FICHA TÉCNICA 1991

 

Carnavalesco     Ney Ayan
Diretor de Carnaval     Jorge Antônio Carlos (Jorginho do Império)
Diretor de Harmonia     Antônio dos Santos (Mestre Fuleiro)
Diretor de Evolução     Antônio dos Santos (Mestre Fuleiro)
Diretor de Bateria     Sebastião dos Santos (Mestre Tião) e Alcides Gregório
Puxador de Samba Enredo     Tico do Gato e Paulo Samara
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Cisinho e Selminha Sorriso
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Maurício e Márcia
Resp. Comissão de Frente     Ivanir
Resp. Ala das Baianas     Tia Tota
Resp. Ala das Crianças     Raquel e Alfredinho

 

SINOPSE 1991

É por aí que eu vou

          As estradas estão cheias de convites, insinuações, galanteios e irreverências nos pára-choques dos caminhões. Elas refletem sobretudo o comportamento espiritual de uma classe. Exibem de forma clara a maneira de ver, pensar, sentir, amar e orar de uma parte do nosso povo. O chofer de caminhão, hoje em dia, é uma espécie de bandeirante, o seu prolongamento. Ele é o viajor indômito, o desbravador de novos caminhos.
          E as legendas de caminhões são frases inscritas nos pára-choques (dianteiros ou traseiros), nas carrocerias ou nos pára-lamas traseiros, verdadeira expressão de toda uma classe. Elas formam a literatura das rodovias, uma espécie de romanceiro de um mundo de silêncio, solidão, asfalto e poeira.
O motorista de caminhão enfrenta com coragem e espírito aventuresco o desconhecido de seus longos, solitários e estafantes itinerários. Isto explica o caráter fatalista de muitas legendas. Mas ele confia em Deus, sabe que em casa alguém reza e espera por ele. E isso dá origem a muitas legendas místicas e religiosas.
          Casado, ele confessa seu amor à mulher e aos filhos. Solteiro, ama a todas, em cada parada deixa um coração à espera. Daí, um sem número de lemas românticos, líricos. Suas legendas sociais e filosóficas retratam seu modo de pensar. Sem nunca ficar muito tempo num lugar, precisa levar tudo com bastante alegria, crítica, gozação. E surgem as frases galhofeiras, que mexem com todo mundo, principalmente com as mulheres, o terno assunto das conversas desses heróicos desbravadores de estradas.
          Motorista de caminhão é profissão que, no nosso interior, exerce forte atrativo sobre o homem simples. Significa a independência dos horários, a libertação da vida de marasmo que leva na fazenda, na roça. E a chance de correr mundos diferentes e de ganhar mais dinheiro. E a oportunidade de conhecer as cidades grandes. Um dia, quando surge a chance, o homem enche-se de coragem e se decide pela estrada. Confia em Deus que tudo sairá bem e reforça a sua fé com uma medalhinha, um bentinho ou um escapulário no pescoço. E mete o pé na estrada. E por aí que eu vou.

Ney Ayan

 

SAMBA ENREDO                                                1991
Enredo     É por aí que eu vou
Compositores     Wilson Solidão, Ibraim, Beto Pernada, Valdir Sargento, Edu do Pagode e Elcy
É dia, é noite, sol ou chuva lá vou eu
Céu estrelado ou nublado tanta faz
Pouco me importo com frio ou calor
Viajando "É por aí que eu vou"

Esperando um futuro bem melhor
Na fé do meu protetor

É chão, poeira e estrada, vou embora
Transportando o progresso por aí
Moça bonita por mim não chore
Eu te prometo que um dia volto aqui

O clarão da lua cheia
Na boléia do meu caminhão
O retrato da família
A distância traz saudade
Que aperta o coração
Devagar também e pressa
Nunca ande na banguela
Meu irmão de profissão

Rodar, rodei, desbravando estradas
Novo mundo encontrei
Cidade grande que fascinação
Nos cabarés da vida há doce ilusão

É dia...