FICHA TÉCNICA 2008

 

Carnavalesco     Jorge Caribé
Diretor de Carnaval     Avelino Ribeiro da Conceição
Diretor de Harmonia     Marquinho Harmonia
Diretor de Evolução     Marquinho Harmonia
Diretor de Bateria     Marcelo André Oliveira da Silva (Mestre Marcelo)
Puxador de Samba Enredo     Anselmo Sampaio de Araújo (Tem Tem)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Paulo César da Costa (PC) e Rosilane da Costa Queiroz
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Fábio Martins de Almeida e Maura Luíza
Terceiro Casal de M.S. e P. B.     Júnior e Bia
Resp. Comissão de Frente     Vivian Borges
Resp. Ala das Baianas     Marina Miranda
Resp. Ala das Crianças     Kátia Godofredo
Resp. Galeria de Velha Guarda     Sr. Plínio Athaíde

 

SINOPSE 2008

Ewe, a cura vem da floresta

Justificativa:

          Pensando na preservação do verde o Grêmio Recreativo Escola de Samba Inocentes de Belford Roxo trás como tema Ewe, a cura vem da floresta.
          
Desde muitos anos atrás povos africanos acreditavam na força das folhas para curar seus males e cultuavam através de danças, rezas e oferendas Ossaim o protetor do poder de curar.
          No Brasil o negro e o índio fizeram à união e usaram a sabedoria da utilização das ervas para curar as doenças da humanidade. Mas é preciso que o homem viva em harmonia com a floresta semeando-a e preservando-a acreditando que da floresta vem à cura.

Sinopse:

          A Floresta, fonte inesgotável de sabedoria e mistérios. Nela escondem-se cultos ancestrais originários de povos de culturas milenares, a crença nas ervas e na essência de plantas e flores. Tudo na mata trem vida e respira e nos faz respirar, desde o chão, rico em nutrientes orgânicos que alimenta fortes e frondosas árvores que abrigam espíritos protetores do mundo, e curiosos seres que sugam e alimentam-se de plantas, tanto animais famintos e ferozes quanto nós, seres humanos que necessitam da floresta para respirar, nos alimentar e proteger.
          Nesta grande nave verde, temos a certeza de que há milênios os negros, com grande sabedoria e resistência, cultivam rituais religiosos acreditando na cura de seu povo, através de banhos, ungüentos, caldos e magias para confortar a todos, com folhas maceradas, piladas ou embebidas em álcool natural e água límpida das nascentes, preparavam banhos e bebidas para adquirirem a cura, folhas reservadas somente aos grandes curandeiros, que recebiam nomes como Elesijé, Babá Ewe ou YaOsaim, sacerdotes responsáveis pela sabedoria das ervas e seu significado, para que servia cada uma das folhas, nesta cultura criaram mitos e ritos surgindo divindades mágicas em seus cultos, com a fé, crença e respeito. Surgiam na África em diferentes regiões, Orixás com diferentes nomes para com eles reverenciarem o pai da floresta:

Osain vindo de Irão
Cátende cindo da Angola
Ágüe divindade DaHomeana
Elesijé o curandeiro de Jêje
Aburo vindo do Alaketu
Abudá vindo de Ilejsa

