FICHA TÉCNICA 2008

 

Carnavalesco     Jack Vasconcelos e André Marins
Diretor de Carnaval     Jorge Taufie Gazele (Peixinho)
Diretor de Harmonia     David Lenie
Diretor de Evolução     David Lenie
Diretor de Bateria     Julio Ribeiro da Costa (Mestre Riquinho)
Puxador de Samba Enredo     Ito Melodia
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Rogerinho Rosa e Priscila Rosa
Segundo Casal de M.S. e P. B.     José Augusto Braga (Guga) e Natália Eusebio Batista Santos
Resp. Comissão de Frente     Handerson Big
Resp. Ala das Baianas     Noêmia Bastos (Tia Noêmia)
Resp. Ala das Crianças     Carla Regina Soares
Resp. Galeria de Velha Guarda     Walter Cerqueira

 

SINOPSE 2008

É hoje o dia (Reedição do samba da escola de 1982)

Justificativa:

          Antes de lançarmos qualquer tipo de olhar, é preciso saber que nossa proposta de enredo para o carnaval de 2008 não é uma reedição do enredo levado para a avenida em 1982, mas uma reedição do samba-de-enredo do mesmo ano e de autoria dos compositores Mestrinho e Didi, considerado um dos maiores e melhores sambas-enredo da história do carnaval. Portanto, não é de nosso intuito estabelecer qualquer tipo de comparação ou semelhança com o desfile citado realizado há mais de duas décadas.
          
Com base nos versos do samba-enredo “É hoje”, traçamos o histórico do nascimento e criação do chamado “dia do desfile das escolas de samba”, é este o tal “dia” que o samba mencionado se refere e que é o objeto central de desenvolvimento do nosso enredo; desde as origens africanas de seus elementos até a preparação do espetáculo do desfile das agremiações. Dia este no qual todos os envolvidos (componentes ou torcedores) gritam ansiosos: -É hoje o dia!

Sinopse:

          Mas afinal, que dia é esse? Que dia é esse que nos faz tremer, suar frio e o coração bater mais forte? Que nos faz sofrer sem dor? Que nos faz temê-lo e, ao mesmo tempo, ansiar pela sua excitante chegada? Que dia é esse que nos extrai o sangue, o suor e até mesmo nossas lágrimas? Que faz nossa individualidade ser completamente absorvida pelo êxtase coletivo?

“A minha alegria atravessou o mar e ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante no maior show da terra*”

          Ilha, uma extensão de terra cercada de água por todos os lados. Por isso, todos os anos, a minha alegria atravessa o mar e ancora na passarela para fazer seu desembarque fascinante no carnaval! Foi também atravessando o mar que os negros africanos nos trouxeram sua alegria – é claro que não nos referimos às condições degradantes a qual foram submetidos no processo de escravidão, e sim ao caráter festivo dos povos africanos – e ancoraram por aqui toda a sua ancestralidade cultural.
          Artífices de “mãos cheias” que talham, trançam, esculpem, pintam e forjam como poucos. Além das tradições plásticas, orais como o “griot” (pai do enredo) que narra as histórias de seus antepassados, e musicais como seus batuques, ritos e instrumentos. Música para a magia, para a fé, para o amor, para a guerra, para os homens conversarem com seus deuses...
          Tambores, atabaques e afins, unindo-se aos cânticos e louvores. Suas Nações e dinastias vindas de várias partes da África, clamando por Olorum ou por Alá, fizeram o desembarque fascinante de suas culturas para lançar em nossa terra a semente que germinaria o maior show do planeta.

