Nem só de
prata, nem só de ouro. Inhaúma revela seu tesouro
Justificativa:
No Carnaval de 2011, a Mocidade Independente de Inhaúma irá exaltar as jóias e pedras preciosas. Muitas vezes quando ouvimos falar delas não imaginamos a quantidade de histórias que existem por trás de cada pedra, e muitas curiosidades também.
Além do ouro e da prata muito usados na confecção de jóias, há também o diamante e as pedras preciosas, chamadas gemas. As gemas, utilizadas como objetos de decoração, adornos pessoais e até mesmo como amuletos da sorte ou de magia, fascinam o homem desde seus primórdios, com seu brilho, sua cor, sua raridade e até mesmo aqueles mistérios que as envolvem quanto aos seus poderes esotéricos. O Brasil é considerado uma das maiores províncias geomológicas do mundo. No solo brasileiro estão presentes todos os tipos existentes na crosta terrestre.
Água-marinha, Esmeralda, Topázio, Turmalina e Diamante são as pedras preciosas mais encontradas.
Caminhando
pela história, a Mocidade de Inhaúma descobre que em seu próprio
solo existem jóias tão preciosas quanto as que brotam da terra: sua
galeria de fundadores, sua velha-guarda e sua comunidade guerreira.
A safira do samba revela que seu grande tesouro é a sua base humana,
que sustenta a vitalidade dessa agremiação.
Sinopse:
O fascínio do homem em usar adornos preciosos e "mágicos" vem dos tempos mais remotos. Os materiais considerados belos, fascinantes ou raros foram utilizados para produzir as primeiras jóias. Daí a origem da imagem de riqueza que se associa à própria imagem da jóia.
Formadas há bilhões de anos, as pedras preciosas têm diferentes composições químicas, que determinam sua cor, densidade, clivagem e aspecto. Por sua extrema beleza, os povos da antiguidade achavam que as pedras preciosas tinham poderes ocultos, capazes de trazer sorte, curar ou simplesmente tornar uma pessoa mais bonita.
Uma jóia era utilizada normalmente como enfeite, mas também havia uma íntima ligação com forças místicas. O homem primitivo produzia as suas peças de adorno quando as estrelas se alinhavam em posições que eles consideravam favoráveis. Surgiam assim os amuletos com poderes mágicos e protetores.
Em algumas sociedades, aos caçadores mais valentes eram concedidos colares com dentes e garras de animais ferozes, isso lhes dava um símbolo de poder.
A atração que o ouro exerce sobre o homem é antiga. As primeiras jóias em ouro datam de 3.500 a.C., descobertas na região da antiga cidade de UR fundada pelos sumérios no vale do Eufrates.
Na história cristã, por ocasião do nascimento do menino Jesus, um dos três Reis Magos, o Melchior, levou de presente ao filho de Deus um metal precioso: o ouro.
Os egípcios deixaram peças elaboradas, em formas de escorpiões, escaravelhos, serpentes, repletas de simbolismo e misticismo. Eles foram os primeiros a aplicar cores às jóias, tendo dominado as técnicas de engaste de pedras e a descoberta de um novo material produzido pelas mãos do homem, o vidro colorido.
Outras civilizações figuram com igual importância no cenário da joalheria. Os artesãos minóicos produzindo com excepcional cuidado contas estampadas em finas lâminas de ouro. A Grécia, a princípio restringia suas criações a motivos geométricos. O contato com os fenícios resultou na fusão de conhecimentos e tendências, surgindo então peças com motivos naturalistas, temas da mitologia.
A cultura celta presenteando-nos com peças intrigantes e "magnéticas", com um design de espirais e arcos concêntricos de linhas sinuosas, invocando misteriosas forças da natureza.
Na história do Brasil, o ciclo do ouro, diamantes e pedras preciosas fez com que nosso país passasse a ter novas riquezas. Teve importância decisiva na ocupação da região de Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Planalto Baiano. A mineração tornou-se a mais importante atividade econômica do Brasil-Colônia no século XVIII.
As pedras na Magia:
Através da História, as pedras preciosas têm sido usadas, não apenas por sua beleza ou raridade, mas também por seus poderes secretos. Durante séculos, elas foram usadas como auxiliares indispensáveis para o aprimoramento da vida espiritual, assim como para aumentar a percepção psíquica, para inspirar amor e como poderosos agentes de cura.
