FICHA TÉCNICA 1999

 

Carnavalesco     Mario Borriello
Diretor de Carnaval     Oscar Lino C. Filho e Célio Pereira
Diretor de Harmonia     Itaci Cardoso dos Santos e Mario Gomes de Oliveira (Mario Dentinho)
Diretor de Evolução     Mario Gomes de Oliveira (Mario Dentinho)
Diretor de Bateria     Silvio Manoel da Silva
Puxador de Samba Enredo     Jorginho do Império
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio Marcio Domicina Cid (Claudinho) e Rita Therezinha S. Freitas (Rita)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Vanderli Silvares Rodrigues e Patrícia Silva da Costa
Resp. Comissão de Frente     Sidney Verneck dos Santos e Suzana Braga
Resp. Ala das Baianas     Yara da Silva Vilella
Resp. Ala das Crianças     Direção de Carnaval

 

SINOPSE 1999

Uma rua chamada Brasil

            Um jovem brasileiro, aventureiro como todos os jovens, após muitos sacrifícios e dificuldades (principalmente para obter o visto de turista), finalmente chega a cidade de Nova York, cheio de sonhos e ilusões, pretendendo estabelecer-se e ganhar muitos dólares.
            Em sua cabeça traz ainda os super-heróis, que durante tanto tempo emolduraram o seu desejo de chegar até a “Grande Maçã”, como a ilha de Manhattan é conhecida. A imigração foi um pesadelo que agora tenta esquecer, pois o nosso personagem já está na Rua 46, ponto inicial para uma “Nova Vida”.
            Na Rua 46 encontrou muitos outros brasileiros: mineiros recém chegados, barulhentos turistas, “muambeiros” amadores e profissionais. Deparou-se com os bem sucedidos lojistas, bebeu guaraná e tomou cafezinho. Leu jornais para saber das últimas notícias. E o inconfundível cheiro de uma feijoada o atraiu a um restaurante brasileiro.
            Logo deixou o jeito de turista e começou a executar diversas funções na luta pela sobrevivência: engraxate, “babá de cachorro”, entregador de flores e lavador de carro. Tudo valia para juntar alguns dólares.
            Enquanto isso, o tempo ia passando e ele aproveita os momentos de folga para explorar a cidade que nunca dorme.
            A vizinha Rua 47, grande centro joalheiro, onde o brilho dos diamantes ofusca a vista dos passantes, encantou o nosso brasileirinho.
            Na 5ª Avenida conheceu o coração da cidade, repleto de elegantes lojas e enormes limusines; visitou a Catedral de São Patrício, onde emocionou-se. Viu-se admirado com a altura dos edifícios, o vai e vem dos pedestres e dos táxis amarelos. No “Rockfeler Center” deslumbrou-se com a estátua de Prometheus.
            Foi encontrado “quase” falando inglês, vendendo cachorro-quente em meio aos efervescentes e enormes letreiros do Time-Square, centro dos principais teatros do mundo, que exibem “Os Gatos”, “Os Miseráveis”, “Victor e Victoria”, “A Bela e a Fera”, “Rei Leão”, “Titanic” e muitos outros espetáculos que atraem multidões.
            A cidade de Nova Iorque com todos os seus aspectos exóticos e cosmopolita, já faz parte do cotidiano de nosso “herói”, que viveu mais uma experiência, desta vez trabalhando como garçom em um bar no bairro boêmio: o “Village”.
            Ouviu o melhor “JAZZ” do mundo e não assustou com os mais estranhos penteados e vestimentas que viu passar, nem tampouco com a “galera” gay. Achou engraçado quando lhe perguntaram se ele era afro-brasileiro, pois lá chamam os “moreninhos” de afro-americanos.
            Seguindo a sua trajetória fomos até o bairro Chinês, repleto de curiosidades, onde o encontramos tentando fritar pastel para um mau humorado oriental.
            Ao lado encontra-se a “Pequena-Itália”, um conjunto de ruas que retratam o calor do povo italiano, uma chance para mais um aprendiz de “fazedor de pizza”, que já sabemos quem é.
            Neste conjunto de emoções há sempre um sentido de fraternidade. São os “Spanos”, que estendem as mãos para os irmãos brasileiros. Juntos, Panamenhos, Cubanos, Mexicanos, Porto-Riquenhos, todos os latinos se confraternizam pelas ruas de Nova York.
            Em fevereiro o frio é mais forte e o “Central Park” veste-se todo de branco. Um mágico cenário envolvendo desconhecidos príncipes e princesas, que passeiam em carruagens forradas de pele. Os galhos das árvores transformados em cristal, rivalizam-se com os lustres do imponente Hotel Plaza, localizado bem a sua frente.
            Nosso jovem é então surpreendido por uma carta que chega do Brasil, ainda “quentinha” dos raios de sol. Vem falando da praia, do verão e do Carnaval!... Aí é demais!...
            Descobriu então, que o inglês não tem a palavra saudade. O jeito foi pegar o avião e voltar correndo para o Brasil.
            Aqui, no morro da Serrinha, sua mãe, uma simpática baiana lhe aguardava pronta para cobri-lo de verde e prata e transformá-lo no mais garboso mestre-sala.
            Emocionado ele recorda seu Império Serrano “Dando uma de Carmem Miranda “, que como ele viveu nos Estados Unidos, sem contudo perder sua brasilidade.
            Sonhando com a vitória, reverencia sua Bandeira, na certeza, que seu lugar é aqui!

Mario Borriello *

* Eu que também já fui jovem aventureiro, vivendo fora do meu país, dedico este trabalho àqueles que tem coragem de sair e lutar, e principalmente aos que tem coragem de sair, lutar e voltar!

 

SAMBA ENREDO                                                1999
Enredo     Uma rua chamada Brasil
Compositores     Arlindo Cruz, Carlos Sena, Maurição e Elmo Castro
Em busca
Em busca de um novo eldorado ô viajei
Pro melhor lugar do mundo
Fui tentar a minha sorte na 46

E ao chegar
Encontrei aventureiros
Gente deste mundo inteiro
Na terra do Tio Sam
Vi o jeito brasileiro
Na grande maçã
Há esperança de um novo amanhã

Bate forte coração eu sei
É difícil ser um rei
Longe da terra natal
Mas eu não perdi a fé, lutei
Pra curar a solidão
Eu rezei na catedral

Fui chamado afro-brasileiro
Pra ganhar algum dinheiro
Fui muambeiro, engraxate, fui garçom

Me encantei com os diamantes
O teatro é pura emoção
Foi tão bom
Nessa cidade vi amor, fraternidade
Mas a saudade fez meu peito balançar

Mãe baiana
Foi sua carta que me fez voltar

Lá vou eu de verde e branco, feliz
A Serrinha é meu encanto, meu país
Parabéns Carmen Miranda que conseguiu
Mesmo distante não deixar de ser Brasil