“Será que eu serei o dono dessa festa?
Um Rei no meio de uma gente tão modesta*”

          Espalhando seus cantos, danças e crenças, a força do trabalho negro embalou nosso mestiço país menino. Das sonoras noites nas senzalas nasce o lundu misturado aos bate-coxas e umbigadas, estimulando a imaginação dos moradores da casa-grande. Com a chegada gloriosa do batismo cristão, ganhou-se o domingo para as festas e batucadas após a santa missa matinal, bem alinhados em roupas coloridas e vistosas. Festejos negros em homenagem a santos católicos florescem e, desta união sincrética, vão aparecer cerimônias, autos e embaixadas.
          Coroações de Reis e Rainhas com seus séqüitos reais, misturando hierarquia africana com monarquia portuguesa em cortejos processionais. Muitos continham dramatizações e encenações em seu desenvolvimento, contavam e cantavam alguma história, como um enredo. Modelos estes, aliás, seguidos até hoje como formato de desfile pelas escolas de samba.

“Eu vim descendo a serra, cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera, hoje é dia do riso chorar*”

          E o “cortejo” virou preferência na organização da brincadeira de carnaval, em resposta à bagunça agressiva do antigo entrudo português que emporcalhava as pessoas e a cidade. Grupos e comunidades se reuniam para desfilar fantasiados pelas ruas. Espocam as Sumidades, Cordões e Ranchos carnavalescos.
          As “procissões” continuam, com o povo fantasiado tocando seus instrumentos, cantando e dançando, para misturar de vez as raças e classes. As turmas e famílias com fantasias unificadas inspirariam o surgimento das chamadas “alas” e as exibições das luxuosas e engenhosas alegorias das Grandes Sociedades influenciariam as escolas de samba na construção de seus “carros alegóricos”, além de nos presentear com a tradição das “comissões de frente” como os mestres de cerimônia dos desfiles.

“Levei o meu samba pra mãe de santo rezar
Contra o mau-olhado carrego o meu patuá
Acredito ser o mais valente nessa luta do rochedo com o mar*”

          Sob as densas fumaças perfumadas dos incensos, rezado, benzido e iluminado pelas velas de cera dos barracões de fé, o nosso bom e velho samba é filho legítimo dos terreiros das religiões afro-brasileiras, com seus Orixás e entidades, herdando o misticismo, a musicalidade e a tradição dramática de seus pontos e louvores.
          Marginalizado e perseguido, é gerado, alimentado e escondido nos fundos das casas das “tias baianas” na Praça XI. Mas o samba vencerá as dificuldades e ganhará força com o aparecimento das primeiras “escolas de samba”, que traduzirão em seus desfiles o histórico da influência e da resistência cultural negra na miscigenação de nosso povo.

“É hoje o dia da alegria
E a tristeza nem pode pensar em chegar*”

          “É hoje!”. Assim exclamavam os negros nos preparativos dos antigos congos. Os foliões exclamam excitados para o grande momento, único e decisivo, para o qual se preparam o ano inteiro: o desfile de sua escola do coração. Revivem-se as tradições dos antepassados com todos os seus elementos se agrupando para compor uma só festa.
          Das casas simples, das ruas de asfalto ou do alto dos morros, sai a nobreza do samba. Trabalhadores esquecem das dificuldades do cotidiano e têm seus dias de reis e rainhas, ou damas e fidalgos; homens e mulheres, jovens e velhos, ricos e pobres, comungam a santidade deste momento ancestral que corre nas veias de todos nós.
          Da comissão de frente à velha guarda, a expectativa para a hora da explosão de euforia num misto de honroso dever e satisfação pessoal. A felicidade é insulana e alegria é sinônimo de União da Ilha do Governador, famosa pelos desfiles coloridos e memoráveis que traçaram o caráter apaixonantemente feliz da escola. É hoje o dia! A azul, vermelha e branca evoca seu passado glorioso rumo a mais uma conquista na construção de um futuro de vitórias. Caramba, segura a marimba que lá vem a Ilha!

“Diga, espelho meu, se há na avenida alguém mais feliz que eu?*”

          Duvido!

