FICHA TÉCNICA 1991

 

Carnavalesco     Ely Peron Frongilo e Rogério Figueiredo
Diretor de Carnaval     Alfredo Fernando da Silva (Fumaça)
Diretor de Harmonia     Aureo Campanhac de Souza (Aurinho da Ilha)
Diretor de Evolução     Aureo Campanhac de Souza (Aurinho da Ilha)
Diretor de Bateria     Odilon Costa (Mestre Odilon)
Puxador de Samba Enredo     Aroldo Melodia
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Alex Oliveira Souza e Irene Oliveira Souza (Mãe e Filho)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Sebastião de Jesus da Silva (Tiãozinho) e Jorginete Rosa da Silva
Resp. Comissão de Frente     Décio de Oliveira Santos
Resp. Ala das Baianas     Noemia Bastos Roltz (Tia Noemia)
Resp. Ala das Crianças     Edite Silva

 

SINOPSE 1991

De Bar em Bar, Didi um Poeta

            Verdadeiras ilhas no inferno da grande cidade. Servindo tira-gostos, sanduíches de mortadela, carne assada, ovo cozido, peixe frito, pernil. Como decoração, paredes de acrílico, ingênuos painéis do mestre Nilton Bravo, imagens de São Jorge, Cosme e Damião e até Nossa Senhora de Fátima. Santos geralmente iluminados por pequeninas luzes. E no pequeno altar não faltam galhos de arruda, comigo-ninguém-pode, espada-de-são-jorge e empoeiradas samambaias de plástico. Assim são os bares, botecos e botequins cariocas, refúgio tranqüilo onde as pessoas, independente de sua classe social, vão à procura de uma convivência informal e relaxada. Um lugar de onde se observa o grande burburinho e a batalha constante da cidade.
            Botequim foi sempre coisa importante na história do Rio de Janeiro. Freqüentá-los é um comportamento característico do carioca que elege, a cada temporada, o seu preferido. Passada a moda, cada um deles conserva um grupo de freqüentadores fiéis, que têm em comum padrões de comportamento muito definidos, ditados pela profissão, preferências artísticas, políticas, econômicas, gastronômicas e até mesmo sexuais. Na verdade, talvez não exista no Rio uma instituição tão viva quanto o bar. E quem disser que os bares estão morrendo, vítimas do progresso, não é um bom observador do nosso dia-a-dia.
            Mas para se entender um botequim é preciso amá-lo e vivê-lo intensamente. Botequins são os lugares de maior vivência popular da cidade ainda maravilhosa. Crise econômica, crise social, caos urbano, nada disso afasta o carioca das mesas onde bebe o seu chope. Na conversa rola de tudo. E o botequim reúne os solitários, congregando os conversadores, fazendo surgir técnicos de futebol, atletas de porrinha, cantores frustrados, salvadores da pátria, penduradores de conta. Uma legião sem fim.
            E é tudo isso que a União da Ilha vai mostrar, além de homenagear o seu poeta maior: Gustavo Adolfo Carvalho Baêta Neves – o Didi. Jurista sagaz e competente que trocou a toga e a carreira brilhante de advogado e procurador do Estado pelas mesas de bar e rodas de samba. Até tornar-se o compositor com o maior número de sambas-enredo vitoriosos no carnaval carioca. Foram 16 vitórias na União da Ilha e quatro no Salgueiro. E com esse Didi, compositor e freqüentador dos bares da vida, que a escola vai contagiar a avenida, cantando o eterno renascer de suas canções.

Ely Peron Frongilo e Rogério Figueiredo

 

SAMBA ENREDO                                                1991
Enredo     De Bar em Bar, Didi um Poeta
Compositores     Franco
Hoje eu vou tomar um porre
Não me socorre eu tô feliz
Nessa eu vou de bar em bar
Beber a vida que eu sempre quis

E no bar da ilusão eu chego
É pura paixão que eu bebo
Amor me deseja, me dá um chamego
Me beija e me faz um cafuné

Bebo vem e bebo vai
Que nem maré
Balança mais não cai
Boêmio é

Garçom! Garçom!
Bota uma cerva bem gelada
aqui na mesa
Que bom! Que bom!
Minha alegria deu um porre na tristeza
Poeta enredo da canção
Cartilha que eu aprendi
Canta Ilha de emoção
Saudades de você, Didi

Amor! Amor! Eu vou
É nessa aqui que eu vou
O sol vai renascer o meu astral
Amor! Amor! Eu vou