FICHA TÉCNICA 1999

 

Carnavalesco     Milton Cunha
Diretor de Carnaval     Peixinho
Diretor de Harmonia     Sidnei Machado (Chopp)
Diretor de Evolução     Sidnei Machado (Chopp)
Diretor de Bateria     Mestre Paulão
Puxador de Samba Enredo     Maurício Sem e Roger da Fazenda
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Robson dos Santos e Ana Paula dos Santos
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Jorge e Tatiana Machado
Resp. Comissão de Frente     Nino Giovanetti
Resp. Ala das Baianas     Noêmia Laura Bastos (Tia Noêmia)
Resp. Ala das Crianças     Ângela Ribeiro

 

SINOPSE 1999

Barbosa Lima, 101 anos do Sobrinho do Brasil

Opiniões:

            Barbosa Lima Sobrinho é decano da Academia Brasileira de Letras, de que é permanente inspiração. Aos 101 anos de idade, ninguém no mundo, o excedeu como jornalista e escritor em atividade, O seu patriotismo tem sido cantado em prosa e verso e agora em samba no carnaval da União da ilha. O seu melhor empenho tem sido a defesa intransigente da liberdade de imprensa. Por isso, o respeito em que o temos e a alegria de com ele conviver, na gloriosa Casa de Machado de Assis.

Arnaldo Niskier
Presidente da Academia Brasileira de Letras

            O que ele tem dito com valentia e determinação, nesses seus bravios anos de vida, fez dele um símbolo de nossos anseios, de nossa afirmação.

Jorge Amado
Escritor

            Há homens que escrevem a história. Há homens que fazem a história. Há homens que vivem a história. Há um homem que é tudo isso: Barbosa Lima Sobrinho, jornalista, governador, constituinte, ensaísta, presidente da ABI, ex-presidente da ABL.
            Para quem tanto fez, um século passa rápido.

O Globo

            Barbosa Lima Sobrinho fez parte de alguns dos momentos mais importantes da História do Brasil. Acompanhou 23 presidentes, foi governador de Pernambuco, foi Deputado Federal por 3 vezes, foi o primeiro brasileiro a assinar o impeachment do Collor, é ex-presidente e membro da Academia Brasileira de Letras, foi o mais novo e o mais velho presidente da Associação Brasileira de Imprensa e trabalha há mais de 81 anos como jornalista. No Carnaval 99, a ABI não poderia deixar de se juntar à União da ilha do Governador para homenagear o mais antigo jornalista em exercício no Brasil e um dos brasileiros que mais lutou em defesa das causas nacionais.
            Parabéns ao Samba Carioca.

ABI

            É na sua admirável capacidade de conviver com os contrários, sem azedumes nem intransigências, mas com retidão e firmeza, que Barbosa Lima Sobrinho se torna exemplar em muitos aspectos, mas um deles ressalta dos demais: o de ser ele um democrata autêntico, não por dedução lógica ou conveniência política, mas por uma das mais belas e sólidas formações humanísticas que conheci e aprendi a admirar.

Roberto Marinho
Jornalista e Presidente das Organizações Globo

            Barbosa Lima Sobrinho dignifica Pernambuco e o Brasil.

Miguel Arraes
Governador de Pernambuco

“A Luta dá razão à vida”

Barbosa Lima Sobrinho

“Máximas do jornalista que é o máximo!“

  • “O maior perigo do Brasil é voltar a ser colônia, desistir de ser metrópole”.

  • “Nunca tive outro patrão que não fosse o Brasil”.

  • “Alguns viajam com os pés, outros com a cabeça”.

  • “Ninguém consegue ser subversivo depois de uma feijoada”.

  • “Às vezes um adversário é mais útil que um correligionário”.

  • “A liberdade de imprensa é um direito da sociedade, portanto um dever do jornal”.

  • “O dono efetivo do Patrimônio público não é o Estado, é o Povo, que contribui com seus recursos para pagar, na forma de impostos”.

  • “O Liberalismo de 2 séculos atrás virou agora o Neoliberalismo, tudo isso para dar a impressão de modernidade, tentando dissimular a servidão, que continua a mesma

  • “Sou um socialista-anticomunista, e isto não é um paradoxo. É defesa da liberdade

  • “O segredo para aliviar o peso do passar dos anos é ter sempre a consciência tranqüila”.

  • “Parem de falar da minha idade...”