Jack Vasconcelos

Roteiro do desfile:

1º Setor: “Pelo mar”

          Todos os carnavais, nossa alegria atravessa o mar para ancorar na passarela. O mar que envolve o bairro da Ilha do Governador, tão azul quanto o azul em nosso pavilhão, tão profundo quanto nossa paixão vermelha pela União da Ilha e tão cintilante quanto o branco de nossa paz de espírito por estarmos na escola que amamos.

Nome da Fantasia

Nome da ala

descrição

Responsável pela ala

 

Cavalos Marinhos

Comissão de Frente

A União da Ilha do Governador é uma escola à beira-mar devido a condição de ilha do seu bairro de origem. E se o enredo se inicia nele, a comissão de frente vem representando o animal que simboliza esta característica geográfica da agremiação no pavilhão azul, vermelho e branco insulano: o cavalo marinho.

Handerson “Big”

1

Mar de Almirante

Velha Guarda

Pretendendo navegar em “mares de Almirante”, a União da Ilha do Governador abre o desfile com a velha-guarda da escola, que com sua experiência nos inspira e nos guia a vencer o enfrentamento deste verdadeiro mar revolto que é a competição

Walter Cerqueira

2

Rainhas do Mar

Baianas

Tudo começa na água. A vida começa na água. As mães baianas dão vida às escolas de samba. O mar envolve e protege a União da Ilha do Governador. O mar veste as “senhoras-rainhas” de nossa agremiação, inundando a avenida de alegria e limpando os caminhos para o desfile da escola.

Tia Noêmia

1ª Alegoria: Atravessando o mar
          A alegoria traz elementos marinhos, reais e míticos, para compor o cenário de beleza e mistério que o mar exerce, e sempre exerceu, no imaginário coletivo. Por excelência, a sua travessia sempre representa a transposição de um mundo para outro, de um ponto de que se parte a um outro no qual não se estava. Em nosso enredo pode ser: da realidade cotidiana para a fantasia carnavalesca traduzida na chegada dos nosso insulanos para o desfile ou a travessia e chegada da cultura negra em nosso país que inicia nossa história.
Principais destaques:
Alexandre Coutinho. Fantasia: Netuno
Sandro Piná. Fantasia: Reino das Águas
Cristiano Morato. Fantasia: Ser Aquático
Nedinho Vilar. Fantasia: Alegoria Marinha
Dejanilton Melo. Fantasia: Alegoria Marinha
Janice Fernandes. Fantasia: Fantasia Marinha
Marcia Grassano. Fantasia: Fantasia Marinha

2º Setor: “Raízes”

          Foi também atravessando o mar que os negros africanos nos trouxeram sua alegria – é claro que não nos referimos às condições degradantes a qual foram submetidos no processo de escravidão, e sim ao caráter festivo dos povos africanos – e ancoraram por aqui toda a sua ancestralidade cultural. Suas Nações e dinastias vindas de várias partes da África, clamando por Olorum ou por Alá, fizeram o desembarque fascinante de suas culturas para lançar em nossa terra a semente que germinaria o maior show do planeta.

3

Feiticeiros

Passo Marcado

O conhecimento místico dos sacerdotes africanos trazidos escravizados para o Brasil disseminou rituais mágicos e religiosos, como os cultos aos Orixás; estes de origem totêmica e familiar, tendo por base a alma da natureza e seus elementos.

Ledy Rolzst

4

Oráculo

Comunidade

As forças superiores são sempre solicitadas para a solução de problemas do cotidiano, e a prática da magia é sempre adotada em busca das soluções. O oráculo dos búzios é feito através da interpretação dos segredos contidos nos diferentes Odù.

Edú, Ana Paula e Fátima

5

Guerreiros

Canta Ilha

Os escravos africanos trazidos para o Brasil pertenciam a vários grupos étnicos, como os Bantu, Yoruba, Ewe e Fon. evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, música e língua sagrada usada nos rituas.

Marcelo Guimarães

1º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Ourivesaria
          Ouro, bronze, marfim, diamantes... A fantasia representa a riqueza e sofisticação dos trabalhos de ourivesaria dos povos africanos.

