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Trabalhadores do Brasil
Getúlio Vargas foi o presidente brasileiro que mais longo período
permaneceu no governo. Gaúcho da fronteira, nascido em
São Borja, tornou-se Presidente da República por meio de movimento
popular e
militar - a Revolução de 1930.
A Era Vargas foi o conjunto das políticas econômicas e sociais.
Introduzidas no país a partir de 1930, marcaram de
maneira indiscutível e indelével o processo de industrialização, urbanização
e organização da sociedade brasileira.
No Estado Novo, como único chefe da nação, fechou o Congresso,
reprimiu as liberdades públicas, isolou os
descontentes, perseguiu inimigos, agregou possíveis opositores, impôs-se
como chefe de Estado e projetou-se como líder
popular. Como populista e como estadista.
Na concepção varguista o bom Estado é aquele forte e centralizador,
tomando a si a tarefa de desenvolver o país em áreas
estratégicas como siderurgia, petróleo, comunicações, tecnologia.
Com programas de propaganda política e Festas Cívicas,
através do DIP(Departamento de Imprensa e Propaganda), fortaleceu
o espírito de nacionalismo.
Projetando-se como "pai dos pobres", consolidou a legislação
social com as Leis Trabalhistas: salário-mínimo, estabilidade,
aposentadoria, registro profissional, entre outras.
Com a Redemocratização, as eleições e a deposição de Vargas,
o país voltou à normalidade constitucional e democrática.
As décadas de 30, 40 e 50 são a saudade com sabor de alegria.
A Era do Rádio, da "Época de Ouro" da música popular
brasileira, da Galeria Cruzeiro. Do surgimento das Escolas de Samba,
dos corsos, e Sociedades Carnavalescas. É o tempo
dos cassinos, dos shows de vedetes, da "Pequena Notável",
das Rainhas e Reis do Rádio. Aparecem a televisão e os cadilacs
dirigidos por rapazes nos "tempos da brilhantina". As "boazudas"
do teatro rebolado e de revistas e o debochado humor da
chanchada.
Getúlio retornou à presidência em 1951. A oposição se apoiou
na grande imprensa, que fora submetida à censura durante
o Estado Novo, culminando num atentado político. Desgastado, Vargas
escapa de uma nova deposição apelando para o
suicídio.
Ao povo, legou a Carta-Testamento fazendo uma declaração nacionalista:
"(...) Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade
e saio da vida para entrar na história".
Foi amado, odiado e encarado como grande estadista. Não pretendemos
enaltecer ou diminuir sua imagem. mostraremos o
homem Getúlio Vargas, seu tempo, sua trajetória política, suas iniciativas
sociais e econômicas. Recordaremos um tempo nem
tão distante: a época de Getúlio Vargas, e façamos avaliações desse
legado ao entrarmos em um novo século em que
comemoramos os 500 anos do Brasil.
José Felix
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