Poema para Barbosa Lima Sobrinho, o jornalista do século

I - Nascimento

Extra, extra,
Sopram ventos de Pernambuco,
Nasceu Barbosa,
O Varão da República,
A justiça embala,
Palmeiras dançam,
Ondas nas rochas cantam, Nasceu Lima Sobrinho
Dignidade em forma de gente.

II - Infância

Menino solto
nas ruas do Recife
Banhos no rio Capibaribe
A biblioteca do Pai Tabelião
Inspiração para toda vida
garoto seduzido pelos livros
jangadas ao vento
Em mares esverdeados

III - Juventude

Remador, Nadador
Andarilho do Sertão
Jogador de futebol
Ideal de mente sã e corpo são
Adolescente, já jornalista
Graduado Advogado
Escolhe o Rio de Janeiro

IV - Jornalismo

Jornalismo,
O grande espaço aberto
Da Liberdade de expressão
Um direito da sociedade
Um dever do jornal
Nas grandes lutas brasileiras
Em favor do bem,
A busca de um país
Socialmente justo.
Neste campo de batalha
Duas trincheiras:
O capital estrangeiro explorador
E a Ditadura Militar.
jornalista Testemunha do Século
De vida sem desvios nem curvas,
Num país de tantas voltas.

V - Amor

Um coração enfartado
Sobrevive de Amor:
Maria José,
Companheira há 66 anos
A Primeira Dama da Solidariedade
4 filhos, 5 netos, e 3 bisnetos
Espírito prático.
Mulher decidida
com ela Barbosa aprendeu
a acreditar em anjos.
Um homem de três amores:
A família, o futebol e o Brasil.

VI - Intelectualidade

A veia literária
Nos corredores do Saber.
Obras Imortais
na Academia de Assis.

VII - Cidadania

O Sonho é o mesmo de sempre:
A felicidade do Brasil.
Governador, Deputado Federal
Monumento à dignidade e honradez
Pinta a cara com B de Brasil:
Barbosa Já!
Um brasileirão,
que já nasceu imortal.
A trajetória da honestidade,
A cara do Brasil,
Sempre advogando em causas alheias
jamais teve outro patrão
Que não fosse o Brasil.
Sua vida
Uma ode de Amor ao país.

“Brasil,
Não Volte a ser colônia.
Não desista de ser metrópole”.

Longa jornada século a dentro em busca da Cidadania

Sinopse:

Primeira Parte: Nascimento

            Ventos cívicos de Pernambuco conduzem a JUSTIÇA BRASILEIRA, trazendo em seus braços Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho, segundo dos oito filhos do Tabelião Francisco de Lima Cintra e da dona de casa Joana de Jesus Lima.
            Era a manhã ensolarada de 22 de janeiro de 1897, quando palmeiras nordestinas dançavam ao som do “Extra, extra!” do pequeno jornaleiro vendendo Diários e Províncias, noticiando a brilhante e oportuna descoberta da vacina contra a peste bubônica e o sucesso da fotografia instantânea.
            A brisa doce do Recife soprava as diretrizes da retidão de caráter que orientariam o recém-nascido por toda a vida: “Vai menino, vai ter espírito crítico e inteligência aguçada para ajudar esta República...
            Mais de um século já se passou, e ainda hoje os Rios Capibaribe e Beberibe testemunham “Folhas” e “Jornais” sentenciando orgulhosamente:

  • Barbosa é a dignidade em forma de gente (Jornal do Brasil);

  • Lima Sobrinho é a Reserva Moral do Brasil (Revista Veja);

  • O Brasileiro nota 100 (Correio Brasiliense);

  • O Mestre da Dignidade (Isto é);

  • Um nacionalista daqueles que já não se fazem mais (O Globo);

  • Nossa grande esperança de renovação (O Pasquim);

            Na arrebentação da praia da Boa Viagem, sereias e ondas nos rochedos sibilam: “Barbosa, Barbosa, és a consciência moral deste país”.

Alegoria um: Predestinação nos ventos de Pernambuco

Segunda Parte: Infância

            O menino Barbosa amava os banhos nos rios CAPIBARIBE e Beberibe.
            A recém-proclamada REPÚBLICA era o pano de fundo de uma vida familiar modesta, mas muito feliz.
            Na cozinha, o moleque deliciava-se com seu prato preferido, a carne seca, e na biblioteca do pai tabelião, o intelectualzinho “devorava” todos os LIVROS que encontrava, lia de tudo, de Dom Quixote à dicionários. A paixão pelos livros começou quando um tombo obrigou o menino a ficar um mês na cama, de perna quebrada, e a literatura tornou-se o passatempo predileto. A partir desta data, o garoto seduzido pelas letras resolveu escrever, na maneira singela das crianças, uma enciclopédia sobre as coisas que mais lhe chamavam a atenção.
            Hoje, se definindo como um “caipira desenraizado”, Barbosa evoca a infância em imagens poéticas de jangadas ao vento cortando mares esverdeados.

