacional. A tradição de tudo que ali criaram e respeitada pelos seus filhos é o motivo maior de tudo.
          “As baianas com seus vestidos brancos e rodados, braceletes, torso branco na cabeça, brincos enormes são vistas em todas as esquinas, dando continuidade àquele trabalho iniciado na luta: abolição. Hoje, trabalhando de sol a sol pela independência cultural, social e econômico-financeira. Ontem, pela liberdade”.

Parte III – Arte Negra

          “Na escultura, porém, é que com mais segurança e aprumo se revela a capacidade artística dos negros. O seu cultivo apreço, entre os escravos que vieram colonizar o Brasil, tanto que comprovam nas presunções indutivas como no testemunho de fatos e documentos. Nas levas de escravos que, por três longos séculos, tráfico negreiro, de contínuo, vomitou nas plagas brasileiras, vinham, de fato, inúmeros representantes dos povos africanos negros avançados em cultura e civilização”.

          Os africanos desenvolveram em larga escala a fabricação de vasos de barro, cestas de palha, máscaras, escultura em madeira, objetos decorativos em ferro, bronze e metais. Os negros da Guiné destacaram-se na agricultura. Os Bantos inclinavam-se mais para os serviços domésticos, e para os ofícios de ferreiros, sapateiros e joalheiros.
          Das culturas negras difundidas na Bahia, a Iorubá foi a mais adiantada: os iorubás influenciaram na linguagem geral dos negros – o nagô e deles surgiram os cultos, a fé mística – em ambientes fechados. Foi através dos iorubás que a Igreja permitiu aos negros formarem suas Irmandades e Associações religiosas, tão importantes pela demonstração de fé em situações diversas. Foi grande o legado da cultura iorubá: o Candomblé.
          Quanto aos Bantos, introduziram a adoração aos ídolos de madeira, sempre representando o Rei Congo e a Rainha Ginga. Todas as festas de rua, sejam o culto ao boi, o samba, a capoeira e o Imperador do Divino, realizadas aos domingos em épocas distintas, vêm da cultura gegê. Legaram-nos as pencas de balangandãs, os instrumentos para o trabalho em ferro, a formação dos quilombos e a moradia nos mocambos.
          A arte sacra foi marcada desde o Século XVIII: culminou com o estilo barroco nos trabalhos esculpidos nas igrejas da Bahia, a talha e os próprios santos.

Falavam a língua nagô
Rezavam forte com fé
Talhando arte deixaram
Imagens do candomblé
Pro mau olhado figa de Guiné

          Tivemos maravilhosa influência negra nas letras e ciências. Todos os seus cantos se transportaram para a Bahia numa literatura oral, como o “Akpalô”, contos populares da Nigéria. O símbolo maior foi o Pai João.
          Na indumentária trouxeram os panos de cores berrantes, saias rodadas, os xales, braceletes, argolas e balangandãs. Trajes esses semelhantes aos dos Haussás, de origem maometana que na Bahia se chamavam malês. Ainda na cultura material temos os pratos típicos, liderados pelo uso do inhame, do azeite-de-dendê.
          Podemos dizer que os povos que forneceram escravos para a Bahia tinham a dança como instituição: danças religiosas, fúnebres, autos de caças, de guerra e de amor. Do quizomba – dança nupcial de Angola – traduziu-se o samba, cujo termo é proveniente de sembe ou umbigada usada no bamboleio. Na Bahia os negros implantaram o samba, sorongo, batuque, candomblé, batuquegê e outras danças, usando vários instrumentos como o atabaque, tambor, berimbau, ganzá, agogô e outros de percussão.
          O século do tráfico, período de ilegalidade, pois já se decretara a proibição inglesa, foi o Século XIX, quando os negros importados entravam clandestinamente no Brasil, quase não atingindo o território baiano, a não ser em estreita minoria.
          Politicamente o negro participou de movimentos revolucionários, como na defesa e expulsão dos holandeses – Henrique Dias; na Sabinada, em 1837 –o mulato “Sabino”; e na campanha abolicionista, o baiano escravo, Luiz Gama.

Iorubá, bantos gegê
No terreiro dançavam
Samba e batuquegê

Parte IV – Cultos e tradições

          “A Bahia da magia, dos feitiços e da fé. Bahia que tem tanta igreja e tem tanto candomblé”.