As pedras no Zodíaco:
Assim como as flores, as pedras preciosas também são relacionadas aos meses do ano, relacionadas com os signos do zodíaco. Há, pelo menos, uma pedra para cada mês, e cada uma tem um significado especial.
A arte milenar da joalheria:
O homem contemporâneo não poderia desapontar seus ancestrais na evolução dessa arte. Hoje conhecemos técnicas que nos possibilitam maior liberdade de criação, mas toda a tecnologia desenvolvida não vale muito sem mentes criativas e de bom gosto por trás de todo o maquinário. O século XXI conta com grandes designers dando personalidade, irreverência e estilo às peças de joalheria.
O mercado joalheiro atual está ampliando seu público-alvo. Empresas que antes ofereciam jóias para encantar apenas os ricos, agora também tentam atingir a classe média disposta a adquirir peças cujo papel principal é a vaidade e o desejo de atrair atenção. Ao comprar uma peça de grife o consumidor da classe media busca distinção e recolocação de status na sociedade.
Atualmente, no Brasil, o mercado de jóias e pedras preciosas movimenta cerca de US$ 4 bilhões ao ano, sendo 55% para o mercado interno e 45% para exportações, de acordo com o IBGM. O Rio de Janeiro, principal exportador de jóias do Brasil. Empresas locais tem grande influência no exterior, como H. Stern e Amsterdam Sauer.
Segundo Carla Pinheiro, presidente da Associação dos Joalheiros e Relojoeiros do Estado do Rio de Janeiro, "O design das jóias tem feito realmente o diferencial. O Brasil tem conquistado prêmios internacionais todo ano. Isso traz mercado para o produto de maior valor agregado, e a gente passa a competir pela qualidade e criatividade."
E em 2011, a Mocidade Independente de Inhaúma irá revelar todo esse tesouro, através do seu enredo, uma verdadeira filigrana, mostrando que o carnaval e as escolas de samba podem contribuir muito para o enriquecimento da cultura do povo, jóia rara desta nação, contando esta brilhante história, de valor inestimável.
Abram alas! A Safira do samba vai passar!
Desenvolvimento:
Desde a pré-história, o
homem usa objetos como acessórios. Primeiramente, eram feitos de
seixos e ossos e se revestiam de um significado rústico-religioso.
Muitas vezes, serviam como talismã e eram usados por homens e
mulheres.
Alguns
tipos de mensagens são transmitidas e podem variar entre sua própria
constituição; funções práticas; modos de uso;
valores estéticos; significados enquanto signos de uma gramática
visual culturalmente estabelecida; significados ideológicos.
Aos
poucos, deixaram de ter um significado apenas simbólico e passaram a
ser considerados enfeites. Assim chegou-se às chamadas jóias, que
foram se aperfeiçoando até chagarem aos dias de hoje.
Para
alguns povos, em várias fases de nossa história, a importância disso
era possuir algo incomum, um valor que significasse uma grande
dificuldade de obtenção, uma pena de um pássaro raro ou até a orelha
de um inimigo. Poderia tanto ver no adereço do Rei seu poder, em
muito ouro ou pérolas, significar a conquista de outras terras,
assim como o adereço do guerreiro significando sua história de
coragem. A joalheria sempre acompanhou a nobreza, foi inacessível à
plebe por milênios. Os egípcios, os romanos, a nobreza européia e
até nos nossos dias.
Desde
antes de Cristo já existem registros históricos do seu uso e até
mesmo os Reis Magos o presentearam, quando o visitaram na ocasião de
seu nascimento. São muitos os registros e referências bíblicas sobre
o seu uso.
Desde
a Antiguidade elas são cultuadas,desejadas e incansavelmente
procuradas.eram usadas por reis e potentados,símbolo de riqueza e
poder;eram selecionadas por seu valor simbólico;o diamante ,por ser
indestrutível;a pérola,por sua pureza;o flamejante rubi,por ser
ligado à justiça, o topázio,pela nobreza e esplendor;a ametista por
ser a pedra da proteção e do poder espiritual,usada pelos príncipes
da Igreja. Quem lhes outorgou esse valor? os
sacerdotes,mágicos,sábios,adivinhos,ligados ao poder espiritual e
conhecedores de todos os segredos.O esquema de classificação das
pedras era ligado aos planetas,que as influenciava muito fortemente.