6

Máscaras

Amigos da EISA

Formas mais conhecidas da plástica africana, representando um disfarce para a incorporação dos espíritos e a possibilidade de adquirir forças mágicas. As máscaras têm um significado místico, importante na arte africana sendo usadas nos rituais e funerais, transformando o corpo de quem a carrega e conservando sua individualidade.

Dirley dos Santos e Adriano Amaral

7

Totens

Comunidade

De caráter coletivo tribal e religioso, personifica os deuses, objetos ou animais cultuados por uma aldeia ou grupo.

Alênio e Amanda

2ª Alegoria: Raízes africanas
          
Tambores, atabaques e afins, unindo-se aos cânticos e louvores. Artífices de “mãos cheias” que talham, trançam, esculpem, pintam e forjam como poucos. Além das tradições plásticas, orais e musicais como seus batuques, ritos e instrumentos. Música para a magia, para a fé, para o amor, para a guerra, para os homens conversarem com seus deuses. Escudos, marfins, leões e esculturas formam um cenário que traduz a força e a riqueza do povo e do solo africano, num misto de tribalidade guerreira e nobreza Real.
Principais destaques:
Fábio Lima. Fantasia: Rei Africano
Maurício Lopes: Fantasia: Sacerdote Africano
Kleyton Heller. Fantasia: Guerreiro Africano
Carla Costa. Fantasia: Jóias Africanas
Helena. Fantasia: Sacerdotisa Africana

3º Setor: “Festas barrocas”

          Espalhando seus cantos, danças e crenças, a força do trabalho negro embalou nosso mestiço país menino. Das sonoras noites nas senzalas nasce o lundu misturado aos bate-coxas e umbigadas.Com a chegada gloriosa do batismo cristão, ganhou-se o domingo para as festas e batucadas após a santa missa matinal, bem alinhados em roupas coloridas e vistosas. Festejos negros em homenagem a santos católicos florescem e, desta união sincrética, vão aparecer cerimônias, autos, embaixadas e folias.

8

Brincantes das Folias e Embaixadas

Sacode quem pode

Folias de vários tipos, pomposas Embaixadas, procissões festivas, louvores cantados e dançados homenageiam santos católicos como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, considerados padroeiros dos negros, em manifestações populares sincréticas.

Jorge Santos

9

Anjinhos de Reis

Crianças

Em louvor aos “Santos Reis Magos”, a Folia de Reis é um culto de origem portuguesa ligado aos festejos natalinos que ganha contornos de origens africanas, como as fortes batidas e um clímax de entonação vocal, com a conversão religiosa de negros que formarão muitos grupos e “ternos”, acentuando o sincretismo miscigenado.

Carla Regina

10

Pajens dos Cortejos

Alegrilha

O pálio que é transportado pelo Escravo, ou Pajem, que o gira entre suas mãos lembrando o movimento da Terra, figura os cortejos de Reis e Rainhas africanos vestidos de monarquia branca. O uso deste tipo de guarda-sol é costume árabe, ainda hoje presente em certas regiões africanas.

Eliane

11

11 Reis Congueiros

Feitiço da Ilha

A presença de reis africanos é uma constante nas várias manifestações de origem negra no folclore-religioso brasileiro, como nos Congos, Maracatus, Cucumbis e suas variantes. A influência européia em uma manifestação ,que inicialmente era só de negros ,pode ser evidenciada nas solenidades que ocorrem nas Igrejas, e principalmente o padrão de Império:composição da Corte, dos soberanos, comprimentos aos Reis e coroas.

Maria da Graça

12

Rainhas das “Nações”

Rainha Njinga

Todo Rei vem acompanhado de sua Rainha. O maracatu nasceu nos terreiros de candomblé quando os escravos reconstituíam a coroação do Rei do Congo. Os portugueses chamavam aos "infiéis" de nação, nome que acabou sendo assumido pelos próprios negros, passando a autodenominar de Nações a seus agrupamentos.

