FICHA TÉCNICA 2002

 

Carnavalesco     Mauro Quintaes
Diretor de Carnaval     Sergio Costa
Diretor de Harmonia     Guilherme Amorim Nóbrega
Diretor de Evolução     Guilherme Amorim Nóbrega
Diretor de Bateria     Lourival de Souza Serra (Mestre Louro )
Puxador de Samba Enredo     Edson Marcondes (Nêgo)
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Reinaldo Teixeira (Ronaldinho) e Marcella Alves
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Carlos Eduardo Júnior (Mosquito) e Priscila Rosa
Resp. Comissão de Frente     Caio Nunes e Direção de Carnaval
Resp. Ala das Baianas     Lecy Souza de Oliveira (Tia Ciça)
Resp. Ala das Crianças     Margareth Valença

 

SINOPSE 2002

Asas de um sonho. Viajando com o Salgueiro. O orgulho de ser brasileiro

Abertura - Voar: O sonho do homem

O  Sonho - A invenção das primeiras máquinas voadoras

               Voar: o sonho do homem. Um sonho de navegar sobre as nuvens celestiais, numa velocidade astral, sob as luzes dos raios solares. A busca incessante do voar para o homem, foi atribuída durante muito tempo a observação do vôo dos pássaros, que motivavam os "ares da inteligência humana..."
               No coração a ternura e dos altos a coragem de voar nas alturas, o brilho de uma viagem multicor alçada aos braços do criador, sobre a terra de quem sabe amar nas asas da "imaginação" voou o gênio sem par...
               Não foram poucos os que contribuíram para as primeiras concepções aéronauticas. Desde as primeiras aves como, por exemplo, a "archaeopteyx" - há 150 milhões de anos -, passando pelo "mito do Ícaro e Dédalo", o "monge voador", as "pipas chinesas" que erguiam pessoas, até as "máquinas voadores" de Leonardo da Vinci; foram fatos que, inicialmente, tornaram-se decisivos ao desenvolvimento da "navegação aérea mundial", além de receberem um destaque "espacial" na História da aviação.
               Da conquista aérea, surgiram impetuosos homens que trouxeram do alto a redenção daqueles que morreram sem razão, o movimento sincronizado do simples bater das asas, transcenderam os limites do céu, aos olhos desses homens em ação.
               Com suas engenhosas experiências, formas de linguagens e resultados diretos e atuantes elaboravam objetos voadores, fomentados pelo desejo de liberdade espacial e de criação. Preservavam seus mistérios e eternizavam suas conquistas no despertar poético de uma nação...
               Do pionierismo de aviadores à aventura tecnológica, dos aviões às bases espaciais  o alvor de um futuro ao amanhecer. Nesse encontro mágico e universal chamado carnaval, a História da aviação - que aqui se faz presente em homenagem ao saber e a riqueza, a imaginação e a beleza de um dos mais brilhantes aviadores contemporâneos: o Comandante Rolim Adolfo Amaro -, será apresentada num espaço de luzes e cores nas Asas de um Sonho viajando com o Salgueiro o orgulho de ser brasileiro.

1° Setor - A era dos balões...

               O sonho é realizado! Os "ares da inteligência humana" são povoados pela criatividade dos homens, que se tornam fortes na incerteza, no desafio atroz da natureza.
               Eram eles heróis, inventores, aviadores, pioneiros remanescentes criativos dos chineses, que inventaram a mais de dois mil atrás as "pipas chinesas" ou "pássaros de papel". Mas em especial eram remanescentes de um general chinês (que não possuímos maiores informações), quem, supostamente, teria feito uso pela primeira vez de uma pipa para comunicar-se com uma cidade sitiada. E posteriormente, no século XVIII, as pipas possibilitaram o estudo da eletricidade atmosférica e a realização das primeiras fotografias aéreas.
               O físico Heron de Alexandre, que viveu no século I, também serviu de referência para esses contemporâneos pioneiros, provando com uma de suas máquinas o princípio da propulsão a jato, o qual só se tornaria decisivo para os destinos da aviação quase dois milênios depois no fim da Segunda guerra mundial.
               Sábios aviadores, que ainda beberam na fonte do engenheiro renascentista Leonardo da Vinci (1452-1519), que realizou primorosos estudos sobre a aviação e projetou diversos aparelhos aeronáuticos, como a hélice, o pára-quedas, adaptadores de asas para o corpo humano (o ornitóptero) e uma espécie de helicóptero.
               Todavia o sonho de voar, lentamente, vai ganhando um lugar de destaque na realidade desses primários aviadores, de seus balões (aeróstatos) e transatlânticos do espaço (balões dirigíveis), desprendiam-se das garras do irreal, e iam ao encontro da imaginação. "Voar é possível, sabiam eles! Sabiam tudo que até então era possível saber..."

