FICHA TÉCNICA 1979

 

Carnavalesco     Evandro Castro Lima
Diretor de Carnaval     ..........................................................
Diretor de Harmonia     Antônio dos Santos (Mestre Fuleiro)
Diretor de Evolução     ..........................................................
Diretor de Bateria     ..........................................................
Puxador de Samba Enredo     Roberto Ribeiro
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Sérgio Jamelão e Alice
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ..........................................................
Resp. Comissão de Frente     ..........................................................
Resp. Ala das Baianas     ..........................................................
Resp. Ala das Crianças     ..........................................................

 

SINOPSE 1979

Municipal maravilhoso, 70 anos de glórias

            Nosso enredo é, antes de mais nada, uma justa e merecida homenagem ao Teatro Municipal e, principalmente, àqueles que contribuíram para sua construção e aos que até hoje a ele emprestam sua criatividade, seus dons artísticos e suas esperanças, em operosa e mal remunerada tarefa, mas que, desse modo, permitem à nossa cidade, ao nosso povo, manter com muito orgulho e vaidade o maior Centro Artístico-Cultural da América do Sul.
Para homenagear o Teatro Municipal a Escola dividiu o enredo em Abertura e quatro atos. Na Abertura aparecerão:

  • o carro do Abre-Alas, onde, na impossibilidade de reprodução do “pano de boca”, optou-se pela ribalta solene, com a representação, viva, das nove musas das artes (Clio, Euterpe, Talia, Melpômene, Terpsicore, Erato, Polimnia, Urânia e Calíope).

  • a Comissão de Frente, personificando os maiores colaboradores da implantação do Teatro Municipal, que, por coincidência, foram quinze, de resto o número de integrantes da Comissão do Império, por tradição.

  • a Ala Infantil da Escola, denominada “Baleiro-Bala” — pregão gritado pelos pequenos vendedores de balas nos trens suburbanos do Rio, que representa o Conjunto Coreográfico Brasileiro, constituído, à época (1944), por meninos e meninas do Orfanato das Operárias de Jesus, responsável por inúmeras apresentações de sucesso no Municipal.

            No 1° ato, virão as homenagens ao Teatro Municipal, com o quadro inicial simbolizando o Salão Nobre (candelabros) e a cerimônia de inauguração. Seguem-se representações da comédia, da tragédia, e do drama, evocando-se, na primeira, a peça “Chuva”, representada com enorme sucesso pela atriz Dulcina de Moraes.
            No 2° ato, recordam-se as óperas de autores nacionais e estrangeiros, com que o público brasileiro foi brindado. Destacamos: Aída (motivo também do carro alegórico e da vestimenta da bateria), Traviata, Palhaço, Salomé, Baile de Máscaras, Madame Butterfly, Mignon, Orfeu, Turandot, Thamar, Boris Godunow, Adriana Lecouvreur, Norma, Lohengrin, Kovanchina, Júlio César, Manon, Hansel e Gretel, Rapto do Serralho, La Bohème, Otelo, D. Carlos, O Escravo e O Guarani.
            O 3° ato focaliza a dança (balé), também de autores nacionais e estrangeiros. Dentre as obras destes últimos estão Scheherazade (motivo também de carro alegórico), Sagração da Primavera, Lago dos Cisnes, O Festim, Triunfo do Amor e Pássaro de Fogo. Nacionais são Iara, de Circe Amado e Villa-Lobos, Batucagê (Francisco Mignone), Senzala (Siqueira), Papagaio de Moleque (Villa-Lobos), Amazonas (Villa-Lobos), a Paz e Fantasia Brasileira, de Souza Lima.
            Por fim, o 4° ato recorda As Brasilianas, Juju e Balangandans, o baile de gala, com seu internacionalmente conhecido desfile de fantasias de luxo e originalidade, também motivo de carro alegórico. O encerramento mostra as figuras vivas que, com suas fantasias, abrilhantaram o famoso concurso em épocas diversas.

Comissão de Frente

            A seleção dos membros que compõem a Comissão de Frente do IMPÉRIO é muito rígida. Seus integrantes devem aliar à antiguidade na Escola, a simpatia, a elegância de um deslocamento austero e respeitoso, e a capacidade de transmitir as mensagens de saudações e apresentação da Escola. O IMPÉRIO dedica cuidados especiais à sua Comissão de Frente. Seus trajes, sempre de custo elevadíssimo, são relacionados ao enredo apresentado.
            Este ano será prestada uma homenagem especial àquelas personalidades que se bateram pela construção ou foram responsáveis pelo erguimento daquela Casa de Cultura. São Arthur Azevedo (idealizador), Henrique Valadares (prefeito), Francisco Pereira Passos (engenheiro), Pereira Passos (prefeito), Souza Aguiar (prefeito), Bento Ribeiro (prefeito), Nilo Peçanha (Presidente da República), Pedro Américo (pintor), Rodrigues Alves (Presidente da República), Coelho Neto (autor da peça de inauguração), Carlos Gomes (autor da ópera de inauguração), Francisco Braga (maestro da inauguração), Visconti (pintor), Bernardelli (escultor), Olavo Bilac (orador da inauguração).

