Histórico

            De um movimento de dissidência na Portela, ocasião em que despontou como principal nome Nézio Nascimento, filho do saudoso Natal, é que surgiu o G.R.E.S. Tradição. Nézio Nascimento, Léa, Odiléa, Tureca, Mazinho, João Nogueira e Paulo César Pinheiro foram os fundadores.
            Tudo aconteceu em 1984, quando sete alas foram excluídas, eliminadas, da Portela pelo então Presidente Carlinhos Maracanã. Os diretores da escola de Natal, Paulo Tavares, Mauro Tinoco, Sérgio Aiub, César Augusto Ferreira, Vera Lúcia Correa e Jorge Paes Leme se incorporaram à nova escola que surgia, bem como outras figuras importantes: Tia Vicentina (irmã de Natal), Marlene (filha de Nozinho) e Vilma Nascimento, famosa porta-bandeira. Nézio procurou, então, Maria Augusta e a convidou para assumir o departamento de carnaval. Ela sugeriu que se reunisse um grupo de artistas plásticos (inclusive a própria) para fazerem o carnaval da escola, o que ocorreu. E assim, a escola veio do 4 Grupo até chegar ao desfile principal.
            Seu primeiro nome foi Sociedade Cultural e Recreativa Portela Tradição. Logo em seguida, devido a vários contratempos e processos judiciais, este foi mudado para S.C.R. Amor e Tradição. Finalmente, após uma reunião histórica, a agremiação foi batizada com o nome de G.R.E.S Tradição.
            Os carnavalescos escolhidos, e, que participaram em conjunto até 1988, foram Rosa Magalhães, Lícia Lacerda, Paulino Espírito Santo, Edmundo Braga, Viriato Ferreira e Maria Augusta, tendo como assistente o mineiro João Rozendo. Este foi o responsável pelo carnaval de 1989.
            Nézio convidou vários compositores (famosos) para a composição do samba-de-enredo da escola, mas os únicos que aceitaram foram Paulo César Pinheiro e João Nogueira, que, em 1984, tinham um samba já gravado chamado Xingu, que acabou sendo o tema-enredo. A escola ficou sem ala de compositores até o carnaval de 1989, sendo então, os dois compositores responsáveis pelas produções musicais.
            Para o carnaval de 1990 foi criada a ala dos compositores.
            A Tradição foi a Escola de Samba de trajetória mais rápida (este feito faz parte da história do carnaval), em face de ter sido campeã por três anos consecutivos, passando por conseguinte, num piscar de olhos, do quarto para o primeiro grupo (atualmente Grupo Especial).
           Em seus 15 anos de história, a Tradição vivenciou bons e maus momentos, já chegando a desfilar no Sábado das Campeãs (carnaval de 94), e em contra partida, em algumas oportunidades passou pela amarga experiência do rebaixamento. Hoje a escola vive um momento de auto-afirmação, onde a busca por uma identidade própria e uma maior identificação com o público fazem parte do dia-a-dia de seus Diretores e componentes.
           Apesar de estar há pouco tempo na estrada do samba se comparada as suas co-irmãs, a Tradição possui marcas históricas importantes, em função de belos trabalhos que já apresentou e pelas personalidades que fazem ou fizeram parte da escola, como a magnífica ex-Porta Bandeira e hoje Destaque Vilma Nascimento, e o saudoso João Nogueira, que além de fundador deu a Tradição seus sambas mais belos.
           A primeira quadra da Tradição foi a do Social Clube Marabu, na Piedade. Posteriormente, a escola se mudou para a atual quadra em Campinho, onde no início o chão da quadra era de terra e a cobertura era uma lona de circo. Apesar das condições precárias, nessa época a quadra apresentava lotação quase máximo e até mesmo a locomoção aos bares e banheiros era uma tarefa árdua, mediante o público presente.
           Num dos poucos incidentes já ocorridos na quadra, o teto recém construído desabou ferindo vários presentes. Como já é característico da escola, demos a volta por cima, e hoje a quadra da Tradição, além de bem localizada e com uma bela infra-estrutura, é uma das maiores do Rio de Janeiro. Isso é prova da raça da Tradição. Raça de seus componentes e de seus admiradores.