Sou tigre, sou Porto,
da pedra à internet - Mensageiro na história da vida
do leva e traz
Justificativa:
O
enredo do GRES Unidos do Porto da Pedra para o carnaval de 2004 tem
como objetivo mostrar a importância da correspondência para a história
da humanidade. A relevância deste tema está no fito do ato de se corresponder
ser algo que atravessa a própria trajetória do homem na Terra. Desde
os primórdios até os dias de hoje, os seres humanos sentem a necessidade
de se comunicar uns com os outros como forma de expressar os seus
desejos e vontades, angústias e felicidades, tristezas e lamentações,
ansiedades e desesperos. E, portanto, um pouco da história da humanidade
e da evolução do homem, do mundo e do Brasil que a Porto da Pedra
levará para a Marquês de Sapucaí. E, temos a certeza, de que ao escolher
este tema de forte teor cultural, estamos acertando e acreditando
no fito de que os valores culturais são capazes de modificar o ser
humano e a sociedade em que vivemos.
Sinopse:
Deixa
a vida me levar, no tempo que volta ao passado, na brisa que sopra
o recado, de milhares de anos atrás. Sou o " Tigre " que
atravessa a fumaça, sinais enviados na história do princípio do homem
ancestral e que fez seu porto. da pedra que transmitiu a mensagem
que o samba hoje nos traz.
Sou
correspondente da humanidade, de civilizações milenares. Fui do Oriente
longínquo, um negócio da China. Fui escrita na Pérsia, em pedra e
argila. Fui arte em papiros do Nilo. nas dinastias dos faraós. Fui
assim no leva e traz de notícias, dando à história uma voz.
Na
Roma dos Césares, em bigas pelo vasto Império viajei, revelei notícias.
Mistérios em Cursos Publicus. de tudo a todos comuniquei. Tomei-me
um modelo, inspirei outros remos no passar do tempo que passei.
Cheguei
à Idade Média. de cavaleiros, de Ordens ' e de reis. Em batalhas sob
a cruz de brasões engalanados. voei nas asas de falcões adestrados
e de lindas pombas da paz. Tive salvo conduto resguardado, levando
a minha mensagem a nobres senhores feudais.
Vi
a prensa publicar a boa nova da fé. Li poemas, histórias, decretos
e leis, dando ao povo cultura, a vontade de ler e escrever.
Das
trevas renasci à luz do novo mundo, ao cruzar mares bravios e ser
revelado aos conquistadores sombrios dos distantes Reino de Castela
nos estafetas velozes, dourados do sol, dos impérios Inca e Azteca.
Vi
também a carta poema, descrever a terra mais bela, como romance, amor
á primeira vista, a terra nua à vista, Vera Cruz, paraíso verde, vivo,
tropical que fez de Pero Vaz de Caminha, pioneiro da primeira correspondência
enviada do Brasil a Portugal.
Fiz
minha história nesta terra, desbravando a imensidão na colônia pelas
trilhas. Fui "moleque de recado ", me servi da escravidão.
Fui mensageiro do "brado forte retumbante ", da liberdade
do Brasil. Me coroei em reinados, me vesti dignamente fardado, tomei-me
correio e telégrafo, na corte de Pedro II, com breguet e selo Olho
de Boi. E assim veio o progresso, assim foi o Brasil se corresponder
com o mundo.
Avancei
na modernidade e a República me fez popular. De cidade em cidade,
por terra, por água, pelo ar, ainda que tarda, não falha, sempre chegando
ao lugar. Em tempo de
guerra ou de paz, "faça chuva ou faça sol" lá estava eu,
comunicando, convidando, levando sorrisos, matando saudades, trazendo
tristeza, enxugando lágrimas, filando de amor e felicidade, lembrando
viagens, lindas paisagens, selando uma amizade, um pedido, um perdão.
E,
assim que o infinito é o limite e o novo tempo me lança na nova era
digital, aqui e agora, transformado em tela e teclado, antenado, conectado
à tecnologia de ponta que me torna uma onda, onde navega o mundo num
simples dique de botão. Hoje sou eletrônico, cibernético, telefônico,
celular, sou uma rede, Internet, que interliga tudo a todos num segundo.
Estou em todo lugar, sou arquivo, memória, quase tenho um coração,
que bate em bits e bytes: mega, giga. tera, um porto aberto na terra
a me comunicar com o universo. Porém, no reverso ainda sou mensageiro,
sou correio, ainda mais ligeiro, digo, sou e-mail. Se você me acessar
e ler a mensagem do meu samba que leva e traz alegria, como um carteiro
que faz desta história uma vida, um enredo, uma carta em poesia, selada
com um beijo e nada mais.
Alexandre Louzada
Agradeço a Alex Gonçalves
Varela o auxílio na pesquisa do enredo
Bibliografia:
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A América Antiga.
Madrid: Ediciones del Prado, 1996. 2 Vols.
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de Moraes. O Brasil dos viajantes. Rio de Janeiro: Objetiva;
Metalivros, 1999.
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As Civilizações Perdidas:
Incas, Maias e Astecas. São Paulo: Editora Escala, 2002.
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Correios no Brasil.
Rio de Janeiro: Spala Editora, 1990.
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A Europa Medieval.
Madrid: Ediciones deI Prado, 1996. 2 Vols.
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GONTIJO, Silvana.
O mundo em comunicação. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001.
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HAGEN, Victor W.
von. Los Incas. Buenos Aires: Editorial Gente Nueva, 1992.
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Imperadores Romanos:
Seu Tempo. Suas Glórias. São Paulo: Editora Escala, 2002.
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A Magia da Pérsia,
Antigo Império do Irã. São Paulo: Editora Escala, 2002.
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O Mundo Egípcio.
Madrid: Ediciones dei Prado, 1996.2 Vols.
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Roma: legado de um
Império. Madrid: Ediciones del Prado, 1996.2 Vols.
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SCHWARZ, Lilan Moritz.
As barbas do Imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos.
São Paulo: Cia.. Das Letras, 1999.
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SILIOTTI, Alberto.
Egypt: Splendors of an Ancíent Civiization. Italy: Thames and
Hudosn, 1994.
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STRAIJMANN, Patrick;
ALENCASTRO, Luis Felipe de. (org. ). Rio de Janeiro: cidade mestiça.
São Paulo: Cia.. Das Letras, 2001.
-
www.coreios.com.br
( link história dos correios no Brasil).
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