No
Egito Antigo,a esmeralda simbolizava a ressurreição;quem a usava
teria uma encarnação favorável. A turquesa oferecia fertilidade
perpétua;era a pedra favorita dos faraós,que usava nos seus amuletos
e talismãs. Dizem que as Tábuas da Lei,que Moisés recebeu de
Jeová,foi esculpida numa única ametista.Ametista vem do grego
a-methyst,aquela que protege da embriaguez,seja dos sentidos ou
provocada por bebidas.
O
homem conhece o diamante há milhares de anos. Uma das doze pedras
preciosas que o Cohen Gadol (Sumo Sacerdote) usava o Choshen
(Peitoral) do Efod (veste do Sumo Sacerdote), representando as doze
tribos de Israel, era um diamante.
O
Báal Shem Tov, cujo aniversário é a 18 de Elul, declarou que todo
judeu é um "diamante", porque possui as qualidades naturais daquela
gema; é duro e determinado (um povo que não se dobra), e
inconquistável na sua profunda crença interior no Todo Poderoso.
Algumas
das pedras preciosas e sua relação com a História:
-
Água Marinha:
O azul da água marinha simboliza a felicidade e a juventude.
Esta pedra parece ter capturado a cor do oceano e os poderes
revigoradores da água. Segundo a lenda sua origem é a arca do
tesouro das sereias e ganha poderes quando imersa em água que o
sol bateu. A tradição diz que ela garante um casamento feliz e
faz de seu proprietário uma pessoa rica. Considerada o talismã
dos marinheiros, também atribui-se a essa gema o poder de
estimular a atividade intelectual. É o símbolo do "terceiro
olho" dos místicos. Segundo a lenda, foi criada quando o deus
grego do vinho, Dionísio, ficou irado com os homens e jurou
lançar tigres contra o primeiro ser humano que cruzasse a sua
frente. Uma mulher chamada Ametista, que se dirigia ao templo da
deusa grega Diana, surgiu e foi atacada pelos tigres. A deusa
Diana teve piedade da mulher e transformou-a em cristal, para
que ela não sentisse mais dor. Arrependido, Dionísio derramou
vinho sobre o cristal, tornando-o violeta.
-
Ametista:
Gema muito apreciada, a ametista era tida na antigüidade como um
amuleto capaz de dar sorte, estabilidade e proteger contra
feitiços. Foi considerada também a protetora da sedução. Já de
acordo com a tradição bíblica, a tonalidade violeta profunda
dessa gema representava a perfeição. Por milênios a ametista foi
a pedra mais desejada por clérigos e lordes. A imperatriz russa,
Catarina, a Grande, enviou centenas de mineradores aos Urais
para procurarem ametista sob seu patrocínio.
-
Esmeralda:
A mais valiosa de todas as gemas verdes, é a pedra perfeita para
as pessoas ambiciosas e apaixonadas. A esmeralda tem sido usada
como ornamento desde 4000 A.C. As primeiras pedras foram
extraídas do deserto do Egito, perto do Mar Vermelho, no que era
conhecido como as minas de Cleópatra. Desde a antiguidade ela é
considerada a pedra preciosa da primavera, logo, em algumas
culturas também a associavam à juventude. As múmias reais do
Egito eram muitas vezes enterradas com um cetro adornado com
esmeraldas, para garantir ao morto uma juventude eterna. Os
povos medievais acreditavam que a esmeralda trazia felicidade no
amor e harmonia no lar. É daí que vêm a tradição de dar uma
aliança de esmeralda à esposa no primeiro aniversário de
casamento. uma das pedras mais valiosas, junto com o diamante e
o rubi.
-
Rubi: Foi
a gema mais valiosa do mundo por centenas de anos. Simboliza
poder, coragem e respeito. É a pedra da vida e um protetor do
amor. Considerada a pedra da emoção e da paixão (devido a sua
cor avermelhada, como o sangue), o rubi é uma gema do grupo do
coríndon. Desde a antigüidade, simbolizava a liberdade, a
caridade e o poder divino. Era tida como a gema que aprisionava
o Sol. Na Índia antiga era considerado "o rei" das pedras
preciosas, e acreditava-se que, sendo de boa qualidade, era
capaz de proteger quem o usasse contra todos os infortúnios. É
considerada a mais preciosa das doze pedras criadas por Deus,
quando ele fez todas as coisas. E está escrito na Bíblia - "a
sabedoria é mais valiosa, igualmente aos rubis".