Alegoria dois: Menino solto nas ruas do Recife

Terceira Parte: Juventude

            Barbosa começou a praticar esportes aos 14 anos. Antes disso só gostava de ler sobre as atividades físicas. E quando não estava lendo, estava remando. Ele lembra: “A simples entrada do REMO na água e o movimento do carrinho do banco eram apaixonantes. Depois tirava o remo da água, mergulhava de novo. Um prazer que se renovava a cada remada. Eu era o proa da equipe”. O corpo de atleta, conseguido com a atividade do Remo, fez do remador o praticante de um novo esporte que estava chegando ao Brasil: O futebol. Barbosa, que adorava os exercícios físicos, entrou para o time do NÁUTICO CAPIBARIBE como zagueiro, pois ele gostava de organizar o time; depois, a vontade de fazer gols o seduziu e ele acabou se tornando um centroavante de camisa 9. E aqui vai, na opinião de Barbosa a “Seleção de todos os tempos”: Zizi, Pelé, Garrincha, Zico, Heleno de Freitas, Rivelino, Gerson e Ronaldinho. Além do Remo e do Futebol, o adolescente praticava a natação nas praias da costa de Pernambuco (“quem se acostumou a nadar na vastidão do mar não se conforma com o confinamento da piscina”) e longas caminhadas pelo SERTÃO, onde o trajeto mais comum era entre Recife e a distante 60 km cidade de Goiana, que o jovem cumpria em 12 horas, de paletó!
            Barbosa Lima Sobrinho era (e é) o perfeito exemplo do equilíbrio entre o desenvolvimento do físico e do espírito; ainda hoje, aos 101 anos, dá 400 pedaladas diárias em sua bicicleta ergométrica. O Binômio rigidez física versus bravura cívica, que norteou toda a vida de Barbosa, já era pregado pelo menino no primeiro artigo que escreveu na vida, datado de 1909: “o ser humano saudável deve mesclar a leitura com a preparação física”.
            Aos 15 anos (1912) publicou seus primeiros artigos no jornal “A Província”, de Recife. Aos 20 anos (1917) formou-se em DIREITO e aos 24 (1921) mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar no Jornal do Brasil, a tempo de cobrir a última conferência de Rui Barbosa, que tornou-se uma referência para sua obra. Cidade Nova, Time novo. Não podia ser o Flamengo, que tem as mesmas cores que o Sport Recife, maior rival do Náutico. O escolhido foi o Fluminense. Hoje diz: Deixei meu Pernambuco com a idéia de voltar; e voltei para ser governador. Depois saudades

Alegoria três: Mente sã e corpo são

Quarta Parte: Jornalismo

            Barbosa Lima Sobrinho acredita que a Imprensa deve ser “o grande espaço da LIBERDADE DE EXPRESSÃO” e um “elemento transformador da sociedade”. Para ele, a missão imperativa de sua vida jornalística foi a defesa da liberdade de imprensa, “que não é um privilégio dos jornalistas, mas um direito dos povos”.
            Neste Campo de Batalha suas duas trincheiras sempre foram: 1) A redação, onde através de seus artigos defende seus ideais e 2) A apresentação como Presidente da ABI.
            Os ideais mais defendidos por Barbosa ao longo dos anos foram contra o Capital Estrangeiro explorador (“às vezes, parece que o governo brasileiro é nomeado por Washington ou pela bolsa de New York”) e contra o Regime da Ditadura Militar (“o golpe de 64 foi o fato político mais marcante em minha vida”).
            Da IMPRENSA ESCRITA, Barbosa viu nascer o RÁDIO e a TELEVISÃO. Hoje, 85 anos depois do primeiro artigo publicado e ultrapassando o centenário de sua vida com lucidez e vitalidade de eterno defensor do Brasil, preocupa-se com religião, cultura, política, racismo, esporte e educação. Do alto de seu quase 102 anos de vida declara: “Tenho o direito de dizer apenas aquilo que acredito”.
            Tímido, reservado, doce e risonho, o jornalista é homem de sorte: aos 101 anos trabalha diariamente nas coisas que lhe dão prazer - reuniões na ABI e na ABL, a tarefa semanal de produzir um artigo, lê durante o dia e escreve madrugada adentro na VELHA MAQUINA de escrever Olivetti manual.
            Através do jornalismo ele busca um país socialmente justo, por isso acredita que é aí que a política entra na sua vida, decorrente de sua participação nas redações em todas as grandes lutas brasileiras em favor do bem. A criação da PETROBRÁS, por exemplo, é resultado de uma de suas campanhas nacionalistas.
            Num país de tantas voltas, um jornalista que viu 23 presidentes no poder e atravessa o século sem desvios nem curvas, tem seu passado limpo e esperança na virada de século.

