FICHA TÉCNICA 2007

 

Carnavalesco     Eduardo Pinho, Gerson Tavares e André Santos
Diretor de Carnaval     André Marins
Diretor de Harmonia     Paulão
Diretor de Evolução     Paulão
Diretor de Bateria     Felipe
Puxador de Samba Enredo     Gonzaguinha
Primeiro Casal de M.S. e P. B.     Diego e Livia
Segundo Casal de M.S. e P. B.     Anderson Oliveira e Karla Oliveira
Resp. Comissão de Frente     André Santos
Resp. Ala das Baianas     Suely Martins
Resp. Ala das Crianças     Wanderley
Resp. Galeria da Velha Guarda     Tia Cida

 

SINOPSE 2007

A noite dos tambores silenciosos - a explosão de uma raça

Introdução:

          A cultura popular do nosso país é tão rica que de norte a sul encontramos uma grande diversidade. Pernambuco é um Bom exemplo dessa riqueza, onde encontramos o maracatu, o frevo, os e Blocos, as grandes escolas de samba, as grandes rendeiras, o artesanato e a música. Escolhemos o maracatu, porque ele nos leva aos nossos antepassados, nos traz ao presente e nos faz sonhar com o futuro.
          'Maracatu é um movimento negro, - porque é a luta de um povo por espaço político e social, que também se dá pela arte e a arte faz história. E a manifestação individual, que tem. O poder de transformar quando se torna coletiva. Os Maracatus cantam a vida dos negros, que Buscam a inclusão só social através de ritmos — da dança e da música — representativos da fé.

Sinopse:

