FICHA TÉCNICA 2001

 

Carnavalesco     Academia do Samba & Comissão de Carnaval
Diretor de Carnaval     ..............................................................
Diretor de Harmonia     ...............................................................
Diretor de Evolução     .............................................................
Diretor de Bateria     ................................................................
Puxador de Samba Enredo     ................................................................
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Segundo Casal de M.S. e P. B.     ................................................................
Resp. Comissão de Frente     ................................................................
Resp. Ala das Baianas     ................................................................
Resp. Ala das Crianças     ................................................................

 

SINOPSE 2001

Meu querido VAZ LOBO...é bairro, é raça, é samba, é UNIÃO

Introdução:

            Quando lembramos que somos cariocas, lembramos imediatamente do Pão-de-açúcar, do Corcovado, das praias e de outros cartões-postais que marcam a imagem de nossa cidade. Claro, tudo isso é fantástico, sentimos um orgulho impar de viver nessa terra abençoada e maravilhosa, mas não podemos esquecer que temos nosso cantinho nessa grande cidade, afinal, somos cariocas sim, mas cariocas de Vaz Lobo.
            E o que é ser carioca de Vaz Lobo? Morar em Vaz Lobo é viver intensamente o samba, é lembrar com saudade dos artistas que aqui passaram, é cultivar a verdadeira amizade, é sorrir o sorriso de nossos vizinhos e compartilhar as dificuldades com quem precisar de nossa ajuda.
            Hoje, a União de Vaz Lobo, feliz por estar presente há mais de 70 anos nesse bairro e fazer parte desta comunidade, demonstra, em forma de arte popular, a história desse nosso pedaço de chão.  Convocamos todos os moradores de Vaz Lobo para uma grande festa. Convocamos todos nossos amigos e vizinhos para juntos, repletos de orgulho e vaidade, cantarmos nosso bairro, nossa origem, e nosso passado. Relembraremos juntos a história de nossa terra e de nossa gente. Relembraremos a nossa própria história, a história de nossos pais, de nossos avós, a história de toda uma comunidade. Cantaremos juntos a história do NOSSO QUERIDO VAZ LOBO.

Sinopse:

            Criada em 1644 pelo padre Antônio Martins Loureiro, a Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação do Irajá ocupava uma vasta área de terra doada como sesmaria aos jesuítas.
            Confiscadas e vendidas em hasta pública em 1759, de acordo com a política adotada pelo Marquês do Pombal, surgiram desta divisão várias fazendas, sítios e chácaras, que por quase dois séculos abasteceram a cidade com os mais diversos produtos agrícolas. Em uma dessas chácaras viveu o tenente-capitão José Maria Vaz Lobo, que deixaria seu nome eternizado na memória da região e de seus moradores.
            Nas terras de Vaz Lobo plantaram-se aipim, café e batata-doce. A área destinada a agricultura se estendia até a subida dos morros, que possuíam uma vegetação cerrada até a chegada da produção de carvão a "balão", atividade que se tornaria comum em vários subúrbios do Rio do Janeiro.
            Com as reformas no centro da cidade vieram novos moradores. As antigas fazendas, sítios e chácaras cederam lugar a novas ruas e praças. Pela estrada Marechal Rangel passavam as linhas de bonde Madureira/Irajá e Madureira/Penha. Inicialmente puxados a burro, esses bondes só foram substituídos pelos elétricos em 1928,  três anos após a chegada da eletricidade na região, o que faz desses os últimos bondes puxados por tração animal que deixaram de circular pelas ruas do Rio de Janeiro.  Mais tarde, a antiga estrada Marechal Rangel, via mais importante do bairro, passaria a homenagear o ministro Edgar Romero, ilustre morador da região que, vindo de Sergipe para a casa de um tio, tornou-se Ministro do Tribunal de contas da União.
            Apesar do progresso, Vaz Lobo preservava seu bucólico ar suburbano. Ar suburbano que serviu de cenário para personagens de Nelson Rodrigues. O comércio prosperava a olhos vistos. O Cine Vaz Lobo se torna o principal ponto de encontro da juventude. Os salões de sinuca despontam como centro da boemia local. O futebol tem no time do Cajueiro seu principal representante. Até hoje, craques anônimos desfilam seus talentos nas peladas realizadas no antigo campo.
            Nas várias colinas que cercam o bairro, prosperaram manifestações populares como o Jongo, a capoeira e o samba. Os antigos moradores lembram com saudades da Unidos do Congonha, do Bloco Beijo na boca, Limoeiro e do Prazer da Serrinha, embrião de onde surgiria o poderoso Império Serrano.
            Quando chegava o carnaval o bairro se enfeitava. Suas praças eram decoradas e o povo saía às ruas fantasiados de clóvis, colombinas, pierrot, piratas e quaisquer outras fantasias que a criatividade local pudesse conceber. São famosas, também, as tribos de índios que até hoje abrilhantam nosso carnaval.  O belo coreto, orgulho dos moradores, por várias vezes o primeiro colocado nos concursos patrocinados pela prefeitura, até hoje se mostra imponente ao lado do velho chafariz.
            Nesse bairro alegre e aconchegante, que hoje é ponto de encontro de jovens universitários,  nasceram grandes sambistas que marcaram época. Poetas que deixaram seus nomes registrados na história dos desfiles das escolas de samba e porta-bandeiras que encantaram o público com suas mágicas danças.
            Hoje, a União de Vaz Lobo, como parte atuante dessa história, apresenta, toda engalanada, a união dos vários segmentos da sociedade local. Mostrando neste desfile de arte, com todo amor e carinho.......O meu querido Vaz Lobo.

Academia do samba / Comissão de carnaval

Bibliografia:

  • CABRAL, Sérgio. As escolas de samba do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,      Ed. Lumiar, 1996.
  • GANDRA, Edir. Jongo da Serrinha: Do terreiro aos palcos. GGE, Rio de Janeiro, 1995
  • GERSON, Brasil. História das ruas do Rio. Editora livraria brasiliana, Rio de Janeiro, 1965
  • VASCONCELOS, Francisco de. Império Serrano - O primeiro decênio 1947/1956. Rio de Janeiro, Ensaios de carnaval n. 2, 1991.

 

SAMBA ENREDO                                                2001
Enredo     Meu Querido Vaz Lobo.. É Bairro, É Raça, É Samba, É União
Compositores     Rogerinho do Futuro

Vou contar
Sua história com orgulho, amor!
Só de pensar da emoção.
"É bairro, é raça, é samba, é união.
oh meu querido Vaz Lobo." da época da colonização
A freguesia doada em sesmarias.
Por conta do Marquês foi a leilão
Fazendas, chácaras, sítios, riquezas
Assim havia terras pra plantar!
Onde viveu José Maria, pioneiro da alegria, bravo, imortal
Anunciando um novo tempo, o progresso trouxe inventos, produziu carvão

Bonde a burro levantou poeira
No elétrico, dancei zoeira
Da velha estrada Marechal Rangel
À Edgar Romero, sou fiel

Cenário, personagens suburbanos
E o comércio prosperando
Cine Vaz lobo e os salões da boemia
No futebol, cajueiro se destacou
Tem capoeira, jongo, samba e nostalgia
Ô abram alas que o povo quer brincar !
Setenta anos pro meu samba eternizar.
Ô bate forte, coração ! Que a bateria vai tocar
Sou União e com arte vou cantar
Amar, amar, amar...

(vou cantar)