          Com a crença cada vez mais forte na religião das folhas, os negros não perderam a fé nem quando num dos momentos mais terríveis de suas vidas, a travessia África/Brasil, não esmoreceram e nem se deixaram abater, chegando em nosso continente e implantando sua sabedoria e costumes religiosos, unindo ainda mais a sua força.
          Ao chegarem, deparam-se com o desconhecido amedrontador, mas algo lhe era familiar, o infinito mundo verde de folhas, caules e flores, cascas e sementes, o colorido da floresta brasileira que acolhia com canto, dança e indumentária natural tribal e culta entre os gritos dos animais e o coaxar das águas, protegidas por divindades caboclas, seres indígenas com grande sabedoria, desnudas e destemidas, sem o medo do novo e não se deixando escravizar. Uniram-se culturas, misturaram rituais, e nessa mágica oriunda coordenada por Deus, os povos negros passaram a conhecer novos Deuses e seres encantados, que caminhavam da mesma fé e crença no poder das ervas, embrenhando-se mata adentro, conheceram pajés e caciques responsáveis dos cultos e segredos nativos, pajelanças e rituais fúnebres ou de nascimento, folhas sagradas para afastar espíritos maus ou aproximação de energia boa, folhas que curavam mordidas de animais ou beberagem que curavam inflamações ou mal súbito; incensos e defumadores para purificação de ocas e rituais festivos dos Deuses brasileiros.
          Com cascas medicinais e sementes, garrafadas para todos os tipos de doenças assim negros e índios criaram religiões tipicamente brasileiras, plantando futuro da nação.
          E o tempo passou... A escravidão acabou... Os índios quase dizimados... Mas a herança firme e rica no seu propósito resiste e vive nas almas de poderosas velhas negras que simbolizam que simbolizam a imagem do folclore nacional. As vovós persistentes e descendentes das guerreiras africanas implantam seu culto e respeitadas, são procuradas por todos para a cura através das folhas em rezas, de quebranto, mau olhado, espinhela caída e tantas crendices.
          Com chás e rezas, banhos e fumaças, as doenças vão se dissolvendo e conhecimento se firmando e aumentando o interesse de povos evoluídos em acreditar a cura de novas doenças está nas ervas e mais propriamente falando, nas folhas milagrosas da floresta amazônica. Com milhares de exemplos, a novalgina, alcachofra, folhas sensitivas e anestesias em comprimido para dores e antiinflamatórios, xaropes de folhas, cremes e pomadas a base folha, e flores, sabonetes e perfumes.
          A indústria farmacêutica explora em busca da cura do câncer quase finalizada, a cura para doenças degenerativas, contagiosas e alérgicas, e a tão sonhada cura da AIDS, que hoje parece ser a pior das doenças que assombra a humanidade e é por acreditar em tudo isso que escrevi e transformei esse sonho em realidade, para que através do carnaval, festa de veículos mundial, sirva de alerta e incentivo para que governantes, empresários e o poder público se interessem no investimento de preservação ambiental de florestas, desde canteiros de praças ou frentes de rua até grandes recantos do descanso da vida verde, para que o mais rápido possível possamos viver em paz e harmonia, homem e floresta.
          Por isso hoje, a terceira escola de maior importância da baixada fluminense a escola de samba de maior importância do distrito de Belford Roxo, situada em área de cultivo e ambientação sócio cultural e com grande área de pólo agrícola, se importando com a questão de moradia, educação e reeducação cultural de religião, alfabetização e diminuição do índice de pobreza e violência, abraça este enredo muito mais do que somente a parte folclórica e carnavalesca, mas sim de apelo e grito popular para todos que virem, ouvirem ou lerem sobre este tema, se sensibilizem e se encorajem, para juntos, tomarmos medidas sérias e cabíveis com a natureza. É preciso preservar e semear para que em um futuro próximo, possamos fazer enredos que falem de um passado tão distante de tantas coisas ruins que não nos pertencerão mais.
          É com fé e muito respeito, que o Grêmio Recreativo Escola de Samba inocentes de Belford Roxo, traz para este carnaval, sabedoria de negros, índios, orixás e caboclos, curandeiros e pajés, médicos e bioquímicos e o povo da baixada, o enredo: "Ewe a Cura vem da Floresta".
          Para alegria e satisfação de todos, certos de que faremos um bom trabalho e confiantes na vitória, pedimos a licença à imprensa escrita, falada e televisada e informatizada, para a passagem da Inocentes de Belford Roxo.
          Com muito carinho e respeito, venho defender as cores azul vermelho e branco da escola e agradecer a confiança em meu trabalho, para mais uma vez escrever meu nome nas páginas mágicas de um livro chamado carnaval...

Jorge Caribé

Roteiro do Desfile:

 

1º Setor:África, berço dos Orixás

Nome da Fantasia

Nome da ala

Descrição

Responsável pela ala

 

Elesijé

Comissão de Frente

O guardião da floresta, o curandeiro.