Os  Balões

               Assim, no século XVII e, posteriormente, no século XVIII, surgiram diversas experiências práticas em tornos de objetos mais leves do que o ar. Francisco Lana, um padre jesuíta italiano, em meados do século 17, projetou um barco voador: sustentado por quatro esferas de cobre, as quais içaria o seu "instrumento voador" aos ares. Sua experiência resultou no descobrimento de um dos princípios da aeronáutica: "os engenhos mais leves do que o ar têm uma força ascensional que lhes permite elevar-se e manter-se no ar". Entretanto, as bolas de cobre ficaram amassadas devido a pressão da atmosfera.
               Em 1709 o padre jesuíta Bartolomeu Lourenço de Gusmão, nascido em Santos - São Paulo, fez voar em Lisboa (na Casa da Índia) o seu aeróstato ou balão de ar quente, denominado "Passarola".                O que resultou, não só em uma efêmera subida de, aproximadamente, dois metros do solo, como também em um incêndio irrecuperável do seu instrumento.
               Esse tipo de projeto só teve êxito significativo a partir das demonstrações realizadas em 1782 pelos irmãos Montgolfier com o globo aerostático, grande balão de seda cheio de ar quente, em Annonay do mesmo ano.
               Um ano depois, um aeróstato sobe ao céu levando Jean François Pilatrê de Rezier e o marquês Laurent Arlandes, sob os olhares maravilhados dos espectadores, os dois sobem a mais de mil metros e sobrevoam Paris, cerca de 9,5 Km em vinte cinco minutos.
               Enfim, as apresentações dos  primários inventores de balões de ar quente (mais leve que o ar frio) ou de gás mais leve do que o ar (hidrogênio ou hélio) empolgaram a Europa nos cem anos que se seguiram. Fase em que as experiências com balões adquiriram dois outros significados, o militar e o
esportivo - sob importantes  progressos na exploração da atmosfera, graças ao químico francês Josepf Louis Gay-Lussac e seus assistente Jean Biot.
               E ainda, nesse período, a bordo de um balão Jean-Pierre Blanchard, atravessou o Canal da Mancha em 07 de janeiro de 1785 - usando gás hidrogênio. O qual serviu de referência, a posterior, a uma série de invenções dos chamados balões dirigíveis; e tiveram tão grande voga que logo se popularizaram, recebendo o nome de transatlânticos do espaço.