Alegoria quatro: O jornalista do século

Quinta Parte: Amor

            Barbosa Lima Sobrinho conheceu Maria José na Estação ÁGUAS DE CAMBUQUIRA, em Minas Gerais. Apaixonaram-se e Alexandre José foi pedir a mão da moça ao poderoso pai, advogado quatrocentão paulista.
            Por ter uma jovem filha de espírito avançado para a época, que inclusive havia sido a primeira mulher a tirar a carteira de motorista em 5. Paulo e atravessava a cidade a bordo de um Oakland Vermelho, o pai de Maria José foi logo desencantando o pretendente:
            - Meu filho, ela não sabe cozinhar, lavar ou passar...
            O apaixonado Barbosa prontamente respondeu: - Prezado senhor, trabalho no jornal de maior classificados do país. Se estivesse precisando de uma empregada doméstica seria fácil conseguir...
            Casaram-se em 1932 (já fazem 66 anos) e tiveram quatro filhos: Roberto (hoje já falecido), Fernando, Carlos e Lúcia ( agora já têm 5 netos e 3 bisnetos).
            Os primeiros anos de casados passaram no Leme, mas a decidida Maria José viu um terreno na Rua Assunção, em Botafogo, à venda, e resolveu construir a casa de seus sonhos: comprou-o, desenhou a planta, tocou a construção e levou o “Alexandre” (ela só o trata pelo primeiro nome) para conhecer o sobrado e morar lá.
            Os filhos lembram do espírito prático da mãe e brincam: “O trivial era com a mamãe - casa, comida, colégio. O essencial era com o papai: escolha do papa, internacionalização da Amazônia, eleição do presidente, economia do país... Dona Maria José confirma: “quem sempre administrou a casa e o dinheiro fui eu. Sempre fui melhor que ele nisso
            Quando Barbosa elegeu-se Governador de Pernambuco em 1948, a primeira coisa que D. Maria José fez como Primeira-Dama foi reunir 50 mulheres influentes do estado em um chá para dizer a elas “que uma mulher que vê uma criança carente, com fome, e não faz nada é uma MULHER DIABA”. Estava tomando forma a “Campanha Pernambucana Pró-Infância”, que cuidaria de 5.000 crianças.
            Em Teresópolis ela fundou a Casa do Pequeno Trabalhador e seu trabalho humanitário lhe valeu um Título: foi escolhida pela UNESCO como uma das 100 mulheres mais importantes deste século e sua vida é tema do livro “Dona Maria José: Retrato de uma cidadã brasileira” das jornalistas Ana Callado e Denilde Leitão.
            Os três amores confessos de Barbosa são a família, o futebol e o Brasil. E Dona Maria José reclama: “Ele agora só lê e escreve. O dia inteiro. Dorme apenas duas horas e o resto do tempo quer escrever. Aliás, quer salvar o Brasil! Às vezes digo ao Alexandre que ele só ama o Brasil. Mas ele protesta quando digo isso”.
            Protestos à parte, quando Barbosa declara “Meu CORAÇÃO ENFARTADO sobrevive de amor” e “com minha mulher aprendi a acreditar em ANJOS” não há como duvidar: ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher.

Alegoria cinco: A primeira dama da solidariedade

Sexta Parte: Intelectualidade

            No mesmo ano em que Barbosa nasceu, MACHADO DE ASSIS fundou a Academia Brasileira de Letras, que Lima Sobrinho presidiu em 1953 e 1954, já sendo membro dela desde 1937.
            Seu trabalho literário iniciou-se em 1924, quando ele traduziu “O DIARIO DE ADÃO E EVA” do americano Mark Twain. A partir daí, escreveu de tudo: de livros de contos como “Vendedor de Discursos”(1935) a ensaios históricos como “Hipólito da Costa, Pioneiro da Independência”.
            Até hoje já lançou 50 livros e deles, seus preferidos são: “JAPÃO - O capital se faz em casa”, “A presença de Alberto Torres” e “A Revolução de 30”.
            Em sua casa na Rua Assunção, Botafogo, espalham-se 50.000 livros em sua biblioteca de toda uma vida. Se alguém mexer, sem autorização em um deles, ele fica irritado. Ainda hoje gosta muito de ler, tanto que substituiu os óculos por uma lupa, e a televisão ele só liga para ver os noticiários e os jogos do FLUMINENSE.