-
Safira: O
nome safira deriva do hebraico Sapphir que significa a coisa
mais bela. Em grego, significa "azul". Símbolo da
fidelidade, verdade, sinceridade e lealdade (e por isso mesmo
muito usada em alianças), a safira carrega o 'azul dos deuses'.
Não é por acaso que os Persas acreditavam que a Terra repousava
sob uma enorme safira, cujos reflexos davam a cor azul ao céu.
Dizem que a safira apareceu pela primeira vez na Arábia. Nero, o
imperador de Roma, recebeu de Derniero, o rei da Arábia, vária
safiras e uma carta que explicava o significado da pedra.
-
Topázio:
De acordo com os gregos, o topázio era capaz de transmitir força
a quem o usasse. Já na Idade Média, acreditava-se que ele
protegia contra todos os males.
-
Jade: Era
considerado pedra sagrada na China antiga e na civilização maia.
Seu nome vem do espanhol piedra de ijada. Ijada
significa "flanco" em espanhol, e era uma referência às
propriedades curativas que o jade exerceria sobre os rins. É a
pedra mais apreciada no oriente.
-
Pérola: é
uma esfera brilhante produzida por ostras quando um corpo
estranho, normalmente um grão de areia, penetra no interior da
ostra e é envolvido por uma secreção da ostra. As pérolas podem
ser prateadas, creme, douradas, verdes, azuis ou negras. O uso
de pérolas é antiquíssimo, tendo sido registrado na antiga
escritura hindu Rig Veda.
-
Turquesa:
provavelmente o nome é uma referência aos turcos, que
comerciavam a pedra na Europa. A turquesa era a pedra nacional
da Pérsia, e até hoje o Irã produz os melhores exemplares. Os
antigos egípcios extraíam turquesa na península do Sinai para
confeccionar jóias.
-
Diamante:
é a pedra mais dura da natureza. Um diamante só pode ser cortado
por outro diamante. Por este motivo, é utilizado na indústria
como material cortante e perfurante. A maior parte do diamante
extraído da natureza, 80%, é utilizada na indústria. Apenas 20%
é utilizada na confecção de jóias. Símbolo de riqueza, é a joia
preferida para as alianças de noivado e casamento.
Simbolicamente, significa a indestrutibilidade do amor.
As pedras na
História brasileira
Por ocasião da
descoberta do Brasil, Pero Vaz de Caminha enviou uma carta ao Rei de
Portugal, relatando tudo aquilo que viu por aqui, entre outras
coisas, afirmou que dificilmente haveria nesta terra qualquer metal
precioso. Escreveu ele: (...) Até agora não pudemos saber se há
ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.(...)....Ledo
engano. Nem tudo Caminha viu.
Os
Bandeirantes: O movimento dos bandeirantes, ou simplesmente
bandeiras, foi um movimento iniciado em meados do século XVII. Os
bandeirantes foram, praticamente, os desbravadores do Brasil.
Bartolomeu Bueno da Silva, Antônio Raposo Tavares, Manuel de Borba
Gato e Fernão Dias Pais são alguns dos mais famosos bandeirantes.
No
início do movimento, os bandeirantes adentravam o país em busca de
índios para serem escravizados. Depois que a escravidão de índios
deixou de ser usual, ele passaram a procurar no interior do país
metais preciosos. Foi aí que o ouro foi descoberto em Cuiabá e
também em Minas Gerais. Goiás também teve suas cidades mineradoras
como a antiga Vila Boa – atual Cidade de Goiás – e Pirenópolis. Os
bandeirantes também capturavam escravos fugitivos que se embrenhavam
dentro de matas para formar quilombos. O Quilombo dos Palmares, por
exemplo, foi destruído por um grupo de bandeirantes.
Bartolomeu
Bueno da Silva, o Anhangüera, foi o pioneiro na exploração dos
sertões de Goiás. Seu filho de apenas 12 anos, também chamado
Bartolomeu Bueno, participou de sua primeira expedição, em 1682. O
Anhangüera ficou conhecido assim porque colocou fogo em aguardente e
disse aos índios Goiases que era água. Os índios passaram a chamá-lo
a partir de então de Anhangüera, que significa “Diabo Velho”.