Os  Transatlânticos do espaço

               Assim eram chamados os balões dirigíveis que foram inventados nos idos do século XIX, precisamente, em 1852. Verdadeiros navios aéreos, que podiam manter-se parado no ar e movimentar-se com ajuda de motores, que faziam girar as hélices, e dirigido por meio de lemes. Novos passos foram dados pelos os irmãos franceses Albert e Gaston Tissandier, em 1883, que experimentaram com sucesso o alçar de um dirigível com motor elétrico; e pelo alemão David Schwarz que fez e testou em 1897, o primeiro dirigível de alumínio com motor a gasolina; e pelo conde alemão Ferdinand Von Zeppelin, que em julho de 1900 começou a voar com o LZ-1, um dirigível de alumínio, com 12 m de comprimento e 11m de largura.
               Ainda cabe ressaltar a façanha do riograndense Augusto Severo (1864 -1902),  um dos pioneiros da navegação aérea brasileira, que construiu o "Pax" - mais um dirigível, que na manhã de 12 de maio de 1902, realizou uma experiência pública no parque pariense de Vaurirand, onde o balão realizou, a princípio, evoluções à direita e à esquerda, porém, após 15 minutos de vôo a uma altura
de 400m, aproximadamente, o "Pax" explodiu, causando a morte de Severo e seu mecânico Sachet.
               Enfim, da "era dos balões" aos "primeiros aeroplanos" o pioneirismo marcava a ação soberana de homens como Otto Lilienthal (antecipador das "asas-delta": que ajustava monoplanos e biplanos a seu corpo), Clément Ader  que construiu uma espécie de "morcego gigante", um aeroplano equipado com um motor a vapor que movimentava uma hélice - o qual ele batizou de avião. Desta feita, Ader entrou para a história da aviação, não só como criador de máquinas aéreas, mas também como inventor da palavra "avião" - que tem origem da palavra latina "avis", "ave". "Eles voaram! Fizeram do céu um mar de alegria, celebrando a vida e ensinando o mundo a viver em harmonia..."
               Do alçar vôo de um país nas asas pioneiras do 14 bis, é que vamos nos ocupar agora: conhecer a conquista do ar, a partir das criações memoráveis de Santos Dumont e  o seu legado: a aviação brasileira.

