FICHA TÉCNICA 2011

 

Carnavalesco     Roberto Szaniecki
Diretor de Carnaval     Nilo Figueiredo, Val Carvalho, Alex Oliveira, Amaury Santos, Junior Scafura, Alex FAB e Marcelo Jacob
Diretor de Harmonia     Junior Scafura, Alex FAB e Marcelo Jacob
Diretor de Evolução     Junior Scafura, Alex FAB e Marcelo Jacob
Diretor de Bateria     Nilo Sérgio
Puxador de Samba Enredo     Gilsinho
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Rogério Dornelles (Rogerinho) e Lucia Mariana de Salles Nobre (Lucinha Nobre)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Jéferson Souza e Kátia Paz
Terceiro Casal de M.S. e P. B.     Diogo Conceição (Diogo Fran) e Jeanne Conceição
Resp. Comissão de Frente     Márcio Moura
Resp. Ala das Baianas     Jane Carla
Resp. Ala das Crianças     Cirema
Resp. Galeria de Velha Guarda     Natalino e Guimarães

 

SINOPSE 2011

Rio, azul da cor do mar

Sinopse:

Porto de Sapucahy, verão de 2011

          Soltem as amarras e deixem as velas enfunar ao sabor do vento.
          Vejam o cais se distanciar e, com ele, as lembranças que ficaram, Na bagagem, trazemos sonhos e esperança. Nossos olhos já não conseguem divisar o que é mar, o que é céu, e tentam traçar uma linha de equilíbrio no horizonte. Singramos no azul!
          Subamos à gávea para conversar com as estrelas, companheiras de saudades e solidão. Ora, direis, ouvir estrelas... Por que não?
          Estrelas são quase tudo o que temos. Além delas, trazemos instrumentos que nos ajudarão a decifrá-las. Elas se espalham pelo céu formando desenhos e um deles nos chama a atenção. É uma águia! Sim, uma águia em forma de constelação. E será esta que escolheremos para nos guiar pela imensidão.
          Dizem que o destino está traçado nas estrelas. Ensinam que precisamos de muita coragem para enfrentar os perigos e, sobretudo, determinação. E, com fé em Deus, navegaremos pelos sete mares que abrirão os portais do coração.

No Reino de Poseidon, tempestade e bonança

          Estamos a muitas braças do continente, nessa noite tenebrosa.
          A fúria do vento força a resistência dos cabos que sustentam o mastro principal. O tecido das velas parece que não conseguirá resistir. Ondas se agigantam, cobrindo o casco. Raios, relâmpagos e trovões abrem fendas no firmamento.
          Começamos a enfrentar o desafio do desconhecido. E, sem que tenhamos tempo de raciocinar, nos deparamos com o medo escondido em nossos porões.
          Das profundezas surgem criaturas fantásticas! São polvos, serpentes e dragões abrindo uma estrada na espuma, levando-nos por um turbilhão sem fim.
          Ao abrirmos os olhos, porém, tudo se transforma. Cavalos marinhos conduzidos por guerreiros transportam o cortejo de reis e rainhas que governavam a crença de civilizações que desapareceram no mar abissal.
          O que tenta nos dizer a tempestade, afinal?
          Respeitar o que é do mar, mas nunca temer. Acima de toda maldade, o bem sempre há de vencer.

Mare Nostrum, sob a luz de Alexandria

          Estas galés que cruzam o nosso caminho transportam toras de cedro, tapetes, tecidos, cerâmicas, corantes, jóias, peças de metal e outros produtos que as mãos do homem foram capazes de moldar.
          Do Oriente partem gigantescas embarcações. São os chineses oferecendo novas trocas, ampliando suas rotas, construindo relações.
          São mercadorias que remontam aos tempos dos primeiros navegantes, que se lançaram ao mar. Para trocá-las em outros portos, fenícios e egípcios não imaginavam que também deixariam vestígios de sua cultura milenar.
          Gregos e romanos inauguraram um tempo de conquistas, ampliando as frentes de comércio e os limites de seus territórios.
          Da distante Alexandria, brilha uma chama, transformando a noite em dia.

A caminho de Calicut

          Debruçados sobre mapas, lendas e antigos relatos tentamos encontrar o caminho que nos levará às misteriosas terras das especiarias. É para lá que apontam nossos olhos, mergulhados em fascínio.
          Para proteger este comércio, mercadores árabes semearam lendas de monstros e gigantes que devoravam quem ousasse cruzar os seus domínios.
          Tudo mentira. O pesadelo agora é um sonho. As águas ganham novos matizes e como atrizes representam cada uma de nossas expectativas: cravo, canela, açafrão, flor de lótus e também porcelanas, tapetes, sedas e jóias que não se cansam de brilhar.
          As mais variadas fragrâncias se misturam no ar. Conseguimos, estamos em Calicut! Mas não devemos nos demorar.