Arilene e Alexandre

3ª Alegoria: Festas barrocas
          Coroações de Reis e Rainhas com seus séqüitos reais, misturando hierarquia africana com monarquia portuguesa em cortejos e procissões. Muitos continham dramatizações e encenações em seu desenvolvimento como um “enredo”. Modelos estes, aliás, seguidos até hoje como formato de desfile pelas escolas de samba. Muitos grupos de negros aproveitavam-se da relativa liberalidade reinante para conseguir autorização policial para se apresentarem durante a época dos festejos carnavalescos. A alegoria mistura o estilo barroco com a tropicalidade brasileira para simbolizar a miscigenação de etnias e costumes.
Principais destaques:
Paula Capaz. Fantasia: Rosário Barroco
Ademilson Cunha. Fantasia: Reisados e Congados
Graziela Klue. Fantasia: Festa Barroca
Aline Pinto. Fantasia: Festa Barroca
Rodrigo Jerônimo. Fantasia: Rei de Fitas
Adilson Santos. Fantasia: Rei de Fitas

4º Setor: “Cortejos carnavalescos”

          E o “cortejo” virou preferência na organização da brincadeira de carnaval, em resposta à bagunça agressiva do antigo entrudo português que emporcalhava as pessoas e a cidade. Grupos e comunidades se reuniam para desfilar fantasiados pelas ruas, abrindo alas para a folia.

13

Cordões, Blocos, Bandas e Bandos

Xodó da Ilha

O carnaval carioca começou a se transformar a partir da criação de bailes carnavalescos e a introdução dos costumes europeus, mais “civilizados” em relação ao violento Entrudo português. Nas ruas, o povo fantasiado tocando seus instrumentos, cantando e dançando, mistura de vez as raças e classes. As turmas e famílias com fantasias unificadas vão inspirar o surgimento das chamadas “alas”.

Dinaléa Prata

14

Ranchos Carnavalescos

Bateria

De origem marcadamente popular, a criação dos Ranchos sofreu influência nordestina, que se caracterizou por incorporar ao Carnaval elementos de procissões religiosas de tradição negra e de manifestações folclóricas típicas do Dia de Reis, usando marchas e maxixes como música, tocadas por uma orquestra.

Mestre Riquinho

15

Promenades

Passistas

Para exibir suas ricas fantasias ao povo, elegantes foliões promoviam passeios em grupos, ou promenades, aos moldes do então já quase extinto carnaval romano deslumbrando a população.

Landes Maria e Suelen

16

Estandartes e Pavilhões

Malandrinhos

Os estandartes são os pais das bandeiras das agremiações de hoje. Reunindo as características individuais de cada grêmio, são empunhados em todas as manifestações grupais de carnaval.

Ricardo Maia

17

Mascarados

Samba-Charme

A elite carioca copiou o carnaval francês, fazendo com que a moda dos Bailes de Máscaras, Bailes à Fantasia ou Bals Masqués fosse rapidamente seguida.

Robson Vasconcellos

4ª Alegoria: Préstitos carnavalescos
          Os Grandes Clubes Carnavalescos e as Grandes Sociedades contavam com a participação de artistas plásticos e cenógrafos, em sua maioria vindos do teatro, para a confecção de seus estandartes e carros alegóricos sendo os primeiros núcleos de geradores de profissionais que se dedicavam a produção dos desfiles de carnaval., os chamados Técnicos. A acirrada competição dos desfiles exigiu uma sofisticação crescente na realização plástica dos cortejos. A alegoria, em tons claros de ouro e prata, dá um tom nostálgico aos faustosos e lendários desfiles antigos.
Principais destaques
Rogéria Meneguel. Fantasia: Mascadas
Mônica Carvalho. Fantasia: Musa dos Fenianos
Leandro Fonseca. Fantasia: Arlequim
Ludmila de Aquino. Fantasia: Colombina
Samyle Cunha. Fantasia: Musa dos Tenentes do Diabo
Luiz Tanuz. Fantasia: Tenentes do Diabo

5º Setor: “Meu samba”

          O samba, com seus diferentes estilos, se consolida como expressão cultural do carioca. Mas seus adeptos serão alvo de preconceito e discriminação. Contudo, a repressão só o fortalecerá e ele vencerá a luta do “rochedo com o mar”. Verdadeira voz do morro e do povo, o samba vencerá as dificuldades e ganhará força com o aparecimento das primeiras “escolas de samba”, que traduzirão em seus desfiles o histórico da influência e da resistência cultural negra na miscigenação de nosso povo.

