FICHA TÉCNICA 2005

 

Carnavalesco     Rodrigo Bonan e Ad Moreira
Diretor de Carnaval     Marcelo Barbosa Vieira
Diretor de Harmonia     Jorge Bossa Nova
Diretor de Evolução     Jorge Bossa Nova
Diretor de Bateria     José Augusto dos Santos (Mestre Guto)
Puxador de Samba Enredo

    Renato, Gordinho, Adilsinho e Nininho

Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Márcio Levi Alves da Silva e Luana Pereira Bastos
Segundo Casal de M.S. e P. B.
    Paulo Cesar de Souza Junior e Simone Teixeira Vieira dos Santos
Resp. Comissão de Frente     Marcos Antônio
Resp. Ala das Baianas     Aladir Gomes dos Santos
Resp. Ala das Crianças     Zenilda Feitosa do Rosário e Ordely

 

SINOPSE 2005

Da lenda a história de Itaguaí

          Itaguaí, rio da água amarela, origem da língua tupi, começou a existir no meado do século XVII. Sua colonização começou com os índios da ilha Jaguaramenon, atraídos pelo governo Martim de Sá.
          Logo após a fixação dos indígenas nestas terras, chegaram os missionários, entre eles: Nobrega, Cruz e outros.
          Para sede da aldeia, escolheram o morro denominado “Cabeça Seca”, onde lançaram as bases da futura povoação. Erguendo uma igreja onde residiam e catequizavam os índios.
          Os jesuítas permaneceram nestas terras até 1718 quando se mudaram para as terras da “Fazenda Santas Cruz”, levando com eles todos os habitantes da antiga povoação. Esta área hoje é a sede de Itaguaí.
          Tão logo chegaram ao novo local, os índios começaram, sob a orientação dos religiosos, a construção de um novo templo, dedicado a devoção de São Francisco Xavier, hoje ainda resplandece a mesma devoção.
          Havia a necessidade de escolher o chefe da tribo e de sua companheira.
          Após longas provas de bravura e lutas foi proclamados vencedor o índio mais forte e audaz chamado Quiva e escolhida a índia mais bela e jovem, chamada Laiá.
          Após a cerimônia, Quiva e Laiá, ausentaram-se da tribo durante 11(onze) sois e 11 (onze) luas, percorrendo as terras, que lhes haviam sido doadas.
          No retorno de Quiva e Laiá para a aldeia, foram recebidos com grandes festejos. Laiá narrou as peripécias da longa viagem, quando uma sentinela anunciou, que homens brancos maus, estavam invadindo a aldeia.
          Pela primeira vez Quiva, lança o seu grito de guerra “Itaguaí!!!” Reuniram-se todos os guerreiros e partem ao encontro dos invasores travando-se um feroz combate às margens do rio Itaguaí, durante 2 (dois) dias.
          Os invasores sentindo que seriam derrotados batem em retirada até a Fazenda Santa Cruz, que foi submetida ao cerco indígena.
          Com a chegada de um emissário da tribo, comunicando que Laiá estava à morte. Quiva levanta o cerco e regressa a aldeia de Y-tinga, onde de fato encontra Laiá desmaiada.
          Quiva ordena ao pajé (sacerdote curandeiro), que salve Laiá. O pajé falou “Laia está envenenada” e para salvá-la é preciso que um índio ou índia beba o sangue de Laiá misturado a uma erva, após ter bebido, deverá dar para Laiá o sangue com outra erva. Laiá ficará boa, mas quem beber o seu sangue morrerá.
          Quiva se apresenta e se prepara para o sacrifício e assim morre o herói. Daí a minutos Laiá desperta, sabendo de tudo que acontecera, abraça o seu amado, despede-se de todos, e foge para a mata. Todos querem detê-la, mas o pajé intervém dizendo “deixem Laiá cumprir o seu destino”.
Pela manhã quando o sol surgia no horizonte todos os indígenas gritavam “Laiá esta morta”. O pajé falou pela última vez: morto Quiva, morta Laiá, não mais existirá a tribo dos Y-tingas. Brancos maus invadirão, destroçarão tudo, matarão a todos. Só daqui a muitos sóis muitas luas, será contadas a história da tribo. Os índios sentiram que o pajé estava profetizando, atemorizados dispersaram-se pelas matas.
          No combate de Quiva com os invasores, fica ferido um indiozinho de 10 (dez) anos de idade, que recolhido, tratado e educado pela família “Souto Maior Rondon” recebeu o nome de: José Pires Tavares.
