FICHA TÉCNICA 1991

 

Carnavalesco     Ricardo Ferrador e Paulo Costa
Diretor de Carnaval     Jair Marques, Levy Guimarães e Roberto Peixoto
Diretor de Harmonia     César Augusto Barbosa Ferreira
Diretor de Evolução     César Augusto Barbosa Ferreira
Diretor de Bateria     Paulo Duarte da Silva
Puxador de Samba Enredo     Celino Dias
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Marquinhos e Regininha
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Não teve
Resp. Comissão de Frente     Levy Guimarães
Resp. Ala das Baianas     Aparecida Brasil
Resp. Ala das Crianças     Osmar Gonçalves Fernandes

 

SINOPSE 1991

Chico Mendes, o arauto da natureza

            A escola irá mostrar inicialmente a Amazônia. A exuberância e a beleza da floresta com seu verde de diversas tonalidades. Arvores milenares, a enorme variedade dc orquídeas, as inúmeras espécies de samambaias. Uma deslumbrante fauna. Pássaros de coloridas e ricas plumagens. Onças, jacarés, tatus, tamanduás, macacos. Alguns animais possuindo pele de rara beleza.
            Finalmente, o homem. Representado pelas várias tribos indígenas, o caboclo perfeitamente integrado na vida da floresta, tirando o seu sustento da colheita da castanha e da extração do látex. Extraindo da Amazônia apenas o necessário para a sua subsistência. Atividades como a pesca, sem agressões à natureza. Enfim, um lugar que teria tudo para ser o Paraíso Terrestre.
            Se não tivessem ido para lá garimpeiros profissionais, imensas serrarias, hidrelétricas represando rios que deslizavam tranqüilos e submergindo, cada vez mais, longos trechos de matas, destruindo seus animais. Sem falar nos caçadores atraídos pela riqueza que a pele e a plumagem dos animais lhes proporcionam. E ainda a chegada dos fazendeiros dizimando com suas queimadas toda a espécie de vida animal e vegetal. O que provoca também o empobrecimento do solo e até alterando o clima e as estações. E assim os nativos vão sendo expulsos de suas terras. Ou passam a ser verdadeiros escravos dos aproveitadores e destruidores de uma região tão rica.
            Mas, de repente, em Xapuri, no Acre, um grito ecoa bem alto. Chico Mendes, seringueiro humilde, corre em defesa da natureza, do fraco companheiro dos seringais, do desprotegido índio. Seu espírito de defesa da região corre o mundo. Reconhecido internacionalmente, Chico Mendes é premiado pela ONU e recebe uma medalha na Inglaterra.
            Por sua luta, torna-se o porta-voz de todos os seus explorados companheiros. Com seu espírito de liderança transforma-se num verdadeiro arauto, O Arauto da Natureza.
            Até que numa noite de dezembro de 1988 a voz de Chico Mendes foi calada por um pistoleiro, certamente a mando de pessoa incomodada pelo seu grito que o mundo se propunha a atender. Mas seu brado foi mais alto e o mundo não o esqueceu.
            E um grito de guerra foi ouvido por toda a floresta. A gente indígena se pôs em posição de luta. A Mãe D’Água foi também acordada por aquele grito de fúria. E foi ver o que ocorria em seus domínios. Mas, ela não vem sozinha para atender aquele chamado. Traz consigo Cobra Norato que se agita e acorda todos os habitantes do fundo do Rio. E os mais estranhos seres vão despertando tudo que vive ou se esconde por rios, igarapés, fontes, grutas e cavernas. E todos estão juntos na briga contra os invasores. Todos os habitantes encantados da floresta buscam reforço na natureza e revoltados se unem. E que agora Chico Mendes vive através deles. E a luta não pode parar. Então, sonhos e anseios de Chico Mendes começam a se tornar reais. E uma luz brilha na floresta. É O Arauto da Natureza que não abandonou seus companheiros.

Lauro Schuch

 

SAMBA ENREDO                                                1991
Enredo     Chico Mendes, O Arauto da natureza
Compositores     João Banana, Serjão, Jorge Paulo e Tuca
Quanta maldade é ver
O homem destruir
O que hoje encanta
A Sapucaí

Amazônia
Que verde encantador
Fauna tão linda
Um verdadeiro festival de cor

Terra rica em frutos e pesca
Chico foi o mensageiro
Em defesa da floresta

Os invasores, por ambição
Mataram Chico
Dando seqüência à destruição

Kararaô
O grito forte do índio ecoou
Kararaô
A natureza inteira despertou

Voa pássaro da paz
Voa livre e vai mostrar (mostrar, mostrar)
Que essa área verde existe
Para o mundo respirar, lá, lá, laiá
Para o mundo respirar