FICHA TÉCNICA 2007

 

Carnavalesco     Edson Siqueira
Diretor de Carnaval     Tercio Candido Azevedo
Diretor de Harmonia     Beto
Diretor de Evolução     Beto
Diretor de Bateria     Dinho, Negueti, Luiz Cláudio
Puxador de Samba Enredo     Ney Mesquita
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Denilson e Danielle
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     Antonio Martins
Resp. Ala das Baianas     Maria da Penha
Resp. Ala das Crianças     Anselmo
Resp. Galeria da Velha Guarda     Álvaro Albano de Souza

 

SINOPSE 2007

A negritude está em festa!
Um rei negro foi coroado no Quilombo Mocidade

Objetivo:

          O objetivo do Enredo é a exaltação da Raça negra através de uma das vertentes do folclore brasileiro, conhecida como a Coroação do Rei Congo, ou mais precisamente a Congada. É uma forma de exaltar o negro em sua plenitude, como figura central em que será ovacionado como personagem principal, e não como um coadjuvante, sofredor e vítima. Aqui ele será o personagem principal, representado por vários heróis negros de nossa história.

Introdução:

          As últimas descobertas científicas reconhecem a África em seu lugar de berço da Humanidade, e atestam que os africanos são originários de seu próprio continente. Nas diferentes civilizações há profissionais e figuras mitológicas responsáveis por desempenhar no seu dia-a-dia, o papel de transmissores da cultura, guardiãs de costumes, mantenedores e recriadores de crenças, lendas, contos, cantos, versos que encerram sentimentos sociais, culturais, religiosos, éticos, constituintes da cultura da sociedade a qual pertencem. Estas sociedades, hoje, estão espalhadas pelo mundo inteiro, dentre elas a chamada Afro-brasileira. É a marca do ser africano que se espalhou pelo mundo inteiro. Afro é, portanto, todo ser humano, toda cultura, toda sociedade que tem no seu sangue, o continente africano, mesmo em espaço e tempo diferentes.
          Os africanos chegavam no Brasil desde o séc. XVI. Para o nosso país vieram africanos principalmente de Angola, Guiné, da Costa da Mina, das civilizações Iorubá, Bantu, Haussás, Geges, Benguelas, Mandingas e Congos. Traziam consigo suas religiões, espiritualidade, seus rituais, seus valores, suas tradições, seus domas, seus costumes e ciências.
          A política da Igreja procurou manter estas nações. As nações africanas eram inimigas entre si e essas lutas continuaram no Brasil. Havia necessidade de evitar uma revolta contra o branco. O folclore manteria, em parte, a velha tradição guerreira. Os negros, no Brasil, nas suas brincadeiras, formavam tribos que guerreavam - suas danças eram guerreiras. A Igreja conseguiu transformar o instinto guerreiro do negro em cruzada religiosa...

Desenvolvimento do enredo - A congada:

          A Coroação do Rei Congo é um auto de origem africana, que representa a coroação do Rei do Congo.
          Rei Congo e Rei Bamba lutam para obter o privilégio de realizarem a festa de São Benedito (o padroeiro dos negros no Brasil).
          Rei Bamba é vencido, sendo ele e toda sua corte batizados pelo Rei Congo. Como é de costume na tradição africana, o batismo termina com uma festa em honra ao Rei Congo, quando, então, se canta e dança o Ticumbi. Durante a dança são utilizados pandeiros e chocalhos e lata, denominados ganzás ou canzás.
          Mas Rei Congo quer festejar muito mais! E escolhe o Quilombo Mocidade, e toda sua corte azul, branca e ouro, para sua coroação. E decide, do alto de sua nobreza africana, compartilhar este momento com todos os seus irmãos negros, de sangue e fé. Ecoam os atabaques!!!
          Manda convidar os negros das nações africanas de Angola, da Nigéria, do Sudão, a nação Iorubá e toda a suntuosidade negra.
          Príncipes africanos, os negros senhores, negros guerreiros.... Lembranças da África, as negras raízes presentes na coroação.
          Mas em festa de Rei não pode faltar Reis e Rainhas...
          Rei Zumbi, com o qual o negro retomou sua liberdade... E do rodopiar da negritude, negro foi livre!
          Chico-Rei. Cabeças negras, ouro nos cabelos, negra riqueza, liberdade enfim...
          Xica da Silva... Negra feia e pobre, comprada pela graça, pelo amor, atrevida e requintada, fez-se Rainha em seu jardim, a negra influëncia sobre o requinte dos salões. Ouro e palha, veludo e prata. Consigo vieram suas mucamas, responsáveis pelos quitutes da festa.
          Rainha Ginga, que durante 13 anos lutou contra os portugueses em Angola, em defesa da dignidade dos negros. Considerada a última Rainha autêntica.
          Os Reis do Maracatu também vem trazer o seu reconhecimento e trazem consigo o luxo e o requinte que uma corte merece, abrilhantando ainda mais este acontecimento.
          Rei Congo, em seu trono de marfim, abençoado por São Benedito, recebe a todos com garbo e elegância. Negro, de tronco nu, e manto de damasco a tapar-lhe os pés.
          É festa no Quilombo Mocidade! A corte negra, vinda de várias partes da África visita a negrada afro-brasileira, recepcionada pela garbosa Velha-Guarda Inhaúmense.... Lampiões e máscaras, adornos africanos em terra brasileira. Jongos, quilombos, bate-coxa e capoeira...
          Rei Congo está feliz!! O negro é Rei!! O Rei é negro!!
          Ele dedica esta festa a seu povo. Povo este que guarda as tradições de sua cultura, alimentada pela fé e esperança balançadas pelo modernismo desatinado, sem rumo e destino duvidoso, sem saber para onde será levado. Os tambores continuarão a bater, a cantar, a dançar, apesar das agruras da vida e dos sofrimentos. O povo, porém, sobreviverá guardando na memória suas singelas tradições.
          É...O negro é Rei! Saravá no Congá!!

Edson Siqueira

 

SAMBA ENREDO                                                2007

Enredo

    A negritude está em festa! Um rei negro foi coroado no Quilombo Mocidade

Compositores

    Carlinhos Ouro Preto, Paulo Arnot e Luiz Reza Forte

Ecoam... os atabaques
No quilombo Mocidade
Botando um rei congo na congada
Mostrando aqui
Toda sua identidade
A mãe África é a festa
A hora é essa de mostrar toda verdade
Reis, rainhas e guerreiros
Capoeiras e jongueiros
Fazem a festa na cidade

O congo tem um rei que é coroado
Por São Benedito ele é abençoado
Chêue-pa babá vou acender os candeeiros
Ilumina vossos filhos
Clareia nosso terreiro

Hoje a velha guarda está feliz
Presta tributo a raiz
De riqueza negra cultural
A fé e devoção se faz presente
Na nossa Independente
Mostrando todo ritual
Em azul e branco estende o manto
De beleza triunfal

Orgulhosamente os quilombolas
Cantam e dançam em nosso carnaval!
Um grito de liberdade
Se tornou realidade
O negro é rei do quilombo Mocidade