          Perseguido pelo branco, o negro na Bahia escondeu as suas crenças nos terreiros das macumbas e dos candomblés. O folclore foi a válvula de escape pela qual ele se comunicou com a civilização branca, impregnando-a de maneira definitiva. As suas primitivas festas cíclicas – de religião, de amor, de guerra, de caça e de pesca – entremostraram-se assim disfarçadas e irreconhecíveis. O negro aproveitou as instituições e por elas canalizou os seus conhecimentos, o seu inconsciente ancestral: nos autos europeus e ameríndios do ciclo das janeiras, nas festas populares, na música e na dança.
          Nos seus terreiros de candomblés eles festejavam seus deuses em festas sagradas de grande beleza, no culto aos Orixás, entre estes os mais conhecidos: OGUM (divindade dos ferreiros e dos guerreiros). OXOSSE (divindade dos caçadores). OXUMARÉ (deusa do Arco-Íris). XANGÔ (deus do trovão). IANSÃ (divindade do vento e das tempestades). OXUM (divindade das águas doces). ABALUAIÊ chamado também de OMULU (divindade da varíola e das doenças contagiosas). ERÊS (divindade das crianças). NANÃ (deusa da chuva). OXALÁ (Rei de todos os Orixás). YEMANJÁ (divindade das águas salgadas, mãe de todos os Orixás).
          A participação dos negros africanos na implantação das festas baianas foi decisiva. Eles trouxeram os ritmos, os cantos e introduziram os diferentes festejos que hoje, orgulhosamente, são conservados na Bahia. A festa do Bonfim, em janeiro, e a de Yemanjá, em fevereiro, são dois grandes eventos tradicionais, onde são consideradas festas populares muitas outras como a da Lapinha, da Ribeira (Onde começa o Carnaval), Micareta, Feira dos Caxixis, Festa de Omulu, Bom Jesus dos Navegantes, Conceição da Praia. Vale registrar a data da consagração nacional da Independência da Bahia – o 2 de julho.
          De todas essas festas, ressaltamos a Festa de Yemanjá, realizada anualmente no dia dois de fevereiro, com danças, toques e cânticos, com a participação de milhares de fiéis que levam suas oferendas – flores, espelhos, perfumes, fitas e velas à Rainha do Mar.
          A Festa do Bonfim é outro grande acontecimento no mês de janeiro. Centenas de baianas com potes de barro contendo água, vão lavar os degraus da famosa igreja, entoando cantos e preces nos dialetos africanos, acompanhadas de palmas e toques de atabaques, num ato de renovação, de respeito, de fé e amor ao grande Pai Oxalá.

Ricas mucamas de branco
Com flores num só canto
Vão a igreja do Bonfim ofertar
Água no pote ao pai Oxalá.

Bibliografia:

  • O negro na civilização do Brasil – Arthur Ramos
  • Folclore negro do Brasil – Arthur Ramos
  • Bahia – Imagens da terra do povo – Odorico Tavares
  • A sabedoria popular do Brasil – Edison Carneiro
  • Ladinos e crioulos – Edison Carneiro
  • Ourivesaria Baiana – Paulo Affonso de Carvalho Machado

PESQUISA: Professora e Museóloga Marilda Silva.

Ordem do desfile:

Primeira parte - as nações africanas

Abre-alas: Os tumbeiros (Carro alegórico simbolizando os navios negreiros)
1: Comissão de Frente: Ala das Iorubas
2: Destaque: Imperador de Gana: Carlos Fernandes
3: Guerreiros da Guiné: Ala Asvac
4: Destaque: Rei do Congo – Antônio Evangelista dos Santos
5: Guerreiros de Angola: Ala Condor
6: Carro dos cantores: Alegoria - O Leão (símbolo da escola)
7: Músicos de Angola: Bateria
8: Destaque: Ave Africana – Dea Alexandre dos Santos
9: 1ª Porta-Bandeira: Neusa Fernandes e 1° Mestre-Sala: Berani de Aquino Gonçalves
10: Guerreiros de Bornus: Ala Circus
11: Destaque: Máscaras Africanas – Lurdes Helena lzabeu
12: Guerreiros de Haussás: Ala Netos da Vizinha Faladeira
13: Destaque: Pássaro Africano – Adalberto Oliveira Ricard
14: Guerreiros de Bantos: Ala dos Aplicados
15: Destaque: Rainha dos Iolofas: Enilse Belizánio
16: Guerreiros Gegês: Ala Quem Fala de Nós