Fernão
Dias Pais, conhecido como “caçador de esmeraldas”, ganhou do
governador-geral do Brasil, Afonso Furtado, o direito de liderar uma
expedição em busca de pedras preciosas, isso entre 1674 a 1681.
Apesar disso, Ironicamente, Fernão vagou por anos pelo interior do
Brasil à procura de esmeraldas, mas nunca as encontrou. Ao morrer,
pensou as ter encontrado, mas, após sua morte, comprovou-se que as
pedras verdes supostamente esmeraldas eram na verdade turmalinas.
As
descobertas de ouro e pedras preciosas no Brasil tornaram-se as mais
importantes do Novo Mundo colonial. A corrida por minerais preciosos
resultava na falta de gente para plantar e colher nas fazendas.
Calcula-se que, ao longo de cem anos, foram garimpados dois milhões
de quilos de ouro no país, e cerca de 2,4 milhões de quilates de
diamante foram extraídos das rochas. Pelo menos 615 toneladas de
ouro chegaram a Portugal até 1822. Toda essa fortuna não foi
reinvestida no Brasil, nem em Portugal: passou para a Inglaterra,
que vinha colhendo os frutos de sua Revolução Industrial.
Em
Minas Gerais, os índios botocudos guiaram os primeiros exploradores
pela região, em busca de ouro. Minas ainda não tinha revelado todo o
seu fascinante mundo dourado quando, em 1714, pequeninas pedras
brilhantes foram encontradas no Arraial do Tijuco. Preciosas e
raras. O diamante até então só era encontrado nas Índias. Dá para
compreender o rebuliço que a descoberta não causou na época.
De
distante povoado o Arraial do Tijuco passou a centro do Distrito
Diamantino (1730). Isso quer dizer que era governado sob um regime
especial e isolado do restante das Minas Gerais. A Coroa portuguesa
resolveu agir. Extinguiu a livre extração em 1740. Nasce a figura do
contratador, a quem a realeza concedia o direito de explorar as
lavras. Estes poucos homens tinham um enorme poder e influência;
determinavam o ritmo de vida na região, da contratação de escravos
ao mero posicionamento da torre de uma igreja.
Estava
montado o cenário para um dos mais lendários romances de Minas
Gerais. Chica da Silva, dizem, era uma negra muito bonita, que
fascinou o homem mais rico do Arraial do Tijuco, o comerciante de
diamantes João Fernandes de Oliveira. Havia quem falasse que tinha
fortuna maior que a do rei de Portugal. "A escrava que se fez
rainha": assim ficou impregnada a imagem de Chica no imaginário
popular.
Pedras
preciosas, junto com o ouro, deixavam os portos do Rio de Janeiro.
Os navios vinham de Portugal carregados com pedras comuns, que
serviam como lastro. Voltavam com ouro e diamantes. Ficavam as
pedras comuns como pagamento.
Ao
contrário do Ciclo do Ouro, que declinou no final do séc. XVIII, o
Ciclo do Diamante manteve sua exuberância por mais tempo. Ainda em
1831, ano em que o arraial passou a se chamar Vila Diamantina, a
extração e comércio de diamante originava grandes riquezas.
As
Pedras na Magia e na Religião:
Através
da História, as pedras preciosas têm sido usadas, não apenas
por sua beleza ou raridade, mas também por seus poderes
secretos. Durante séculos, elas foram usadas como auxiliares
indispensáveis para o aprimoramento da vida espiritual,
assim como para aumentar a percepção psíquica, para inspirar
amor e como poderosos agentes de cura.
As pedras preciosas
podem ser de grande auxílio na vida espiritual. Seus raios são puros
e diretos. Todas as pedras possuem uma analogia com alguma parte da
psique humana, o pensamento, o sentimento e a vontade.
Os
altares medievais eram ornamentados com sete tipos principais de
pedras, sendo cada uma delas posicionadas em um lugar específico. A
simbologia nela contida representava as sete virtudes do Espírito
Santo. As pedras preciosas foram colocadas nas igrejas através dos
tempos, não só como ornamentos, mas devido às suas radiações. As
doze divindades principais da maioria das nações da antiguidade eram
os doze espíritos planetários cujas vibrações se encontravam em
determinadas cores e em certas gemas. Assim todas as doze pedras
foram representadas, inclusive as pedras para o Sol e a Lua, bem
como para um grande número de divindades menores.
Os
templos e palácios dos astecas, no México, eram ornados com gemas,
principalmente de Rubis, Topázios e Esmeraldas.