Alegorias e Adereços

            O IMPÉRIO SERRANO apresenta neste carnaval quatro carros alegóricos, distribuídos da seguinte maneira:
            No 1° ato prestamos nossas homenagens ao majestoso monumento pelas glórias de seus setenta anos. Sendo impossível reproduzir o pano de boca, verdadeira obra-prima, optou-se pela solene ribalta, integrada por 9 figuras vivas, simbolizando as nove musas das artes.
            No 2° ato, representativo da ópera, presta-se homenagem a Aída — ópera popularíssima entre nós. No carro, figurantes representando o Rei do Egito, Aída (filha de Amonasro, rei da Etiópia) e doze escravas simbolizando a sumissão imposta pela bela Amnénis, filha do Faraó.
            No 3° ato, representativo do balé, a escolha recaiu sobre uma das mais belas danças já apresentadas ao público brasileiro e grande sucesso internacional: Scheherazade. Neste carro, há figuras vivas representando Scheherazade, o Sultão e as Odaliscas, estas últimas artistas famosas da televisão brasileira.
            O último carro alegórico, encerrando o desfile, no quadro que simboliza o baile de gala, representa a famosa passarela do Municipal. Os próprios desfilantes que participaram das gloriosas jornadas do passado, oferecem, ao vivo, uma autêntica réplica de um espetáculo que, durante muitos anos, foi privilégio daqueles que freqüentaram o famoso Baile de Gala.
Além dos tripés, cerca de 1.200 adereços de mão são trazidos pelos componentes da Escola. Todos foram objeto de profunda e minuciosa pesquisa, complementando as fantasias ou enfatizando os quadros que integram.

Evolução

            O IMPÉRIO SERRANO é uma Escola privilegiada pelos excelentes valores que sempre projetou e ainda conserva no cenário do samba.
            Bastaria citar, dentre outros Careca, senão o mais famoso, ao menos o mais destacado dos passistas em atividade; Jorginho do lmpério — cidadão samba 1978 — um dos mais conhecidos compositores e intérpretes da música popular brasileira e Jamelão, atual 1° mestre-sala da Escola, todos oniundos da famosa ala Sente o Drama, da qual o primeiro é o presidente.
            Sobre esta ala seria desnecessário enumerar suas qualificações, pois tornou-se a mais famosa de todos os desfiles das Escolas de Samba, e a única a apresentar uma impressionante coreografia sempre muito bem ensaiada e que se constitui numa das atrações máximas do carnaval. Sua evolução jamais influiu negativamente no fluxo normal do desfile do IMPÉRIO, fator que destruiu todas aquelas que tentaram imitá-la. A ala Sente o Drama, por seus méritos, é detentora do Estandarte de Ouro.

Harmonia

            O IMPÉRIO SERRANO tem sido muito feliz neste quesito. A reconhecida garra de seus componentes, a forma compacta de seus desfiles, o ritmo e a melodia de seus sambas em muito têm contribuído para seu sucesso. A abnegação e o desprendimento de um grupo de dirigentes e os valores autênticos, de qualificações raras e indiscutíveis, suprem as dificuldades financeiras, sempre crescentes, com uma dedicação e labor invejáveis, permitindo, dessa forma, que a Escola mantenha sempre o elevado padrão de suas apresentações, incentivada, ainda, pelo aplauso e estímulo do público que as assistem.

 

SAMBA ENREDO                                                1979
Enredo     Municipal maravilhoso, 70 anos de glórias
Compositores     Roberto Ribeiro, Jorge Lucas e Edson Paiva
É arte, é cultura
A idéia do artista é genial
Em cenário deslumbrante
O Império exalta o Municipal

Que maravilha os corais
Ao som de orquestras magistrais
Sonoras sinfonias
Que não se esquecem jamais

Iara e a paz
Retratam a cultura nacional
Ainda hoje são vividas
Nos palcos deste Rio colorido

Vem meu povo
Ver como é que é
O balé no samba
Na ponta do pé

A suntuosidade imperava
Nos grandes bailes
Do nobre salão
Onde tudo era alegria
Elegância, beleza
Num sonho de fantasia

Carnaval é ilusão
Do pierrô sofrido
É festa de um povo
É consagração