Vivian Borges

1º Destaque – Essência da Floresta (Sula do Carmo)

1

Povos Ewe

Fuscão Preto

Cultivo da folhas

Zorro

1ª Alegoria: Floresta Africana
África Continente mãe, assim chegou a cresça e uniu sabedoria Ewew Osain
Principais destaques:
Destaque central – Folhas, o milagre verde (Cristiano)

2

Folhas de cura

Sulete

Balaio dos negros

Betty

3

Banho espiritual

Santa Amélia

O Abo

Aroldo

4

Incensando o mal

Reginaldinos

Folhas secas

Naninha

5

Folhas dos Santos

Atitude

Fé e crença

Mercedes

6

Orixá das folhas

Poderosa

Ossain o detentor

Jurema

2º Setor: Nobre terra de Tupan

2º Casal de Mestre-Sala e Porta Bandeira: Nobre plantas da terra de Tupan
2ª Alegoria: O Pajé
Brasil rico em ervas, os índios usam e praticam a cura.
Principais destaques:
Destaque central – Deus Tupã (Carlinhos)

7

Seres Amazônicos

Alegria

O chamado - Espírito dos curandeiros

Vivian Souza

8

Semeando a floresta

Baianas

Os pássaros espalham sementes

Marina Miranda

9

Beberagens

Dimas Filho

O sumo das ervas curam

Billy

1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Harmonia da natureza, a cura vem da floresta
Rainha da Bateria: Tatiana Pagung – Talismã indígena

10

Os índios

Bateria

Guardiões da floresta

Marcelo André

11

Índios nativos

Passistas

Habitantes da terra

Patrícia

12

As árvores

Beleza

Guardião espírito da mata

Sheila

3º Setor: Chá e Banhos de Ervas

13

O chá

Chatuba

Cura males

Rose

3ª Alegoria: A cura da vovó
Crendices e sabedoria, santo chazinho

14

Banho de descarrego

Piam

Contra o olho grande e mau olhado

Tiago e Eliana

15

Banho para o amor

Vilar Novo

Simpatias

Willian

16

Ervas

Amigos

Surgem os remédios

Senna

4º Setor: A natureza conjugada a ciência
3º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: A industrialização das folhas

17

Cremes e pomadas

Crianças

Feitos de folhas

Katinha

4ª Alegoria: A cura vem da floresta
Mãe natureza e o homem se juntam para a cura da humanidade – A indústria farmacêutica.
Principais destaques:
Destaques centrais–Orquídeas, as flores também curam (Maria da Penha)
A industrialização dos remédios (Célia)
A sobrevivência dos animais na floresta (Cristiane)
18

A indústria

Samba show

Busca da cura para doenças

Icaro

19

Eterna Juventude

Velha Guarda

Beleza

Plínio Athaide

Bibliografia:

  • VERGER , Pierre Fatumbi – O uso das plantas na sociedade iorubá, 1995 – Odebrecht/Cia das Letras;

  • CHAIB, Lídia e RODRIGUES, Elisabeth – Ogum o rei de muitas faces e outras histórias de Orixás, 2000, Cia das Letras;

  • www.pierreverge.org/br

Outras fontes de consulta:

  • Centros espíritas;

  • Auto-conhecimento da religião afro-brasileira.

 

SAMBA ENREDO                                                2008
Enredo     Ewe, a cura vem da floresta
Compositores     Cláudio Russo, Carlinhos do Cavaco, Temtemzinho e Nino do Milênio
Ewe, a cura vem da floresta
Ewe ôô em banto é catendé
Ossaim o protetor do poder de curar
Na fé nagô o orixá
Que busca no seio da selva
A seiva para preparar
O sumo o banho a magia
Magia que veio de lá

Da negra mãe não só Ossaim
Vem de Alaketú, Jejê e Angola
Na cura o desejo mais puro
Fé no futuro vai minha escola

Folhas da salvação semente
Encontro milagroso
Com o poder medicinal
Plantas da nobre terra de Tupã
A luz de um novo amanhã é natural

Da reza pra acabar com o quebranto
A fumaça é o encanto do cachimbo da vovó
A natureza conjugada a ciência
No combate as doenças
Remédio que me faz melhor

O meu coração é Inocentes
De Belford Roxo meu amor eu sou feliz
O corpo são conduz a mente
Eu sigo em frente vou na força da raiz