FICHA TÉCNICA 2002

 

Carnavalesco     Ernesto Nascimento
Diretor de Carnaval     José Coelho
Diretor de Harmonia     Roberto dos Santos Maciel
Diretor de Evolução     Roberto dos Santos Maciel
Diretor de Bateria     Antônio Carlos Soares Araújo (Mestre Macarrão)
Puxador de Samba Enredo     Carlinhos da Paz
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Claudio Marcio Domicina Cid (Claudinho) e Janaina de Jesus Pereira Mendes
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Charles Eucy da Silva Campos e Fabiana Cid da Silva
Resp. Comissão de Frente     Paulo Manzoni e Daniela Cavanellas
Resp. Ala das Baianas     Iara da Silva Vilella
Resp. Ala das Crianças     Alfredo

 

SINOPSE 2002

Aclamação e Coroação do Imperador da Pedra do Reino:
Ariano Suassuna

             O Romance da Pedra do Reino é um livro entremeado todo o tempo de símbolos e alusões, de recordações e fantasmas, é um inesgotável manancial de estudos analíticos, é uma explosão de maravilhas. Não há que buscar nele o folclore, o regional, o circunstancial e sim o universal, o permanente, como um Dom Quixote.
             A atmosfera de narração é mágica, tem comicidade, erotismo, mas acima de tudo sua linguagem é a mais natural que se possa imaginar, sumo de literatura de cordel coado por um escritor de raros recursos. É um romance epopeia, prosa da mais alta qualidade literária. Oferece-nos uma visão nova do Brasil, da sua realidade social, psicológica, cultural, poética, filosófica, mágica e política. E, nesse romance, veremos Ariano Suassuna construindo com auxílio da sua força e poder criador, o seu castelo rude e poético, sertanejo e barroco, áspero e iluminado como as terras do seu sertão.

O tema enredo

             A aclamação e coroação do Imperador da Pedra do Reino: Ariano Suassuna, se passa nos arredores de uma indomável vila sertaneja. Ali, o sol treme reluzindo nas pedras mais próximas. Da terra agreste, espinhenta e pedregosa, batida pelo sol esbraseado, parece desprender-se um sopro ardente, que tanto pode ser o arquejo de gerações e gerações de trabalhadores, de rudes Beatos e Profetas e seus fiéis seguidores, assassinados durante anos e anos entre essas pedras selvagens, como pode ser a respiração dessa Fera estranha, a Terra - esta Onça Parda em cujo dorso habita a raça piolhosa dos homens. Pode ser também a respiração fogosa dessa outra Fera, a Divindade, Onça Malhada que é dona da Parda, e que há milênios acicata a nossa Raça, puxando-a para o alto, para o Reino e para o Sol.
             Para ser mais exato, precisamos explicar ainda que o romance da Pedra do Reino é, mais, um memorial dirigido à Nação Brasileira, à guisa de defesa e apelo, no terrível processo em que nos vemos envolvidos. Para que ninguém julgue que Dom Pedro Dinis Quaderna é um impostor vulgar, devemos esclarecer que ele é nada mais, nada menos, do que descendente em linha masculina e direta de Dom João Ferreira-Quaderna, mais conhecido como El-Rei Dom João II, O Execrável, homem sertanejo que há um século foi Rei da Pedra Bonita, no Sertão do Pajeú, na fronteira da Paraíba com Pernambuco. Isto significa que Dom Pedro Quaderna é descendente não daqueles reis e imperadores estrangeirados e falsificados da Casa de Bragança, mencionados com descabida insistência na História Geral do Brasil, de Varnhagen; mas sim dos legítimos e verdadeiros Reis brasileiros, os Reis castanhos e cabras da Pedra do Reino do Sertão, que cingiram, de uma vez para sempre, a sagrada Coroa do Brasil, de 1835 a 1838, transmitindo-a assim a seus descendentes, por herança de sangue e decreto divino.

 

SAMBA ENREDO                                                2002
Enredo     Aclamação e Coroação do Imperador da Pedra do Reino: Ariano Suassuna
Compositores     Aluizio Machado, Maurição, Carlos Sena, Lula e Elmo Caetano
Sol Inclemente
Vai Além da Imaginação
Sopro ardente árida terra
Desse poeta cantador
Sede de vida gente sofrida
Salve o Lanceiro e Guerreiro do amor

Cabra macho firmeza, que emoção
Liberdade, esperança, ressureição
A bondade e a maldade no coração
Amor, verdade eu encontro neste chão

Vem que tem

Tem azul tem encarnado tem
Numa comunhão de fé
Lança em punho ao som da luta
Desse sonho contra a dor
Resgatando o passado
Desse povo vencedor
Esses reis tão sertanejos
Descendentes de valor
E a cavalgada parte
Lá de Belmonte
Prá serra do Catolé
Tão linda minha corte sertaneja
Marco forte altaneira do sertão
Buscando na justiça a igualdade
Empunhando a bandeira da coroação

Hoje o império é a voz da razão
Onde reina a paz e a união
E é muito mais que uma paixão
Sou imperador lá do sertão