          Segundo a lenda, o herói civilizador Ambundo, Angola Irene, teria trazido de terras do nordeste africano (ou conforme outras versões, do mar), as lungas (ou malungas – plural da palavra). Os europeus traduziram equivocadamente a Calunga como As grandes águas", o Oceano Atlântico.
          Os europeus, além disso, interpretaram Calunga como uma alta divindade, e talvez tenha contagiado com esse novo conceito, as crenças arnbundas. A Calunga tornou-se assim uma divindade desde há muito tempo, a contar do fim do século XIII.
          Os Gongos diziam que Calunga era o título mais comum dos Quitomes, que significava, uma grande extensão de águas e vasta corrente mística, a separar o mundo dos vivos e dos mortos. A Boneca, com seu nome, atravessou o Atlântico e, chegando ao Brasil, especificamente no Recife, a Calunga, também chamada de Boneca, se liga aos cortejos das nações africanas, do qual surgiu o nosso Maracatu.
          Com a vinda para o Brasil, dos missionários catequistas trazendo sua fé religiosa cristã, para converter índios e negros, estes últimos, se identificaram com o Rei negro Baltazar (Dos Reis Magos).
Eram nos pátios das Igrejas que se coroavam os Reis Negros. Esse cortejo era tão grandioso que com o passar do tempo entrou para os festejos carnavalescos.
          A palavra MARACATU era uma senha anunciada pêlos tambores, para avisar que a polícia estava chegando para reprimir a festa. No popular era como dizer: "... lá vem a confusão, a desarrumação".
          Até os nossos dias, a Calunga faz parte deste ritual do Maracatu, encarnando nos seus Axés, a força dos nossos antepassados.
          O nosso Maracatu tem o seu sincretismo religioso, uma fusão de duas ou mais crenças, que acontece de forma harmoniosa e, conduz duas calungas no seu cortejo tradicional, somente o Maracatu Elefante conduz três calungas, que representam Dona Leopoldina, Dom Luiz e Dona Emília. Na língua dos orixás representam lansã, Xangô e Oxum.
          O Maracatu hoje em dia, é dividido entre Maracatu de Baque Virado ou Nação e Maracatu de Baque Solto.
          O Maracatu de Baque Virado é formado por toda Corte da Realeza, condes, príncipes, princesas, e são os mais tradicionais, conduzindo de forma primorosa os seus cortejos, mantendo assim a ligação com os antepassados.
          A mesma festa de coroação que os brancos faziam para os seus reis, os negros tentam fazer também, para os seus reis.
          As nações mais antigas são: Nação Elefante, Nação de Leão Coroado, Nação Estrela Brilhante, Nação do Indiano, Nação Cambina Estrela.
          À meia noite de domingo para segunda de carnaval, as nações de maracatu se reuniam no pátio da Igreja do Terço. As luzes eram apagadas, uma onda de silêncio era tomada por todos. Esta era a hora de reverenciar todos os escravos mortos em cativeiro. Esta cerimônia ficou conhecida como A NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS.
          Os maracatus de baque solto ou rural, se auto denominam. NAÇÃO PERNAMBUCO, e foi fundado em 15 de dezembro de 1989, com o objetivo de difundir o maracatu, que passou algum tempo esquecido. Se caracteriza pela fusão de vários folguedos populares e tem origem na segunda metade do século passado. É sempre alegre e colorido, mas não tem o rei e a rainha.
          Esse grupo de maracatu é formado principalmente pêlos: Cruzeiro Forte, Águia de Ouro. Leão da Aldeia, Cambina Estrela de Pau D'Alho, Estrela da Tarde e Estrela de Ouro.
          Os caboclos de lança são bem diferentes dos tradicionais. Eles têm uma cabeleira de papel celofane cobrindo o chapéu de palha, o rosto é tingido. A gola de sua fantasia representa todo o orgulho dos caboclos de lança. Levam uma lança na mão que serve para abrir espaço da multidão.
          O povo brasileiro tem no Maracatu, hoje em dia, não só um movimento negro, mas sim um movimento popular, onde negros, brancos e índios buscam uma coletividade única, fazendo assim, uma cultura mais rica para o nosso país.
          Foi através desta coletividade que vários artistas, de vários lugares do nosso pais, cantam e se encantam com o nosso Maracatu. Além dos artistas locais, Dorival Caimi, numa breve estadia em Pernambuco, se rendeu ao ritmo. Depois dele, outros também se renderam, como Jamelão, - Lenine, Jorge Ben Jor, Gilberto Gil, Jorge Malter, Pedro Luiz e a Parede, mas sem dúvida nenhuma esse movimento ficou ainda maior quando, em busca de revitalizar as suas raízes locais através da ótica eletrônica, Chico Science e Nação Zumbi colocaram os estilos novamente nos grandes centros urbanos, e foi a partir daí que começamos a conhecer ainda mais a cultura popular de Pernambuco, que mistura nossa cultura de forma perfeita, unindo presente, passado e futuro.
          Parabéns Pernambuco!

Roteiro do desfile:

  • Comissão de frente: Travessia da Calunga - Meio divindade, meio crença, veio ela, ponto de união entre a África e o Brasil, elas águas de yemanja, veio à boneca, e com ela toda uma tradição que aqui se fundiu

