HISTÓRICO

          Após o carnaval, vários amigos, que costumavam jogar suas peladas de fim-de-semana pelo União Futebol Clube, do bairro da Cacuia, Ilha do Governador, decidem criar uma escola de samba. Na época, o bairro era um verdadeiro celeiro de agremiações que disputavam acirradamente o título como Unidos da Freguesia, Império da Ligação, Paraíso Imperial e Unidos da Cova da Onça. A nova escola, então somente batizada como União, obtém um inédito hexa-campeonato, conquistando os títulos disputados entre 1954 e 1959.
          
Tal sucesso levou seus integrantes a inscrever a escola na Associação das Escolas de Samba da Guanabara. Na estréia na Praça Onze, em 1960, a União por pouco não consegue a promoção de grupo: chega em 3º lugar no Grupo 3. No ano seguinte, a União da Ilha consegue o segundo lugar com o enredo " Rio, sempre Rio ", adquirindo o direito de subir ao Grupo 2. Infelizmente, dois anos depois, a União retornava ao Grupo 3, de onde só sairia em 1970, quando foi vice-campeã com o enredo " Sonho de Um Sambista ". Consegue se firmar no grupo 2, e, em 1974 conquista-o com o enredo " Lendas e Festas das Iabás ", garantindo o direito de integrar o grupo principal no ano seguinte.
          A estréia no Grupo Especial, então Grupo 1 é boa. Com " Nos Confins de Vila Monte ", um dos mais belos sambas de sua história, a escola consegue permanecer entre as grandes com o nono lugar. Mas a União conquistaria o coração do sambista carioca com os maravilhosos desfiles realizados pela carnavalesca Maria Augusta Rodrigues no final dos anos 70. O de 1977, "Domingo", é considerado por
muitos o desfile mais injustiçado da história do carnaval, perdendo o merecido título por 1 ponto para a Beija-Flor de Joãosinho Trinta. Graças ao preconceito de um jurado de evolução, que deu nota 8 à escola, a União da Ilha chega em 3º lugar. A escola firma a sua marca característica: apresentações leves e despojadas, com sambas de fácil assimilação e componentes empolgados, o que leva a muitos
definir a União da Ilha como um verdadeiro bloco, tal a descontração de seus desfiles.
          
De lá pra cá, a União conseguiu se estabelecer no Grupo Especial, realizando belos carnavais. Destaque para "O Amanhã" (1978), "Bom, bonito e barato (1980 - a melhor classificação de sua história, vice-campeã), "É Hoje" (1982), "Festa Profana" (1989) e "De Bar em Bar, Didi, Um Poeta (1991), onde a União da Ilha fez apresentações memoráveis cantando sambas até hoje lembrados. Carnavalescos como Maria Augusta Rodrigues, Adalberto Sampaio, Max Lopes, Arlindo Rodrigues, Alexandre Louzada, Ney Ayan, Luiz Fernando Reis e Chico Spinosa, campeões em outras agremiações, ajudaram a moldar a cara dessa escola, tida como a mais simpática do carnaval carioca.
          Apesar de nunca ter conquistado o título máximo, a União da Ilha detém a 6ª maior torcida dentre as escolas de samba do Rio de Janeiro, segundo recente pesquisa do Instituto JB/UFF.