FICHA TÉCNICA 2006

 

Carnavalesco     Ilvamar Magalhães e Amarildo de Melo
Diretor de Carnaval     Paulinho do Ouro
Diretor de Harmonia     Comissão de Harmonia
Diretor de Evolução     Gerônimo da Portela
Diretor de Bateria     Nilo Sérgio
Puxador de Samba Enredo     Gilsinho e Pixulé
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Diego Falcão e Andréa Machado
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Roberto Vinícius e Alessandra Bessa
Resp. Comissão de Frente     Jerônimo da Silva Patrocínio (Gerônimo da Portela)
Resp. Ala das Baianas     Ilma e Jane
Resp. Ala das Crianças     Cirena

 

SINOPSE 2006

Brasil marca a sua cara e mostra para o mundo

Introdução:

          A Portela contará e mostrará na avenida o melhor produto do nosso país – O nosso povo. Vamos falar de um povo mestiço, sincrético e tolerante em suas práticas religiosas, de sangue impuro, um povo que vive num país de rica flora e fauna, esse país multicor. Um povo criativo,inventivo,competente, que possui um pouco ou um traço de cada uma das civilizações que por aqui chegaram.
          E será através da história da formação desse povo,composto por tantas etnias, que apresentaremos faces e facetas, caras e jeitos, marcas e características que resultaram nesse show de irreverência,autenticidade, alegria espontânea e criatividade. Tais qualidades que credenciaram - o brasileiro, como sendo o melhor produto e a melhor marca do Brasil.

Sinopse:

Caras de um Brasil que Cabral não viu

          Pesquisas históricas nos remetem a diversos povos que por aqui estiveram e deixaram suas marcas, muito antes de Cabral aportar em nossas terras, tais como: fenícios, egípcios e até a hipótese de mongóis entre outros. Diversas inscrições e supostos restos dessas civilizações encontrados em todo o nosso território são utilizados como meio de provas reais das passagens desses povos por aqui.
          Eis que daí surge a pergunta: “Seriam esses povos os primeiros a influenciar nossa formação?”

A cara dos habitantes à época do descobrimento

          Hoje já sabemos que no período das grandes navegações, outras expedições já haviam passado pelo Brasil, e nossos índios representados porinúmeras tribos já estavam aqui há muito tempo, contemplando e respeitando a natureza. Cantavam para a lua, dançavam para o sol a chuva e as matas. Prova disso são os resquícios da civilização marajoara, considerada uma das primeiras civilizações indígenas do Brasil.

A cara das conquistas e dos conquistadores

          Nesse paraíso A cara das conquistas e dos conquistadores, foi chegando. Primeiro Cabral oficializou o descobrimento dessa terra, estava, assim, plantada nesse solo fértil e poroso a marcas e caras dos portugueses. A partir da oficialização e da posse dessa terra, quando os portugueses, noticiaram tratar-se de uma terra de abundantes riquezas minerais, de um solo fértil e deflora e de fauna invejáveis.
          A notícia espalhou-se pela Europa, desencadeando a cobiça, por parte de diversos povos daquele continente, o que originou a chegada de franceses e holandeses, em diversas e sucessivas expedições. E assim foram sendo adicionados outros ingredientes na formação de nossa história e na construção de nossa marca: o povo brasileiro.

A cara dos africanos e da negritude no Brasil

          De posse dessa terra, os portugueses precisavam colonizá-la, e havia necessidade de mão-de-obra. De início, eles tentaram escravizar nosso índio, um transtorno... Pois nossos nativos não se deixaram escravizar. Solução: trazer negros do continente africano. Vários foram os grupos das diversas regiões da África que vieram para o Brasil, sendo que dois grupos se destacaram: os bantos que eram de Angola, Moçambique e Congo e os nagôs que vieram da África Ocidental, hoje, Nigéria, Costa do Marfim, Sudão, Togo, Guiné, etc.
          Vindos do continente africano para o Brasil, nos lendários navios negreiros como mercadoria, e aqui vivendo como escravos em meio ao sofrimento, mas, também, acumulando prazeres por saber transformar suas adversidades em cantos de lamentos, cultos, rituais e festejos. A cara da africanidade e da negritude, ao deixar suas marcas e herança. Sem nossa formação, configurou-se como uma das mais fortes e resistentes contribuições na formação do nosso melhor produto – o nosso povo. Hoje sentimos a força da presença africana nos quatros cantos do nosso Brasil.

A cara do imigrante, da convivência e a marca da paz

          Ao aproximar-se o fim da escravidão, vários povos de outros países vêm para cá na busca e na esperança de novas chances de vida.Iniciando-se então o processo da imigração em nosso país, era - a cara e a marca do imigrante chegando ao Brasil. Num primeiro momento,chegam os italianos, alemães, espanhóis e poloneses e em outros momentos: os árabes, judeus, japoneses e tantos outros. Alguns desses povos têm sua maior colônia representada em nosso país. Como por exemplo: italianos e japoneses.
          E o Brasil ganha cada vez mais uma vasta relação de ingredientes étnicos, o que vem aumentar de forma mais acentuada as influências e marcas na formação do seu povo. As influências e heranças desses imigrantes são evidenciadas em nosso cotidiano, nas artes, no folclore e em nossos usos e costumes. É indiscutível a contribuição dos imigrantes na miscigenação do povo Brasileiro, mistura essa que possibilitou uma real convivência pacífica de povos os mais diversos, exemplo a ser mostrado para o mundo. E esse exemplo é uma das grandes marcas do nosso país. É a cara da convivência e marca da paz.