A aldeia prosperava a olhos vistos, quando começaram a circular rumores de que o pessoal da Fazenda Santa Cruz tramava trucidar os habitantes da aldeia.
          José Pires Tavares, já aos trinta anos de idade, casado com uma índia, tendo uma filha resolveu aceitar a luta, embarcou rumo a Portugal.
          Recebido no Paço-Real conseguiu da rainha Dona Maria I, uma carta de proteção aos índios da aldeia de Y-tinga em Itaguaí.
          Na ausência de José Pires Tavares, cumprira-se à profecia do pajé. Achavam-se índios em torno da capela da aldeia, quando de surpresa surgiram os homens da Fazenda Santa Cruz acompanhados de força policial.
          Nada respeitaram os bárbaros invasores nem idade e nem sexo. Índios foram amarrados embarcados em canoas e jogados na praia de Mangaratiba.
          Quando José Pires Tavares, regressou de Portugal, nada mais encontrou, nem amigos e nem família. Profundamente abalado pela injustiça deixou-se morrer de tristeza. Assim foi extinta a tribo dos Y-tingas.
          Com o passar dos tempos, a localidade prosperou por ser o ponto de passagem preferido pelos viajantes, que se dirigiam as terras de Minas Gerais e São Paulo (caminho do ouro). Paravam para dar água aos cavalos no chafariz da cidade.
          Em agosto de 1822 D Pedro I pernoitou em Itaguaí, quando de sua viagem a São Paulo, onde alem de visitar a Marquesa de Santos, proclamaria a Independência do Brasil.
          Em 1880, já prosperava a vida rural e comercial exportando café, farinha, açúcar e água ardente, contribuindo de maneira acentuada para a introdução do elemento negro na mão de obra.
          Foi inaugurada em Itaguaí a primeira fábrica de tecidos de seda do Brasil, sendo seu diretor o comendador “Cardoso” que possuía armazéns e um navio chamado “ Delfina” , explorava o canal que ele mesmo construiu para facilitar o transporte que até então era feito por animais.
          Itaguaí com a ajuda da mão dos negros, índios, caboclos e alguns imigrantes como: Japoneses e alemães, no plantio e nas colheitas, tornou a cidade a maior produtora de milho, laranja e banana do Brasil.
          Entre os vultos notáveis, nasceram e outros passaram períodos de suas infâncias em Itaguaí: Conde de Itaguaí, Marechal Olímpio da Silva, Almirante Barão de Teffé, Luiz Murat, Quintino Bocaiúva, Francisco Braga, Bidu Saião (cantora Lírica) e etc.
          Cidade privilegiada pela natureza, com rios cachoeiras e cascatas, flora, fauna e floresta Atlântica.
          Auto-suficiente em saúde educação, premiado pela UNESCO: modelo padrão de educação.
          Pioneira no campo industrial, através da NUCLEP, será a primeira empresa brasileira a construir casco de plataforma de petróleo, a P-51. O desafio é grande, porem animador.
          Hoje ostenta um porto, que em breve será o maior da América Latina.
          Itaguaí surge no cenário nacional imponente rica e bela. Terra de homens heróicos, berço de homens históricos da terra de Teffé.

Ad Moreira

 

SAMBA ENREDO                                                2005
Enredo     Da lenda a história de Itaguaí
Compositores     Renato, Sandro, Uanderson e Mica

Ecoou
O grito do índio guerreiro
Feita a colonização
Missionários catequizaram essa terra

Erguendo monumentos de adoração e fé
Saudando o padroeiro da cidade
Sacrifício por amor à profecia
Emoldurando o raiar de um novo dia

E no caminho do ouro passou
O viajante Don Pedro Imperador
No chafariz da cidade
Parou para descansar
Independência ele ia proclamar

Cresceu na exportação
A produção rural
Na fabricação um mar de sedas
O Delfina a navegar
Unindo a força das raças
Na luta, na garra da massa
E grandes nomes de Itaguaí

Hoje num deslumbrar da natureza
Modelo de saúde e educação
Um sonho
Se faz presente a plataforma
Um porto em evolução
Pra o mundo inteiro aplaudir

A Mocidade vem aí (vai sacudir)
Traz alegria e emoção
Vem de Itaguaí
O brilho na Sapucaí