FICHA TÉCNICA 1991

 

Carnavalesco     Mário Monteiro
Diretor de Carnaval     Lourival Pereira
Diretor de Harmonia     Jorge Sincão
Diretor de Evolução     Jorge Sincão
Diretor de Bateria     Helio Macadame
Puxador de Samba Enredo     Rixxa
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio e Adriane
Segundo Casal de M.S. e P. B.     José Carlos e Cenilda
Resp. Comissão de Frente     José Carlos (Macumba)
Resp. Ala das Baianas     Alaece Pereira Loroza
Resp. Ala das Crianças     Eliana Pitman

 

SINOPSE 1991

Brasil brega e kitsch

            Um painel do Brasil contemporâneo. A sociedade de consumo, a cultura e a estética dos grandes centros urbanos. A escola também falará sobre alienação cultural, mostrando modas e modismos importados de outros países e a exportação artificial de nossa cultura. Tudo começa com O Circo Brasil.
            Na verdade um circo decadente, mas ainda mágico. Um desfile de palhaços, mágicos, equilibristas, trapezistas, bailarinos, domadores, feras, mestres de cerimônias e empresários. Depois, vem a pergunta: Que País é Este?
            O Kitsch cultural, a cultura importada, a invasão da língua inglesa no nosso cotidiano e o dólar como moeda oficial. Até que o desfile passa a mostrar a cultura exportada, o Brasil exótico, como é visto pelo americano que ainda pensa ser Buenos Aires a nossa capital. E prossegue com o fascinante universo da propaganda e da televisão, a imposição da moda, de artistas, comunicadores comerciais.
            E já estamos no consumo em função da classe social. Socialites consomem importados, fazem viagens internacionais e transações em dólar. A classe média consome o chamado “calendário familiar”. São as festas de Páscoa, o Dia dos Namorados, Dia dos Pais, Dia das Mães, Natal. Faz viagens domésticas. E a classe operária só tem a cesta básica, futebol, praia, carnaval, crediário.
            No final, a escola pergunta o que restou da cultura brasileira. O que aconteceu com os ideais da Semana de 22? Aníbal Machado, Manoel Bandeira, Di Cavalcanti, Portinari, Mário de Andrade. Onde estão os nossos valores? E a cultura popular? O samba de roda, a Velha Guarda, Noel Rosa, Pixinguinha, Ismael Silva, Garoto e tantos outros? E a seresta? Orestes Barbosa, Catulo da Paixão Cearense, Dilermando Reis? Viraram arquivo morto, morto e empilhado no depósito de lixo do esquecimento.

Mário Monteiro

 

SAMBA ENREDO                                                1991
Enredo     Brasil Brega e Kitsch
Compositores     Maneco, Orlando e Jangada
Veja, tanta beleza e poesia
Traz o o circo Brasil... Brasil, Brasil
A Estácio em melodia
Ironiza o dia-a-dia
"Hello my baby", sente o toque
O dólar é nosso dinheiro
O meu samba dança rock
Tudo falso-verdadeiro

Gira baiana, girou
Carmem Miranda virou
Americana, rumbeira

Olha o que o malandro fez
Voltou falando inglês
O "Brazil" marcou bobeira
Televisão Deusa da fascinação
Balcão de fantasia
De produto sempre nobre
Cega rico, cega pobre
É consumo, hipocrisia
Quanta saudade
De nossos valores culturais
Pixinguinha e Noel
O fundador Ismael
E outros imortais

Oh. meu Brasil
É kitsch, é brega
Se pagar o bicho come
Se dever o bicho pega