  • Carro 01(abre-alas): A fé e o sincretismo que eleva, e faz a festa de um povo - Nos pátios das igrejas, negros se reuniam. E coroavam seus reis e suas rainhas, esperanças eram todas depositadas ali naquele cortejo,Que mas tarde entrou pro calendário carnavalesco e virou o maracatu
  • ALA 1: Rei Baltazar - Com a vinda dos missionários catequistas trazendo a sua fé religiosa cristã, para converter indígenas e negros, estes últimos se identificavam com o antigo Rei mago negro Baltazar (um dos reis magos).
  • ALA 2: Baianas afro e brasileira - União entre o Brasil e a África representada pelas mães da escola, as figuras de mais tradição de uma agremiação.
  • Ala 3: Ala das crianças Rei e a Rainha do maracatu - Figuras lendárias e de muita importância no cortejo
  • Ala 4: Maracatu Nação Elefante - Este é o maracatu mais antigo e de mais tradição, com suas cores, este maracatu conduz três bonecas calungas em homenagem aos seus fundadores e também a uma alusão a três orixás, lansã, Xangô e Oxum.
  • Ala 5: Nação Leão Coroado - Outra nação bem antiga em matéria de maracatu, com uma roupa lembrando um rei, mostra toda suntuosidade desta nação.
  • Ala 6: Nação Estrela Brilhante - Estrela cintilante que brilha a noite e ao dia, esta fantasia mostra todo brilho desta nação refletido na alma do seu povo. Esta é mais uma nação maracatu antiga
  • Ala 7: Nação Indiana - A paz pregoada por Gandhi e o misticismo da índia é a Inspiração para esta nação.
  • Rainha de bateria: Segredos da noite - A nossa rainha vem com unta fantasia inspirada nas estrelas e nos astros que eram testemunhas do que poderia vir acontecer Na noite nos pátios das igrejas. Roupa vestida por nossa rainha Josi de Oliveira
  • Ala 8 (Bateria): A noite dos tambores silenciosos - Mesmo acorrentados, mesmo sem a real Uberdade, negros se reunião nos pátios as igrejas pra cultuarem seus antepassados ao som da batucada, e sob o manto da noite e a luz da lua, daí deste costume nasce a o maracatu.
  • Ala 9: Ala Nação Cruzeiro forte - Assim como os antigos navegantes se orientavam pelo cruzeiro do sul, nós nos inspiramos nestes mesmos navegadores para representar esta nação, pois ela é ponto de referencia da nova safra de nações maracatus, não foi por acaso que o chamam de Cruzeiro Forte.
  • Ala 10: Nação Águia de Ouro - Com um desenho meio interiorano e de tons dourados e com varias fitas coloridas, Mostrando assim toda originalidade desta nação.
  • Ala 11: Nação Leão de Aldeia - Num estilo mais rústico é a visão para esta fantasia que nos remete as antigas tribos africanas de onde vieram os negros que aqui foram açoitados e fundaram os primórdios maracatus. E também uma recente nação.
  • Ala 12: Nação cambina de pau d'alho - Assim como os antepassados negros escravizados Que aqui viveram, esta roupa lembra muito as antigas vestimentas que eram usadas na colheita e na exploração das minas.
  • Ala 13: Nação Estrela da Tarde - Sob o manto da tarde nasce a primeira estrela pra brilhar na avenida, tão grande tão resplandecente que o ofuscar os olhares do povo.
  • Ala 14: Nação Estrela Dourada - O ouro barroco esta presente nesta nação, mostrando assim como é rica esta manifestação chamada maracatu.
  • Carro 2: A explosão cultural Pernambucana - Esta alegoria tem como a intenção de mostrar Um mosaico cultural de Pernambuco Com todas as suas vertentes folclóricas
  • Ala 15: Velha guarda - Toda herança cultural de um povo, vem de suas tradições passadas pelo tempo.

 

SAMBA ENREDO                                                2007
Enredo     A noite dos tambores silenciosos, a explosão de uma raça
Compositores     Rossine da Mata,Vando Diniz,Paulinho do Cavaco e Fernando Reza-Forte
Silenciam o som dos tambores
Emoção e sonhos no ar
Oh! Mãe áfrica, mais uma vez te presenteou
Lá vem cortejo trazendo a boneca
Calunga divina se mistificou
Atravessando o horizonte, veio lá de alem mar.
A explosão de uma raça

Com ginga e com arte
Girando as baianas
Tudo começou
Com fé e coragem meu amor
O Maracatu se modernizou

E no rufar dos tambores
A senha é maracatu
Anunciando que lá vêm os opressores
O canto do negro queriam calar
Há! Salve todas as nações
Com suas comemorações
Coroando reis e rainhas
Dança do negro em cativeiro
É Pernambuco é festa
O frevo cai no samba
Nos embalando, encantando mundo inteiro.
Maracatu em alta, Galo da Madrugada.
Exaltando folclore brasileiro

Toca ai Maracatu é dança do povo,é dança do povo
Colorindo vem Vaz lobo
Quero te encontrar de novo
Nesta festa popular