As pedras no
Zodíaco
Assim como as
flores, as
pedras preciosas também são relacionadas aos meses do ano,
relacionadas com os signos do zodíaco. Há, pelo menos, uma pedra
para cada mês, e cada uma tem um significado especial.
As
pedras
preciosas possuem uma vibração energética muito grande. Essa
vibração é emitida pelo seu campo magnético é diferente a cada tipo
de pedra. Os povos antigos já sabiam do seu poder, sendo utilizadas
pela
medicina Ayurveda em pó, infusões ou imersas em água, e eram
utilizadas por monges dominicanos.
O
poder energético das pedras recebe influência direta dos planetas e
se estende ao zodíaco. E é aí que surge o poder das pedras nos
signos solares.
As
pedras para o signo de Áries são o jaspe e o rubi, mas também pode
ser o cristal de rocha que tem um poder calmante. Segundo os
antigos, o jaspe é uma pedra útil para doenças do fígado e pulmões,
por isso levavam a pedra no dedo polegar. Já para os do signo de
Touro as pedras da sorte são a esmeralda e a aventurina, esta que
parece ser uma aliada contra patologias da garganta e as vias
respiratórias. A pedra de Gêmeos é a ágata que ajuda a trazer bem
estar no comércio, no trabalho, no jornalismo e na comunicação em
geral.
O
amuleto de câncer são as pedras opala, pedra da lua, o cristal de
rocha e também a pérola. Os países de religião islâmica acreditam
que o cristal ajuda na cura de cólicas renais, na obesidade e também
ajuda a aumentar o bom humor. As pedras de leão são o topázio, o
âmbar amarelo, o olho de tigre e o crisoberilo. A de virgem é o
quartzo rosa. Segundo as crenças, essa pedra ajuda em dificuldades
na área afetiva e em problemas familiares. Os amuletos do signo de
libra são o peridoto, a aventurina e a jade. A de escorpião é o
jaspe. A de sagitário é a ametista, de capricórnio são todas as
derivadas do ferro, mas também a turmalina negra. As de aquário são
a opala irisado, o olho de gato e os lápis-lazúlis, que é uma pedra
azul com vetas brancas. E por ultimo as pedras amuleto de peixes,
que são duas, a água marina e a ametista.
A arte milenar da
joalheria
Os diversos tipos de
gemas que fascinam nossos olhos, foram durante muito tempo símbolo
de posição social. As jóias com gemas (pedras) são adquiridas, de
maneira crescente, por prazer, em apreciação a sua beleza. Ainda
hoje, o amor por uma pedra especial influi na sua aquisição.
Jóias
e moda, magia e beleza, sempre estiveram intrinsecamente ligadas na
mente humana. Usadas por milênios como amuletos de proteção e
talismãs, as jóias combinadas com a moda possuíam um papel
fundamental, tal e qual nos dias de hoje, entre os povos civilizados
e mesmo proto-civilizados. Desde as pedras gravadas com sinais
misteriosos e mágicos até as peças atuais, com o único intuito de
enfatizar a beleza, a importância das jóias como um complemento da
moda não diminuiu em nada em milhares de anos.
Através
dos tempos, foram diversas as fontes de inspiração na composição
estética de jóias, expressando sempre os ideais e os anseios da
sociedade correspondente. A joalheria, uma das mais tradicionais
artes decorativas, se destaca pela utilização de metais e pedras
preciosas, cuja beleza e durabilidade, aliadas ao enorme simbolismo
que carregam, sempre exerceram, desde a Antiguidade, um enorme
fascínio sobre os homens.
No
delicado trabalho de filigrana, os ourives portugueses foram os
melhores. Os motivos mais utilizados eram os desenhos da natureza do
Novo Mundo, sobretudo pássaros e flores esculpidos em ouro e
cravejados de pedras preciosas. No fim do Setecentos, a joalheria se
sobressaiu por meio da criação de peças esplendorosas para a corte
francesa de Napoleão I que se tornaram referência de luxo e riqueza
para as demais sociedades.
O
incremento da utilização do ouro e de diamantes, além de rubis,
esmeraldas e safiras, na produção de jóias refinadas ocorreu,
sobretudo, a partir do século XVIII, com a descoberta das minas de
metais e de pedras preciosas no Brasil. Desde então, a ourivesaria
se firmou cada vez mais, atingindo alto grau de esplendor e
disseminando, entre a nobreza européia e as camadas mais abastadas
da população, o uso de jóias como forma de ostentação pública de
riqueza e poder.
