O
Gato Conta e Encanta com a Estrela, Renato Lage
Introdução:
Hoje vivemos
um momento especial, em que os horrores da guerra ameçam a paz mundial.
Mas não podemos nos furtar de nosso deveres, de lutarmos por nosso
direitos e de mantermos viva a nossa esperança. Temos a obrigação
de manter acessa a chama de nossos valores culturais, para que possamos
preservar a nossa identidade. Neste momento o Gato nos traz palavras
mágicas, palavras cheias de significados, para mobilizarmos o povo
num canto alegre e consciente.
Nossa
escola irá homenagear uma pessoa, que por sua trajetória, nos ensina
que ser feliz é possível. E por que não? Se que sonhar não custa nada
e o que é bom todo mundo gosta, vamos dar uma virada e deixar que
as águas rolem, pois tudo passa, e as criaturas devem ter fé de corpo
e alma. Por que apoteótico é o grande circo da vida, onde brilham
as estrelas que nos dão paz e harmonia para vivermos grandes paixões,
que são o combustível do mundo.
Estaremos
contando e encantando com Renato Lage, que de coração aberto nos transmite
mensagens simples, temperando com amor sua arte. O que lhe consagrou
uma estrela, que hoje brilha em vermelho e branco.
Sua perseverança
nos confirma a lição de que somente no dicionário o sucesso vem antes
do trabalho. Portanto precisamos trabalhar com afinco, unidos numa
grande equipe, cujo o objetivo maior seja o sucesso e a vitória de
nossa escola. Vamos dar nossa contribuição para a festa mais bonita
e mais alegre do planeta, o Carnaval do Rio de Janeiro, que continua
lindo e abençoado por Deus.
Sinopse:
No
final de década de quarenta, sob o signo de gêmeos, no bairro de Madureira,
nascia Renato Lage. E o Rio de Janeiro era contemplado com mais uma
estrela, presente de Deus para a Cidade Maravilhosa.
Renato
começou sua carreira ainda menino. Autodidata, trabalho nas principais
emissoras de televisão (TVE, Tupi, Rio, Globo, Manchete, etc..), decorou
casas de show, e participou de eventos promocionais.
Chegou
ao Salgueiro em 77, pelas mãos do mestre Fernando Pamplona, onde aprendeu
que a estrutura de uma escola de samba impressiona e impreguina. Aquele
"mundo", e as pessoas passam a fazer parte da vida, cativam
como só os amigos sabem fazer. Em uma cidade com o Rio, onde o carnaval
e o futebol têm uma relação histórica e afetiva com seus habitantes,
o flamenguista Renato, devagarzinho, com seu jeito especial de lidar
com as questões do dia-a-dia, descobriu que a avenida era o melhor
espaço para mostrar sua arte. Assim surgia o carnavalesco.
De 79
à 82, esteve na Unidos da Tijuca, onde conquistou seu primeiro campeonato
com o enredo "Delmiro Gouveia, o cearense que virou Brasil".
De 83
à 86, brilhou no Império Serrano.
Em 87,
de volta ao Salgueiro, desenvolveu um enredo abstrato sobre a felicidade...
De 88
à 89, alterou a característica de fazer sátira política da Caprichosos
de Pilares.
Em 90,
convidado por Castor de Andrade, aceitou o grande desafio de fazer
o carnaval da Mocidade Independente de Padre Miguel. Tinha a responsabilidade
de criar uma nova marca para a escola, que até então era a do saudoso
carnavalesco Fernando Pinto. Logo de cara passou na prova, sendo campeão
com "Vira, virou, a Mocidade chegou", no ano seguinte repetiu
a dose, bicampeonato com "Chuê, chuá, as águas vão rolar",
em 92 com o vice-campeonato por "Sonhar não custa nada",
consagrou com o brilho de sempre, criando uma marca futurista, uma
parceria bem sucedida que durou treze anos. Em 96, mais uma vez resplandeceu
a passarela com mais um campeonato, "Criador e criatura".
Mas cada carnaval é um arrepio diferente, único, e nem sempre funciona
com a precisão de um relógio, mesmo assim todos são momentos especiais,
patrimônio de um acervo, pois não existe presente e nem existirá futuro,
se não aprendermos e respeitarmos o passado.
Em 2003,
Renato retorna a origem para desenvolver o enredo "Salgueiro,
minha paixão, minha raiz, 50 anos de glórias". Teria sido coincidência?
Hoje ele trabalha para o carnaval 2004 o enredo "A cana que aqui
se planta tiudo dá, até energia. Álcool, o combustível do futuro".
Com certeza seus fãs aguardam ansiosos o momento de apreciar na avenida
a realização de mais um espetáculo. Pois este homem, aprendeu a contar
e encantar com histórias tão belas, que realidade e ilusão fundem-se,
transferindo o palco para a rua contagiando o imaginário do povo que
assume o papel de ator principal.
Renato já conquistou vários títulos, entre outras premiações, três
Estandartes e três Tamborins de Ouro. Hoje é impossível falar de carnaval,
sem se pensar na grande estrela Renato Lage.
Roseni
Lima de Oliveira
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