18

Meu Barracão

Comunidade

A população dos morros cariocas enfrentaram a rejeição social produzindo arte, música, samba. O ritmo adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social.

Mário e Ruth

19

Violão e Pandeiros

Pura Amizade

União simbólica de dois instrumentos musicais para traduzir a fusão do “samba do morro”, representado pelos pandeiros, com o “samba do asfalto”, representado pelo violão.

Claudia Helena

20

Seu Guarda

Tropical

O samba será duramente perseguido e seus adeptos serão alvo de preconceito e discriminação, sendo comum a repressão policial aos sambistas.

Ricardo Ribeiro

21

Poetas do Samba

Compositores

Com a formação das primeiras escolas de samba surge o samba enredo, também chamado de samba-de-enredo; gênero musical que conta a história que se pretende levar para o desfile da agremiação e composto pelos chamados “poetas” das escolas.

Carlinhos Fuzil

22

Rezado e Benzido

Raízes

Devido a ligação direta com os cultos de magia afro-brasileiros, o samba carrega uma alta carga de misticismo e superstição. Signos e símbolos desta influência estão presentes na sua estrutura musical e no comportamento dos sambistas em geral.

Cidália

Tripé: Mãe-de-Santo
          O nosso bom e velho samba é filho legítimo dos terreiros das religiões afro-brasileiras, com seus Orixás e entidades, herdando o misticismo, a musicalidade e a tradição dramática de seus pontos e louvores. Marginalizado e perseguido, o samba é gerado, alimentado e escondido nos fundos das casas e terreiros de fé das lendárias “tias baianas”, mães-de-santo e do samba.

6º Setor: “É hoje o dia!”

          “É hoje!”. Assim exclamavam os negros nos preparativos dos antigos congos. Os foliões exclamam excitados para o grande momento, único e decisivo, para o qual se preparam o ano inteiro: o desfile de sua escola do coração. Da comissão de frente à velha guarda, a expectativa para a hora da explosão de euforia num misto de honroso dever e satisfação pessoal. Revivem-se as tradições dos antepassados com todos os seus elementos se agrupando para compor uma só festa.

23

Meu Pavilhão

Comunidade

O pavilhão de cada escola de samba é que há de mais sagrado dentro de cada entidade. Todas respeitam suas cores e símbolos, que variam de acordo com sua história individual. Razão de nossa paixão pela União da ilha, empunhamos orgulhosos nosso brasão azul, vermelho e branco, como verdadeiros cavaleiros em defesa de nossos símbolos.

Rosa

24

Operários da Folia

Emergente da Folia

Homenagem aos trabalhadores dos barracões das escolas de samba. Carpinteiros, ferreiros, escultores e empasteladores tem seus instrumentos de trabalho lembrados na figura dos palhaços, fantasia tradicional nos marcantes desfiles da escola nos anos setenta e oitenta que traçaram o perfil brincalhão da agremiação que perdura até os dias de hoje

Paulo Monteiro

2º Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: “Riscos” e Croquis
          A fantasia faz uma homenagem aos desenhistas, projetistas e figurinistas que trabalham na idealização dos desfiles das escolas de samba. Suas criações e projetos embelezam e fazem dos desfiles um verdadeiro espetáculo.