A
lapidação das pedras é muito antiga. É provável que os fenícios a
tenham aprendido dos assírios. A lapidação de pedras preciosas
sempre foi um privilégio de mestres lapidários, guardiões dos
segredos da fantástica arte do facetamento e polimento manual de
gemas.
Cada
vez que se faz uso consciente de um acessório, enfeite ou jóia,
feito com pedras preciosas que contém todo o potencial das forças
mágicas milenares, pode-se transformar essa energia em mais uma
ferramenta para o trabalho de construção de um futuro bem sucedido.
Desde tempos imemoriais o homem vem usando cores e formas em uma
tentativa de controlar seu destino e influenciar a sorte. No
decorrer dos anos esse esforço foi se consolidando e tornando-se
mais sofisticado sem porém, perder a importância. Nessa época
cibernética muito pouco desse conhecimento foi preservado porém o
hábito persiste sem que se tenha consciência disso.
O
mercado joalheiro atual está ampliando seu público-alvo. Empresas
que antes ofereciam jóias para encantar apenas os ricos, agora
também tentam atingir a classe média disposta a adquirir peças cujo
papel principal é a vaidade e o desejo de atrair atenção. Ao comprar
uma peça de grife o consumidor da classe media busca distinção e
recolocação de status na sociedade.
Atualmente,
no Brasil, o mercado de jóias e pedras preciosas movimenta cerca de
US$ 4 bilhões ao ano, sendo 55% para o mercado interno e 45% para
exportações, de acordo com o IBGM. O Rio de Janeiro, principal
exportador de jóias do Brasil. Empresas locais tem grande influência
no exterior, como H. Stern e Amsterdam Sauer.
Segundo
Carla Pinheiro, presidente da Associação dos Joalheiros e
Relojoeiros do Estado do Rio de Janeiro, “O design das jóias tem
feito realmente o diferencial. O Brasil tem conquistado prêmios
internacionais todo ano. Isso traz mercado para o produto de maior
valor agregado, e a gente passa a competir pela qualidade e
criatividade.”
E
em 2011, a Mocidade Independente de Inhaúma irá revelar todo esse
tesouro, através do seu enredo, uma verdadeira filigrana, mostrando
que o carnaval e as escolas de samba podem contribuir muito para o
enriquecimento da cultura do povo, jóia rara desta nação, contando
esta brilhante história, de valor inestimável.
Abram
alas! A Safira do samba vai passar! Salve nossa velha-guarda, nossa
galeria de fundadores e nossa comunidade aguerrida!!
Edson Siqueira
Bibliografia:
-
Gemas do Mundo –
autor: Walter Schumman - Ed. Disal
-
Guia dos Minerais
– autor: Walter Schumman – Ed. Disal
-
Minerais e Pedras
preciosas do Brasil – autores: Carlos Cornejo e Andrea
Bartorelli – Ed. Paulista
-
A Magia das
Pedras Preciosas – autor: Mellie Uyldert – Ed. Pensamento
Roteiro do desfile:
Nº |
Nome da Fantasia |
Nome da ala |
Descrição |
Responsável pela ala |
1° Setor: As pedras nas Antigas
Civilizações |
Comissão de Frente: Mago Melchior
Na história cristã, por ocasião
do nascimento do menino Jesus, um dos três Reis Magos, o
Melchior, levou de presente ao filho de Deus um metal
precioso: o ouro. |
1 |
Homem Primitivo
|
Ala da escola |
Desde a pré-história, o homem
usa objetos como acessórios. Primeiramente, eram feitos de
seixos e ossos e se revestiam de um significado
rústico-religioso. |
Escola |
2 |
Egípcios |
Ala da escola |
Os egípcios deixaram peças
elaboradas, em formas de escorpiões, escaravelhos,
serpentes, repletas de simbolismo e misticismo. Eles foram
os primeiros a aplicar cores às jóias. |
|
3 |
Gregos |
Ala da escola |
A Grécia, a princípio
restringia suas criações a motivos geométricos. |
|
4 |
Príncipes e princesas |
Ala da escola |
A joalheria sempre acompanhou a nobreza,
foi inacessível à plebe por milênios. |
|
5 |
Persas |
Ala da escola |
A lapidação das pedras é muito antiga. É
provável que os fenícios a tenham aprendido dos Persas. A
turquesa era a pedra nacional da Pérsia |
|
6 |
Mascates |
|
A mascateação se tornou uma
marca registrada do povo árabe. |
|
2° Setor: As pedras na história
brasileira |
7 |
Pero Vaz...nem tudo Caminha viu. Ou viu? |
|
Pero Vaz de Caminha enviou uma
carta ao Rei de Portugal, relatando tudo aquilo que viu por
aqui, entre outras coisas, afirmou que dificilmente haveria
nesta terra qualquer metal precioso. Ledo engano. Logo