2° Setor - Dumont: O alçar pioneiro de um brasileiro

               Da inspiração do pioneiro avião, brasileira era a sua criação: embora a invenção do avião seja, por vezes, reivindicada para os irmãos americanos Orville e Wilbur Wright - os mesmos que construíram o biplano "The Flyer" (o Voador) -, mas foi um brasileiro, Alberto Santos Dumont, que entrou para História, com o título de "Pai da Aviação", o primeiro homem no mundo a voar em um objeto voador mais pesado que o ar...
               A vida de Santos Dumont  foi toda ela dedicada a aviação à conquista do ar. Ainda rapaz, o conhecimento e as primeiras luzes do saber lhe despertaram a inteligência, e sua imaginação foi conquistada definitivamente pelas predições de um dos mais férteis escritores do século XIX: o famoso Júlio Verne - o imaginoso criador de mundos, em que a inteligência infantil circulava com desembaraço e prazer - e a partir desse universo, nascia as primeiras manifestações do espírito inventivo de Dumont.
               Todos os meios de transporte - balões mágicos, transatlânticos, homens voadores entre outros - criados por Júlio Verne encantavam o rapaz Dumont e povoavam seu consciente imaginário, que já apresentava resultados voltados para o manejo da física, engenharia e mecânica.
               A destinação de Dumont manifestou-se desde a infância, assim, como as árvores, que da semente, crescem e se desenvolvem e dão frutos, a sua carreira como aeronauta passou por todas essas etapas de evolução vegetal: da ansiedade do menino aos estudos científicos, que prepararam o arcabouço de suas vitórias aeronáuticas - da dirigibilidade do mais leve a navegação do mais pesado que o ar.
               A sua primeira aventura aerostática, se deu em tempos que já iam longe os anos de 1891 e 1892! A aerostação evoluía, e já não era um segredo de poucos. Divulgavam-se as ascensões e, Paris começava a ser um centro de experimentações aerostáticas. Em 1897, realizou sua primeira ascensão em balão em Paris. E um ano depois, 1898, construiu o seu primeiro dos seus 14 dirigíveis com motor a gasolina, uma grande ousadia para a época.
               Ainda nos anos seguintes lançou um balão cilíndrico. E em 1901, perante uma Comissão do Aeroclube da França, conseguiu elevar-se do solo e realizar o percurso de Saint-Cloud à Torre Eiffel, contorná-lo e voltar ao ponto de partida, pilotando um balão alongado em forma de charuto com motor a petróleo, fruto da sua imaginação. Com isso, assegurou a dirigibilidade dos balões e arrebatou o prêmio "Deutsch de La Meurthe".
               Sobretudo o seu primeiro vôo, com um aparelho mais pesado do que o ar, aconteceu no dia 23 de outubro de 1906, a bordo de um "14-Bis" (aeronave com motor a explosão). Santos Dumont efetuou, igualmente, diante da Comissão do Aeroclube da França, o primeiro vôo documentado na história da aviação - daí, supostamente, o título de "Pai da Aviação" -, sobrevoando o campo de Bagatelle, do qual lhe rendeu o primeiro prêmio - a "taça Archdeacon", pelo vôo oficialmente controlado que ultrapassou a marca de 25 metros.
               Entre os anos de 1907 a 1910, com o "Demoiselle" ou "Libélula", pequeno e frágil, muito semelhante aos atuais ultraleves, o pai da aviação efetuou inúmeros vôos, com os quais se popularizou no Brasil e no mundo.
               Regressando ao Brasil, em 1931, foi morar em Petrópolis, numa casa batizada de "Encantada", que projetou com criatividade (entre outros detalhes, os degraus são dispostos de tal forma que só se pode começar a galgá-los usando o pé direito), além de ser o local escolhido por ele, para escrever um de seus livros: O que eu vi, o que nós veremos, um livro de cem páginas, onde narra sua vida e tece comentários sobre o futuro da aviação. Hoje a casa - transformada em um museu: Museu Santos Dumont - é uma referência para quem interessa-se saber mais sobre a História da Aviação.
               Santos Dumont nos deixou a certeza de que é possível voar! Um desafio àqueles que acreditavam estar alcançando os limites do conhecimento, a luz que desenvolveria o homem à sua condição humana...
               Em voga, despertou a atenção de sua terra natal, o que levou alguns aviadores a realizarem experiências em solo nacional, como, por exemplo: Edmond Plaucut (francês) que voou em Santos e no Rio de Janeiro - chegando a utilizar a avenida Central - hoje avenida Rio Branco -, no coração da capital federal, como pista de decolagem para um vôo da Praça Mauá à Ilha do Governador. Mas, sobretudo, fomentou a criação da primeira escola de aviação do Brasil e, a posterior, a criação da indústria aeronáutica sob o comando do empresário Henrique Lage, o mesmo que no início dos anos 20 construiu os protótipos das aeronaves: Rio de Janeiro (1920) e a Independência (1922).
               Enfim, navegou pelos ares seguindo sua rota, fecundando em nossos corações brasileiros o seu espírito aventureiro, a semente instintiva à conquista do ar num espetáculo envolvente entre o céu e o mar. Das nuvens douradas do crepúsculo a direção dos ventos um sinal, desvendava os mistérios sãos o encanto de uma nação. Era brasileiro o nosso "Pai da Aviação".

