Antes, durante e depois - O despertar do homem

           Um paraíso a seus pés. É esta a imagem com que se depara o homem. No princípio era assim. O homem primitivo desconhece a sua origem. Por isso o troglodita teme e reverencia os fenômenos naturais, vendo no desconhecido o limite para os seus desejos de dominar o paraíso terrestre. E dotado apenas de sua ignorância, parte para tentar desvendar os mistérios da criação. Assim começa o enredo que tem como objetivo mostrar a evolução do homem.
           Evolução e destruição. Desde o início o homem dá sinais de que o propósito da evolução foi esquecido, tamanha é a quantidade de infelicidade que provoca. E o destino dos povos passa a ser escrito, através dos séculos, com sangue e lágrimas.
           Os sinais de afastamento dos corretos propósitos da evolução estão presentes em muitas formas de desrespeito, tanto em um passado remoto, quanto em dias atuais. São muitos estes sinais. E entre eles estão o desrespeito à propriedade alheia, à individualidade e ao direito de escolha. Os genocídios nas invasões às aldeias primitivas, ou na formação de antigos impérios, nas guerras mundiais, bem como nas imposições ideológicas. O desrespeito à mulher. A destruição do meio ambiente, discriminação racial, marginalização do menor.
           E uma vez distante dos propósitos iniciais da evolução, o homem constrói uma sociedade injusta e carente, onde cada vez mais a sensibilidade, o amor e o carinho são descartados em benefício de prazeres proporcionados pela riqueza e pelo poder. E tudo isso implica em destruição da natureza e dos valores espirituais. E o egoísmo, o individualismo excessivo beiram a insensibilidade.
           Das aldeias primitivas às nações atuais, o cavaleiro da guerra deixa um rastro de morte, mutilação, orfandade, fome, peste, destruição, pobreza. E na injusta distribuição das riquezas do planeta, no desamor, no desrespeito aos direitos humanos, a fertilidade necessária para semear a fome encontra o solo pronto, adubado.
           Assim, a evolução humana é pautada por toda sorte de incertezas quanto ao futuro. E só a morte é certa no jardim das incertezas.
           Mas este quadro caótico nos obriga a uma reflexão sobre o seu significado. Então o homem se dá conta de que é preciso lutar por um mundo totalmente novo, onde o caos é rejeitado. Ele sente necessidade de se reaproximar de si mesmo, dos seus valores mais sagrados. E a partir daí se propõe a se modificar.
           No entanto, é fundamental saber que só aos sonhadores e apaixonados é permitido brindar à vida. E nós somos esse povo.