vieram os olhos da cobiça portuguesa e inglesa e levaram
quase tudo... |
|
8 |
Índios Botocudos |
|
Em Minas Gerais, os índios
botocudos guiaram os primeiros exploradores pela região. |
|
1º
Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Esmeraldas
A mais preciosa das gemas verdes,
procuradas por anos pelos Bandeirantes brasileiros. |
Rainha da Bateria:
Alessandra |
9 |
Caçadores de esmeraldas |
Bateria |
Fernão Dias Pais, conhecido
como “caçador de esmeraldas” vagou por anos pelo interior do
Brasil à procura de esmeraldas, mas nunca as encontrou. Ao
morrer, pensou as ter encontrado, mas, após sua morte,
comprovou-se que as pedras verdes supostamente esmeraldas
eram na verdade turmalinas. |
Presidente da Ala da bateria: Dinho
Diretores: Negueti e Luiz Claudio |
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A Corte |
Passistas |
Minas ainda não tinha revelado
todo o seu fascinante mundo dourado quando, em 1714,
pequeninas pedras brilhantes foram encontradas no Arraial do
Tijuco. Preciosas e raras. O diamante até então só era
encontrado nas Índias. Dá para compreender o rebuliço que a
descoberta não causou na época. |
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2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Chica da Silva e o contratador de diamantes
Chica da Silva, dizem, era uma
negra muito bonita, que fascinou o homem mais rico do
Arraial do Tijuco, o comerciante de diamantes João Fernandes
de Oliveira. Havia quem falasse que tinha fortuna maior que
a do rei de Portugal. "A escrava que se fez rainha": assim
ficou impregnada a imagem de Chica no imaginário popular. |
3° Setor: Gemas cobiçadas |
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Diamantes |
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Símbolo de riqueza, o diamante é
considerado a pedra mais valiosa do mundo. |
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Rubis |
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Simboliza poder, coragem e respeito. É a
pedra da vida e um protetor do amor e da paixão. |
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Pérolas e Águas Marinhas |
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O azul da água marinha simboliza a
felicidade e a juventude. Esta pedra parece ter capturado a
cor do oceano e os poderes revigoradores da água. As pérolas
são esferas brilhantes produzidas por ostras, cujo uso é
antiquíssimo e representam a pureza. |
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4° Setor: As pedras e a Magia |
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A dança do Zodíaco |
Baianas |
Assim como as
flores, as
pedras preciosas também são relacionadas aos meses do
ano, relacionadas com os signos do zodíaco. Há, pelo menos,
uma pedra para cada mês, e cada uma tem um significado
especial. |
Jaciara Jesus Monteiro |
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Astecas |
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Os templos e palácios dos astecas, no
México, eram ornados com gemas, principalmente de Rubis,
Topázios e Esmeraldas. |
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5° Setor: Lapidando a beleza |
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Garimpeiros |
Crianças |
As pedras extraídas pelos garimpeiros são
brutas e precisam ser lapidadas. Assim como as crianças,
para que possam ser adultos preciosos. |
João Luiz de Araújo Perez |
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Jóias lapidadas e cobiçadas |
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O mercado joalheiro atual está
ampliando seu público-alvo. Empresas que antes ofereciam
jóias para encantar apenas os ricos, agora também tentam
atingir a classe média disposta a adquirir peças cujo papel
principal é a vaidade e o desejo de atrair atenção. Ao
comprar uma peça de grife o consumidor da classe media busca
distinção e recolocação de status na sociedade. |
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6° Setor: A Safira do Samba e suas jóias
raras |
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Safira do Samba |
Velha Guarda |
A nobreza da Safira do Samba |
Álvaro Albano |
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Compositores |
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