FICHA TÉCNICA 1995

 

Carnavalesco     Chico Spinoza
Diretor de Carnaval     Paulo César Guapyassú de Sá
Diretor de Harmonia     Jorge Antônio Carlos (Jorginho do Império)
Diretor de Evolução     Jorge Antônio Carlos (Jorginho do Império)
Diretor de Bateria     Paulo Cezar Teixeira (Mestre Paulão da Ilha)
Puxador de Samba Enredo     Haroldo Melodia
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Paulo Roberto Barbosa (Paulo Roberto) e Bárbara Barbosa Macedo (Babi)
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Antonio Luiz Coelho Miranda (Tuninho) e Maria Elizabeth Mello (Beth Mello)
Resp. Comissão de Frente     Dill Costa e Samuel Abrantes
Resp. Ala das Baianas     Noêmia Laura Bastos (Tia Noêmia)
Resp. Ala das Crianças     Não possui

 

SINOPSE 1995

Todo dia é dia de índio

          “Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil já tinha descoberto a felicidade”.
           A serviço de Deus e do Rei, bravos homens tinham a missão de desbravar, catequizar e colonizar as novas terras portuguesas.
          Em 1554, D. João III chamou de volta à Portugal o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha. A caravela Nossa Senhora da Ajuda na altura de Pernambuco naufragou, e então aconteceu o fato histórico: Todos os tripulantes foram trucidados e devorados pelos índios Caetés.
          No início do século XX, um grupo de artistas e visionários, passou a contar o ano de 1554 como o primeiro ano da “Nova História do Brasil”.
          Em maio de 1928, ao assinar o manifesto antropofágico. publicado no n° 1 da revista de antropofagia, Oswaldo de Andrade acrescentava: “Ano 374 da deglutição do Bispo Sardinha”. Este manifesto foi escrito e inspirado na visão do famoso quadro “Abaporu” (aba=homem, Poru=que come carne humana) palavra de origem tupi.
          No início do século XX a cultura brasileira era um festival de Europeísmo. Padrões ingleses e franceses eram imitados por toda elite brasileira.
          Em 1922, a Semana da Arte Moderna leva o Modernismo ao seu auge. Lá foram apresentadas obras até então nunca vistas.
          Pintores, escultores, músicos e escritores causaram espanto levando a arte para uma era contemporânea, onde reações dos mais diversos tipos foram esboçadas.
          Nesta época foram escritas obras muito importantes da literatura brasileira, que mais tarde serviram para montagem de peças teatrais e filmes, como “O Rei da Vela”, numa estréia que acabou com a prisão de todo o elenco.
          Já “Macunaíma” de Mário de Andrade, inspirada na Mitologia Indígena e folclore, teve aceitação por traçar nitidamente o perfil do brasileiro, que é mestiço, safado, maneiro. de caráter duvidoso e sempre em busca da felicidade e da liberdade.
          Outras obras foram rejeitadas por mostrarem a condição humilhante do brasileiro. Porém na busca do nacionalismo, em 1960, nasce o “Cinema Novo” onde 3 obras se destacaram: “Deus e o Diabo na Terra do Sol” de Glauber Rocha, “Vidas Secas” de Nelson P. dos Santos e “Os Fuzis” de Rui Guerra, filmes que mostraram a busca da liberdade de um povo pobre e oprimido do Nordeste.
          Já nos anos 70, um personagem popular e corajoso deu oportunidade para visionários, principalmente músicos. Chacrinha no seu programa eclético lança grandes nomes da MPB, do movimento Tropicalista e do Rock brasileiro, que se eternizaram em gerações passadas e futuras como Raul Seixas e Cazuza.
          A música sempre foi a alegria da alma nativa, nela acha-se a liberdade de falar dos sentimentos. E hoje nada como o Carnaval para extravasar toda alegria, sofrimento e euforia de um povo que tem a felicidade como sua maior arma.
          “Afinal, não fomos catequizados, fazemos é carnaval”.

Chico Spinosa

 

SAMBA ENREDO                                                1995
Enredo     Todo Dia é Dia de Índio
Compositores     Almir da Ilha e Franco
Eu quero ver o sol brilhar
Eu vou nas ondas desse mar
Eu sou tupi, eu sou de quizumbar
E sou bem mais!
Sou mestiço, moleque, sou ruim de aturar
E de cara pintada eu quero gritar: sou de paz
Sou bom sujeito e vilão
Inocente e brincalhão
Sou do povo, sou brigão
Cantando eu vou!... Ôôô vou buscando a liberdade
"Mim só qué brasilidade"!
Me deixa qu`eu quero sambar!

Oi! Me larga, me solta, aqui é meu lugar
Sou tupi, "tupini-ilha" sem canudo e de cocar

Arte é o sol, é cultura,
É a vida em pintura... ÉÉÉ é o livro do saber... Êê! Êê!
Um país que tem no palco essa chama
Tem no filme da memória
Amor à sua história
Como o canto de quem ama!

A Ilha é minha tribo e vai passar
Vai batendo o seu tambor
Qu`é pro "dia" clarear!