3° Setor - Nas rotas do céu

               Da criatividade dos gênios pioneiros ao fascínio de voar, homens e mulheres desafiam a imensidão do ar, superando os seus limites descobrindo novos horizontes a navegar, nas rotas do céu uma cultura a perpetuar que vem de um tempo secular...
               Os primeiros aviadores eram ao mesmo tempo inventores, construtores e pilotos. Suas experiências fomentavam o fascínio pelos ávidos desafios que muitos desses pilotos já realizavam nos fins do século 19 e continuavam realizando nos idos do século 20.
               O enredo assinala, portanto, a título de apresentação, o pioneirismo e a coragem desses navegadores aéreos, que de dentro de seus aeroplanos voavam e acumulavam façanhas que entraram para história mundial. A começar por Louis Blériot (1872-1896), que a bordo do "Blériot XI", em 1909, foi o primeiro a atravessar o Canal da Mancha em um aeroplano (haja vista, que o francês Jean-Pierre Blanchard, em 1785, já havia completado esse percurso; só que a bordo de um balão a gás hidrogênio).
               A mesma façanha também foi conseguida pela aviadora americana Harriet Quimby (1884-1917), famosa pela sua elegância e pelos seus artigos, estes últimos que contribuíram para tornar a aviação acessível às mulheres - uma vez que elas lutavam para impor-se diante dos homens pela conquista do ar. Além disto, Quimby, foi, ainda, a primeira mulher a atravessar o Canal da Mancha, em 1912, a bordo de um monoplano Blériot.
               Nove anos mais tarde, em 1921, a aviadora e feminista brasileira Anésia Pinheiro Machado, foi a primeira mulher a realizar um "vôo transcontinental", percorrendo mais de 17 mil km sobre o continente americano.
               E a primeira aviadora a transportar passageiros e a realizar vôos acrobáticos, além de ter atuado como "repórter aeronáutica". Anésia recebeu ao longo de sua carreira inúmeras homenagens, entre elas: o diploma Paul Tissandier e o título de Decana Mundial da Aviação Feminina, da Federação Aeronáutica Internacional.
               Igualmente contribuíram para um resultado pioneiro, os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que chegaram ao Brasil, em 17 de junho de 1922, após concluir o (pioneiro) vôo da Europa para a América do Sul. E em 1927, tomamos conhecimento da travessia do oceano Atlântico, pelos aviadores brasileiros João Ribeiro de Barros e Newton Braga, ambos a bordo do avião "Jaú"; o mesmo que hoje encontra-se disponível à visitações no interior do Museu da Aeronáutica, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
               Sob a luz de um, suposto, surto de desenvolvimento tecnológico, Charles Lindberg (1902-1974), conhecido como "maluco voador" - por suas inúmeras manobras acrobáticas - realizou em 21 de maio de 1927, a primeira travessia do Atlântico em vôo solitário sem escalas, com destino ao Aeroporto de "Le Bourget", onde declarou: "Well! I did it!" (Pois bem, consegui!).
               O enredo, portanto, contempla o pioneirismo de todos esses "desafiadores do espaço", mas atribui a Charles Lindberg, o papel principal pela sua façanha realizada em 1927.
               Entretanto, o legado dessas aventuras aeronáuticas, resultou em uma produção em séries de (balões) dirigíveis - os gigantes - que foram construídos por volta de 1930, para o transporte de passageiros e, que também era utilizados à travessia do oceano Atlântico - um deles, o Graf Zeppellin, deu a volta ao mundo, despertando por onde passava a curiosidade, admiração e alegria de todos.
               Enfim, todos esses pioneiros contribuíram para evolução e desenvolvimento da aviação mundial. Abriram novas rotas em busca da paz celestial, e com elas vieram o progresso e o saber até aonde alcança nosso olhar, a lembrança de um tempo secular, se faz presente na saga desses conquistadores do ar!