Atlântico, em direção ao Pacífico

          O Velho Mundo despertou para um novo século sabendo que não estava mais só. Por trás do horizonte, entre o nascente e o poente, existiam outras terras e riquezas a se alcançar.
          Eram terras primitivas, que ficavam muito além da calmaria e daqui podemos vê-las. Ao dia, parece uma deslumbrante miragem, ocupada por nativos, adornadas pela praias e a plumagem dos pássaros mais bonitos que já se viu. Eis a visão do paraíso tropical.
          São tantas terras que nossos olhos se perdem ao tentar abraçá-las. Elas se escondem sob florestas, percorrem montanhas e flutuam nas nuvens, onde guardam segredos e mistérios de antigos impérios, que se curvam diante do Sol.
          Quantas riquezas brotam de suas nascentes! Ouro, prata, pedras preciosas e uma madeira estranha, que tinge de sangue o tecido mias nobre. Dizem que o futuro a perpetuará na força de um gigante chamado Brasil.

Mare Liberum, numa ilha do Caribe

          Quantas estradas se abrem neste azul sem fim! O Atlântico é cortado em todas as direções. Embarcações de diversas bandeiras transportavam cana-de-açúcar, café, tabaco e algodão.
          Já não existem fronteiras para o comércio, nem medidas para a ambição. Outras galés rumam para a África, inaugurando a rota do tráfico negreiro. Trazem milhões de escravos, despejando-os em solo americano. Aceleram a produção, deixando uma dor que não se apaga e uma chaga que ainda marca o sentimento humano.
          Negros vão, corsário vem. Omar já não pertence nem à Armada do Rei. Agora, é terra de ninguém.

Brasil, entre riquezas e belezas

          Abençoada natureza, que sempre encantará os olhos de quem veleja no aconchego dessa Baía. A mesma brisa que traz lembranças do passado, sopra na direção do futuro, ensinando que o mar foi, é e será a principal via de comunicação entre os povos mais distantes.
          Salve, Porto centenário, e esse intenso vai-e-vem do comércio exterior. Foi aqui que começaram e depois se intensificaram nossas relações com o estrangeiro.
          Esse marulhar fustiga a todo instante, recordando investidas e o leva-e-traz. As ondas não se cansam de contar todos os tesouros que ficaram para trás; mas ainda guardam nas profundezas a mais preciosa das riquezas, que, por muito tempo, nos impulsionará.
          Rio de Janeiro, ponto de encontro de brasileiros de Norte a Sul, de Leste a Oeste; que recebe de braços abertos o jangadeiro e outros irmãos do Nordeste. Rio das praias, das raias, cruzeiros, pescadores da noite e da vida marinha. Terra de São Sebastião, paraíso dos golfinhos.

Porto dos Amores, Fonte de Inspiração

          Aqui da proa, quando olhamos para trás, não conseguimos dar conta do tempo que passou. Orientados pelas estrelas, desafiamos tempestades, enfrentamos inimigos e aprendemos que navegar é preciso - mas na mesma direção!
          Foi assim que descobrimos novos continentes, inauguramos a rota do oriente e encontramos em pleno mar a Fonte da Inspiração.
          Traduzimos os sentimentos em música, transportamos a emoção para a ópera e o teatro, recriamos aventuras em romances, no cinema eternizamos sagas e amores em páginas de clássicos memoráveis. Quando pintamos uma marina, tentando retratar a fascinação que existe em tanto mar, deixamos o azul brincar na tela.
          Descobrimos que o mar é apenas um tema: ele tem início, meio e fim, é um enredo. E toda essa experiência começou quando vencemos o medo, desfraldando as velas do Carnaval.
          Pois, o amor é azul.
          O céu é azul.
          O mar é azul.
          E entre eles, navega a nossa querida Portela!

Autores: Marta Queiroz, Cláudio Vieira e Roberto Szaniecki
Desenvolvimento: Roberto Szaniecki

 

SAMBA ENREDO                                                2011
Enredo     Rio, azul da cor do mar
Compositores     Wanderley Monteiro, Gilsinho, Luiz Carlos Máximo, Junior Escafura e Naldo
Brilhou no céu
A luz da Águia, a estrela-guia
Do coração navegador
Que na travessia enfrentou
Todo o medo que havia
Era a mitologia do mar
A lenda deu lugar para a certeza
Que pra viver é preciso navegar
As galés do Oriente...já vêm!
Da Fenícia e do Egito... também!
Gregos e romanos partem para conquistar
e o Farol de Alexandria fez a noite clarear

Os mistérios vão desvendar
Um novo caminho encontrar
Lá na Índia, especiarias
Leva-e-traz mercadorias

A ambição do europeu se encantou
Com o Novo Mundo de riqueza natural, sem igual
Os navios negreiros
Deixam seus lamentos pelo ar
Nas águas de Yemanjá
Nem pirata aventureiro, nem o rei podem mandar
Oi leva mar, oi leva
Leva a jangada numa nova direção
O Porto centenário abriu seus braços
Na terra de São Sebastião
Portela vai buscar no horizonte
A eterna fonte de inspiração
Um oceano de amor que virou arte
E deságua na imaginação

Lindo como o mar azul
Meu grande amor, minha Portela
A força do seu pavilhão vai me levar
A navegar