Marcas nas nossas manifestações culturais e artísticas

          As muitas marcas deixadas por todos esses povos que chegaram, somadas aquelas outras que aqui já se encontravam, criaram uma nova forma de expressão,influenciando, sobremaneira, nossas manifestações culturais, assim representadas pelo folclore, música,dança, plástica,teatro e cinema,originando um “mix” de heranças culturais, criando, então, momentos e estilos singulares em sua forma de apresentação e manifestação. Assim desde logo, ao serem absorvidas as marcas de outras culturas criaram-se oportunidades e momentos de rara beleza em nossa arte. Somos um povo de festas, folguedos e manifestações folclóricas riquíssimas,herdadas que foram de tantas e diferenciadas influências.
          Nossa música e nossa dança são ponteadas de momentos exclusivos, fizemos o “semba” (dança de origem africana) virar samba na mais genuína tradução brasileira;e,mais tarde, um novo movimento cultural cria a bossa nova, um canto que encantou o mundo. O Movimento Modernista Brasileiro deu maior identidade para nossa cultura e nossa arte credenciando cada vez mais nossa originalidade.
          O Tropicalismo, com seu colorido e a utilização de elementos de nossa flora e fauna, provou ao mundo que, também, podemos ser modernos e contemporâneos, valorizando nossas heranças culturais e nossas origens. Deixamos claro, que soubemos aproveitar um pouco de tudo que nos foi legado culturalmente, mas sabiamente valorizado na medida em que demos uma nova roupagem misturando,criando e por conseqüência produzindo, manifestações e uma arte genuinamente brasileira.

Marcas de fé e da religiosidade

          No Brasil, a convivência entre os mais diversos tipos de religiões e crenças trazidas pelas variadas etnias que aqui chegaram, ao invés de criar grupos e conflitos religiosos isolados, serviu como elementos propulsores na construção de novas crenças e cultos totalmente sincréticos,apresentando-se no cotidiano do povo Brasileiro de formas e denominações as mais diversas.Ressalte-se que nesse paíso sincretismo foi e, ainda, é fator determinante na construção da nossa marca de fé e religiosidade.
          Ao tratarmos da religiosidade, cabe, também, salientar, por sua indiscutível importância como fator marcante, a convivência pacífica entre as mais diversas religiões no Brasil. A religião que em outros países chega a ser elemento de conflitos,denominados de “guerras santas”, em solo brasileiro, ganham outro entendimento – o do respeito, o da convivência e da paz.
          No Brasil, é possível árabes admitirem e respeitarem a crença judaica e vice-versa, assim como, católica, espiritualista e protestante conviverem em harmonia. Essa é a nossa marca de fé e religiosidade! A marca da tolerância!

O nosso melhor produto é também a melhor marca, é o povo brasileiro

          Com tantas influências, e tendo absorvido as mais diversas culturas e costumes, as marcas deixadas por todas as etnias presentes em nossa formação,resultou em um produto final, que não poderia ser outro se não, um povo totalmente singular em seu estilo e em seu perfil. Claro está que nossa simpatia, passividade e a capacidade de viver e conviver com alegria diante de tantas adversidades são fatores importantes e determinantes de admiração para o mundo inteiro.
          Mas não somos somente um povo alegre e festeiro, hoje, também, somos respeitados como um povo que adquiriu eficiência, capacidade e competência, intelectual e técnica, estando representado nos mais diversos setores do nosso planeta. Somos capazes de receber como ninguém. Sabemos ser inventivos e criativos, somos inovadores e modernos. Nosso histórico de vida nos credencia a sermos exemplos de contribuição para a evolução da humanidade.
          Vivemos em um país onde: a expressão de Pero Vaz de Caminha quando da descoberta dessa terra: “...Em que se plantando tudo dá...” suplantou seu significado, que tinha por objetivo falar somente sobre nosso solo fértil. Afinal, aqui todas as influências e marcas deixadas pelos índios, colonizadores,invasores, piratas, imigrantes e outros, floresceram, cresceram e deram frutos, que hoje delineiam e concretizam a marca que simboliza e sintetiza o conceito do povo brasileiro, nossa gente e nosso jeito de ser – a marca Brasil.
          Se muito fazemos e se somos merecedores de admiração pela nossa criatividade, autenticidade e pela simpatia, se somos capazes de sorrir mesmo diante das adversidades, também, somos capazes de mostrar para o mundo que somos um povo feliz. E, por fim, mostrar que o melhor do Brasil somos nós – o povo brasileiro.

Amarildo de Melo e Ilvamar Magalhães

 

SAMBA ENREDO                                                2006
Enredo     Brasil marca a sua cara e mostra para o mundo
Compositores     Mauro Diniz, Ary do Cavaco, Junior Escafura, Marquinhos de Oswaldo Cruz e Naldo

O brasileiro é nosso maior tesouro
A Portela vem mostrar
Através da história, nossa formação
Fatos que marcaram a nação
Contam que outras civilizações
Também estiveram por aqui
Deixaram marcas que estão no tempo
Antes da cobiça invadir (meu Brasil)

A lua banhava de prata
As matas, os rios e o mar
Será que tanta beleza
Fez nativa riqueza
Refletiu num povo singular

Invasão que deixou neste chão
O traço europeu
Alma e raça africana
Que nos acolheu
Se misturou com sabor imigrante
Deixando heranças culturais
Incomparável mistura que aqui se faz
Brasil belo paraíso multicor
Arte que a fé espalhou
Exemplo para o mundo inteiro
A alegria e o talento brasileiro

É o povo que faz a cara desse país
Risonho, capaz, feliz
Nos olhos da águia
Eu vejo a nossa inspiração
Raiando o dia no azul da emoção