4° Setor - Além da barreira do som

               Vem de muito longe a tentativa da conquista espacial pelo homem, de um lugar imaginário e real. Das primeiras máquinas voadoras, passando pelos objetos mais pesados que o ar - os aviões - às naves espaciais, o alvorecer de um futuro marcado por uma, extraordinária, aventura tecnológica...
               Outrora, nos idos dos anos 60, ainda que tímido, o homem - representado por Yuri Gagarin - alcançava o espaço e girava em torno da órbita terrestre. Esta conquista foi seguida de muitas outras; o aperfeiçoamento dos propulsores de lançamentos e dos sistemas de controle, permitiam, ampliar as experiências e colocar em órbita cargas mais pesadas - o que culminaria, mais tarde, no "evento espacial" mais conhecido mundialmente, o lançamento de dois astronautas americanos, Armstrong e Aldrin, a um outro corpo celeste: a Lua.
               Dessa "aventura lunática", passando pelas primeiras astronaves - as chamadas cápsulas - as mais sofisticadas naves espaciais, o homem mais uma vez é o pioneiro, o aventureiro em ação, em busca da sua evolução! Uma ação, infinitamente, mais ousada, impulsionada pela explosão veloz à conquista universal; Haja vista, que aqui na terra do carnaval aos olhos do público em geral, o homem voou na passarela do samba num objeto espacial...
               O homem supera seus limites, ávidos por experiências estrondosas, que vão além das barreiras sonoras... Um futuro supersônico que sobrevoa a imensidão do ar e envia através dos seus "estrondos sônicos", que o futuro é aqui! Protagonizado pela velocidade dos fatos e por uma rica tecnologia que caminha em passos largos, na direção do que antes era apenas um sonho, hoje
é uma realidade.
               O exemplo dessa experiência sonora foi representado por Churck Yearg, o primeiro aviador americano a quebrar a barreira do som, a bordo do supersônico Bell XI - Glamous Glennis, que recebeu esse nome em memória se sua mulher, no dia 14 de outubro de 1947. Devido a esse seu feito, de cunho universal, Yearg passou a ser considerado um "herói" à história da aviação americana. O homem de fato conquistou o espaço e dele já fez a sua morada...
               Hoje o sonho é real, concebido em um "templo nacional", atinge numa velocidade fenomenal a riqueza e a competência, numa trajetória empresarial de fulgurações intensas, erguida ao longo de sua história...
               Enfim, a bordo dessa "velocidade estonteante", cruza-se o céu a diversidade do saber o que possibilita-nos a entender o que no próximo setor vamos erguer: "Asas de um sonho: uma história brasileira de sucesso".

5° Setor - Asas de um sonho: Uma história brasileira de sucesso

               Trata-se de um pioneirismo inigualável, uma primazia espetacular no que tange a  "aviação comercial". Que aqui se faz presente, a partir de uma preocupação "ímpar" e inteligente, conceituada em diversas contribuições à cartela de clientes - oferecendo maior conforto, novas opções de vôo, um excelente atendimento de bordo, pacotes promocionais como, por exemplo: a "Fidelidade recompensa"; o serviço "Fale com o Presidente" - onde o comandante Rolim (diretor majoritário de uma empresa nacional de aviação), abre o canal executivo às questões do cliente e, sobretudo a inenarrável recepção - "The magic red carpet" - onde estendia-se um longo tapete vermelho para recepcionar os clientes, juntamente com a presença do comandante, o qual cumprimentava um por um de seus passageiros - um verdadeiro exemplo de respeito e atenção. Dizia ele: "Ninguém melhor que o cliente para indicar o caminho que uma empresa deve seguir"...
               Do aperfeiçoamento da tecnologia à elaboração de estratégias para beneficiar única e exclusivamente o cliente, nascia, sobretudo, a paixão de homens, a serviço da aviação. Herdeiros por dedicação, predestinados a completar a sua a grande missão: voar além dos limites da imensidão... A lógica desses homens exímios, neste contexto, encantam a sabedoria humana elevando-a ao ponto mais alto a conhecer do mundo.
               Em sua trajetória empresarial, desde os transportes de cereais, burros, carnes, tijolos a passageiros, o interior do país progredia vertiginosamente e assim conquistavam uma forte personalidade, desde primeiros anos de sua fundação a atualidade.
               Assim, finalizamos enaltecendo o título desse setor, em voga, aqui se apresenta em luz e cor: "Asas de um sonho: uma história brasileira de sucesso"
               Um sucesso marcado pela dedicação incomparável de um comandante e pelo resultado de uma equipe competente. A todo esse crescimento atribuíam, em especial o comandante Rolim, ao lema: "para ser o melhor, o trabalho tem que ser dobrado".
               Vinha dos céus o sucesso de sua história, e com isso a glória de um futuro de vitórias. "O trabalho não mata, pelo contrário, prolonga a vida"... A bordo dessa afirmação, o vermelho vivo de suas aeronaves é realçado, o atendimento diferenciado é mais um avanço na sua história desde a sua fundação.
               Ao espírito de servir: a aeronave está prestes subir o passageiro é realmente especial aqui no país do carnaval. E é nesse vôo, nas "Asas de um Sonho", reluzindo no peito o acentuado vermelho, que sobrevoarão, a passarela do samba, com o Salgueiro o orgulho de ser brasileiro...