Alegoria Seis: Academia Brasileira de Letras

Sétima Parte: Cidadania

            Perguntado sobre qual o presente que gostaria de receber aos 100 anos, Barbosa Lima Sobrinho prontamente disparou: meu sonho atual é o mesmo de sempre: “Ver os Brasileiros felizes, trabalhando pelo progresso do país. Enfim, a felicidade do Brasil”.
            Este monumento à dignidade e à honradez foi 2 vezes governador de Pernambuco (1947 e 1951), 3 vezes Deputado Federal (1934, 1945 e 1958) pelo PSD, e em 1973 foi anticandidato à Vice Presidente da República na chapa simbólica de Ulisses Guimarães contra o candidato da ditadura. Eles não tinham chance, mas marcaram a presença de protesto contra o regime.
            Ocupou também a Presidência do Instituto de AÇÚCAR e ÁLCOOL durante o governo Vargas; seu engajamento na Campanha das DIRETAS JÁ em 1984 emocionou o país quando os jovens PINTARAM A CARA com o “B” DE BRASIL e Barbosa, e em 1992 foi escolhido pela Ordem dos Advogado do Brasil e pelos partidos de oposição para liderar em caráter suprapartidário com a sua assinatura número 1 o pedido de IMPEACHMENT de Fernando Collor de Mello.
            Ou seja, Barbosa é uma testemunha imparcial e conseqüente deste século brasileiro. Considera a década de Getúlio Vargas como a mais rica ( “basta a consagração da Petrobrás que é fundamental”) e o acordar de Brasília, as Diretas Já e o Impeachment. Não adianta rotular Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho dentro de uma atividade ou profissão: ele é maior que definições, é grande como o Brasil. Aliás, ele é um brasileirão, Barbosa é a Cara do Brasil. Mais Típico seria impossível: Nordestino Cabra da Peste, jogador de futebol, nadador de praia e supersticioso (pois faz tempo que não apaga velas de aniversário, dizendo “é como apagar um ano de vida”).
            Para ele o Bisneto Pedro é o futuro e a alegria de seu nome continuado. Com ele Barbosa senta-se à mesa da cozinha e comem de tudo: adoram sopa, arroz e feijão e cuscuz paulista feito por D. Maria José.
            Barbosa é um homem apaixonante, que já nasceu imortal.
            Das jangadas de Pernambuco aos Palácios da Cena Nacional, com B de Brasil Barbosa compôs a trajetória da honestidade, uma Ode de Amor ao país, sempre advogando as causas alheias, numa luta quase impossível para fazer desta confusão uma Nação respeitável no próximo milênio.

Alegoria Sete: Brasil grávido de esperança

Milton Cunha

 

SAMBA ENREDO                                                1999
Enredo     Barbosa Lima, 102 anos do Sobrinho do Brasil
Compositores     Bicudo, Djalma Falcão, Dito e Jota Erre
A mesma lua que te viu nascer
Brilha no céu, volta pra te ver
Vem orgulhosa iluminar o carnaval
O seu menino é manchete de jornal
Assim a Ilha vem pra festa
Atravessando o mar azul
Taí o que você queria
Sacode bateria
Hoje tem frevo, tem maracatu
Nas folhas do matutino
Sua história, seu destino (vem ver)
Um sábio com o livro nas mãos
Um craque com a bola nos pés (é gol, olé)
Mente sã, corpo são
Entregou a paixão
Ao amor de uma mulher

Deixa, deixa eu te amar
Me assanha com seus beijos
Me faz sonhar

Liberta esse nó da garganta
Vem cantar
Pra poder melhorar
Tem de lutar
Vai dar luz à esperança
Vai meu Brasil
Faz do povo a riqueza
Com Barbosa festeja
A cassação da tristeza

Cara pintada de verde e amarelo
De azul, vermelho e branco colori meu coração
Sou do Nordeste, sou cabra da peste
Meu país é meu patrão