Segunda parte – legendária Bahia

17: Portais da Bahia: Carreta-símbolo do Mercado das 7 Portas, trazendo a baiana-destaque Sevenina Soares da Silva
18: Baianinhas Modernas: Ala dos Moralistas
19: Vendedores de Flores: Ala das Impossíveis
20: Destaque: Mercado Modelo – José Rogério de Araújo
21: Vendedoras de Flores: Ala Deixa Falar
22: 1ª Alegoria: Mercado de frutas
23: Vendedores de Amendoim: Ala dos Inocentes
24: Destaque: Mercado Água de Menino – Lila Gonçalves
25: Vendedores de Guarda-Chuva: Ala das Inocentes
26: Destaque: Mercado São Joaquim – João Alves Dias
27: Vendedores de Melado: Ala Mocidade da Penha
28: Vendedores de Balões: Ala dos Veteranos
29: Destaque: Baiana de Itapuã – Alice Gomes Pereira
30: Ritmistas de Ribeira: Ala das Colheres
31: Vendedoras de iguarias: Ata lá Certo Sim
32: Destaque: Baiana de Amaralina – Lígia Gonçalves
33: 2ª Alegoria: Pencas de balangandãs
34: Vendedores da cata-ventos: Ala dos Boêmios
35: Jardineiros: Ala Sempre Unida
36: Destaque: Dama da Sociedade – Mirtes Paranhos
37: Puxada do Xaréu: Ala do Espigão
38: Rede do Xaréu: Ala do Relógio
39: Academia do Mestre Pastinha: Ala da Capoeira

Terceira parte - Arte Negra

40: Escravos nobres: Ala Às de Ouro
41: Caçadores nobres: Ala dos Encantados
42: Destaque: Ouriversaria – Maria Helena dos Santos
43: Pescadores Nobres: Ala Sem Mais Um
44: 3ª Alegoria: Estilo barroco
45: Peixeiros: Ala da Mocidade
46: Destaque: Ouriversaria – Moacir Moura Medrado
47: Arte Negra: Luminárias: Carreta com as atrizes Alice e Rita de Cássia
48: Acendedores de lampiões: Ala Mandingueiros da Mina
49: Destaque: Estilo Barroco – Válter Francisco de Araújo
50: 2ª Porta-Bandeira: Sarly Silva e 2° Mestre-Sala
51: As Islamitas: Ala das Mulatas
52: Destaque: Arte Negra – Aziza Perlingeiro
53: Meninos da Guiné: Ala Mirim
54: Ferramenta dos Santos: Carreta com os Orixás: Oxum (Zélia de Andrade), Oxalá (Joaquim Euclides de Oliveira), Yansã (Martha Maria dos Santos), Yemanjá (Solange Silva), Xangô (Eduardo Casali), Oxóssi (Ary de Melo), Ogum (Carlos R. G. dos Santos). Oxumaré (Luzia Miranda)
55: Dançarmos de Angola: Ala Maravilhas da Arte Negra

Quarta parte – cultos e tradições

56: Baianas do Bonfim: Ala das Empolgadas
57: 4ª Alegoria: Culto a Yemanjá
58: Lavagem do Bonfim: Ala do Estácio
59: Ministros dos Santos: Ala dos Marechais
60: Rainha do mar: Carreta de Yemanjá com o destaque Neusa Martins
61: Baianas tradicionais

 

SAMBA ENREDO                                                1976
Enredo     Arte negra na legendária Bahia
Compositores     Caruso, Caramba e Dominguinhos do Estácio
Abram alas meus tumbeiros
Aos sete portais da Bahia
É a arte negra que desfila
Com seus encantos e magia
Da sua terra, trouxeram a saudade
A capoeira, o berimbau
Os enfeites coloridos
O pilão, colher de pau

Iorubá, Bantos, Gegês
No terreiro dançavam
Samba e batuquegê

Falavam a língua nagô
Rezavam forte com fé
Talhando arte deixaram
Imagens do candomblé

Pro mau olhado, figa de guiné

Ricas mucamas de branco
Com flores num só canto
Vão a igreja do Bonfim ofertar
Água no pote ao Pai Oxalá

Saravá, Atotô Obaluaiê
Yemanjá, Ogum, Oxumarê