6° Setor - O herdeiro do ar: Um brasileiro criou um novo estilo de voar

               É o resultado de uma história exemplar, prioritariamente, fundamentada na sua principal paixão: a aviação. Uma herança longínqua que habitou toda extensão de sua vida pessoal e profissional. Rolim Adolfo Amaro, era um aviador nato, nasceu em Pereira Barreto, no oeste paulista, numa terra boa para o cultivo do algodão, em 1942.
               Esta é uma história de conquistas e vitórias, da verdadeira mola propulsora que o levava às alturas, de onde deixou para sempre gravado nos astros e nas estrelas a sua razão de viver.
               Nesse eterno vôo, será personificada a sua imagem, a lembrança do seu último alçar, o dinamismo de um jovem guerreiro que iluminou o céu com seu espírito aventureiro em tons vermelhos...                Comandante Rolim, um exemplo de ser brasileiro, de reconhecimento inenarrável, de efeito estarrecedor e apaixonante. Um marco na vida e na história da aviação contemporânea...
               O enredo "Asas de um Sonho viajando com Salgueiro o orgulho de ser brasileiro" consagra-o, sobretudo, como gênio da aviação comercial, imortaliza-o, atribuindo a ele uma "aura de vida espacial" - que teve a honra e a alegria de alçar vôo aos braços do criador...
               Contemplar-se-ão, com tal enredo, o pioneirismo da aviação em homenagem ao saber e a riqueza, a imaginação e a beleza de um dos mais belos herdeiros da ar: Comandante Rolim Adolfo Amaro. Da Passarela do Samba, alçará vôo ao "reino iluminado dos céus" - o último vôo à cerimônia da consagração de sua imortalidade.
               Após essa brilhante explanação do enredo só nos resta convidá-los para esta viagem! Bem vindos a bordo do vôo 2002 do G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro, com destino ao reino da folia a passarela do samba canta em harmonia e contempla a alegria do orgulho de ser brasileiro!
               É nesse céu de brigadeiro que o Salgueiro vai partir para mais um vôo cheio de emoção! Afinal, não somos melhores, nem piores. Somos pioneiros e criativos. Somos diferentes, como os heróis que contamos nesse enredo. Boa viagem!!

Mauro Quintaes

Bibliografia:

  • Grande Enciclopédia Delta Larousse;
    Ed. Delta S. A, Rio de Janeiro, 1970.

  • História do século: 1900/1914.
     Abril Cultural. São Paulo, Ed., Abril Cultural; 1968, p.28.

  • Nova Enciclopédia Barsa;
    Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações. Rio de Janeiro; 1977.

  • NAPOLEÃO, Aluísio. Santos Dumont: a conquista do ar,
    Ed. CIA Editora Nacional, V295, ed., São Paulo, 1957.

 

SAMBA ENREDO                                                2002
Enredo     Asas de um sonho. Viajando com o Salgueiro. O orgulho de ser brasileiro
Compositores     Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20, Sidney Sã e Claudinho

O sonho está no ar
Vai decolar
Com o Salgueiro
Dando asas à imaginação
Alcançou a imensidão
O orgulho de ser brasileiro
Este sonho foi de Ícaro
Renasceu em Da Vinci,
Pipas chinesas, aves de papel
Era mais leve que o ar
Nos balões a flutuar
Cruzava mares, dirigível pelo céu.

Hoje eu vou salgueirar, da avenida voar
Com a bandeira do meu país
Vou com Santos Dumont
Tirando onda em Paris

Surgiram heróis pioneiros,
Que marcaram história na aviação
Com a tecnologia romperam o espaço
Barreira do som
Riscando o céu vermelho,
Estende o tapete, lá vem meu Salgueiro
Herdeiro do ar, comandante na folia,
Tamanho orgulho te cantar na Academia

Vou zoar
Nem melhor, nem pior, amor
O salgueiro vai eternizar
Vida e vôo de um sonhador