25

Costurando e Adereçando a Folia

Ala da Xuxu

Visão poética dos aderecistas e costureiras que dão vida aos “riscos” e croquis das fantasias e adereços das escolas de samba. A proposta desta ala é reproduzir uma parte da sensação de caos dos ateliês e barracões proporcionado pela variação de cores e tipos de materiais utilizados nos trabalhos, por isso, a ala, propositalmente, não apresenta uma unidade padronizada em seu cromatismo e adereçamento.

Tania Mara

26

Nobreza Insulana

Pipa Avoada

Alta nobreza de sangue azul, vermelho e branco, os componentes da União da Ilha do Governador são famosos por sua alegria descontraída, suas fantasias multi-coloridas e irreverentes. Por isso a ala não apresenta, propositalmente, uma unificação no conjunto cromático individual das fantasias.

Mr. Paull

27

Reis da Folia

Comunidade

Todos somos reis nos quatro dias de reinado da fantasia. Na competição dos desfiles das escolas de samba, saímos de nossas casas e barracões, descemos os morros e ladeiras para sermos coroados os reis dessa festa. E somos mesmo. Todos nós.

Luis Carlos e Dudu

5ª Alegoria: Comunidade: É hoje o dia!
          
Das casas simples, das ruas de asfalto ou do alto dos morros, sai a nobreza do samba. Trabalhadores esquecem das dificuldades do cotidiano e têm seus dias de reis e rainhas, ou damas e fidalgos; homens e mulheres, jovens e velhos, ricos e pobres, comungam a santidade deste momento ancestral que corre nas veias de todos nós. A felicidade é insulana e alegria é sinônimo de União da Ilha do Governador, famosa pelos desfiles coloridos e memoráveis que traçaram o caráter apaixonantemente feliz da escola.
Principais destaques
Guina. Fantasia: Céu Insulano
Augusto Melo. Fantasia: Rei da Alegria
Edimilson Araújo. Fantasia: Espírito Folião
Claudia Bouças. Fantasia: Foliã Fantasiada
Andréia Guimarães. Fantasia: Folia
Mônica Aires. Fantasia: Folia

Bibliografia:

  • Samba de Enredo “É Hoje”, Didi e Mestrinho. G.R.E.S. União da Ilha do Governador. Rio de Janeiro: Top Tape música ltda, 1981.
  • ARAÚJO, Hiram. “Carnaval: Seis Milênios de História”. Rio de Janeiro: Gryphus, 2003.
  • CASCUDO, Luís da Câmara. “Made in África”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.
  • ENEIDA. “História do Carnaval Carioca”. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1958.
  • FERREIRA, Felipe. “O Livro de Ouro do Carnaval Brasileiro”. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
  • LAN (pseudônimo). “As Escolas de Lan” / Ilustrações de Lan (Lanfranco Vaselli); texto de Haroldo Costa. Rio de Janeiro: Novas Direções, 2001.
  • MORAIS FILHO, Melo: “Festas e Tradições Populares no Brasil”. São Paulo, EDUSP, 1979.
  • MOURA, Roberto. “Tia Ciata e a Pequena África no Rio de Janeiro”. Rio de Janeiro, FUNARTE, 1983
  • RIO, João do. “As religiões no Rio”. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

 

SAMBA ENREDO                                                2008
Enredo     É hoje (Reedição do samba da escola de 1982)
Compositores     Didi e Mestrinho
A minha alegria atravessou o mar
E ancorou na passarela
Fez um desembarque fascinante
No maior show da terra
Será que eu serei o dono dessa festa
Um rei no meio de uma gente
tão modesta
Eu vim descendo a serra
Cheio de euforia para desfilar
O mundo inteiro espera
Hoje é dia do riso chorar

Levei o meu samba
Pra mãe-de-santo rezar
Contra o mau olhado
Carrego o meu Patuá

Acredito ser o mais valente
Nessa luta do rochedo com o mar
É hoje o dia da alegria e a tristeza
Nem pode pensar em chegar

Diga espelho meu
Se há na avenida
Alguém mais feliz que eu